Com enredo criativo e interpretações hilárias, a peça faz rir do
começo ao fim, mas também é uma ótima análise de vida. Em cartaz no Rio de Janeiro a partir de 15 de agosto no Teatro dos Grandes Atores, na Barra da Tijuca
Ficha Técnica*:
Elenco: Daniel Rocha, Anderson Di Rizzi e Hugo Bonemer
Texto e Direção: Marcelo
Serrado
Cenografia: Miguel
Pinto Guimarães
Direção Musical e Trilha sonora: Marcio
Tinoco
Figurinos: Carol
Lobato
Iluminação: Paulo
Denizot
Projeto Gráfico: Redondo
Estratégia + Design
Direção de Movimento: Marina
Salomon
Direção de Produção: Denise
Escudero
Assistente de Direção: Danilo
Watanabe
Assistente de Produção: Rodrigo
Becker
Assistente de iluminação: Daniel
Ramos
Produção e assessoria de imprensa: Barata Comunicação
Classificação etária: 16 anos
Duração: 80 minutos
Há muitos
séculos, o homem começou a evoluir. Ouvimos, em off, uma história sobre a
evolução humana na voz de ninguém mais, ninguém menos que José Wilker (há
também a participação em off de Françoise Forton, que interpreta a mãe de um
falecido amigo dos protagonistas). Ao mesmo tempo em que Wilker fala, três
macacos entram interagindo com a plateia. Eu e minha tia estávamos sentados na
primeira fileira do teatro, logo, encarei, aos risos, um desses macacos durante
alguns segundos enquanto um dos comediantes se aproximava de mim. E essa foi
minha reação na maior parte da peça: rir.
Isso, por que,
como mestres da comédia, Daniel Rocha, Anderson Di Rizzi e Hugo Bonemer
carregam o texto de Marcelo Serrado de forma maravilhosa. Em “A História dos
Amantes”, o trio dá vida a três homens completamente diferentes, mas grandes
amigos: um deles é o homem fiel, uma espécie quase em extinção de homens que
não traem suas esposas ou namoradas; outro é o homem ereto que acaba de voltar
de uma reabilitação em uma clínica onde estava Michael Douglas (claro, o vício
era o sexo); o último, o homem “ricardus” está entre seu amor por uma
prostituta e uma mulher casada, lutando contra uma profissão complicada e um
marido ciumento. O trio forma uma banda que parece ser péssima, mas que se
diverte de qualquer forma, o que dá chance para músicas ótimas que vão de
Chitãozinho e Chororó a Beatles, finalizando com Cazuza. Durante a peça, os
três homens, e apenas eles (contando com uma participação de um contra regra
engraçadíssimo), conversam sobre a vida, sobre dificuldades em relacionamentos,
relembram o passado e, principalmente, falam sobre mulheres. Daniel, Anderson e
Hugo interpretam os personagens centrais e, em alguns momentos bem específicos,
dão vidas às companheiras, justificando o porquê de seus problemas ou dúvidas.
Além disso, revelações sobre o passado vêm à tona, como acontecerá com qualquer
grupo de amigos que resolvam se reunir. Cada um dos atores apresenta um tipo de
personalidade e constrói personagens muito singulares. Ao longo, contando com
macacos, companheiras e outros, são mais de 15 personagens (dois deles
interpretados pelo contra regra e o restante pelo trio).
O texto de
Marcelo Serrado, que também assina a direção da peça, é uma verdadeira comédia.
Serrado não perde a oportunidade de fazer piadas e até chegou a adaptar um
pouco o texto para a cidade de Brasília, citando alguns lugares conhecidos da
capital brasileira. Ainda sobre o lado cômico do texto, é impossível não rir
com os atores, que parecem muito à vontade em seus personagens, brincando,
certas vezes, com o roteiro planejado. Erros ou confusões não são problemas por
aqui e poucas vezes vi três atores jovens improvisarem tão bem os momentos
embaraçosos de um ou outro. A forma como os personagens vão e vem, contando
suas histórias, é perfeita e não há um momento em que os flash-backs se percam.
E quando, no início do texto, disse que minha reação na maior parte da peça foi
rir, não estava querendo dizer que passei por momentos de indiferença: quando
não ria, refletia. E é aí que está o melhor de “A História dos Amantes”: ela
retrata a vida como ela é, mas não esquece de trazer um pouco de sarcasmo e
piadas inusitadas. Frases ou cenas prontas e conhecidas por cada brasileiro (ou
até cidadão de fora do país, como a referência ao filme “2001 – Uma Odisseia no
Espaço”), ou momentos totalmente originais que tenham surgindo na cabeça genial
de Marcelo Serrado (como a esposa gaúcha de Passo Fundo, cidade onde eu mesmo
morei dois anos), tudo na peça funciona de uma forma inacreditavelmente
inteligente e oportuna. A produção da peça é de Serrado, Eduardo Barata e
Denise Escudero.
Análise referente à peça apresentada na cidade de Brasília, Anderson Di Rizzi foi substituido por Bruno Gissoni na temporada carioca.
*Ficha técnica
retirada do site: http://teatrogt.com.br/cartaz/
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