sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

039. 8 E ½, de Federico Fellini

Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro, o longa a borda as frustrações de um diretor de cinema e é uma das maiores obras da Sétima Arte.

Nota: DEZ


Título Original: 8½
Direção: Federico Fellini
Elenco: Marcello Mastroianni, Anouk Aimée, Claudia Cardinale, Sandra Milo, Rossella Falk, Barbara Steele, Madeleine Lebeau, Cateterina Boratto, Eddra Gale, Guido Alberti, Mario Conocchia, Bruno Agostini, Cesarino Miceli Picardi, Jean Rougeul, Mario Pisu
Produção: Angelo Rizzoli
Roteiro: Federico Fellini, Ennio Flaiano, Tullio Pinelli e Brunello Rondi
Ano: 1963
Duração: 138 min.
Gênero: Drama

Guido Anselmi é um grande diretor italiano que está em confusão com sua nova criação. Apesar de todos acreditarem que o gênio está com toda sua obra pronta na cabeça, Guido ainda nem tem ideia de que seu novo filme trata. Em meio as cobranças dos produtores, do roteirista e dos atores, o diretor relembra seu passado, desde sua infância, revelando suas experiências. Além disso, para tentar encontrar alguma inspiração, Guido viaja em seu próprio mundo onde mulheres e alucinações estão sempre presentes.


O italiano Fedrico Fellini é, até hoje, um dos maiores diretores da história do cinema, e, sem dúvida, um dos mais importantes do cinema europeu. O mestre foi indicado ao Oscar 12 vezes (duas por “8 e ½”), três ao BAFTA (venceu duas) uma ao Sindicato dos Diretores da América (por “8 e ½”) e recebeu homenagens honrosas por seu trabalho pelas mesmas premiações. Não é uma novidade Fellini se basear em sua própria vida para realizar um filme, e aqui não seria diferente. “8 e ½” é a realização mais autobiográfica que o diretor nos apresentou durante toda sua carreira. Para começar, temos a criase do protagonista: Guido está com 43 anos e isso começa a pesar em suas costas. O protagonista tem medo do que pode acontecer dali por diante e esse medo acaba refletindo em suas criações, ou melhor, na falta delas. Além disso, um tema recorrente nesse filme e em outros do diretor, as mulheres recebem um destaque realmente especial. Elas são parte integrante, necessária e insubstituível nas obras de Fellini. A cena de Anita Ekberg em “A Doce Vida” (1960), onde a atriz se banha na Fontana di Trevi em Roma imortalizou a dita fonte e tornou Anita uma das mulheres mais cobiçadas no mundo. Em “8 e ½” , Fellini expõe um literal harém de mulheres na telona. Em uma cena antológica, Guido chega em um local onde encontra todas as mulheres que algum dia desejou sexualmente. Entretanto, só é permitido ficar ao lado do gênio até uma determinada idade, passado o tempo deve-se contentar em permanecer apenas na memória. Revoltada com o regulamento, uma vedete inicia uma espécie de motim contra Guido, mas, rapidamente, o diretor controla toda a emoção com um chicote e “coloca as mulheres em seu devido lugar”, obrigando-as a aceitar a situação em que vivem. Guido, nesse contexto, acaba revelando que uma mulher apenas não é suficiente para satisfazer suas necessidades.


A intenção de Guido, ao realizar seu novo filme, era iniciar uma nova fase em sua carreira, deixando de lado suas perturbações, angútias e dúvidas em relação à vida profissional e à pessoal. “8 e ½” foi um marco para o cinema e para a carreira de Fellini. Apartir desse filme, o diretor passou a realizar grandes produções, onde a fantasia, o surreal e a imaginação se fundem com a realidade trazida de seus antigos filmes, apresentando ao espectador a perfeita definição da realidade fantástica subjetiva. A grandiosidade dos cenários expostos são uma ode à estética e nos relembram o barroco onde importantes obras da história italiana foram construídas. Além disso, tais monumentos e a construção da tal espaçonave para o novo filme que nem existe nos fazem questionar sobre até onde o ego do protagonista pode ir, mesmo quando ele se encontra em uma crise de inspiração. A trilha sonora composta por Nito Rota é uma das mais brilhantes de sua carreira. Parece que as músicas do filme se entrelaçam com as cenas, tornando a trilha pontual e bem marcada em relação aos movimentos e até mesmo aos sentimentos que os personagens expressam. Em especial, Rota não deixa o espectador esquecer da confusão que se encontra a cabeça de Guido, os sonhos se tornam cada vez mais reais e as lembranças ganham espaço em um presente perturbador e angustiante.


Não sei se o motivo é o talento ou a afinidade com o diretor, mas jamais fui capaz de imaginar outro ator para interpreta Guido que não fosse Marcello Mastroianni. O italiano possui uma invejável lista de 144 títulos em 72 anos de vida (58 de carreira), com três indicações ao Oscar, seis ao Globo de Ouro (venceu duas ) e mais de vinte prêmios recebidos em seu país natal. O ator é intenso do começo ao fim do drama e conquista a proeza de fazer com que o espectador se sinta como Guido em determinadas cenas. Se Guido se sente sufocado, também nos sentimos sufocados, se Guido sente vontade de gritar pela confusão que virou sua vida, sentimos a mesma vontade por qualquer motivo inexplicável, se Guido se distrái e não escuta o que os outros estão ouvindo por estar pensando em alguma coisa, distraímo-nos imaginando o que se passa pela cabeça do gênio. Em resumo, Mastroianni apresenta a representação da dúvida, do medo da indignação, da estagnação e da frustração vivenciadas por Guido Anselmi.


As mulheres de Guido, pelas quais o diretor está tão dividido são interpretadas por excelentes atrizes. Anouk Aimée é a esposa Luisa, a única pessoa capaz de inspirar Guido e deixá-lo sóbrio; Aimée é a esposa traída que ama o marido demais para deixá-lo, a esposa inconformada que finge satisfação, é a mulher sóbrea que carrega nas costas os problemas do marido e, apesar de infeliz na maior parte do tempo, vive pelo marido. Carla, a fuga do diretor representada pela amante, é vivida por Sandra Milo, a atriz nos traz uma personagem bela, fogosa e intensa, mas um pouco apagada para uma amante sensual. Saraghina, a prostituda da infância de Guido, é interpretada por Eddra Gale, a atriz, com sua sensualidade e naturalidade, faz a personagem representar a descoberta da masculinidade e inicialização do homem. Por fim, Claudia Cardinale é a atriz Claudia, a musa de Guido, a idealização da mulher perfeita para o diretor, Claudia, a atriz, como sempre, é sensual de forma natural, ou seja, não é vulgar, mas conquista a todos.


Um homem dentro de um carro consome o oxigênio disponível de forma gradual e começa a se contorcer, tentando abrir os vidros e sair do automóvel. Ao seu redor estão outros carros com homens e mulheres que assistem ao fim do indivíduo. Essa é a cena incial de “8 e ½” e com ela já podemos imaginar o que está por vir. O homem dentro do carro é Guido, e o carro é a vida de Guido. O desespero toma conta do homem em um dos filmes mais artísticos e expressivos do cinema nos revelando as dificuldade de se realizar um filme. No desfecho do longa, entretanto, outra surpresa. No auge do fracasso de Guido, em mais uma cena antológica, bela e, por que não, inspiradora, Guido sente novamente o prazer inigualável de ver o suposto elenco do longa ao seu lado e poder sentir que ainda é o diretor de seu filme. Mais que isso, Guido ve personagens do passado e do presente do próprio eu, revelando-nos uma certeza: Guido ainda é e sempre será o diretor de sua vida.



VENCEDORES DO PRÊMIO DOS CRÍTICOS DE FILME DE CHICAGO
Melhor Filme: 12 Anos de Escravidão
Melhor Direção: Steve McQueen, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Ator: Chiwetel Ejiofor, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Atriz:  Cate Blanchett, por Blue Jasmine

Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto, por Dallas Buyers Club
Melhor Atriz Coadjuvante: Lupita Nyong'o, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Roteiro Original: Spike Jonze, por Her
Melhor Roteiro Adaptado: John Ridley, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Documentário: The Act of Killing
Melhor Filme de animação: The Wind Rises
Melhor Trilha Sonora: Arcade Fire, por Her
Melhor Fotografia: Emmanuel Lubezki, por Gravidade
Melhor Edição: Alfonso Cuaron & Mark Sanger, por Gravidade
Melhor Direção de Arte: Mark Scruton/Andy Nicolson, por Gravidade
Melhor Atuação Promissora: Adele Exarchopoulos, por Blue is the Warmest Color

Melhor Direção Promissora: Destin Cretton, por Short Term 12

VENCEDORES DO PRÊMIO DOS CRÍTICOS DE FILMES DE AUSTIN
Melhor Filme: Ela (Spike Jonze)
Melhor Direção: Alfonso Cuaron, por Gravidade
Melhor Ator: Chiwetel Ejiofor, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Atriz: Brie Larson, por Short Term 12
Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto, por Dallas Buyers Club
Melhor Atriz Coadjuvante: Lupita Nyong’o, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Roteiro Original: Spike Jonze, por Ela

Melhor Roteiro Adaptado: John Ridley, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Fotografia: Emmanuel Lubezki, por Gravidade
Melhor Trilha Sonora: Arcade Fire, por Ela
Melhor Filme Estrangeiro: Azul é a Cor Mais Quente
Melhor Documentário: The Act of Killing
Melhor Filme de Animação: Frozen
Melhor Primeiro Filme: Ryan Coogle, por Fruitvale Station
Revelação: Brie Larson, por Short Term 12
Prêmio Honorário Especial: Scarlett Johansson, por sua interpretação de voz em Ela

Top 10 AFCA 2013:
1. Ela; 2. 12 Anos de Escravidão; 3. Gravidade; 4. O Lobo de Wall Street; 5. Inside Llewyn Davis; 6. ; Short Term 12; 7. Mud; 8. Depois da Meia Noite; 9. Clube de Compras Dallas; 10. Capitão Phillips
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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

040. MARNIE, CONFISSÕES DE UMA LADRA, de Alfred Hitchcock

A última obra do mestre do cinema foi um dos melhores filmes de seu ano.
Nota: 9,6


Título Original: Marnie
Direção e Produção: Alfred Hitchcock
Elenco: Tippi Hedren, Sean Connery, Diana Baker, Martin Gabel, Louse Latham, Bob Sweeney, Milton Selzer, Alan Napier, Hanry Beckman, Edith Evanson, Mariette Harltey, Bruce Dern, S. John Launer, Meg Wyllie
Roteiro: Jay Presson Allen e Wiston Graham (romance)
Ano: 1965
Duração: 130 min.
Gênero: Thriller / Drama

Marnie é uma bela jovem que possui uma estranha mania: ela rouba, e o faz de forma perfeita. Entretanto, após passar a perna em seu patrão e fugir, Marnie começa a trabalhar para Mark Rutland, um rico empresário. É claro que Marnie está decidida a roubar o novo patrão, mas Mark acaba descobrindo as intenções da bela e, para tentar descobrir o que aconteceu em sua vida, a convence a se casar com ele. Após o casamento, Marnie apresenta estranhos quadros de saúde mental, e Mark decide descobrir o que aconteceu com essa ladra que se tornou o amor de sua vida.


Alfred Hitchcock foi um dos diretores de maior destaque na história do cinema. Poucos mestres da Sétima Arte foram tão perfeitos em representar os medos na telona. Famoso por uma das cenas mais interessantes o cinema, aquela em que Marion Crane é assassinada no chuveiro do enigmático Motel Bates, em sua fase americana, Hitch explorou diversos temas, dois dos principais foram os medos e traumas e confusão da identidade. Em “Marnie”, a protagonista junta tudo isso. É, claramente, perturbada por algum episódio que lhe ocorreu na infância, algum trauma inimaginável que nos será revelado com o passar do tempo. Além disso, a protagonista mescla seu lado ladra com seu lado apaixonada; ela está louca de amores pelo homem que virá a ser seu marido, porém, ao mesmo tempo, não consegue deixar seu vício de lado e insiste em roubá-lo. Existem poucos diretores que conseguem contrastar cores em cenas improváveis e fazer com que o efeito seja positivo para o propósito pretendido. Hitchcock é um deles. Em uma cena inesquecível, Marnie relembra o que ocorreu, e o diretor nos mostra, mais uma vez, como se faz uma cena de revelação que deixe o espectador na ponta da poltrona e que não o deixe esquecer jamais do que viu.
Por fim, a trilha sonora é do fantástico Bernard Herrmann, mesmo compositor de “Psicose” (1960), “Um Corpo que Cai” (1958) e “O Homem que Sabia Demais” (1956), ambos de Hitchcoock. Herrmann trabalhou em cinema e televisão e em nenhum de seus trabalhos decepicinou, aqui não é diferente: cada composição é perfeita e parece caber na cena como uma mão em sua luva. É, também, a trilha sonora da cena das revelações do passado de Marnie que constrói a cena e a torna tão bela, enigmática, inesperada e antológica. Vale destacar a primeira cena do longa: a câmera foca em um objeto amarelo que para uns tem aspecto de uma boca, para outros de uma vagina, a câmera vai se afastando a medida que a personagem segue em frente. Marnie está em uma estação, segurando apenas a controvérsia bolsa e uma mala e está morena, não loira. A cena se tornou um marco no cinema e chega a ser citada como uma das mais importantes na carreira do diretor, e, sem dúvida, diz muito sobre o que veremos durante todo o filme.



A primeira escolha do diretor para viver a protagonista foi a atriz Grace Kelly, que recusou pois o principado de Mônaco não achava digno ver sua princesa interpretando uma ladra, a Paramount sugeriu a Hitch que ele chamasse a americana Lee Remick, Eva Marie Saint e Susan Hampshire perseguiram o papel, mas não obtiveram sucesso. Foi escolhida, então, a estrela do longa “Os Pássaros” (1962), também de Hitchcock, para viver o papel. Tippi Hedren ficou, dessa forma, eternizada no cinema por esse dois trabalhos com o mestre do suspense. Como Marnie, Tippi está fantástica, uma verdadeira diva da era de ouro de Hollywood: classuda, sexy, inteligente e bela. A personagem construída e apresentada pela atriz condiz com os atributos físicos da diva, mas ocorre algo ainda mais belo: sentimos pena de Marnie e torcemos por ela. O clássico anti herói vivido por personagens como Macunaíma no Brasil e outros ladrões no restante do mundo é transferido para uma mulher, Hedren nos faz torcer por ela o tempo todo, queremos que ocorra tudo bem com ela em qualquer situação. Por fim, Tippi atinge a perfeição ao fazer o que Alfred Hitchcock fez toda a vida: nos deixa curiosos, atentos e loucos por saber quais são os segredos de sua personagem. Sean Connery foi um dos atores mais sexys e belos de sua época no cinema, além disso foi um dos grandes atores de seu tempo. Como Mark Rutland ele é firme e não deixa que a moça por quem se apaixona vá embora apenas por ser misteriosa e ter seus defeitos. Talvez essa seja, em meio a tanto terror dos filmes de Hitchcock, a maior representação do amor no cinema. Connery nos traz um homem apaixonado que não se torna cego: Mark quer saber por que Marnie se tornou tão traumatizada, e a beleza está exatamente nisto, ele vai até o fundo para que sua amada esposa vença seus medos.

“Marnie” é, como a maioria dos filmes do mestre Alfred Hitchcock, uma lição para qualquer cineasta e um louvor a qualquer crítico. Além disso, é um longa que, mais uma vez, inova o cinema da época. Marnie, a protagonista, quebra tabus trazendo uma mulher como ladra e trazendo um homem que corre atrás do passado da eposa para resolver seus traumas e problemas psicológicos. A direção de Hitch, a perfeição do roteiro (escrito com grandes diálogos e grandes cenas), a trilha de Herrmann, as interpretações e os experimentos técnicos do diretor são os ingredientes dos principais longas de Alfred Hitchcock. “Marnie” foi, sem dúvida, a última grande obra do mestre do suspense e não é apenas por isso que merece ser assistido, merece ser visto pois, em uma arte como o cinema, que possui pouco mais de cem anos, é, sem dúvida, um dos melhores filmes do ano de 1964.


VENCEDORES DO PRÊMIO DA ASSOCIAÇÃO DE CRÍTICOS DE FILMES DE WASHINTON D.C.
Melhor Filme: 12 Years A Slave
Melhor Direção: Alfonso Cuarón, por Gravidade
Melhor Ator: Chiwetel Ejiofor, por 12 Years A Slave
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto, por Dallas Buyers Club
Melhor Atriz Coadjuvante: Lupita Nyong’o, por 12 Years A Slave
Melhor Elenco: 12 Years A Slave
Melhor Jovem Intérprete: Tye Sheridan, por Mud
Melhor Argumento Adaptado: John Ridley, por 12 Years A Slave
Melhor Argumento Original: Spike Jonze, por Her
Melhor Filme de Animação: Frozen
Melhor Documentário: Blackfish
Melhor Filme Estrangeiro: The Broken Circle Breakdown (Bélgica)
Melhor Direção de Arte: O Grande Gatsby
Melhor Fotografia: Gravidade
Melhor Montagem: Gravidade
Melhor Banda Sonora Original: Hans Zimmer, por 12 Years A Slave
Prémio Joe Barber para o Melhor Retrato de Washington DC: The Butler

VENCEDORES DA SOCIEDADE DE CRÍTICOS DE FILME DE BOSTON
Melhor Filme: 12 Years a Slave
Melhor Direção: Steve McQueen, 12 Years a Slave
Melhor Ator: Chiwetel Ejiofor, por 12 Years a Slave
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: James Gandolfini, por Enough Said
Melhor Atriz Coadjuvante: June Squibb, por Nebraska
Melhor Roteiro: Nicole Holofcener, por Enough Said
Melhor Fotografia: Emmanuel Lubezki, por Gravidade
Melhor Documentário: The Act of Killing
Melhor Filme Estrangeiro: Wadjda
Melhor Filme de Animação: The Wind Rises
Melhor Edição: Daniel P. Hanley e Mike Hill, por Rush
Melhor Primeiro Filme: Ryan Coogler, por Fruit Station
Melhor Elenco: Nebraska
Melhor Canção: Iside: Llewyn Davis

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sábado, 30 de novembro de 2013

041. UM SALÃO DO BARULHO, de Bille Woodruff

Distrai pela simpatia de Queen Latifah e pela originalidade
Nota: 6,0


Título Original: Beauty Shop
Direção: Bille Woodruff
Elenco: Queen Latifah, Alicia Silverstone, Adie MacDowell, Alfre Woodard, Mena Suvari, Della Reese, Golden Brooks, Bryce Wilson, Laura Hayes, Paige Hurd, Pouco JJ, LisaRaye, Keshia Cavaleiro Pulliam, Sherri Shepherd, Kimora Lee Simmons, Kevin Bacon, Jim Holmes
Produção: aShakim Compere, David Hoberman, Queen Latifah, Robert Teitel e George Tillman Jr.
Roteiro: Elizabeth Hunter, Kate Lanier e Norman Vance Jr.
Ano: 2005
Duração: 105 min.
Gênero: Comédia

Gina Norris é uma mulher decidida e batalhadora que trabalha como cabeleireira no salão de Jorge. O marido de Gina morreu há um tempo e ela, a sogra, a cunhada e a filha vivem juntas. Apesar de poder pagar um bom colégio para a filha e ter uma vida tranquila, Gina é humilhada por Jorge o tempo todo. Certo dia, após um desentendimento, Gina pede demissão do salão e vai constrir a prórpia vida. Nesse contexto, ela compra um salão em um bairro simples, reforma-o e começa a trabalhar e ganhar seu próprio dinheiro, dando uma reviravolta em sua vida e nas vidas de todos os que a cercam.
Em filmes como esse, esperamos que alguém chegue de forma muito chata e coloque toda a construção dos sonhos da protagonista a perder. É claro que, em um dado momento, Jorge se revoltará com o sucesso de sua ex empregada e irá aprontar alguma, mas isso demora tanto a acontecer e é algo tão rápido e insignificante para o contexto em geral da trama, que nem importa muito. O que quero dizer, é que, mesmo com a presença de clichês, o longa não traz uma briga idiota entre dois donos de salões que farão de tudo para acabar um com o negócio do outro. A reação de Jorge é apenas um ataque histérico a que muitas pessoas do ramo estão expostos. Enfim, o longa deixa o clichesismo de lado na maior parte do tempo e nos apresenta algo interessante por termos uma negra crescendo de forma honesta nos EUA, sem deixar o otimismo e a modéstia de lado. Bille Woodruff, também um negro, dirigiu algumas personalidades do show buzz em alguns clipes, como: Britney Spears, Toni Braxton, Céline Dion e R. Kelly; ainda liderou um dos primeiros longas de Jessica Alba no cinema, “Honey – No Ritmos dos Seus Sonhos” (2003). O filme, como um todo, é simples, afinal, se passa em locais simples com muita gente descontraída em volta. A composição do salão de Jorge se contrapõe a toda a descontração e nostalgia do salão de Gina e a simplicidade e simpatia da protagonista dão um tom mais real ainda à trama. Além das musicais muito características, é interessante ver algumas manias que podemos atribuir a personagens características dos filmes: os negros. Entre eles, os personagens não tem problema em usar alguns termos pejorativos e todos usam gírias que poucas pessoas, a não ser eles, compreendem totalmente; uma das cabeleireiras do salão de Gina, por exemplo, usa roupas com estampas de tigre para lembrar o povo africano, uma radialista, por sua vez, fala abertamente sobre seu relacionamento e usa palavras muito características; o sotaque de todos é outra particularidade e a referência à Oprah Winfrey apenas deixa claro o orgulho de ser negro em um país de brancos.


Já expressei o quanto gosto de Queen Latifah, além de ser uma atriz de talento, a mulher é simpática, muito carismática e nunca deixou suas origens de lado, mesmo tendo se tornando um dos maiores ícones modernos dos EUA. Acho interessante como suas personagens possuem tantas semelhanças e, mesmo assim, Latifah consegue diferenciar cada uma delas de alguma forma única. Aqui, traz a maternidade a sua protagonista e o certo anseio para que tudo o que ela está fazendo de certo e para que nada seja posto a perder. Além de Latifah, o resto do elenco é pouco conhecido logo de cara, com exceção de Alicia Silverstone, vinda diretamente de “As Patricinhas de Beverly Hills” (1995) para interpretar Lynn, a única branca entre todas as cabeleireiras do novo salão de Gina, mesmo não sendo negra, porém, Lynn deseja se encaixar entre as novas colegas de trabalho e, de forma determinada e engraçada, Silverstone vai adquirindo características e costumes dos negros do bairro. Indicada ao Oscar por “Retratos de Uma Realidade” (1983) e vencedora de 1 Globo de Ouro, 3 prêmios do Sindicato dos Atores e 4 Emmys Alfre Woodard é a ótima Sra. Josephine, a mais velha das cabeleireiras, uma mulher supersticiosa e muito engraçada. A naturalidade de Woodard e sua simplicidade são uma das melhores coisas de todo o filme, pois acaba compondo uma personagem perfeita para o contexto do longa. Para viver a filha de Gina, a pequena Paige Hurd intepreta uma menina sonhadora que sente saudades do pai, mas insiste em ser pianista para fazer jus a honra do homem que a trouxe ao mundo e sabe que a mãe deve encontrar um companheiro legal e digno. Para completar o elenco feminino estão Serri Shepherd e Seryl Underwood, ambas duas negras com muito fogo, uma é cabeleireira no salão e outra é a tal radialista. Para compor o elenco masculino temos outro destaque infantil: Pouco JJ, que faz um jovem um pouco abusado que quer ser rapper e tem a mania de dar em cima de todas mas mulheres do bairro; Bryce Wilson, o único cabeleireiro do local, James, um homem sensível que todas pensam ser homossexual; e, por fim, Djimon Hounsou, que interpreta o futuro companheiro de Gina, Joe – vale lembrar que o ator já participou de mais de uma dezena de filmes e séries conhecidas no mundo todo.

“Um Salão do Barulho” pode parecer apenas mais uma dessas comédias de Sessão da Tarde para assistirmos se não tivermos mais nada o que fazer. O filme não é nenhuma obra prima, mas comédias decentes e com roteiros bem estruturados como essa são tão raras no cinema, que vale a pena assistir a esse longa. Além disso, as atuações são engraçadas e a mensagem de persistência que ele passa deve ser vista como mais um trunfo para deixar o filme bom. Para completar, não há nenhuma tentativa de elevar o negro como superior ao branco, ou exigir que os negros sejam tratados de forma mais digna. Aqui todos estão conformados com sua situações, apenas desejam seguir suas vidas de forma agradável e divertida. Certamente, se Barack Obama tivesse sido eleito presidente dos EUA antes desse filme ser realizado, seu nome seria mencionado aqui, não como um exemplo de superação, e sim de forma engraçada, lembrando que, assim como Oprah Winfrey, ninguém é melhor que ninguém e que não há necessidade alguma de que negros sejam postos a frente de qualquer outro ser humano.




VENCEDORES DO CÍRCULO DE CRÍTICOS DE FILMES DE NOVA YORK
Melhor Filme: Trapaça (American Hustle)
Melhor Diretor: Steve McQueen, por 12 Yers a Slave
Melhor Roteiro: Eric Singer e David O. Russell, por Trapaça
Melhor Ator: Robert Redford, por All is Lost
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto, por Dallas Buyers Club
Melhor Atriz Coadjuvante: Jannifer Lawrence, por Trapaça
Melhor Diretor de Fotografia: Bruno Delbonnel, por Inside Llewin Davis
Melhor Filme de Animação: The Wind Rises
Melhor Documentário: Stories We Tell
Melhor Filme Estrangeiro: Blue is the Warmest Color
Melhor Primeiro Filme: Ryan Coogler, por Fruitvale Station
Prêmio Especial: Frederick Wiseman


VENCEDORES DO NATIONAL BOARD OF REWIEW AWARDS
Melhor Filme: Her
Melhor Direção: Spike Jonze, por Her
Melhor Ator: Bruce Dern, por Nebraska
Melhor Atriz: Emma Thompson, por Saving Mr. Banks
Melhor Ator Coadjuvante: Will Forte, por Nebrasca
Melhor Atriz Coadjuvante: Octavia spencer, por Fruitvale Station
Melhor Roteiro Original: Joel e Ethan Coen, por Inside Llewyn Davis
Melhor Roteiro Adaptado: Terence Winter, por O Lobo de Wall Street
Melhor Filme de Animação:
Melhor Estréia na Direção: Ryan Coogler, por Fruitvale Station
Melhor Filme Estrangeiro: The Past
Melhor Documentário: Stories We Tell
Melhor Elenco: Prisoners
Melhor Inovação: Gravidade
Prêmio especial: Colaboração entre Martin Scorsese e Leonardo DiCaprio



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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

042. LINHA DE PASSE, de Walter Salles e Daniela Thomas

A realidade brasileira revelada de forma nua e crua em mais um grande filme nacional.
Nota: 9,5


Título Original: Linha de Passe
Direção: Walter Salles e Daniela Thomas
Elenco: Sandra Corveloni, João Baldasserini, Vinícius de Oliveira, Geraldo Rodrigues, Kaique Jesus Santos, Roberto Audi, Denise Weinberg, Ana Luiza Garritano, Sérgio Mastropasqua, Renata Novaes, Mário César Camargo, Gabriela Rabello, Rafael Losso, Almir Barros
Produção: Mauricio Andrade Ramos, Walter Salles, Daniela Thomas, Rebecca Yeldham
Roteiro: George Moura, Daniela Thomas, Bráulio Mantovani
Ano: 2008
Duração: 113 min.
Gênero: Drama

Cleuza é uma empregada doméstica residente do subúrbio de São Paulo que tem quatro filhos e está a espera de mais um. Dênis já tem um filho e ganha a vida se arriscando nas ruas como motoboy para tentar dar um futuro digno para sua família. Dario é um jovem de apenas 18 anos que começa a se preocupar com sua idade pois deseja se tornar um jogador de futebol. Dinho é um rapaz que já aprontou as suas, mas se tornou um garoto religioso e entregou sua vida a Deus. Reginaldo, o mais novo, tem apenas uma preocupação na vida: encontrar seu pai. Juntos, eles formam uma família brasileira que luta por uma vida melhor e pela realização de seus sonhos.


Walter Salles e Daniela Thomas vem de famílias ricas, tiveram excelente edução e conheceram a fama desde jovens. Entretanto, isso não quer dizer que qualquer um dos dois comprometa esse filme, que expõe a realidade de brasileiros pobres e sem oportunidade alguma. Muito pelo contrário, a contextualização proporcionada pelo enredo exige que a dupla apresente ao público um filme real, sem enrolação e que mexa no mais profundo subconsciente de qualquer pessoa. E, satisfatoriamente, afirmo: eles obtêm exito impressionante nessa tarefa. São Paulo é explorada, por eles, de forma singular: mostram a boa vida da patroa de Cleuza, que, apesar de ser trabalhadora, está longe de encontrar as dificuldades da empregada; mostra alguns momentos dos cultos da igreja frequentada por Dinho e a dificuldade de ser um “homem de Deus” em locais mais pobres devido ao preconceito; traz as realidades das ruas de São Paulo quando Dênis dribla os carros e o tempo para trabalhar; revela os problemas e as dificuldades de um jovem pobre em conseguir entrar em um time de futebol para realizar o tão comum sonho de ser um jogador de futebol no país do futebol; e revela algumas curiosidades sobre a busca de um pequeno garoto atrás de seu pai.


Em meio a tudo isso, o roteiro nos mostra a preocupação, o zelo e o orgulho que Cleuza tem de seus filho. Ainda nesse contexto, vemos o respeito e o amor que esse quatro homens (e digo homens, pois na situação em que essa família vive, até mesmo o pequeno Reginaldo já teve de se tornar um homem) nutrem por sua mãe, mesmo com alguns momentos de má criação. Em uma das cenas mais interessantes do longa, Dênis segue dois rapazes que roubaram a bolsa de uma mulher e pega a bolsa do lixo para presentear sua mãe. Apesar de ser algo errado, é bonito ver como um filho deseja fazer a mãe feliz, o que mostra o reconhecimento pelos esforços de Cleuza.


Sandra Corveloni arrebatou a todos no Festival de Cannes de 2008 e levou o prêmio de melhor atriz por seu trabalho como Cleuza. Não há como negar: o trabalho de Sandra merece todos os aplausos e congratulações possíveis, afinal, poucas atrizes interpretam uma mãe com tanta convicção e beleza quanto ela. E ainda não estou falando sobre a interpretação de uma mulher de classe baixa, me refiro apenas à sua atuação como mãe, como uma mulher que se vira como pode para criar os filhos. Sem restrições ou comparações, Cleuza ama seus filhos e quer o melhor para eles, a dureza com a qual Sandra apresenta sua personagem é só para lembrar que ela é mãe e pai (como a própria personagem aponta em uma cena belíssima). Quanto ao lado financeiro, Sandra nos mostra que uma mãe está aí para o que der e vier e que apenas elas são capazes de dar suas vidas pelos filhos, não importa o que tenha de ser feito, não importa os riscos vitais que elas corram.


Dênis é interpretado por João Baldasserini, que nos apresenta um jovem emotivo que espera por algo melhor na vida, que batalha para dar um futuro melhor a sua família. Ainda vemos, graças a atuação de Baldasserini, a dificuldade em um jovem expor seus sentimentos e assumir, definitivamente, a paternidade de seu filho. Por fim, ainda somos expostos aos desejos e aos impulsos que apenas jovens possuem. Vinícius de Oliveira é o jogador Dario, talvez o personagem que mais reflete o jovem brasileiro de classe baixa que sabe que, de todas as maneiras possíveis, a forma mais fácil e palpável de se conseguir dinheiro e fama é se tornar um jogador de futebol, afinal, estamos no país movido por tal esporte. A beleza da atuação de Vinícius está, justo, na forma como ele apresenta um garoto determinado e esforçado. Aliás, o esforço e a determinação são qualidades encontradas em todos os personagens desse longa, em Dinho, interpretado por Geraldo Rodigues, são encontradas pela força de sua fé e de sua vontade de ser um homem devoto e digno de receber o apoio divino. Rodrigues nos apresenta um jovem que, provavelmente, já fez algumas besteiras na vida, mas se acaba por ser como a marca do arrependimento. O jovem Reginaldo é interpretado de forma maestral por Kaique Jesus Santos, que nos mostra um menino que possui um sonho simples: encontrar seu pai biológico. O senho de Reginaldo é algo puro, simples e extremamente natural. Ele representa uma parcela da sociedade da classe baixa brasileira que acaba vivendo sem a presença do pai, seja por motivos naturais ou não.



O quinteto formado por Corveloni-Baldasserini-de’Oliveira-Rodrigues-Santos é um deleite para qualquer cineasta ou para qualquer cinéfilo. Sem exceção, os cinco são extremamente competentes e nos conquistam a cada frame do longa. Com o passar da história, mesmo que agindo de forma errada, torcemos para que os personagens consigam o que querem. Não que em algum momento algum deles represente o anti-herói que Macunaíma representou no Modernismo, por exemplo, longe disso. Eles representam a sociedade que, como vemos em “Cidade de Deus”, foi esquecida e deixada de lado. São o povo, a massa de nosso país. Seres humanos como qualquer um de nós, que lutam para sobreviver e visam um futuro mais digno e decente. Mas que, até atingir tal futuro, não medem esforços para poder colocar o pão em cima da mesa e não deixar que sua família seja dispersada. E talvez, esses deslizes e desafios expostos, todos eles mostrados como acidentes necessários, ou seja, erros impostos e não escolhidos pelos personagens, que fazem com que a família se una de forma calorosa e amável. E é essa união que faz com que nos motivemos e que nos apaixonemos por esses personagens, afinal, eles não são apenas eles, e sim a representação de uma sociedade largada è própria sorte, nossa sociedade.





VENCEDORES DO PRÊMIO EUROPEU DE CINEMA:
Melhor Filme: The Great Beauty / La Grande Bellezza
Melhor Filme de Comédia: Love is All You Need / Den Skaldede Frisor
Melhor Diretor: Paolo Sorrentino, por The Great Beauty
Melhor Atriz: Veerle Vaetens, por The Broken Circle Breakdown
Melhor Ator: Toni Servillo, por The Great Beauty
Melhor Roteiro: François Ozon, In the House
Prêmio Carlo Di Palma: Asaf Sudry
Melhor Edição: Cristiano Travaglioli, por The Great Beauty
Melhor Designer de Produção: Sarah Greenwood, por Anna Karenina
Melhor Figurino: Paco Delgado, Blancanieves
Melhor Composição: Ennio Morricone, por The Best Offer
Melhor Designer de Som: Mat Muller e Erik Mishijew, por Paradise: Faith / Paradise: Glaube
Melhor Documentário: The Acr of Killing
Melhor Filme de Animação: The Congress
Melhor Filme Curta-Metragem: Death of a Shadow
Prêmios Especiais: Ada Solomon, Catherine Deneuve e Pedro Almodóvar




VENCEDORES DO PRÊMIO DOS CRÍTICOS DE FILMES DE LOS ANGELES
Melhor Filme (Empate): Gravidade e Her
Melhor Direção: Alfonso Cuarón, por Gravidade
Melhor Atriz (Empate): Cate Blanchett, por Blue Jasmine e Adèle Exarchopoulos, por Blue Is The Warmest Color
Melhor Ator: Bruce Dern, por Nebraska
Melhor Atriz Coadjuvante: Lupita Nyong’o, por 12 Years a Slave
Melhor Ator Coadjuvante (Empate): James Franco, por Spring Brearkers e Jared Leto, por Dallas Buyers Club
Melhor Roteiro: Richard Linklater, Julie Delpy e Ethan Hawle, por Before Midnight
Melhor Documentário: Stories We Tell
Melhor Filme Estrangeiro: Blue is the Warmest Color
Melhor Trilha Sonora: T Bone Burnett, por Inside Llewyn Davis
Melhor Filme de Animação: Ernest & Célestine
Melhor Fotografia: Emanuel Lubezki, por Gravidade
Melhor Edição: Alfonso Cuarón e Mark Sanger, por Gravidade
Melhor Designer de produção: K. K. Barrett, por Her
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