“Hoje à noite é a noite. E isso acontecerá de novo, e de novo. Tem que acontecer. Bela noite. Miami é uma grande cidade. Amo a comida cubana, sanduíches de carne de porco, meu predileto. Mas estou com fome de algo diferente agora.”
Elenco
Principal: Michael C. Hall, Jennifer Carpenter, David Zayas, James Remar, C. S.
Lee, Lauren Vélvez, Desmond Harrington, Julie Benz, Christina Robinson, Geoff
Pierson, Preston Bailey, Aimee Garcia, Luke Andrew Kruntchev, Erik King, Evan
George Kruntchev, Dana L. Wilson, Yvonne Strahoviski, David Ramsey, Keith
Carradine, Pabloe Soriano, Colin Hanks, Jimmy Smits, John Lithgow, Francisco
Viana, Christian Camargo, Courtney Ford, Valerie Cruz, Billy Brown, Josh Cooke,
Jadon Wells, Daniel Goldman, Julia Stiles, Charlotte Rampling, Edward James
Olmos, Jason Gedrick, Jamie Murray, Ray Stevenson, Katia Winte, Jason Manuel
Olazabal, Devon Graye, Maria Doyle Kennedy, Brandon Eaton, Jonny Lee Miller,
Darri Ingolfsson, Margo Martindale, Dominic Janes, Sam Underwood,
Roteiro
(todos os espisódios): Jeff Leonard e Jess Lindsey
Número
de Temporadas: 1(2006), 2 (2007), 3 (2008), 4 (2009), 5 (2010) 6 (2011) 7
(2012) e 8(2013)
Duração
(cada episódio): 50 min.
Gênero:
Drama / Thriller
PRÊMIOS
E INDICAÇÕES
“Dexter” foi indicada a mais de 130
prêmios e venceu outros 35. Abaixo, os principais prêmios da televisão aos
quais a série foi indicada ou venceu.
Globo
de Ouro (Categoria: Drama):
Vitórias: Melhor Ator para Michael C.
Hall (2008)
Melhor Ator Coadjuvante para John
Indicações: Melhor Série (2009, 2010,
2011)
Melhor Ator Michael C. Hall
(2007, 2008, 2009, 2011)
Melhor Atriz Coadjuvante para Julia Stiles
(2011)
Primetime Emmy Awards (Categoria: Drama):
Vitórias (principais categorias):
Melhor Direção Série (2010)
Melhor Ator Coadjuvante para John Lithgow (2010)
Melhor Abertura (2007)
Indicações: Melhor Série (2008, 2009,
2010, 2011, )
Melhor Elenco (2010)
Melhor Ator para Michael C. Hall (2008,
2009, 2010, 2011, 2012)
Melhor Ator Coadjuvante para Jimmy Smits
(2009)
Melhor Atriz Convidada para Julia
Stiles (2011)
Screen Actors Guild Awards (Categoria: Drama)
Vitórias: Melhor Ator para Michael C.
Hall (2010)
Indicações: Melhor Elenco (2009, 2010,
2011, 2012)
Melhor Elenco de Dublês
(2010, 2012)
Melhor Ator para Michael C.
Hall (2007, 2008, 2009, 2011)
Dexter
ficou órfão aos três anos de idade. Adotado por Harry Morgan, um policial
residente em Miami, Califórnia (EUA), o garoto foi criado ao lado da irmã mais
nova, Debra. Antes da adolescência, os pais adotivos de Dexter notaram que ele
era um menino um tanto incomum. Entretanto, ao invés de Harry ajudar a curar os
“problemas” do garoto, estimulou Dexter a seguir seus instintos assassinos,
afinal, eles eram inevitáveis. Nesse contexto, Harry ensinou Dexter a matar pessoas
criando um código infalível: jamais ser pego, matar apenas pessoas que merecem
morrer, ou seja, outros assassinos, e sobreviver a todo custo. Quando Dex e Deb
eram adolescentes, a mãe morreu e, pouco depois, foi a vez de Harry deixá-los.
Agora, ambos trabalham no departamento de homicídios da Polícia Metropolitana
de Miami, local onde o pai trabalhava antes de morrar. Ao lado de Maria
LaGuerta, Angel Batista, Vince Masuka, James Doakes e, mais tarde, Joey Quinn e
Angie Miller e comandados pelo Chefe Tom Matthews, o casal de irmãos ajuda a
desvendar os mais hediondos crimes cometidos na cidade, ele como um
especialista forense e ela como policial. A diferença entre os irmãos é
simples: enquanto Deb se preocupa com seus relacionamentos difíceis, Dexter se
preocupa em encontrar mais uma vítima que mereça morrer.
O
riatual planejado por Dexter é digno de aplausos: ele forra o local onde a
vítima será assassinada com plástico e dispõe “cortinas” de mesmo material
sobre todo o cômodo para que nenhuma gota de sangue respingue no local. Para
finalizar, com um toque muito clássico, despõe fotos das vítimas de quem ele
irá matar. Depois, seda o indivíduo (sempre um assassino, como prevê o Códico de
Harry) com uma droga que o deixa inconsciente por tempo suficiente para
prendê-lo a algum móvel (uma mesa, por exemplo) com fitas e plásticos. Quando a
vítima acorda, Dex inicia o terrorismo. Primeiro, conversa um pouco e explica
por quais motivos ela está sobre aquele móvel, presa de forma nada
convencional. Mostra as fotos das vítimas, fala sobre como é errado matar
pessoas inocentes, ouve o indivíduo pedir por clemência, recebe alguns
insultos, corta o rosto da vítima para tirar uma gota de sangue (a qual ele
coloca em uma placa de vidro para guardar como recordação) e, finalmente,
investe o golpe final. Para finalizar, Dexter limpa todo o local: corta sua
vítima em pedaços, coloca as partes do corpo e toda aquele plástico em sacos de
lixo e leva tudo para um lugar no oceano, onde desova a vítima. Nada fica para
trás. Tudo é jogado no mar e, provavelmente, consumido pela natureza. Dexter
volta para casa apenas com aquela pequena placa de vidro com o sangue (e DNA,
diga-se de passagem) de sua vítima.
Quando
cada um encontra a morte, não irmporta quanto já se tenha matado, o desespero é
inevitável. E não pense que Dexter sente algum remorso ou pena daquele ser
humano indefeso preso sobre a mesa. Até por que, dadas as circustâncias que as
vítimas de Dexter são escolhidas, é difícil até mesmo para os espectadores
sentirem alguma misericórdia por esses personagem enojáveis. Aliás, também se
torna praticamente impossível nao torcer pela vitória de Dexter, afinal, ele é
o típico anti-herói. Robin Hood e Dexter são personagens semelhantes. Ambos
possuem o apoio do espectador. A diferença é que enquanto Robin roubava dos
ricos para dar aos pobres, Dexter mata culpados para salvar inocentes. E quem o
condenaria por isso? E é nessa verdade que a série se sustenta. A forma como
somos apresentados a alguns vilões dá a Dexter carta branca para acabar com as
vidas de todos eles. Alguns dos assassinos mataram uma ou outra pessoa, outros
mataram dezenas, alguns estão apenas no início dessa vida, outros já possuem
muita experiência.
O
trunfo da série está na história de suas primeiras três primeiras temporadas,
que conquistam e prendem o público alvo. A quarta ganha um pouco de força pelos
personagense e pelo desfecho. Depois disso, “Dexter” se torna um pouco
repetitiva, forçada, uma série que parece já ter mostrado tudo o que desejava,
mas se nega a ter um fim. Alguns personagens começam a ficar caricatos e alguns
atores não conseguem sustentá-los. A produção, claro, revela alguns avanços
tecnológicos na televisão americana. A técnica é aprimorada a cada temporada, o
que confere à série uma melhoria inquestionável na fotografia e na edição, por
exemplo. A arte também não fica para trás, sendo a responsável por afimar a
personalidade de cada personagem ao longo da trama, além de criar espaços
ótimos para os assassinatos que Dexter comete. Algumas metáforas que já podiam
ser conferidas nos livros escritos por Jeff Lindsey que deram origem à série, como
o calor da cidade de Miami - metáfora que faz lembrar, em alguns momentos, até
mesmo, a forma como o calor é tratado em filme do gênero noir – continuam presentes
e dão um tom mais refinado à produção. Isso tudo, torna a série algo divertido
e o reconhecimento a respeito dela se dá justamente por parecer uma produção
nada petenciosa, mas que conquistou o público de forma inacreditável. Nesse
contexto, o que realmente interessa ao público é a forma como Dexter é
representado, seja pelo código Harry, seja pela humanização que é atribuída ao
personagem.
Traçar
algum perfil de Dexter é ainda mais difícil que admitir a fascinação que ele
causa. O personagem é frio, calculista, seus golpes são secos e quase naturais
(alguns objetos que usa em seu ritual podem até ser confundidos como parte
integrante de seu corpo). Foi o que fizeram com sua mãe que tornou Dexter o ser
que ele é hoje, ou melhor, foi precensiar o assassinato de sua mãe que fez o
protagonista encontrar seu passageiro negro que jamais o abandonou. No fundo,
Dexter sabe que alguém devia tê-lo parado quando ainda era tempo. E esse é o
problema: Dexter não sabe se quer ou não continuar tendo essa vida. Na dúvida,
persiste. Seja por Dexter, ou pelos ensinamentos de Harry, o protagonista
compreende que é sua tarefa matar aqueles que são como ele: assassinos
descontrolados que, em algum momento da vida, também receberam o passageiro
negro de braços abertos, seja pelo motivo que for. E se tem alguém que sabe
como fazer isso, esse alguém é Dexter. Não é que preservar as vidas de inocentes
absolva seus erros. Matar apenas assassinos e poupar inocentes torna Dexter,
mesmo contra seus aprendizados ou ideais, mais humano e por isso, mais
aceitável.
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