sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

019. (ESPECIAL OSCAR 2014) O CAVALEIRO SOLITÁRIO, de Gore Verbinski

            Um filme sem nexo, sem propósito e com todos os erros possíveis.
Nota: 7,5



Título Original: The Lone Ranger
Direção: Gore Verbinski
Elenco: Armie Hammer, Johnny Depp, William Fichtner, Tom Wilkinson, Ruth Wilson, Helena Boham Carter, James Badge Dale, Bryant Prince, Barry Papper, Manson Cook, JD Cullum, Saginaw Grant, Harry Treadway, James Frain, Joaquín Cosio
Produção: Jerry Bruckheimer, Gore Verbinski
Roteiro: Justin Haythe, Ted Elliott e Tery Rossio
Ano: 2013
Duração: 149 min.
Gênero: Ação / Aventura / Faroeste

No meio de uma pequena cidade no velho oeste, uma grande empresa constrói, sobre a supervisão de Lathan Cole, uma estrada de ferro. Para inaugurar essa construção em grande estilo, Cole promete o enforcamento do fora da lei Butch Cavendish. Entretanto, o trem que leva o criminoso é atacado no meio do percurso. John Reid, que está indo para a mesma cidade se tornar promotor, acaba deixando Cavendish escapar por insistir em usar apenas a justiça legal como arma. Ao lado de Cavendish, está preso o índio Tonto, o qual John se certifica de deixar na cadeia assim que chega na cidade. Quando John reencontra se irmão, Dan, o xerife do local, parte em busca de Cavendish, todavia, a trupe toda é assassinada, sobrando apenas John, o futuro Caveleiro Solitário.


Quando o grupo que busca Cavendish sofre a emboscada que mata quase todos, Tonto, que conseguiu fugir da cadeia, salva a vida de John, e é aí que os dois iniciam sua aventura juntos. Além desses homens todos, o filme conta com algumas mulheres. Rebecca Reid é a mais importante. Esposa de Dan e mãe de seu único filho, ela e John tiveram um romance no passado e o reencontro fará reviver antigas chamas do passado. Outra mulher importante é Red Harrington, a dona do bordel da cidade que perdeu a perna por culpa de Cavendish. Tonto e o Cavaleiro Solitário são dois personagens que fizeram muito sucesso há anos, principalmente em rádios. Claro que uma adaptação da história seria esperada por todos que se interessam pela série e pelo velho oeste americano. A junção de Verbinski, Depp, Hans Zimmer (compositor da trilha sonora) e Bruckheimer, após os sucessos da franquia “Piratas do Caribe” só fez aumentar as expectativas e o orçamento do filme (quase 400 milhões de dólares) fez todos enlouquecerem. E o problema está justamente aí: o público enlouqueceu ao saber dessa produção imensa, mas, pare realizar esse filme, o diretor também enlouqueceu, o produtor enlouqueceu, os atores enlouqueceram. A história possui um ótimo enredo, com personagens bem escritos e um desenvolvimento divertido e nada monótono. Todavia, nada supera a loucura a que estamos expostos quando assistimos a esse longa. O ambiente de velho oeste visto em grandes filmes de ficção se mistura com as batalhas horríveis que foram travadas contra índios que foram dizimados no norte da América. Cenas e lutas em cima de trens (onde até os cavalos são capazes de correr) se misturam a cenas muito reais onde homens fazem justiça com sangue. Os costumes e crenças indígenas se opõe aos atos cruéis dos vilões. A realidade sobre a busca do ouro naquela região e naquele tempo são confrontadas com as impossibilidades que rondam a trama. Algumas cenas muito improváveis até são interessantes, mas o conjunto da produção é uma verdadeira catástrofe.


Armie Hammer caiu no gosto do público e da crítica. Johnny Depp sempre foi amado por todos, mesmo sendo excêntrico desde que iniciou sua carreira. Helena Boham Carter chegou a interpretar a diva Elizabeth Taylor para um filme de televisão no último ano. Tom Wilkinson é um dos atores mais respeitados de sua geração. Alguém, qualquer um que seja, explique-me por que esses astros, que podem conseguir papeis em qualquer filme e não precisam de dinheiro urgentemente, toparam realizar “O Cavaleiro Solitário”? Não, ninguém será capaz de responder a esse questionamento. Depp alegou ser grande fã de Tonto, e, talvez, tenha sido essa sua paixão pelo personagem que o afundou mais do que qualquer pessoa podia esperar. Ele está chato, sem graça e idiota demais. O Tonto construído por Depp é um homem fraco sem qualquer perspectiva. Hammer se deu tão bem fazendo o drama “A Rede Social” (2010) em que viveu irmãos gêmeos (ele representava os dois de formas totalmente diferente), chegou a ser indicado ao Sindicato dos Atores pelo drama “J Edgar” (2011). Então, como se não tivesse mais nenhuma proposta, decidiu enfiar sua cabeça em filmes que vão de mau a pior, como “Espelho, Espelho Meu” e “O Cavaleiro Solitário”. Qual o motivo para interpretar John Reid agora? E Boham Carter que possui duas cenas relevantes. Duas cenas ridículas em que, resumindo, Red Harrington levanta sua perna de marfim para atirar em coisas com uma arma imbecil que sai do salto do sapato. E, o pior de todos, Tom Wilkinson. Um dos maiores atores de sua geração acaba de perder o respeito de muitas, mas muitas pessoas. E não falo apenas do público, falo de produtores, atores, diretores, falo de pessoas importantes para o cinema.



“O Cavaleiro Solitário” surpreendeu a todos recebendo duas indicações ao Oscar: melhores efeitos visuais e melhor maquiagem e cabelo. Ambas as indicações são merecidas, claro que filmes como “O Homem de Aço” mereciam mais a indicação na categoria visual, e “Trapaça” também é um filme superior que possui maquiagem e cabelo como grandes componentes. O consolo é saber que as chances de o longa sair vencedor são tão remotas quanto as chances de o pássaro ridículo na cabeça de Tonto soltar um granido. Se, nessa corrida para o Oscar, assistir a “Meu Malvado Favorito 2” foi a maior tortura que meu bom senso pôde aguentar, escrever sobre “O Cavaleiro Solitário” é meu maior teste de paciência, pois fica difícil saber por onde começar a falar dessa confusão que o longa faz acerca dele mesmo. A diferença entre esse e a animação, é que “O Cavaleiro Solitário” ao menos diverte. Apesar de possuir uma beleza estética inquestionável, ter qualidade sonora e ser uma boa diversão, o longa se afunde cada vez mais em uma trama que enrola a cada momento. O filme não cansa por ser monótono, pois ele não é, cansa por ser repetitivo e enrolado. Dessa vez, essa grande produção não acertou o ponto. Talvez, do quarteto composto por Verbinsk, Depp, Zimmer e Bruckheimer, apenas o compositor se salva ao nos presentear com uma trilha muito apropriada e divertida. Entretanto, uma andorinha só não faz verão. E um compositor, apenas, não faz um filme. 

SINDICATO DOS EDITORES DE SOM DE FILME:
Melhor Edição de Som – Efeitos Sonoros: Gravidade
Melhor Edição de Som – Diálogos: Capitão Phillips
Melhor Edição de Som em Animação: Epic
Melhor Edição de Som em Filme Estrangeiro: O grande Mestre
Melhor Edição de Som – Música em Filme Musical: Frozen
Melhor Edição de Som – Música em Filme: O Grande Gatsby
Melhor Edição de Som em Documentário: Dirty Wars

SOCIEDADE DE ÁUDIO DE CINEMA
Melhor Mixagem de Som em Filme Live Action: Gravidade
Melhor Mixagem de Som em Filme Animação: Frozen
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020. (ESPECIAL OSCAR 2014) TRAPAÇA, de David O. Russel

Uma ótima diversão como somente Russel poderia proporcionar.
Nota: 9,2



Título Original: American Rustle
Direção: David O. Russel
Elenco: Christian Bale, Amy Adams, Bradley Cooper, Jeniffer Lawrence, Jeremy Renner, Robert DeNiro, Louis C. K. , Jack Huston, Michael Peña, Shea Whigham, Alessandro Nivola, Elisabeth Rohm, Paul Herman, Said Taghmaoui, Matthel Russell, Thomas Matthews, Adrian Martinez, Anthony Zerbe
Produção: Megan Ellison, Jonatha Gordon, Charles Roven, Richard Suckle
Roteiro: David O. Russel e Eric Warren Singer
Ano: 2013
Duração: 138 min.
Gênero: Comédia / Crime

Irving Rosenfeld, casado com a jovem Rosalyn, é um trapaceiro de mão cheia que acaba de conhecer a sonhadora Sydney. Juntos, eles armam um plano para arrancar dinheiro de pessoas indefesas: ela finge ser uma Lady inglesa com contatos nos bancos britânicos e ele representa um investidor. Quando o casal é descoberto pelo agente federal Richard DiMaso, tornam-se peças importantes de um jogo que pretende relevar a corrupção em Nova Jersey. Entretanto, a natureza de Irving, o amor de Sydney, a ganância de Richard e a loucura de Rosalyn são fatores que podem lançar todo esse plano improvável pelos ares.

Como mostrado em “O Lobo de Wall Street”, film de Martin Scorsese, Irving e Sydney são duas pessoas sem escrúpulos que só se importam em ganhar dinheiro e em gastar o que ganham com uma vida confortável. Bem como o agente federal do longa de Scorsese, aqui, Richard deseja pegar todos de uma vez: quer peixes grandes e pequenos, quer tubarões e baleias, quanto mais criminosos do colarinho branco, melhor. E, assim, esses dois filmes estão aí para provar o quanto a criminalidade, a trapaça, o suborno e a mentira fizeram e fazem parte da construção dos Estados Unidos da América. Além disso, não podemos deixar de verificar semelhanças entre o filme de David. O. Russel e os filmes ao longo da carreira de Scorsese, e acabamos verificando que “Trapaça” acaba sendo uma grande homenagem ao mestre da sétima arte. Quando Richard propõe a Irving e Sydney que eles o ajudem a capturar outros quatro criminosos, ele oferece liberdade em troca. Todavia, Richard começa a enxergar que toda a corrupção não passa de uma enorme bola de neve: quando se corrompe um, logo, este irá corromper mais dois e, de repente, como num piscar de olhos, toda uma nação poderá ser corrompida. Nesse contexto, é curioso lembrar que Irving não se tornou um trapaceiro por acaso. Desde criança ele já era um cirminoso: sue pai tinha uma vidraçaria e, para que os negócios do pai prosperassem, ele saia pelo bairro quebrando vidros alheios. Ademais, vemos um reflexo de toda essa loucura: Rosalyn Rosenfeld. A esposa de Irving é completamente perturbada, uma mulher sem noção de nada o que acontece a sua volta de forma real. Ela sabe tudo o que está acontecendo, tem os ouvidos bem abertos, mas não compreende nada, não sabe da gravidade do que seu marido faz, muito menos da gravidade que as palavras saídas de sua boca podem gerar. Rosalyn foi “resgatada” por Irving quando ela se tornou mãe solteira, e ele acabou adotando seu filho, uma vida que mantêm o casal unido.


David O. Russel conquistou público, crítica e prêmios por seu ótimo trabalho em “O Lutador” (2010), filme que contava com Christian Bale e Amy Adams no elenco e que venceu dois Oscar, incluindo um pela interpretação de Bale, e foi indicado em outras cinco categorias, incluindo a de melhor atriz coadjuvante para Adams. Depois, foi a vez de Russel voltar com toda a força liderando o melhor filme do ano de 2012: “O Lado Bom da Vida”, protagonizado por Jennifer Lawrence e Bradley Cooper, ambos indicados ao Oscar, ela, vencedora do prêmio de melhor atriz. “Trapaça” reúne os dois elencos, invertendo os papeis: aqui, Bale e Adams são os protagonistas, e Cooper e Lawrence os coadjuvantes. Arriscando um pouco, ainda diria que a própria trapaça divide a tela com esse time ótimo, sendo o principal componente, o principal personagem do longa. O problema aqui, é que Russel imaginou que, reunindo seus astros de filmes anteriores, ele teria um filme ainda melhor que outros. Erro do diretor. “Trapaça” é tão bom quanto “O Lutador”, mas não chega perto de “O Lado Bom da Vida”. O filme é bom, com fotografia ótima, edição precisa e ágil, trilha sonora característica, figurino belíssimo e atuações impressionantes de astros em alta no mercado. No entanto, o roteiro é confuso, forçado e chato em alguns momentos, os personagens são exagerados e o desenrolar da trama não possui aquele tom agradável, sutil e interessante de “O Lado Bom da Vida”. Por fim, é preciso dizer que o diretor homenageia os grandes filmes de Scorsese, como “Os Bons Compnaheiros” (1990) , mas está longe de se igualar à obra da década de 90.


Christian Bale é conhecido por sua habilidade incomparável de mudar fisicamente para viver personagens. Irving é o único personagem criado na medida certa pelos roteiristas e desenvolvido da mesma forma por Bale. Talvez por isso, em meio a tantos personagens exóticos e exagerados, a interpretação do ator esteja um pouco apagada, mas é a melhor do longa. Bale é natural vivendo um trapaceiro que está enlouquecendo por ter de deixar seus ideias de lado e enganar pessoas que ele considera corretas. Também não é do agrado do personagem servir ao FBI, e isso fica claro com as feições de Bale mais que qualquer coisa. Amy Adams está sexy, bela e inteligente como Sydney, entretanto, está over demais. Suas cenas iniciais são ótimas, pois a atriz se mostra natural e muito animada com a vida que Sydney tem levado. Quando ela e o parceiro são pegos, a atriz está igualmente boa, porém, com o passar da trama, Adams não consegue segurar as pontas de viver uma mulher desesperada que está tentando superar os problemas, restando apenas alguns poucos momentos para que possamos ver o quanto a atriz é competente. Bradley Cooper vive Richard DiMaso, da mesma forma que Adams passa um pouco dos limites, Cooper se torna obsessivo e louco demais, exagerando em cenas onde devia ser mais contido. Mesmo assim, restam alguns momentos onde lembramos por que Cooper chegou a ser citado como um dos favoritos ao Oscar no ano passado. Jennifer Lawrence é uma Rosalyn completamente desequilibrada. A personagem lembra um pouco a que rendeu à Lawrence o Oscar por “O Lado Bom da Vida”: existem momentos de paz e tranquilidade, até que ela se descontrola e vira uma completa maluca. Sua melhor cena é sua interpretação memorável de “Live and Let Die”. Para completar o time, está Jeremy Renner, interpretando o Prefeito Carmine Polito, um bom homem que foi corrompido pela política. A interpretação de Renner, como a de Bale, vem na medida certa: é simples, natural e ótima.


O filme é o recordista de indicações ao Oscar esse ano, ao lado de “Gravidade”, concorre em dez categorias. De forma curiosa, segue os passos de “O Lado Bom da Vida”, arrebatando indicações como na direção, nas atuações e no roteiro. Como melhor filme do ano, “Trapaça” está entre os três favoritos, concorrendo com “Gravidade” e “12 Anos de Escravidão”, longas poderosos que vem lutando praticamente sozinhos durante toda a temporada. David O. Russel recebe sua terceira indicação à premiação como melhor diretor. Apesar de seu trabalho ser excelente, o prêmio já está, praticamente, nas mãos de Alfonso Cuarón, que criou novos sistemas e formas de utilizar as câmeras para a perfeição técnica vista em “Gravidade”. Russel, ao lado de Eric Warren Singer, também é indicado como melhor roteiro original, o prêmio, ao que tudo indica, será consquistado por “Ela”, o melhor roteiro do ano sem dúvidas. Christian Bale é indicado como melhor ator, apesar de sua interpretação ser ótima, a briga está entre Chiwetel Ejiofor, por “12 Anos de Escravidão”, e “Matthew McConaughey, por “Clube de Compras Dallas”. Amy Adams surpreendeu ao desbancar Emma Thompson e ser indicada como melhor atriz, apesar de ser querida pela Academia, o prêmio já está, certamente, nas mãos de Cate Blanchett por seu trabalho impecável em “Blue Jamsine”. Cooper recebe sua primeira indicação ao prêmio como melhor ator coadjuvante, apesar de ser um dos melhores atores no páreo, é tão certo que o prêmio irá para Jared Leto, por “Clube de Compras Dallas”, quanto um mais um são dois. Lawrence também recebe sua primeira indicação como melhor atriz coadjuvante, apesar de está muito bem no longa, a atriz não supera a magnitude encontrada em Lupita Nyong’o, indicada por “12 Anos de Escravidão”. A categoria é a uma das mais incertas do ano. O figurino de Michael Wilkinson é indicado como melhor figurino do ano, e a equipe artística como melhor direção de arte, apesar de trabalhos impressinantes, os prêmios parecem estar entre os filmes de época: “O Grande Gatsby” e “12 Anos de Escravidão”. “Trapaça”, apesar de estar sendo visto como o provável maior perdedor do ano, ganhou força na categoria de melhor edição ao sair como um dos vencedores do Sindicato dos Roteiristas. Jay Cassidy, Crispian Struthers e Alan Baumgarten trazem uma edição deliciosa e muito bem feita, um a das melhores do ano.


Esse ano, concluí que podemos dividir os filmes indicados ao Oscar entre aqueles que passam mensagens belas sobre a vida e aqueles que são, puramente, o excercício da Sétima Arte. “Trapaça” é um grande exercício da sétima arte, diga-se de passagem. Com interpretações bonitas, figurino, maquiagem e cabelos estonteantes, trilha sonora divertida, direção agradável, roteiro interessante e edição ágil e inteligente, o filme é uma excelente desculpa para ir ao cinema. Para finalizar, o filme ainda possui personagens interessantes e que chamam a atenção, personagens com os quais até poderemos no sidentificar em algum momento. Seres humanos de verdade que possuem sua natureza e não parecem dispostos a mudá-las. A natureza de Irving é ser um trapaceiro, a de Sydney é se entregar para o amor, a de Richard é de querer sempre mais, e a de Rosalyn é de ser uma completa descontrolada. Esse é o tipo de filme que vale a pena ir ao cinema conferir, pois possui tantos detalhes artísticos que somente a telona do cinema poderá proporcionar uma diversão completa. Aliás, é bem disso que esse filme trata: “Trapaça”, como sugere o nome, é uma boa diversão, nada além disso.

SOCIEDADE DE EFEITOS VISUAIS:
Melhores Efeitos Especiais em Filmes com Efeitos Especiais Predominantes: Gravidade
Melhores Efeitos Especiais de Suporte: O Cavaleiro Solitário
Melhores Efeitos de Animação em uma Animação: Frozen: Uma Aventura Congelante
Melhor Personagem Computadorizado em um Filme Live-Action: Smaug, por O Hobbit: A Desolação de Smaug
Melhor Personagem Computadorizado em uma Animação: Rainha de Neve, de Forzen: Uma Aventura Congelante
Melhor Ambiente Criado para um Filme em Live Action: Exterior de Gravidade
Melhor Fotografia Virtual em um Filme Live-Action: Gravidade
Melhor Ambiente Criado para uma Animação: Palácio de Gelo de Elsa, de Frozen: Uma Aventura Congelante
Melhor Modelo em um Filme Live-Action: Gravidade – Interior da ISS
Melhor Efeito e Animação Simulada em uma Animação: A Nevasca de Elsa em Frozen: Uma Aventura Congelante
Melhor Efeito e Animação Simulada em um Filme Live-Action: Gravidade – Pára-quedas e Destruição da ISS
Melhor Composição em um Filme: Gravidade
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021. (ESPECIAL OSCAR 2014) ALÉM DA ESCURIDÃO: STAR TRAK, de J. J. Abrams

Uma excelente distração de sci-fi.
Nota: 8,5



Título Original: Star Trek Into Darkness
Direção: J. J. Abrams
Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Karl Urban, Simon Pegg, John Cho, Benedict Cumberbatch, Anton Yelchin, Bruce Greenwood, Peter Weller, Alice Eve, Noel Clarke, Nazneen Contractor, Amanda Foreman, Jay Scully, Jonathan Dixon, Aisha Hinds, Joseph Gatt, Jeremy Raymond, Tony Guma, Kimberley Arland, Sean Blakemore
Produção: J. J. Abrams, Bryan Burk, Alex Kurtzman, Damon Lindelof, Roberto Rci
Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman, Damon Lindelof e Gene Roddenberry (série para televisão)
Ano: 2013
Duração: 132 min.
Gênero: Ação / Aventura / Ficção

Para salvar a vida de seu melhor amigo, Spock, o Capitão Kirk acaba expondo sua nave, a Enterprise, a uma sociedade que mal descobriu a roda. Com isso, ao voltar para a Terra, ele perde seu posto como Capitão. Entretanto, a Frota Estrelar é atacada por John Harrison, um renegado, e muitos líderes acabam morrendo. Com a fuga de Harrison, Kirk é reconduzido ao posto de Capitão da Enterprise para capturar o criminoso em um planetoide dentro do Império Klingon sem que haja nenhuma menção de Guerra. Todavia, Kirk descobrirá que coisas muito mais complexas e perigosas aconteceram no passado e que a história de John Harrison está longe de ser apenas sobre um renegado revoltado com a Frota Estrelar.


Decididamente, filmes de ficção científica estão longe de ser os meus favoritos. Também não sou um grande fã de filmes de super-heróis. “Star Trek” é uma mistura de sci-fi com heróis. O Capitão James Kirk, o Comandante Spock, o dr. Leornard McCoy (Bones), a Tenente Nyota Uhura, o Tenente Scott e, até mesmo, John Harrison, cada um deles, à sua maneira, representa um tipo de herói. Seja para sua raça, seja para seus amigos, seja para a sociedade, ou para o público. Como todo filme do gênero, existe um vilão também. Aquele que deseja destruir alguma raça, ou humanidade, aquele homem  ou aquela mulher que passa por cima de tudo e todos por seus ideias ou desejos. Aqui, não é diferente. Não é uma grande revelação dizer que o vilão da vez, na realidade, é o Almirante Marcus, que descobriu, anos atrás, que Harrison vinha de uma raça extremamente forte e inteligente e resolveu usá-lo para adaptar o armamento da Frota Estrelar. Claro que o plano fugiu do controle do Almirante e, antes de fugir, Harrison deixou toda sua população à salvo no lugar mais inimaginável da terra. Revelar mais, aí sim, seria desagradável. Mas é sobre isso que o longa se sustenta e se torna um filme de ficção científica com “super-heróis” extremamente inteligente e agradável. Desde o princípio, já conferimos a amizade incomum ente Kirk e Spock, dois parceiros que não se intimidam em demostrar o que sentem um pelo outro – na realidade, Spock parece não possuir muitos sentimentos, mas chegará o momento em que até ele compreenderá a necessidade e beleza deles. Ainda relacionando-se a Spock, vemos o amor entre ele e a Tenente Uhura, claro que, um casal muito incomum, mas que prova que mesmo com as diferenças, o amor é possível. Temos, também, o exemplo de lealdade e humanismo encontrado em Harrison, uma criatura que arrisca a sua vida para salvar aqueles que ama: sua família, sua tripulação, sua raça. O Almirante Marcus, nesse contexto, é o retrato da ganância, da soberba, da luxúria, um homem que não respeita os limites nem a decência para conseguir o que quer. E, mais que tudo isso, temos a prova dada por Spock e Kirk, de que existem pessoas que permanecem dignas e inexpugnáveis frente às chantagens e ameaças.


Chris Pine é um daqueles tipos de atores potencial, ou seja, sempre vejo nele alguém que está prestes a nos trazer uma interpretação inacreditável. Aqui, ainda não temos essa atuação, mas ele sustenta com muita competência um dos personagens mais importantes da ficção científica da atualidade. Como o Capitão James Kirk, Pine mostra que o personagem é mais que um rostinho bonito: é um amigo leal, um Capitão justo, um profissional destemido e um homem digno. Aquele Kirk bon vivant dá espaço a um verdadeiro Capitão que tem por objetivo completar suas tarefas e fazer o melhor possível pela humanidade. Spock, é interpretado por Zachary Quinto na melhor atuação do longa. Quinto não expressa muitos sentimentos enquanto seu persongem passa por seu momento frio e inexpressivo, entretanto, Quinto muda de feição e muda Spock por completo quando passa por provações que colocam seus ideias em jogo. Zoe Saldana e Alice Eve são as mulheres da vez. Saldana é uma Uhura que conhece os defeitos e as qualidades de quem ela ama e está disposta a fazer os sacrifícios necessários por seu mundo. Eve vive Carol, a filha do Almirante Marcus, uma mulher muito mais digna que o pai, que prova, entre tantas boas mesagens, que quem sai aos seus, com a graça de Deus, pode degenerar. Por fim, Benedict Cumberbatch, que participa de quatro filmes indicados ao Oscar esse ano, vive Khan, um ser emblemático e misterioso como somente Cumberbatch pode ser. É curioso traçar um paralelo entre essa e outras interpretações do ator esse ano: aqui, ele vive um ser superior, que não se abala com nada, em “12 Anos de Escravidão”, ele é um bom fazendeiro que não se importa em ajudar os negros, em ‘Álbum de Família”, é um rapaz oprimido pelas louras da mãe, e, em “O Hobbit: A Desolação de Smaug” faz a voz de um dragão que está trancado há anos em uma caverna, onde repousa coberto por objetos de ouro.



Muitos cientistas acreditam que muito antes do final do século, o homem encontrará outros planetas com vida. Alguns supõe que pelo menos 12 planetas com condições semelhantes às do nosso podem ser descobertos pelo homem. E os números podem subir  a qualquer momentos. Essas suposições se tornam ainda mais animadoras para os homens e mulheres quando filmes de ficção científica são conferidos. “Star Trek” é um desses. Apesar de seres muito diferentes, o filme foca em seres humanos em um futuro próximo, onde galáxias estão em guerra, onde mundos são descobertos a todos os momentos. Indicado ao Oscar como melhores efeitos visuais – perderá para “Gravidade” -, o filme é um belo exemplo do que acredita-se ser possível no futuro. Apesar de não ser fã de longas que fazem tantas suposições acerca do amanhã e do que o Espaço reserva ao homem, confesso que “Além da Escuridão: Star Trek” vai além de um filme sobre o futuro, é um filme sobre a aceitação e convivência com diferenças, não importando de que planeta se venha.

VENCEDORES DO PRÊMIO DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE CINÉFILOS
Melhor Filme: Inside Llewyn Davis
Melhor Direção: Alfonso Cuarón, por Gravidade
Melhor Ator: Leonardo DiCaprio, por O Lobo de Wall Street, e Osacar Isaac, por Inside Llewyn Davis
Melhor Atriz: Adèle Exarchopoulos, por Azul é a Cor Mais Quente
Melhor Ator Coadjuvante: James Franco, por Spring Breakers
Melhor Atriz Coadjuvante: Léa Seydoux, por Azul é a Cor Mais Quente
Melhor Roteiro: Joel e Ethan Coel, por Inside Llewyn Davis
Melhor Filme Estrangeiro: Azul é a Cor Mais Quente
Melhor Cocumentário: Stories We Tell
Melhor Filme de Animação: Ernest e Celestine
Melhor Elenco: Inside Llewyn Davis
Melhor Fotografia: Emmanuel Lubezki, por Gravidade
Melhor Edição: Alfonso Cuarón e Mark Sanger, por Gravidade
Melhor Direção de Arte: K. K. Barrett, por Ela
Melhor Trilha Sonora: Win Butler e owen Pallett, por Ela
VENCEDORES DO PRÊMIO SATELLITE
Melhor Filme: 12 Anos de Escravidão
Melhor Direção: Steve McQueen, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Ator: Matthew McConaughey, por Clube de Compras Dallas
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto, por Clube de Compras Dallas
Melhor Atriz Coadjuvante: June Squibe, por Nebraska
Melhor Roteiro Adaptado: Steve Coogan e Jeff Pope, por Philomena
Melhor Roteiro Original: Eric Warren Singer e David O. Russel, por Trapaça
Melhor Filme Estrangeiro: Alabama Monroe
Melhor Filme de Animação: O Vento Está Soprando
Melhor Documentário: Blackfish – Fúria Animal
Melhor Trilha Sonora: Steven Price, por Gravidade
Melhor Canção Original: Young and Beautiful, de O Grande Gatsby
Melhor Fotografia: Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum
Melhores Efeitos Especiais: Gravidade
Melhore Direção de Arte: O Grande Gatsby
Melhor Figurino: The Invisible Woman
Melhor Edição: Trapaça
Melhor Som: Gravidade
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022. (ESPECIAL OSCAR 2014) NEBRASKA, de Alexander Payne

Uma verdadeira lição de vida dada pelos melhores professores do mundo.
Nota: 9,5


Título Original: Nebraska
Direção: Alexander Payne
Elenco: Bruce Dern, June Squibb, Will Forte, Bob Odenkirk, Stacy Keach, Mary Louise Wilson, Rance Howard, Tim Driscoll, Devin Ratray, Agela McEwan, Glendora Stitt, Elizabeth Moore, Kevin Kunkel, Dannis McCoig
Produção: Albert Berger, Ron Yerxa
Roteiro: Bob Nelson
Ano: 2013
Duração: 115 min.
Gênero: Comédia / Drama

Woody Grant recebe uma propaganda de uma editora que diz que ele ganhará um milhão de dólares caso o código escrito no papel seja um dos premiados. Convicto de que acaba de se tornar milionário, o idoso decide que, a qualquer custa, deixará o estado de Montada (EUA) e irá percorrer mais de 1500 quilômetros até Nebraska (também nos EUA) para receber sua fortuna. Para que o pai não vá sozinho, o jovem David decide levá-lo de carro. Entretanto, no meio do caminho, pai e filho terão de fazer uma parada na cidade em que Woddy cresceu, e, mais que lembranças, isso trará a inveja dos moradores do local.


Claro que David tenta explicar que tudo não passa de um engano, que Woody não ficou rico coisa nenhuma, mas quem daria ouvidos a uma coisa dessas depois de ouvir o que um homem está rico? Todos desconfiam que os filhos e a esposa de Woody estão apenas querendo pegar o dinheiro e sumir, sem que ninguém jamais os veja novamente. Assim, todos começam a inventar dívidas eternas que o patriarca dos Grant possuia para tentar arrancar um pouco de dinheiro dele. Para compreender um pouco essa decisão inesperada de Woody, vale a pena contextualizar a vida pessoal do homem. Após um relacionamento com uma jovem na adolescência, Woody optou por casar com Kate, mãe de seus filhos. Após o nascimento de Ross, o primogênito, o casal teve algumas compliacações e quase se separou. David veio depois. Após décadas casado com sua esposa, que já virou uma velha chata e insuportável, que diz o que quer e não se importa se o marido está feliz com aquilo ao não, Woody vê naquele cupom uma esperança que jamais vira sem sua vida. Nesse contexto, vale, também, lembrar que Woody é um homem bom, de índole boa. Um homem que “nunca negou um favor a ninguém”, como todos os seus conhecidos do passado gostam de apontar. O problema é que a vida de Woody se tornou algo chato, uma vida sem graça, restando apenas David e Ross para se viver. Os filhos, falando nisso, são dois opostos: enquanto David é um vendedor em uma loja de departamentos e vive um momento conturbado com sua ex-namorada, Ross é um jornalista bem sucedido que acaba de se tornar âncora de um jornal televisivo. Kate, por sua vez, é uma mulher um pouco agressiva, aquele tipo de idosa que fala o que vem à cabeça sem perceber que pode estar afetando pessoas a sua volta. Por fim, o protagonista, Woody, é um homem de idade avançada que já não tem mais o juízo de antes de ir para a guerra, um homem castigado pelo tempo que precisa apenas de uma boa motivação para viver.


Alexander Payne é diretor de três grandes filmes: “As Confissões de Schimidt” (2002), “Sideways – Entre Umas e Outras” (2004) e “Os Descentendes” (2011), todos indicados ao Oscar, e todos excelentes dramas familiares. Além de lembrarmos um pouco de cada um desses filmes maravilhosos, ao assitir “Nebraska” confesso ter recordado um pouco o longa “Pequena Miss Sunshine”, uma simpática produção independente que mostra a aventura de uma família que decide levar a filha para um concurso de dança. Talvez seja a temática de “pegar a estrada” para descobrir o quanto a família é importante e vale cada minuto (ou quilômetro). Os filmes de Payne, por sua vez, assemelham-se a esse por mais motivos além do enredo: a forma como o diretor gravou é muito parecida. Não me refiro ao preto e branco, e sim ao modo como tudo é mostrado do pelo diretor ao espectador. Somos levados para dentro da família dos Grant. As conversas, o cotidiano, os problemas, as verdades, os defeitos e qualidades dos membros dessa família são revelados. Assim como foi feito em seus filmes anteriores, o diretor expõe famílias que poderiam ser de qualquer outra pessoa no mundo. Quanto ao preto e branco, espere meia hora de filme e confira que, devido a uma edição ótima, uma fotografia fantástica e interpretações memoráveis, o colorido é totalmente dispensável. O roteiro de Bob Nelson pode ser, aparentemente, uma loucura, mas, aos poucos, tudo se encaixa e compreendemos que aquela viagem é muito mais que um capricho de um homem velho, é um pretexto para que as pessoas o notem e para que ele se sinta valorizado. Os diálogos são outro trunfo, pois se encaixam de forma tão agradável e ágil que é impossível não ficar ligado no filme para ver o que vem depois. Isso sem contar a construção dos personagens, um mais particular que o outro e todos muito parecidos.


Woody Grant é um idoso comum, um homem de idade avançada como qualquer outro, que tem suas manias e loucuras, mas que já passou por muitas coisas na vida. Viver um homem tão simples assim, sem muitas façanhas, sem dinheiro e sem histórias que o próprio julga não serem interessantes não é para qualquer um. Nossa sorte é que Bruce Dern não é qualquer um. Com uma atuação viva, real e tocante, Dern nos arranca lágrimas e suspiros por ser um homem tão bom, nos arranca, também, o medo de nos tornarmos como seu personagem: um homem que se sente fracassado e que não sabe mais se estar vivo ou morto fará diferença. June Squibb é outro presente que o longa nos traz. Vivendo a esposa Kate, é verdadeira e representa aquelas mulheres idosas que cansaram de ser tão perfeitas e decidiram levar sua vida com mais autonomia, sem se importar com o que os outros pensam. Squibb tem o dom de nos fazer odiar e amar Kate a cada cena que passa: ao mesmo tempo em que ela é uma mulher estúpida que debocha de Woody sempre que possível, ela é uma esposa amável que defende o marido a cima de tudo. Prova disso é a cena em que manda todos que querem o dinheiro que o marido ainda nem ganhou se f***, sabendo que não existe essa loucura de prêmio. Will Forte, por fim, completa a família de Woody. Forte é um homem com muitas frustrações, mas que não deixa de viver por causa disso, e o mais importante: um homem que ainda vive pelo pai e pela mãe. Diferente de Ross, David se importa mais com os pais que com ele mesmo. E Forte nos mostra isso e muito mais: mostra um filho corajoso que está disposta a passar por cima do que for para realizar o desejo do pai. Há anos, não víamos atuações masculinas tão boas no cinema, tanto que, apenas cinco indicados em cada categoria de atuações no Oscar foi pouco. Se fosse possível, assim como teria feito com a categoria de melhor ator, faria com a de melhor ator coadjuvante, atribuindo indicações a mais cinco feras: Chris Cooper (“Álbum de Família”), George Clooney (“Gravidade”), John Goodman (“Inside Llewyn Davis”), Thomas Bo Larsen (“A Caça”) e, sem dúvidas, Will Forte.


Apesar de poucos indicações ao Oscar, “Nebraska” conquistou espaço em algumas das mais importante. Para começar, como melhor filme. Ao lado de “12 Anos de Escravidão”, “Trapaça”, “Gravidade” e “O Lobo de Wall Street”, é um dos mais importantes por também estar na categoria de direção. Apesar de ser um filme bonito, inteligente, simples e muito simpático (e ainda”inovar” utilizando o preto e branco), o prêmio já está entre “12 Anos de Escravidão” e “Gravidade”. Payne, nesse contexto, é indicado em melhor direção, surpreendendo ao tomar o lugar de nomes importantes, como Woody Allen, Paul Greengrass e Spike Jonze. Apesar de gostar muito desses outros três diretores, confesso que sou conquistado por cada filme que assisto de Payne, e isso se deve à veracidade e à simplicidade de seus longas, que retratam nada mais que a vida nua e crua. E essa exposição se deve, também, o trabalho de Bob Nelson, indicado em melhor roteiro original, apesar de o favoritos serem “Trapaça” e “Ela”, “Nebraska” tem um dos melhores roteiros do ano. Bruce Dern é indicado como melhor ator por sua interpretação maravilhosa. Talvez por representar um homem tão decadente e depressivo que o ator tenha sido esnobado em muitas premiações, mas devo ressaltar que estar entre esses cinco já é uma honra imensa entre tantas grandes atuações masculinas no ano. June Squibb concorre como melhor atriz coadjuvante em uma categoria disputada por duas atrizes que poderiam ser duas netas, quiçá bisnetas: Jeniffer Lawrence (23 anos) e Lupita Nyong’o (30 anos). Apesar de fazer e acontecer no filme, chegando a levantar as saias em frente a um túmulo, a veterana, provavelmente, terá de se contentar apenas com a indicação. Por fim, Phedon Papamichael recebe a indicação de melhor fotografia, prêmio certo para Emmanuel Lubezki por “Gravidade”. De forma simples, afirmo que o longa, possivelmente, não levará nenhuma estatueta.



“Nebraska” não é apenas um filme bobo sobre um homem de idade avançada que envolve dezenas de pessoas em suas loucuras. É um longo sobre a velhice e sobre como chegar lá sem a preocupação de se tornar um fracasso e, por consequência, um fardo para os que o cercam. E não é apenas Woody que se tornou essa figura, seus amigos da juventude também o são, seus irmão também, seus sobrinhos parecem estar dispostos a isso, e até seus filhos parecem estar indo pelo mesmo caminho. E é por amá-los tanto e desejar que o ouçam que Woody inferniza a vida de todos para ir atrás desse prêmio. É como se, no final da vida, o homem quisesse recuperar o tempo perdido, a palavra não dita e flecha não lançada. Woody quer mostrar aos filhos que sempre é tempo para se tornar alguém e viver sua vida de forma real, sem se importar com os outros, apenas valorizando o melhor que Deus pode nos dar: os filhos. E se um homem como Woody Grant não pode fazê-lo, quem poderá?


VENCEDORES DA ASSOCIAÇÃO DE CRÍTICOS DE FILME DE IOWA
Melhor Filme: 12 Anos de Escravidão
Melhor Direção: Steve McQueen, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Ator: Chiwetel Ejiofor, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Atriz: Cate Blanchett por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: Michael Fassbender, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Atriz Coadjuvante: Lupita Nyong’o, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Documentário: 20 Feet From Stardom
Melhor Filme de Animação: Frozen: Uma Aventura Congelante
VENCEDORES DO PRÊMIO DA SOCIEDADE NACIONAL (EUA) DE CRÍTICOS DE FILME:
Melhor Filme: Inside Llewyn Davis
Melhor Direção: Joel e Ethan Coen, por Inside Llewyn Davis
Melhor Ator: Oscar Isaac, por Inside Llewyn Davis
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: James Franco, por Spring Breakers
Melhor Atriz Coadjuvante: Jennifer Lawrence, por Trapaça
Melhor Roteiro: Richard Linklater, Ethan Hawke e Julie Delpy, por Antes da Meia-Noite
Melhor Filme Estrangeiro: Azul é a Cor Mais Quente
Melhor Documentário: The Act of  Killing
Melhor Fotografia: Bruno Delbonnel, por Inside Llewyn Davis
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