Apesar dos defeitos, não podia imaginar
nada melhor para o Capitão América.
Nota: 8,8
Título Original: Captain America: The First Avenger
Direção: Joe Johnston
Elenco: Chris Evans, Hugo Weaving, Hayley Atwell, Sebastian Stan, Tommy
Lee Jones, Dominic Cooper, Richard Armitage, Stanley Tucci, Samuel L. Jackson,
Toby Jones, Bruno Ricci, Neal McDonough, Derek Luke, Kenneth Choi, Lex
Shrapnel, JJ Feild
Produção: Kevin Feige, Stan Lee, David Maisel, Richard Whelan
Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely, Joe Simon, Jack Kirby
Ano: 2011
Duração: 124 min.
Gênero: Ação / Aventura / Ficção
UMA DAS CAPAS MAIS FAMOSAS DOS QUADRINHOS DO HEROI, ONDE ELE "DERROTA" HITLER. |
1942, Nova York, EUA. Steve Rogers tem
como maior desejo entrar para o exército norte-americano e lutar na Segunda
Guerra Mundial, entretanto, é rejeitado por sua saúde frágil e problemas
físicos. Ao ouvir Rogers comentando com um amigo sobre o tal desejo, o Doutor
Abraham Erskine permite que o jovem se aliste e o garoto é recrutado para um
experimento de supersoldados sob o comando do Coronel Chester Phillips, Dr
Erskine e da agente britânica Peggy Carter. Após alguns treinamentos, Erskine
escolhe Rogers para ser a primeira cobaia do tal experimento. Enquanto Johann
Shimidt, chefe da organização conhecida como H.I.D.R.A., constrói uma máquina
capaz de dizimar grandes cidades, Rogers se torna o único ser na Terra capaz de
deter Shimidt: O Capitão América.
Entre 1939 e 1945, oficialmente, o mundo
viveu o caos provocado por Adolf Hitler chamado de Segunda Guerra Mundial.
Nesse contexto, um dos países não europeus que mais encontrou problemas foi os
Estados Unidos da América, pois enviou grandes tropas para o Velho Continente
na tentativa de conter a Guerra. Apesar de ter sido beneficiado com o seu
término, durante os seis anos o povo norte-americano sentiu-se inseguro e
pedia, urgentemente, por um heroi que salvasse os filhos da pátria. É claro que
nenhum heroi chegou, todavia, em março de 1941, Joe Simon e Jack Kirby deram ao
mundo os quadrinhos do tão aclamado Capitão América. Logo o homem vestido de
azul e vermelho, com um escudo da mesma cor e com uma estrela no meio e munido de
força e coragem tomou o gosto do público, que se sentiu, de forma inexplicável,
mais seguro e confiante. Era como se, para os estadunidenses, saber que os
soldados da guerra também leriam os quadrinhos do super heroi entre uma batalha
e outra fosse dar mais gás e mostrar a eles que nem tudo estava perdido, que,
ao voltarem para casa, vivos, eles seriam os novos Capitães América e
desfrutariam de tudo o que o próprio heroi desfrutou. É claro que o governo
americano deixou que tudo isso fosse vinculado e, a exemplo de Tio Sam – usado
desde 1812 na Guerra Anglo-Americana como a personificação nacional dos Estados
Unidos e como um senhor de barba branca que pode lembrar o presidente Abraham
Lincoln, vestido de azul e vermelho, com uma cartola branca com estrelas
brancas em fundo azul desde a Primeira Grande Guerra– usou o Capitão América
como um novo símbolo de esperança. No filme, a Segunda Guerra Mundial já está
acontecendo e o Capitão América surge como o tal símbolo de força e esperança,
entretanto, as demasiadas apresentações em que ele, com seu uniforme e várias
belas garotas, chama a atenção para a guerra e pede ajuda ao povo, tornaram o
heroi motivo de chacota para os soldados. A fim de acabar com as piadinhas,
Rogers decide enfrentar, finalmente, os inimigos e destruir o líder da H.I.D.R.A.,
salvando dezenas de soldados e deixando que eles voltem para casa. Mesmo que o
filme não seja um dos melhores filmes de super heroi já vistos durante a
história do cinema, acredito que a adaptação tenha sido fiel em mostrar toda
essa história do Capitão, deixando claro o propósito de sua criação. É óbvio
que temos alguns problemas aqui e outros ali, pois a história é de um
homenzinho franzino que se torna um homem forte e praticamente indestrutível,
mas nada que não possa ser relevado, afinal, estamos diante de um filme de
super heroi.
Para viver um dos maiores super herois
da história dos quadrinhos, foi escolhido Chris Evans, popular entre as
mulheres por comédias românticas e conhecido no mundo todo por viver Johnny
Storm/Tocha Humana nas péssimas adaptações de “Quarteto Fantástico” (2005 e
2007) – que fique claro, dentre os quatro, ele é o que melhor representa a
personalidade esperada do personagem. Confesso que não consigo pensar em
ninguém melhor para encarar o Capitão América que não Evans, não por seu tipo
físico ou por ser bem aceito pelo público americano, mas por ele se encaixar
perfeitamente no papel e trazer as fases de Steve Rogers bem definidas: antes
de virar o Capitão, enquanto é o Capitão “corista” e quando vira o Capitão
América, um soldado a serviço do Exército dos Estados Unidos da América. Hayley
Atwell, a ótima Bess Foster de “A Duquesa” (2008), interpreta Peggy Carter, o
grande amor de Rogers no longa e a única parte feminina do filme, sua atuação é
boa e possui algo que merece destaque: a forma como consegue ser diferente nos
momentos em que está ao lado do protagonista – o homem que ama – e quando
precisa ser a durona Agente Peggy Carter. Evans, entretanto, não está sozinho
no elenco masculino, ao seu lado está, com uma participação rápida, mas muito
especial e bem vinda Stanley Tucci, como o inteligente, sensível e sensato
Doutor Abraham Erskine, o único que acredita em Rogers, por quem acaba se
afeiçoando de uma forma ou outra, a simplicidade do ator é o que o torna tão
bom para o papel. Se é a simplicidade que dá o tom para deixar Tucci tão convincente,
é o exagero que torna Hugo Weaving – um exemplo de intrérprete -, um ator
mediano vivendo Johann Schimidt, pois tudo o que ele faz parece tão over que
nada parece funcionar da forma como deveria, uma pena ver um ator tão bom se
encaixando tão pouco em um papel. Para salvar tudo, entretanto, mais uma grande
interpretação do veterano Tommy Lee Jones, como o Choronel Phillips, um homem
durão que não perde a linha em nenhum momento, que zela por seus homens e não
pretende se deixar encantar pelo Capitão América tão facilmente. Em uma
pontinha que merece ser lembrada, temos Dominic Cooper vivendo Howard Stark
jovem, não é a atuação de Cooper que interessa, no entanto, e sim o fato de o
Capitão encontrar com o pai de outro futuro Vingador, Tony Stark, O Homem de
Ferro.
Não se pode deixar de apontar a ótima
trilha sonora do duplamente indicado ao Oscar Alan Silvestri, compositor de mais
de cem trabalhos, dentre comédias, animações, dramas, aventuras e outros tantos
gêneros distintos. A figurinista do longa, Anna B. Sheppard, também indicada
duas vezes ao Oscar, já participou de inúmeros diferentes gêneros, dentre eles
“A Lista de Schindler” (1993), “O Pianista” (2002) e “Bastardos Inglórios”
(2009). Com uma direção bem habituada a filmes de ação, um compositor
acostumado a encarar qualquer tipo de trilha sonora, os roteiristas da trilogia
de “As Crônicas de Nárnia” (2005, 2008 e 2010), uma figurinista experiente e um
elenco popular no mundo todo, a adaptação de uma história tão querida não
somente nos Estados Unidos, como no mundo todo, não poderia ser nada menos que
satisfatória. O fato é que, para os que não gostam muito do gênero, o longa
será apenas mais um entre tantos outros filmes sobre super herois, no entanto,
para os que gostam dessas produções e admiram o trabalho feito pelos criadores
do Capitão América – e é esse público que realmente interessa -, não haverá
nada do que reclamar.
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