sexta-feira, 13 de março de 2015

DEXTER – Parte I – ANÁLISE E PRÊMIOS E INDICAÇÕES

“Hoje à noite é a noite. E isso acontecerá de novo, e de novo. Tem que acontecer. Bela noite. Miami é uma grande cidade. Amo a comida cubana, sanduíches de carne de porco, meu predileto. Mas estou com fome de algo diferente agora.”



Elenco Principal: Michael C. Hall, Jennifer Carpenter, David Zayas, James Remar, C. S. Lee, Lauren Vélvez, Desmond Harrington, Julie Benz, Christina Robinson, Geoff Pierson, Preston Bailey, Aimee Garcia, Luke Andrew Kruntchev, Erik King, Evan George Kruntchev, Dana L. Wilson, Yvonne Strahoviski, David Ramsey, Keith Carradine, Pabloe Soriano, Colin Hanks, Jimmy Smits, John Lithgow, Francisco Viana, Christian Camargo, Courtney Ford, Valerie Cruz, Billy Brown, Josh Cooke, Jadon Wells, Daniel Goldman, Julia Stiles, Charlotte Rampling, Edward James Olmos, Jason Gedrick, Jamie Murray, Ray Stevenson, Katia Winte, Jason Manuel Olazabal, Devon Graye, Maria Doyle Kennedy, Brandon Eaton, Jonny Lee Miller, Darri Ingolfsson, Margo Martindale, Dominic Janes, Sam Underwood,
Roteiro (todos os espisódios): Jeff Leonard e Jess Lindsey
Número de Temporadas: 1(2006), 2 (2007), 3 (2008), 4 (2009), 5 (2010) 6 (2011) 7 (2012) e 8(2013)
Duração (cada episódio): 50 min.
Gênero: Drama / Thriller

PRÊMIOS E INDICAÇÕES
“Dexter” foi indicada a mais de 130 prêmios e venceu outros 35. Abaixo, os principais prêmios da televisão aos quais a série foi indicada ou venceu.
Globo de Ouro (Categoria: Drama):
Vitórias: Melhor Ator para Michael C. Hall (2008)
    Melhor Ator Coadjuvante para John
Indicações: Melhor Série (2009, 2010, 2011)
                   Melhor Ator Michael C. Hall (2007, 2008, 2009, 2011)
                    Melhor Atriz Coadjuvante para Julia Stiles (2011)
                 
Primetime Emmy Awards (Categoria: Drama):
Vitórias (principais categorias):
       Melhor Direção Série (2010)
       Melhor Ator Coadjuvante para John Lithgow (2010)
       Melhor Abertura (2007)      

Indicações: Melhor Série (2008, 2009, 2010, 2011, )
Melhor Elenco (2010)
Melhor Ator para Michael C. Hall (2008, 2009, 2010, 2011, 2012)
Melhor Ator Coadjuvante para Jimmy Smits (2009)
            Melhor Atriz Convidada para Julia Stiles (2011)       

Screen Actors Guild Awards (Categoria: Drama)
Vitórias: Melhor Ator para Michael C. Hall (2010)
Indicações: Melhor Elenco (2009, 2010, 2011, 2012)
                    Melhor Elenco de Dublês (2010, 2012)
                    Melhor Ator para Michael C. Hall (2007, 2008, 2009, 2011)

                   
Dexter ficou órfão aos três anos de idade. Adotado por Harry Morgan, um policial residente em Miami, Califórnia (EUA), o garoto foi criado ao lado da irmã mais nova, Debra. Antes da adolescência, os pais adotivos de Dexter notaram que ele era um menino um tanto incomum. Entretanto, ao invés de Harry ajudar a curar os “problemas” do garoto, estimulou Dexter a seguir seus instintos assassinos, afinal, eles eram inevitáveis. Nesse contexto, Harry ensinou Dexter a matar pessoas criando um código infalível: jamais ser pego, matar apenas pessoas que merecem morrer, ou seja, outros assassinos, e sobreviver a todo custo. Quando Dex e Deb eram adolescentes, a mãe morreu e, pouco depois, foi a vez de Harry deixá-los. Agora, ambos trabalham no departamento de homicídios da Polícia Metropolitana de Miami, local onde o pai trabalhava antes de morrar. Ao lado de Maria LaGuerta, Angel Batista, Vince Masuka, James Doakes e, mais tarde, Joey Quinn e Angie Miller e comandados pelo Chefe Tom Matthews, o casal de irmãos ajuda a desvendar os mais hediondos crimes cometidos na cidade, ele como um especialista forense e ela como policial. A diferença entre os irmãos é simples: enquanto Deb se preocupa com seus relacionamentos difíceis, Dexter se preocupa em encontrar mais uma vítima que mereça morrer.
O riatual planejado por Dexter é digno de aplausos: ele forra o local onde a vítima será assassinada com plástico e dispõe “cortinas” de mesmo material sobre todo o cômodo para que nenhuma gota de sangue respingue no local. Para finalizar, com um toque muito clássico, despõe fotos das vítimas de quem ele irá matar. Depois, seda o indivíduo  (sempre um assassino, como prevê o Códico de Harry) com uma droga que o deixa inconsciente por tempo suficiente para prendê-lo a algum móvel (uma mesa, por exemplo) com fitas e plásticos. Quando a vítima acorda, Dex inicia o terrorismo. Primeiro, conversa um pouco e explica por quais motivos ela está sobre aquele móvel, presa de forma nada convencional. Mostra as fotos das vítimas, fala sobre como é errado matar pessoas inocentes, ouve o indivíduo pedir por clemência, recebe alguns insultos, corta o rosto da vítima para tirar uma gota de sangue (a qual ele coloca em uma placa de vidro para guardar como recordação) e, finalmente, investe o golpe final. Para finalizar, Dexter limpa todo o local: corta sua vítima em pedaços, coloca as partes do corpo e toda aquele plástico em sacos de lixo e leva tudo para um lugar no oceano, onde desova a vítima. Nada fica para trás. Tudo é jogado no mar e, provavelmente, consumido pela natureza. Dexter volta para casa apenas com aquela pequena placa de vidro com o sangue (e DNA, diga-se de passagem) de sua vítima.


Quando cada um encontra a morte, não irmporta quanto já se tenha matado, o desespero é inevitável. E não pense que Dexter sente algum remorso ou pena daquele ser humano indefeso preso sobre a mesa. Até por que, dadas as circustâncias que as vítimas de Dexter são escolhidas, é difícil até mesmo para os espectadores sentirem alguma misericórdia por esses personagem enojáveis. Aliás, também se torna praticamente impossível nao torcer pela vitória de Dexter, afinal, ele é o típico anti-herói. Robin Hood e Dexter são personagens semelhantes. Ambos possuem o apoio do espectador. A diferença é que enquanto Robin roubava dos ricos para dar aos pobres, Dexter mata culpados para salvar inocentes. E quem o condenaria por isso? E é nessa verdade que a série se sustenta. A forma como somos apresentados a alguns vilões dá a Dexter carta branca para acabar com as vidas de todos eles. Alguns dos assassinos mataram uma ou outra pessoa, outros mataram dezenas, alguns estão apenas no início dessa vida, outros já possuem muita experiência.
O trunfo da série está na história de suas primeiras três primeiras temporadas, que conquistam e prendem o público alvo. A quarta ganha um pouco de força pelos personagense e pelo desfecho. Depois disso, “Dexter” se torna um pouco repetitiva, forçada, uma série que parece já ter mostrado tudo o que desejava, mas se nega a ter um fim. Alguns personagens começam a ficar caricatos e alguns atores não conseguem sustentá-los. A produção, claro, revela alguns avanços tecnológicos na televisão americana. A técnica é aprimorada a cada temporada, o que confere à série uma melhoria inquestionável na fotografia e na edição, por exemplo. A arte também não fica para trás, sendo a responsável por afimar a personalidade de cada personagem ao longo da trama, além de criar espaços ótimos para os assassinatos que Dexter comete. Algumas metáforas que já podiam ser conferidas nos livros escritos por Jeff Lindsey que deram origem à série, como o calor da cidade de Miami - metáfora que faz lembrar, em alguns momentos, até mesmo, a forma como o calor é tratado em filme do gênero noir – continuam presentes e dão um tom mais refinado à produção. Isso tudo, torna a série algo divertido e o reconhecimento a respeito dela se dá justamente por parecer uma produção nada petenciosa, mas que conquistou o público de forma inacreditável. Nesse contexto, o que realmente interessa ao público é a forma como Dexter é representado, seja pelo código Harry, seja pela humanização que é atribuída ao personagem.



Traçar algum perfil de Dexter é ainda mais difícil que admitir a fascinação que ele causa. O personagem é frio, calculista, seus golpes são secos e quase naturais (alguns objetos que usa em seu ritual podem até ser confundidos como parte integrante de seu corpo). Foi o que fizeram com sua mãe que tornou Dexter o ser que ele é hoje, ou melhor, foi precensiar o assassinato de sua mãe que fez o protagonista encontrar seu passageiro negro que jamais o abandonou. No fundo, Dexter sabe que alguém devia tê-lo parado quando ainda era tempo. E esse é o problema: Dexter não sabe se quer ou não continuar tendo essa vida. Na dúvida, persiste. Seja por Dexter, ou pelos ensinamentos de Harry, o protagonista compreende que é sua tarefa matar aqueles que são como ele: assassinos descontrolados que, em algum momento da vida, também receberam o passageiro negro de braços abertos, seja pelo motivo que for. E se tem alguém que sabe como fazer isso, esse alguém é Dexter. Não é que preservar as vidas de inocentes absolva seus erros. Matar apenas assassinos e poupar inocentes torna Dexter, mesmo contra seus aprendizados ou ideais, mais humano e por isso, mais aceitável. 


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