E permanece a pergunta: por que mudar o que já está perfeito?
Nota: 6,5
Título Original: Beastly
Direção: Daniel Barnz
Elenco: Alex Pettyfer, Vanessa Hudgens,
Mary-Kate Olsen, Dakota Johnson, Erik Knudsen, Peter Krause, LisaGay Hamilton,
Neil Patrick Harris, Steve Godin, Gio Perez, Roc LaFortune, Jonathan Dubsky,
David Francis, Rhinnon Moller-Trotter, Miguel Mendoza, Julie Dretzin
Produção: Susan Cartsonis
Roteiro: Daniel Barnz e Alex Flinn
(romance)
Ano: 2011
Duração: 86 min.
Gênero: Drama / Romance / Fantasia
Kyle Kingson é um jovem do colegial,
filho de um cara famoso, é bonito, sexy, simpático, rico e idolatrado por mais
da metade da escola (incluindo alunos, professores e demais funcionários). Como
se não bastasse todo seu ego, ele é eleito o presidente do grêmio estudantil da
escola. Entretanto, após zombar com Kendra, uma garota um tanto excêntrica, Kyle
acaba sendo amaldiçoado: Kendra o faz ficar feio, muito feio, e lhe dá uma
tarefa para receber sua beleza de volta, no prazo de um ano, terá de convencer
alguém que, mesmo feio daquele jeito, ele pode ser amado. Agora, Kyle correrá
contra o tempo para convencer a bonitinha Lindy de que merece seu amor.
Durante a trama toda a mensagem é muito
inteligente e chega a ser louvável o que o escritor do livro fez: mostrar que a
beleza exterior não deve ser super favorecida, em detrimento da beleza
interior, que é mais vantajoso ter inteligência e real simpatia que ser bonito
e sexy. Todavia, é aí que já começam os clichês que nos acompanharão pelo resto
do filme. Kendra é dita como uma pessoa feia, mas há tempos não via Mary-Kate
Olsen tão bela e carismática no cinema; Lindy, obviamente, é uma menina
excluída, que já dá mais valor ao exterior que o interior, nunca foi vista por Kyle,
é apaixonada pelo babaca riquinho da escola e tem uma vida problemática (o pai
é dependente químico); Kyle, por sua vez, tem a vida perfeita, ignorando todos
a sua volta, e sendo o mais imbecil possível, é claro que isso se deve a um
problema do passado: a mãe abandonou ele e o pai e o pai não dá a mínima para o
garoto, apenas se interessando pelo fato de o filho ser desejado por todos;
para contrapor essa relação triste entre pai e filho, a empregada da casa (uma
negra), e o professor contratado pelo pai de Kyle depois que o rapaz fica feio
(um cego) acreditam no potencial de que o menino poderá compreender e convencer
Lindy de que ele a ama e de que ela está apaixonada por ele; para completar, a
namorada e o melhor amigo do protagonista são amantes e acham Kyle uma pessoa
insuportável. Como se tudo isso não bastasse, o desfecho não poderia ser mais
corriqueiro e parece que cada cena do filme já foi vista em um ou outro longa,
inclusive a cena ridícula em que Kyle conta sobre sua mãe, trazendo o
sentimentalismo clássico necessário para Lindy ter pena do rapaz feio.
Alex Pettyfer começou sua carreira no
cinema em 2006 com o juvenil “Alex Rider Contra o Tempo” (2006), tornou-se
famoso com “Eu Sou o Número Quatro” (2011) e destacou-se como o striper de
“Magic Mike” (2012). Apesar de ser um ator mediano, os personagens parecem se
encaixar em seu perfil perfeitamente, e as características fazem sua atuação
algo quase natural, sendo assim, mesmo que o filme seja péssimo, o ator
convence que a personagem é mesmo insuportável, mas peca ao tentar mostrar que
Kyle mudou em algum sentido depois de tudo o que passou, ele parece mais um cachorrinho
pedindo por piedade. Vanessa Hudgens, sabe-se Deus o porquê, foi dita, por sei
lá eu por quem, ser uma atriz sexy e convincente, não gosto dela, em primeiro
lugar por sua personagem nos filmes da Disney “High School Musical”, mas tenho
que admitir que chega a dar pena vendo a menina – tão sem graça, apesar de
carismática nesse filme – tentando ser uma atriz decente e fazer alguma coisa
que preste no cinema, nesse filme, ao contrário de Pettyfer, ela não convence
em nenhum sentido. Lembro-me de quando criança, assistir aos filmes com as
irmãs Olsen e achar que elas seriam grandes atrizes um dia, grande ilusão a
minha, aliás, parece que está cada vez mais difícil encontrar atores e atriz
que são bons quando crianças e permanecem no mesmo nível depois de mais velhos,
apesar de bonita no filme – o que já é um problema, pois sua personagem deve
ser feia e sem graça -, Mary-Kate já esta chegando na casa dos trinta, e não me
parece nada plausível tentar continuar usando-a como uma adolescente ressentida.
Assim como não sei dizer quais os
motivos para essa modernizada que foi feita com o clássico “A Bela e a Fera” - e quero deixar claro que é sobre essa mudança que se trata a primeira linha da crítica -,
não sei dizer por que bons atores como Peter Krause e LisaGay Hamilton e o
ótimo comediante Neil Patrick Harris resolveram assumir, respectivamente, os
papeis do pai de Kyle – tão presunçoso e detestável quanto o filho -, Zola – a
empregada de Kyle que não liga para o gênio estúpido do menino, e que só quer
vê-lo feliz (a parte maternal do longa) – e Will – o tutor cego que é ordenado
a ensinar Kyle depois que ele fica feio e o pai e ele resolvem que não há a
necessidade de se frequentar a escola. Além disso tudo, o um ano, no qual o
rapaz deveria convencer alguém que é digno de amor – aliás, definido pela
tatuagem de uma árvore de rosa (sim, uma imensa árvore de rosas brancas) que
não pode florir duas vezes –, passa muito rápido e tudo perde o nexo de forma
inexplicável. Por fim, como eu disse, a mensagem do filme é maravilhosa, mas
vale mais a pena assistir, pela trigésima vez que seja, “A Bela e a Fera”
(1992) e ver algo de qualidade.
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