Visualmente é um belo filme, mas peca
pela falta de originalidade.
Nota: 8,0
Título Original: Prometheus
Direção: Ridley Scott
Elenco: Noomi Rapace, Michael Fassbender, Logan Marshall-Green, Charlize
Theron, Idris Elba, Guy Perce, Sean Harris, Rafe Spall, Emun Ellott, Benedict
Wong, Kate Dickie, Branwell Donaghey, Vladimir Furdik, C. C. Amiff, Shane Steyn
Produção: David Giler, Ridley Scott, Walter Hill
Roteiro: Jon Spaihts, Damon Lindelof, Dan O’Bannon e Ronald Shusett
Ano: 2012
Duração: 124 min.
Gênero: Aventura / Ficção / Thriller
Elizabeth Shaw e Charlie Holloway são um
feliz casal de arqueólogos que acaba de encontrar pistas de que vários povos
antigos conheciam a origem do ser humano. Para completar essa felicidade, os
dois são convidados por Meredith Vickers, a mando de Peter Weyland, para
integrar um grupo que irá atrás dessas origens a bordo na nave espacial
Prometheus. Entretanto, ao chegar no dito local, após dois anos, coisas
estranhas começam a acontecer e Elizhabeth terá de tomar uma decisão: ou
permanece atrás de seus estudos, ou salva sua vida e da tripulação, convencedo-os
de ir embora daquele lugar.
Em 1979, Ridley Scott dirigiu Sigourney
Weaver no grande filme “Alien, o Oitavo Passageiro”, a história girava em torno
dos sete tripulantes de uma nave rebocadora e de um alienígena que invadia o
veículo enquanto o grupo voltava para a terra após encontrar uma grande nave
desativada em outro planeta. Weaver viveu Ellen Ripley, a única sobrevivente da
nave, depois desse longa, a triz ainda protagonizou “Aliens” (1986), “Alien 3”
(1992) e “Alien Resurrection” (1997), dirigidos, respectivamente, por James
Cameron, David Fincher e Jean-Pierre Jeunet. Entre o primeiro filme de Scott e
esse não há muitas diferenças: ao chegarem no estranho planeta, os tripulantes
são acordados por David, um andróide criado Weyland – segundo o próprio
criador: a coisa mais próxima de um filho que ele já teve -, logo depois a
tripulação desce da nave e vai em busca de respostas para o que eles estão
procurando, David encontra uma nave desativada, com apenas um corpo vivo dentro
dela; os demais tripulantes encontram restos de um suposto Alien; o marido de
Elizabeth acaba morrendo por motivos misteriosos e David descobre que ela está
grávida de um monstrinho; Elizabeth consegue, da forma mais louca possível,
tirar o “bebê”, ela o tranca em uma sala, e após a mais complicada cesariana da
história, ela sai andando normalmente. Para não contar toda a história lhes dou
apenas o desfecho que deveria ser épico: após ser engolido pelo monstrinho que
Elizabeth pariu, aquele único Alien vivo que estava dentro da nave, renasce e
vemos como os seres se reproduzem – colocando ovos em um hospedeiro. Surge, aí,
o primeiro Alien. Para se ter uma idéia de como o longa é produzido de forma
semelhante ao filme de 79, não há necessidade de eu esconder tudo o que ocorre
na trama, até por que, ele é tão previsível que sabemos tudo o que acontecerá
mesmo antes de chegar no metade do filme, mesmo para alguém que nunca assistiu
ao “Alien”. Dessa forma, fica claro que “Prometheus” é mais ou menos um “Alien
– A Origem”, entretanto, a única mudança, além do elenco, é a de que, no
desfecho, temos a criatura nascendo. Apesar de tudo isso, é inegável, a
produção tem uma qualidade de imagem e som encontrada em muitas produções, mas
que ganha a superioridade pela direção de Scott, e isso se deve ao fato de
sermos guiados por esse diretor competente que merece crédito por tentar voltar
ao seu grande sucesso e trazer uma nova história.
Se toda a produção é uma imensa
refilmagem de “Alien”, o que a salva de uma catástrofe total são duas atuações
que merecem destaque: Michael Fassbender como Michael, e Charlize Theron como
Meredith Vickers. Fassbender, que se tornou febre no mundo todo após “300”
(2006) e “Bastardos Inglórios” (2009), já foi considerado, por muitos críticos,
um dos atores mais promissores dos últimos anos, aqui ele vive um andróide, o
que já não é algo fácil de ser feito, e é ele que dá a personagem um tom mais
humano, mas sem deixar que o público esqueça da verdadeira forma de vida que
David é, agindo como um robô em alguns momentos, e como um homem isolado que
deseja ser igual a todos os outros. Theron dá um tom mais racional e menos
científico no filme, apesar de ter menos destaque que Fassbender, ela é a
mulher rica e poderosa que comanda a expedição, sendo assim, não se importa
muito com a beleza de tudo o que eles podem descobrir, apenas está cumprindo
com seu dever e realizando aquilo que Wayland queria realizar. Como a
protagonista Elizabeth temos Noomi Rapace, mais conhecida pela trilogia
“Millenium” (2009), apesar de ser uma boa atriz, a interpretação dela se torna
fraca e cheia de absurdos por ser uma personagem com pouco a ser explorado,
digo, ela já era sem graça antes de o marido morrer, e fica tudo ainda pior
quando seu útero é arrancado, ela arrebenta parte dele com as mãos, faz uma
máquina fechar o corte em sua barriga com coisas que parecem mais grampos,
levanta da cama e sai correndo e fazendo milhares de coisas antes mesmo do
efeito da anestesia passar; mesmo que o longa seja futurista, não há nada que
possa explicar tal recuperação. Guy Pearce vive Peter Weyland, e, sabe-se Deus
por que, resolveram que era mais digno escolher um bom ator, colocar-lhe a pior
maquiagem do ano e deixar ele velho os poucos minutos em que aparece, apesar de
interpretar bem, a todo momento o rosto do ator parece prestes derreter, o que
deixa sua aparição no filme terrível.
Se esse filme fosse o primeiro longa de
todos, com Weaver no papel principal e todo o resto do elenco e da história
fossem os mesmos, provavelmente seria um dos filmes de ficção científica mais
bem feitos e realizados da história do cinema – isso, é claro, se esquecessem
da besteira de engravidar a protagonista, claramente apenas uma forma de
enrolar o espectador e dar algum gás na história. Talvez, dessa forma, a
monotonia seria quebrada e alguns absurdos relevados. Mesmo assim, não se pode
julgar Ridley Scott por voltar a suas origens e querer lembrar ao povo que foi
dele uma das mais revolucionárias idéias dos filmes do gênero, até por que, se
o filme já decepciona sendo dirigido por um dos melhores diretores do cinema
moderno, o que teria acontecido se qualquer outro realizador tentasse filmar
essa produção?
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