quinta-feira, 14 de agosto de 2014

TEATRO: A HISTÓRIA DOS AMANTES, de Marcelo Serrado

Com enredo criativo e interpretações hilárias, a peça faz rir do começo ao fim, mas também é uma ótima análise de vida. Em cartaz no Rio de Janeiro a partir de 15 de agosto no Teatro dos Grandes Atores, na Barra da Tijuca


Ficha Técnica*:
Elenco: Daniel Rocha, Anderson Di Rizzi e Hugo Bonemer
Texto e Direção: Marcelo Serrado
Cenografia: Miguel Pinto Guimarães
Direção Musical e Trilha sonora: Marcio Tinoco
Figurinos: Carol Lobato
Iluminação: Paulo Denizot
Projeto Gráfico: Redondo Estratégia + Design
Direção de Movimento: Marina Salomon
Direção de Produção: Denise Escudero
Assistente de Direção: Danilo Watanabe
Assistente de Produção: Rodrigo Becker
Assistente de iluminação: Daniel Ramos
Produção e assessoria de imprensa: Barata Comunicação
Classificação etária: 16 anos
Duração: 80 minutos

Há muitos séculos, o homem começou a evoluir. Ouvimos, em off, uma história sobre a evolução humana na voz de ninguém mais, ninguém menos que José Wilker (há também a participação em off de Françoise Forton, que interpreta a mãe de um falecido amigo dos protagonistas). Ao mesmo tempo em que Wilker fala, três macacos entram interagindo com a plateia. Eu e minha tia estávamos sentados na primeira fileira do teatro, logo, encarei, aos risos, um desses macacos durante alguns segundos enquanto um dos comediantes se aproximava de mim. E essa foi minha reação na maior parte da peça: rir.


Isso, por que, como mestres da comédia, Daniel Rocha, Anderson Di Rizzi e Hugo Bonemer carregam o texto de Marcelo Serrado de forma maravilhosa. Em “A História dos Amantes”, o trio dá vida a três homens completamente diferentes, mas grandes amigos: um deles é o homem fiel, uma espécie quase em extinção de homens que não traem suas esposas ou namoradas; outro é o homem ereto que acaba de voltar de uma reabilitação em uma clínica onde estava Michael Douglas (claro, o vício era o sexo); o último, o homem “ricardus” está entre seu amor por uma prostituta e uma mulher casada, lutando contra uma profissão complicada e um marido ciumento. O trio forma uma banda que parece ser péssima, mas que se diverte de qualquer forma, o que dá chance para músicas ótimas que vão de Chitãozinho e Chororó a Beatles, finalizando com Cazuza. Durante a peça, os três homens, e apenas eles (contando com uma participação de um contra regra engraçadíssimo), conversam sobre a vida, sobre dificuldades em relacionamentos, relembram o passado e, principalmente, falam sobre mulheres. Daniel, Anderson e Hugo interpretam os personagens centrais e, em alguns momentos bem específicos, dão vidas às companheiras, justificando o porquê de seus problemas ou dúvidas. Além disso, revelações sobre o passado vêm à tona, como acontecerá com qualquer grupo de amigos que resolvam se reunir. Cada um dos atores apresenta um tipo de personalidade e constrói personagens muito singulares. Ao longo, contando com macacos, companheiras e outros, são mais de 15 personagens (dois deles interpretados pelo contra regra e o restante pelo trio).


O texto de Marcelo Serrado, que também assina a direção da peça, é uma verdadeira comédia. Serrado não perde a oportunidade de fazer piadas e até chegou a adaptar um pouco o texto para a cidade de Brasília, citando alguns lugares conhecidos da capital brasileira. Ainda sobre o lado cômico do texto, é impossível não rir com os atores, que parecem muito à vontade em seus personagens, brincando, certas vezes, com o roteiro planejado. Erros ou confusões não são problemas por aqui e poucas vezes vi três atores jovens improvisarem tão bem os momentos embaraçosos de um ou outro. A forma como os personagens vão e vem, contando suas histórias, é perfeita e não há um momento em que os flash-backs se percam. E quando, no início do texto, disse que minha reação na maior parte da peça foi rir, não estava querendo dizer que passei por momentos de indiferença: quando não ria, refletia. E é aí que está o melhor de “A História dos Amantes”: ela retrata a vida como ela é, mas não esquece de trazer um pouco de sarcasmo e piadas inusitadas. Frases ou cenas prontas e conhecidas por cada brasileiro (ou até cidadão de fora do país, como a referência ao filme “2001 – Uma Odisseia no Espaço”), ou momentos totalmente originais que tenham surgindo na cabeça genial de Marcelo Serrado (como a esposa gaúcha de Passo Fundo, cidade onde eu mesmo morei dois anos), tudo na peça funciona de uma forma inacreditavelmente inteligente e oportuna. A produção da peça é de Serrado, Eduardo Barata e Denise Escudero.
 Análise referente à peça apresentada na cidade de Brasília, Anderson Di Rizzi foi substituido por Bruno Gissoni na temporada carioca.

*Ficha técnica retirada do site: http://teatrogt.com.br/cartaz/


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