sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

034. (ESPECIAL OSCAR 2014) O GRANDE GATSBY, de Baz Luhrmann

Cores demais, rap demais, futurista demais, intenso demais, decepcionante demais.
Nota: 7,5



Título Original: The Great Gatsby
Direção: Baz Luhrmann
Elenco: Leonardo DiCaprio, Tobey Maguire, Carey Mulligan, Isla Fisher, Elizabeth Debicki, Joel Edgerton, Jason Clarke, Adelaide Clemens, Amitabh Bachchan, Kasia Stelmach, Conor Fogarty, Gus Murray, Brendan Mclean, Alison Benstead, Elliott Collinson, Stefen Mogel, Brandon Prince, Henry byalikov
Produção: Lucy Fisher, Catherine Knapman, Baz Luhrmann, Catherine Martin, Douglas Wick
Roteiro: Baz Luhrmann, Craig Pearce e F. Scott Fitzgerald (romance)
Ano: 2013
Duração:
Gênero: Drama

Nova York, 1922. Nick Carraway se muda para a grande cidade e aluga uma casa ao lado da mansão do misterioso Jay Gatsby. Enquanto Gatsby promove festas alucinantes e fantásticas, que são frequentadas por toda a cidade, Nick se fascina com o novo vizinho e passa seu tempo vendendo ações, lendo e visitando a prima que mora no outro lado da baía, Daisy Buchanan. Casada com o milionário Tom Buchanan, ela vive uma vida triste e frustrada. Mas quem é Jay Gastby, um assassino, um herdeiro, um parente de Hitler? Da onde vem todo seu dinheiro, de suas farmácias, do contrabando, de investimentos de sorte? E por que Gatsby promove todas aquelas festas?


Em 1974, a primeira adaptação para o cinema da obra de Fitzgerald foi lançada. A direção era de Jack Clayton e o roteiro de Francis Ford Coppola. O elenco contava com Robert Redford como Gatsby, Mia Farrow como Daisy, Sam Waterston como Nick e Bruce Dern como Tom. O longa é puro, as cores são suficientemente convicentes, o jazz impera o tempo todo, os diálogos são compreensíveis e muito bem escritos e a linearidade é muito bem montada. Além disso, a fotografia e a composição dos cenários são perfeitas, a grandiosidade e a solidão de Gatsby são tão reais e palpáveis quanto seu motivo para realizar as festas. Luhrmann também é intenso, intenso demais. O figurino é lindo, mas muito futurista. O jazz se mistura com o rap e nos traz um estilo que seria visto nos EUA apenas anos depois, alguns arranjos musicais são ótimos, mas, em sua maioria, muito modernos para o contexto histórico. Tudo acontece rápido demais, com muita euforia e muita pompa, muito mais do que Gatsby realmente propunha em sua história. Além disso, o roteiro explica muitas coisas que deveriam ficar subentendidas, tornando-o um filme comum demais. Para completar, o filme é muito colorido, as cores chamam muito a atenção e  os personagens e seus intérpretes acabam ficando em segundo plano em relação ao cenário.


Em resumo, toda a produção parece uma mistura dos filmes anteriores de Lurhmann. A dança e a festividade já haviam sido vistas em “Vem Dançar Comigo” (1992), filme onde temos um figurino exuberante e chamativo. O romance impossível já fora visto em “Romeu+Julieta” (1996), onde o protagonista é DiCaprio e onde o diretor modernizava o clássico inglês. As cores e as músicas futuristas também podem ser identificadas em “Moulin Rouge: Amor em Vermelho” (2001), onde o pano de fundo é a um cabaré que tem Nicole Kidman como a principal dançarina. O filme é um clássico dos musicais do novo século, mas é exagerado, assim como “Gatsby”, em seus figurinos, músicas e cores. Mas é em “Austrália” (2008) que vemos a mesma acentuação das cores, mesmo que o longa seja um drama sobre os problemas enfrentados por uma mulher, que luta para manter a fazenda do falecido marido. A própria Nicole não acreditou que sua atuação possa ter sido tão ruim. As indicações ao Oscar são poucas, mas são merecidas. A primeira é como melhor figurino, para Catherine Martin, vencedora do Oscar pelo figurino e pela decoração do set de Moulin Rouge. Os concorrentes são de peso, mas “Gatsby” é um dos grandes favoritos, e não é preciso dizer muito tendo em vista as fotos apresentadas na crítica. A outra indicação é como melhor direção de arte, para Catherine Martin e Beverly Dunn. Assim como o figurino, as fotos são suficientes para ver como a arte do longa é rica em detalhes e chama muito a atenção. É importante lembrar que, no ano passado, o filme “Anna Karenina” era um dos favoritos nas categorias artísticas, e acabou levando o prêmio pelo figurino.  O mesmo aconteceu com “Alice no País das Maravilhas” (2010), vencedor nas duas categorias.


Tobey Maguire é quem dá vida a Nick Carraway. Não sei se é o fato de ter achado a interpretação de Waterston perfeita como Carraway ou se Maguire está ruim mesmo, mas o fato é que o ator não convence em momento algum. Maguire lembra demais seu personagem em “O Homem-Aranha”, possui cenas histéricas chatas e só tem bons momentos enquanto conversa com o terapeuta. DiCaprio, por outro lado, está ótimo como Jay Gatsby. Não há motivos para comparar sua interpretação com a de Redford por uma simples razão: os atores são completamente diferentes, são originais. DiCaprio, durante todo o longa, mantém a essência do homem apaixonado e rancoroso que compõe Gasby: da mesma forma que ele ama uma mulher, odeia a sociedade por ter feito ele deixá-la para se tornar um homem rico e poderoso. Se há uma coisa que merece ser destacada como superior nesse filme em relação à adaptação de 1974 é a intérprete de Daisy. Carey Mulligan consegue dosar perfeitamente a menina apaixonada, com a mulher interesseira, com a doente histérica. As cenas apaixonadas são cativantes. As cenas em que finge não ligar para as amantes do marido são desprezíveis. Os momentos de angústia, medo e pavor são intensos e combinam com a atmosfera criada por Lurhmann.



“O Grande Gatsby” apresenta uma história rica e muito bonita. A forma como Lurhmann explora tais aspectos se torna pobre em meio a tanto luxo e riqueza. Mesmo com a beleza estética e a qualidade sonora, são as interpretações de DiCaprio e Mulligan que sustentam o longa. O diretor, nesse contexto, acaba explorando mais a vida rica que os personagens levam, a boemia, as bebidas e as festas sem fim e se esquece da essência da história do homem por traz do grande Gatsby. “O Grande Gatsby” é, sem dúvida, um dos maiores romances românticos da história da literatura. Gatsby não é grande apenas por ser rico. Gatsby é grande por ser gentil, educado, inteligente, esperto, e amável por ter buscado fortuna para ser merecedor da mão da mulher que ama. A vida de Gatsby parece grande devido às festas que promove, ao dinheiro que gasta, aos negócios que realiza. Da mesma forma, as frustrações de Gatsby são grandes, seus medos, seus pesadelos, suas dúvidas. Seria injustiça revelar alguns aspectos cruciais e belos que compõe a história de Jay Gatsby, pois seria impossível expô-los sem fazer revelações importantes para o enredo. Basta dizer que “O Grande Gatsby” explora os mais variados sentimentos do ser humano, propõe que indaguemos a nós mesmos questões importantes para a vida e nos faz visualizar as mais diferentes facetas que o destino pode nos mostrar. Mas é o romance de Fitzgerald que faz isso, não o filme de Luhrmann.

VENCEDORES DO PRÊMIO DOS CRÍTICOS DE FILME ONLINE DE NOVA YORK
Melhor Filme: 12 Anos de Escravidão
Melhor Direção: Alfonso Cuarón, por Gravidade
Melhor Ator: Chiwetel Ejiofor, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto, por Clube de Compras Dallas
Melhor Atriz Coadjuvante: Lupita Nyong’o, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Elenco: Trapaça
Melhor Roteiro: Spike Jonze, por Ela
Melhor Filme Estrangeiro: Azul é a Cor Mais Quente
Melhor Filme de Animação: The Act of Killng
Melhor Trilha Sonora: Inside Llewyn Davis
Melhor Fotografia: Emmanuel Lubezki, por Gravidade
VENCEDORES DO PRÊMIO DA ASSOCIAÇÃO DOS CRÍTICOS DE FILME ONLINE DE BOSTON
Melhor Filme: 12 Anos de Escravidão
Melhor Direção: Steve McQueen, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Ator: Chiwetel Ejiofor, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto, por Clube de Compras Dallas
Melhor Atriz Coadjuvante: Lupita Nyong’o, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Elenco: 12 Anos de Escravidão
Melhor Roteiro: Antes d Meia Noite
Melhor Filme Estrangeiro: Azul é a Cor Mais Quente
Melhor Documentário: The Act of Killing
Melhor Filme de Animação (empate): Fozen: Uma Aventura Congelante e Vidas ao Vento
Melhor Trilha Sonora: 12 Anos de Escravidão
Melhor Fotografia: Inside Llewyn Davis
Melhor Edição: 12 Anos de Escravidão
 Os Dez Melhores Filmes do Ano: 1. 12 Anos de Escravidão; 2. Inside Llewyn Davis; 3. O Lobo de Wall Street; 4. Gravidade; 5. Antes da Meia Noite; 6. The Spectacular Now; 7. Azul é a Cor Mais Quente; 8. Spring Breakers; 9. The World’s End; 10. Fruitvale Station: A Última Palavra.
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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

035. (ESPECIAL OSCAR 2014) ERNEST E CÉLESTINE, de de Stéphane Aubier, Vincent Patar e Benjamin Renner

Uma animação simples e pura que conquistará a todos os corações.
Nota: 8,9



Título Original: Ernest er Célestine
Direção: Stéphane Aubier, Vincent Patar e Benjamin Renner
Elenco: Lambert Wilson, Pauline Brunner, Anne-Marie Loop, Patrice Melennec, Brigitte Virtudes, Léonard Louf, Dominique Maurin, Yann Lemadic, Féodor Atkine, Vincent Grass, Patrice Dozier, Jacques Ciron, Garance Pauwels
Produção: Didier Brunner, Henr Magalon, Stéphen Roelants e Vincent Tavier
Roteiro: Daniel Pennac e Gabielle Vincent (livro)
Ano: 2012
Duração: 80 min.
Gênero: Animação / Drama / Comédia


Ernest e Célestine são dois amigos que vivem em um mundo onde os grandes e perigosos ursos vivem na terra e os ratos vivem no sub-solo. Não existem humanos ou qualquer outro tipo de animal racional. Apenas ursos e ratos pensam e falam. Nesse contexto, os ratos vivem temendo os ursos pelos roedores serem alimento em potencial para os gigantes peludos; e as mamães ursos vivem com medo dos ratos por serem... ratos. O problema é que Ernest e Célestine são um urso e uma ratinha, e as ordens sociais vigentes são bem claras: ursos em cima, ratos em baixo!


Na realidade, a história não é tão simples. Ernest é um urso falido, um desempregado que ganha a vida pedindo esmola para tentar sustentar seu sonho de ser um músico e contador de histórias. Já Célestine, é uma jovem ratinha que está estagiando para se tornar uma dentista, o sonho de qualquer rato. Entretanto, Célestine quer ser uma desenhista, e não há argumento que a faça mudar de ideia. Assim sendo, podemos concluir que tanto o urso quanto a rata são dois animais improváveis no local onde vivem. Ernest não é um urso correto que segue os sonhos de todos os ursos, e, por fome, acaba roubando doces de um urso ambicioso. É claro que o urso não está fazendo nada correto. É condenável, inclusive para a sociedade humana, o roubo. Enquanto ele luta contra seus problemas, Célestine acaba deixando a coleta de dentes de urso que deve fazer para se tornar uma dentista de lado para desenhar. Certo dia, a pequena volta com apenas um dente e o rato chefe deixa claro que se ela não voltar com 50 dentes, é melhor nem voltar. Para que ela fique de bem com seu povo, Ernest ajuda Célestine a roubar os dentes da loja da esposa do doceiro. Ernest ainda ajuda a ratinha a levar os dentes para o subsolo e acaba sendo descoberto. E é aí que a coisa fica feia.



Como não nos apaixonarmos por Ernest e Célestine? Mas como defendê-los sabendo que eles estão fazendo coisas erradas? Apavoramo-nos a cada instante onde achamos que existe alguma possibilidade de os personagens serem pegos pela polícia. Além disso, não é preciso a trama avançar muito para percebermos que os personagens são deslocados da sociedade em que vivem. E pior: sofrem preconceito por quererem deixar de ser alienados e seguir caminhos diferentes daquilo que a sociedade pré determina. Em uma das falas mais fortes que tenho lembrança de ter assistido nos últimos filmes que vi é dita pelo juiz dos Ursos: “Ninguém questiona os fundamentos de nossa sociedade”. Quantas vezes nós, humanos, sofremos preconceito por questionarmos fundamentos, crenças e morais ultrapassadas? E ao que podemos resumir a história da sociedade se ela não fosse escrita por questionamentos? Nesse contexto, o mais belo que esse longa indicado ao Oscar de melhor animação (e com uma das trilhas sonoras mais belas do ano, composta por Vincent Courtois) faz por qualquer um é mostrar que ainda há a necessidade de rebeliões, revoluções e manifestações, ainda mais se elas forem feitas em prol do avanço social e da amizade.

VENCEDORES DOS PRÊMIOS DOS CRÍTICOS DE FILME DE DENVER
Melhor Filme: Gravidade
Melhor Direção: Alfonso Cuarón, por Gravidade
Melhor Ator: Matthew McConaughey, por Dallas Buyers Club
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto, por Clube de Compras Dallas
Melhor Atriz Coadjuvante: Jennifer Lawrence, por Trapaça
Melhor Animação: Frozen
Melhor Filme de Ficção ou Terror: Gravidade
Melhor Comédia: É o Fim
Melhor Roteiro Original: David O. Russell e Eric Singer, por Trapaça
Melhor Roteiro Adaptado: Terence Winter, por O Lobo de Wall Street
Melhor Documentário: The act of Killing
Melhor Canção: Robert Lopez e Kristen Anderson-Lopez, por “Let it Go”, de “Frozen”
Melhor Trilha Sonora: Steven Price, por Gravidade
Melhor Filme Estrangeiro: O Grande Mestre

VENCEDORES DOS PRÊMIOS DA SOCIEDADE NACIONAL DE CRÍTICOS DE FILMES: 
Melhor Filme: Inside Llewyn Davis
Melhor Realizador: Joel Coen e Ethan Coen, por Inside Llewyn Davis
Melhor Ator: Oscar Isaac, por Inside Llewyn Davis
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Secundário: James Franco, por Spring Breakers
Melhor Atriz Secundária: Jennifer Lawrence, por Trapaça
Melhor Roteiro: Richard Linklater, Ethan Hawke e Julie Delpy, por Antes da Meia Noite
Melhor Filme Estrangeiro: La vie d’Adèle: Chapitres 1 et 2 (França)
Melhor Filme de Não-Ficção: The Act of Killing, de At Berkeley
Melhor Fotografia: Bruno Delbonnel, por Inside Llewyn Davis
Melhor Filme Sem Distribuição nos EUA: Stray Dogs e Hide Your Smiling Faces

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domingo, 19 de janeiro de 2014

036. (ESPECIAL OSCAR 2014) BLUE JASMINE, de Woody Allen

A dupla Allen-Blanchett apresenta um dos longas mais fortes e impressionantes do ano.
Nota: 9,3


Título Original: Blue Jasmine
Direção e Roteiro: Woody Allen
Elenco: Cate Blanchett, Sally Hawkins, Alec Baldwin, Charlie Tahan, Daniel Jenks, Max Rutherford, Andrew Dice Clay, Kathy Tong, Bobby Cannavale, Max Casella, Ali Fedotowsky, Michael Stuhlbarg, Alden Ehrenreich
Produção: Letty Aronson, Stephen Tenenbau e Edward Walson
Ano: 2013
Duração: 98 min.
Gênero: Drama

Jasmine é uma bela mulher que se casa com o milionário Hal após conhecê-lo em uma festa ao som da canção Blue Moon, como ela mesma gosta de lembrar. A vida do casal é, aparentemente, perfeita: vivem em um lindo apartamento em Nova York, possuem uma bela casa de campo, são abençoados com a companhia de Danny, filho de Hal, que adora a madrasta, compram o que querem e frequentam as festas da alta sociedade. Entretanto, o mundo do casal vai ladeira à baixo quando o FBI descobre que Hal era um mentiroso nato e fez fortuna enganando pessoas. Enquanto Hal vai preso e comete suicídio, Jasmine se obriga a se conformar em morar em São Francisco com a irmã pobre que ela sempre rejeitou.


“O ser humano tá na maior fissura porque/Tá cada vez mais down the high society”. Não consigo imaginar outro filme que tenha assistido que se encaixe mais perfeitamente naquela música cantada por Elis Regina quanto esse. Sem dúvida alguma, Jasmine vê seu castelo ruir, sua vida mansa e bela se despedaçar, suas sociais ao entardecer virarem apenas lembrança e suas tardes fazendo compras se transformarem em tardes onde ela é a vendedora e não compradora, isso tudo, por que, após tantos anos vivendo na ilusão, Jasmine, finalmente, está abaixo da sociedade. Em uma das cenas mais características que exemplificam a situação da personagem, Jasmine lamenta o quão triste é fazer serviços comuns em São Francisco como ser secretária de um dentista, alegando que não quer ser mais humilhada como já aconteceu em Nova York, onde, além de ter de vender suas joias e seus casacos de pele, foi obrigada a vender sapatos em uma loja onde, uma vez, comprou tais objetos. Ali, e durante todo o longa, a personagem nos mostra como é fútil e como um monstro foi criado com o passar dos anos. Essa ideia começa a ser armada pelo roteiro desde que a trama inicia: em um avião, Jasmine conta a uma senhora como foi conhecer Hal e fala sobre sua vida chata e mesquinha. A mulher ao lado de Jasmine não dá a mínima para o que a companheira de viagem de primeira classe (mesmo falida Jasmine insiste em viajar na primeira classe) está dizendo. Mais tarde, ainda teremos mais momentos como esses, em que a protagonista relembra o passado glorioso falando sozinha, mesmo que existam centenas de pessoas à sua volta com quem poderia conversar realmente. E em algumas delas somos capazes de perceber que Jasmine sempre foi um pouco perturbada, e tudo começa pelo fato de ela sempre deixar claro que Ginger e ela foram adotadas, filhas de pais diferentes, de mães diferentes, mas adotadas pelo mesmo casal. E o que a consola nesse passado triste é o fato de saber, e negar, que a mãe adotiva sempre preferiu ela a Ginger.


Nos últimos anos, acredito que Woody Allen esteja se tornando um diretor muito melhor do que jamais fora. Não que seus trabalhos do passado sejam ruins, mas acho que a última década deu a Allen mais sabedoria e classe em seus trabalhos. Não estamos mais expostos a ideias loucas como em “Tudo o que Você queria  saber sobre sexo mas tinha medo de perguntar” (1972) ou a filme lentos como “Manhattan” (1979). O diretor esta trazendo longa mais vivos, mas fortes em todos os sentidos e extremamente cativantes. Sua não aparição nos filmes ajuda nessa melhora, ele apenas trabalha a ideia e a idade lhe trouxe ideias, indiscutivelmente, sensacionais. “Blue Jasmine” é um filme vivo, mesmo com toda a melancolia que ronda a protagonista, é um filme forte e realista, que denuncia a loucura a qual os ricos se expõe devido ao dinheiro e revela como pode ser patética a forma que pessoas falidas levam a vida. Em uma passagem interessante do longa, a decadente Jasmine reencontra com Danny. Enquanto ela está velha, cansada, chorando e reclamando de tudo, Danny, que já passou pelo uso das drogas, está casado e reconstruindo sua vida. Ali, Allen nos apresenta as duas facetas da derrota, não apenas de indivíduos falidos, mas de qualquer homem que veja a derrota pelo caminho da vida: ou se decide optar pela humildade e abaixar a cabeça e seguir em frente, ou ergue-se a cabeça e continua-se a seguir como se tudo estivesse abaixo de você. A diferença é que na primeira hipótese, em algum momento, você terá a chance de reerguer a cabeça e poder seguir em frente feliz e conformado com sua situação, na segunda hipótese, a luta para voltar à riqueza acaba levando o homem ao desespero e, em um momento próximo, ele será obrigado a abaixar a cabeça e seguir em frente com uma vida deprimente e medíocre.


Cate Blanchett é uma das melhores atrizes de sua geração. Não há uma interpretação sua que seja passada desapercebida. Como Jasmine ela está, nada mais, nada menos, que sublime. Como costumo dizer, sua atuação é um assombro, pois, como poucas atrizes, ela consegue nos fazer amar e odiar Jasmine. Blanchett, nesse contexto, cria uma Jasmine bela, pura, sorridente enquanto rica, e uma mulher que parece sempre à beira de um colapso após a falência. Não há nada em Jasmine que sirva de modelo para qualquer ser humano, mas ela nos cativa. E, ao mesmo tempo, questionamo-nos como podemos nos cativar por um ser tão imbecil que transborda hipocrisia e medo. Talvez seja isso: o medo que Jasmine sente por ter uma mudança tão brusca em sua vida nos faz sentir pena. E são as feições e os ataques que Blanchett cria para a personagem que denotam tal medo, são as cenas em que Jasmine fala sozinha que fazem tantos sentimentos vierem à tona. Entretanto, nada do que aconteça com a protagonista nos faz sentir algo mais digno dela que pena, e isso tudo, devemos à interpretação brilhante de Blanchett. A companheira de Cate na trama é Sally Hawkins. Não menos competente, Hawkins tem uma personagem menos interessante. A vida de Ginger, irmã de Jasmine, é a face da derrota eterna, mas, ainda assim, Hawkins consegue a façanha de tratar tal vida com alguma dignidade, provando que o dinheiro não compra tudo e tratando a vida como ela é. Os melhores momentos da atriz são suas reações aos insultos da irmã, o que faz da atriz o par perfeito para Cate na telona. Os homens do longa não são capazes de agregar nada ao filme, talvez seja pelo fato de o longa ter sido escrito focando em mulheres. Apesar de Peter Sarsgaard, Andrew Dice Clay, Bobby Cannavale e Alden Ehrenreich estarem bem e conseguirem segurar as pontas ao lado de Blanchett e Hawkins, Alec Baldwin não consegue ser útil nem mesmo nos momentos cômicos do longa, o que sobre para os momentos dramáticos é característico e comum demais.


O longa tem apenas 3 indicações ao Oscar, nas quais está muito bem representado. Cate Blanchett é indicada como melhor atriz principal, e, mesmo com concorrentes de peso como Judi Dench e Meryl Streep, e com atrizes queridas na América, como Amy Adams e Sandra Bullock, é a grande favorita para o prêmio. A interpretação de Blanchett é tudo o que a academia gosta, pois sua personagem vai da riqueza à decadência, sua personagem não tem nenhuma esperança de que alguma coisa dê certo na vida e podemos ver vários modelos de mulheres reais que já passaram pelo que a personagem passa. Sally Hawkins está na disputa como melhor atriz coadjuvante, apesar de ser uma interpretação marcante e bem realista, a atriz está concorrendo com Jennifer Lawrence, a nova queridinha de Hollywood e deve ficar sem o prêmio. Por fim, Woody Allen concorre na categoria de melhor roteiro original e, apesar de ser um roteiro de Allen, sempre favorito pela academia, o prêmio já está, merecidamente, nas mãos de Spike Jonze por seu trabalho espetacular em "Ela" (2013). Particularmente, simpatizo com a escolha de Allen de iniciar o longa com Jasmine indo para São Francisco e alternar a vida rica da protagonista com a vida decadente em flash backs que esclarecem tudo o que aconteceu com a personagem até ali.



Woody Allen é conhecido por grandes comédias e por grandes personagens femininos criados de forma original. “Blue Jasmine” não é uma comédia. Existem momentos engraçados? Sim, mas eles não são cômicos, são irônicos, são debochados, são realidades escrachadas a respeito de uma sociedade mesquinha, fútil, desonesta, hipócrita e que não merece estar nesse mundo. E, sobre isso, não me refiro apenas aos ricos, refiro-me a qualquer ser humano que trate a vida de forma tão estúpida e sem amor próprio como Jasmine e Ginger fizeram a vida toda. Se Jasmine não é um modelo de ser humano por estar tão acabada após a falência, Ginger também está longe de ser exemplo, pois nunca tentou nada para tornar sua vida algo mais digno. Claro que o filme pode desagradar a alguns por ser tão realista e tão forte, não é um filme simples e está longe de ser um longa agradável para qualquer momento da vida de um ser humano. Mas é essa força e essa realidade que tornam o longa um daqueles essências. Allen e Blanchett formam uma dupla inesperada que criam uma trama e uma personagem inigualáveis. E que casal melhor para apresentar tramas e personagens fortes e complexas que Woody Allen e Cate Blanchett, esses mestres da dramaturgia?


VENCEDORES DOS PRÊMIOS DO SINDICATO DOS ATORES
CINEMA
Melhor Elenco: Trapaça
Melhor Elenco Dublê: O Grande Herói
Melhor Ator: Matthew McConaughey, por Clube de Compras Dallas
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto, por Clube de Compras Dallas
Melhor Atriz Coadjuvante: Lupita Nyong’o, por 12 Years a Slave

TELEVISÃO:
Melhor Elenco em Série Drama: Breaking Bad
Melhor Elenco em Série Comédia: Modern Family
Melhor Elenco Dublê em Série Drama ou Comédia: Game of Thrones
Melhor Ator em Série Drama: Bryan Cranston, por Breaking Bad
Melhor Atriz em Série Drama: Maggie Smith, por Downton Abbey
Melhor Ator em Série Comédia: Ty Burrell, por Modern Family
Melhor Atriz em Série Comédia: Julia Louis-Dreyfus, por Veep
Melhor Ator em Minissérie ou Telefilme: Michael Douglas, por Behind the Candelabra
                                                            Melhor Atriz em Minissérie ou Telefilme: Helen Mirren, por Phil Spector

VENCEDORES DOS PRÊMIOS CRITICS CHOICE AWARDS
Melhor Filme: 12 Anos de Escravidão
Melhor Direção: Alfonso Cuarón, por Gravidade
Melhor Ator: Matthew McConaughey, por Clube de Compra Dallas
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto, por Clube de Compras Dalas
Melhor Atriz Coadjuvante: Lupita Nyong’o, por 12 anos de Escravidão
Melhor Jovem Ator ou Atriz: Adele Exarchopoulos, por Azul é a Cor Mais Quente
Melhor Elenco: Trapaça
Melhor Roteiro Original: Spike Jonze, por Ela
Melhor Roteiro Adaptado: Jojn Ridley, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Fotografia: Emmanuel Lubezki, por Gravidade
Melhor Direção de Arte: Catherine Martin e Beverly Dunn, por O Grande Gatsby
Melhor Edição: Alfonso Cuarón e Mark Sanger, por Gravidade
Melhor Figurino: Catherine Martin, por O Grande Gatsby
Melhor Penteado e Maquiagem: Trapaça
Melhores Efeitos Visuais: Gravidade
Melhor Filme de Animação: Frozen: Uma Aventura Congelante
Melhor Filme de Ação: O Grande Herói
Melhor Ator em Filme de Ação: Mark Wahlberg, por O Grande Herói
Melhor Atriz em Filme de Ação: Sandra Bullock, por Gravidade
Melhor Filme de Sci-Fi ou Terror: Gravidade
Melhor Comédia: Trapaça
Melhor Ator em Comédia: Leonardo DiCaprio, por O Lobo de Wall Street
Melhor Atriz em Comédia: Amy Adams, por Trapaça
Melhor Filme Estrangeiro: Azul é a Cor Mais Quente
Melhor Documentário: 20 Feet From Stardom
Melhor Canção: Robert Lopez e Kristen Anderson-Lopez, por “Let it Go”, de “Frozen”
Melhor Trilha Sonora: Steven Price, por Gravidade
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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

037. O HOMEM DE AÇO, de Zack Snyder

Uma boa e grande surpresa entre as novas adaptações dos heróis.
Nota: 9,0



Título Original: Man of Steel
Direção: Zack Snyder
Elenco: Henry Cavill, Amy Adams, Michael Shannon, Diane Lane, Russel Crowe, Kevin Costner, Antje Traue, Harry Lenixx, Richard Schiff, Christopher Meloni, Aylet Zurer, Laurence Fishburne, Dylan Sprayberry, Cooper Timberline, Richard Cetrone
Produção: Christopher Nolan, Charles Roven, Deborah Snyder, Emma Thomas
Roteiro: David S. Goyer, Christopher Nolan
Ano: 2013
Duração: 143 min.
Gênero: Ação / Aventura / Fantasia

Quando Jor-El percebe que Krypton, o mundo onde vive com a mulher e o filho recém-nascido, está à beira de ser destruído, o cientista resolve enviar Kal-El, seu filho, para o planeta Terra afim de salvar sua vida. Entretanto, o General Zod, que estava levantando o povo de Krypton contra seus governantes, percebe que Jor enviou com Kal importantes informações sobre as futuras gerações de seu povo. Ao chegar a Terra, o garoto passa a ser chamado de Clark Kent e passa a ser criado por Jonathan e Martha. 33 anos depois, Clark vive isolado em seu próprio eu, com medo de que descubram que detém forças e poderes inimagináveis. No entanto, Zod encontra Clark e decide ir a Terra, encontrar as informações e reconstruir Krypton, custe o que custar.



Uma de minhas maiores críticas acerca de longas que envolvem super-heróis é a falta de seriedade com a qual os filmes acabam sendo tratados. Todavia, algumas histórias necessitam de mais coerência. Superman e Capitão-Amperica são dois dos personagens de quadrinhos que mais me interessam. São os únicos criados e popularizados com algum propósito maior que o de trazer diversão ao público. Clark Kent e Steve Rogers foram popularizados com a finalidade de trazer alguma esperança à América em tempos difíceis. Enquanto o Superman salvava os EUA durante a Grande Depressão que assolou os americanos em 1929, o Capitão América chegou a ter uma revista onde matava Hitler, trazendo confiança e esperança ao povo norte-americano em meio a Segunda Guerra Mundial. Talvez seja por terem atingido propósitos tão louváveis que os longas que trouxeram os personagens para o cinema atualmente, sejam tão interessantes. O enredo de “O Homem de Aço”, é claro, não permitiria que houvesse qualquer menção à crise, todavia, quando Zod chega a Terra ordenando que o Super-Homem seja entregue e o herói mostra que pode fazer muito mais que se entregar, o povo deposita toda sua confiança em Clark. Em uma cena perfeita para o filme, um dos comandantes, após ser salvo pelo herói, declara que Clark não é um inimigo, e é aí que o filme se torna ainda mais belo. Piadas existem, afinal, sem elas os heróis não seriam tão amigáveis, mas elas são raras e não acorrem em momentos de tensão e violência.



Zack Snyder já estava acostumado com filmes de ação e fantasia, que exigem atenção em cenas de batalhas e destruições. É ele o realizador de “300” (2006), “Watchmen: O Filme” (2009), “A Lenda dos Guardiões” (2010) e “Sucker Punch: Mundo Surreal” (2011). Confesso que, ao conferir que Snyder era diretor dos títulos citados anteriormente, não tive muitas esperanças acerca desse longa. Depois da notícia de que Cavill seria o protagonista tudo me pareceu mais possível. O fato é que o trabalho de Snyder até aqui parece ter sido uma espécie de experimento para que atingisse a qualidade de “O Homem de Aço”. Enquanto verificamos vários defeitos visuais e sonoros em seus outros longas, os defeitos aqui são quase imperceptíveis, e não são suficientes para deixar a qualidade do filme defasada. As cenas em que o Super-Homem luta contra os vilões são inteligentes e, apesar de confundir um pouco, são excelentes. Os efeitos visuais e sonoros se mostram, a cada cena, dignos de prêmios. A trilha sonora de Hans Zimmer, que já tinha experiência com heróis por seu trabalho com a trilogia “Batman” de Christopher Nolan, é pontual e tão grandiosa quanto o personagem. Por fim, o roteiro, também escrito pelo roteirista de “Batman”, David S. Goyer, é conciso e a história não se perde em momento algum. O prefácio onde é contada a história do fim de Krypton e do envio de Kal a Terra é esclarecedor, e a forma como foi escolhida a contação da infância de Clark – em flash-backs durante a trama – explica as razões que levaram o jovem a agir da forma que agiu toda a vida.



Henry Cavill, como muitos esperavam, foi a grande escolha para o papel principal. O próprio ator afirmou ser a realização de um sonho que tinha há anos. Apesar de possuir menos de 20 títulos em seu currículo, Cavill demonstra experiência e uma competência poucas vezes vistas em filmes de heróis. Ao lado de Christian Bale, intérprete de Batman, Cavill foi a melhor escolha em anos para viver um herói. Como Clark, ele transparece os problemas sofridos pelo personagem por uma infância cheia de preconceito e uma adolescência reprimida pelo perigo de descobrirem a realidade. Como o Super-Homem, ele é humano, corajoso e forte, não apenas fisicamente, mas mentalmente. Não lembro de nenhuma mocinha de filmes do gênero ser tão boa quanto a Lois de Amy Adams. Como sempre, a atriz está ótima em um papel favorável por ser uma jornalista inteligente e destemida, que não se apaixona por Clark desde o primeiro olhar, mas se apaixona pela ideia do furo de descobrir quem é essa aberração. Os pais terráqueos de Clark são vividos com maestria pelos excelentes Kevin Costner e Diane Lane, ambos apresentando verdadeiros pais que amam e se preocupam com seu filho acima de tudo, não importando o que ele possa ser. O pai biológico é vivido por Russell Crowe em um papel que, de forma inimaginável, coube como uma luva. Por fim, o vilão Zod é interpretado por Michael Shannon, apesar da construção do personagem ser um pouco desagradável, ele representa a ideia absurda de Krypton ao pré-determinar o que cada feto será após nascer. O personagem é duro consigo e com sua espécie, é determinado em reconstruir seu planeta. Ainda assim, Zod está longe de ser um grande personagem. Destaco, por fim, os atores Cooper Timberline e Dyan Sprayberry vivendo Clark aos 9 e 13 anos, respectivamente.


“O Homem de Aço” nos remete à infância ao trazer um super-herói capaz de salvar o mundo sem restrição alguma. Seria injustiça com Henry Cavill alegar que ele está surpreendente no papel, portanto, reservo-me ao direito de afirmar que ele está tão competente quanto o esperado. Snyder, esse sim, surpreende com uma direção mais que inesperada. O roteiro e a trilha sonora deviam ser, no mínimo, impecáveis levando-se em consideração seus realizadores, e, mais uma vez, excederam às expectativas. O restante do elenco é forte e todos parecem ter uma sincronia maravilhosa (sorte de Snyder). Com a seriedade da qual falei antes, “O Homem de Aço” é um blockbuster de qualidade que foge ao esperado, que foge da mesmice encontrada na maior parte dos filmes do gênero. Assim como a trilogia de Nolan e o “Capitão América”, temos aqui um filme feito para adultos. Não há mensagens de superação ou de compaixão, mesmo que Clark se arrisque pelos homens, mesmo sofrendo preconceito por nossa raça. “O Homem de Aço” apenas nos lembra que, não importa o que aconteça, o Super Homem sempre estará ao lado dos homens, ajudando-nos a realizar maravilhas.



VENCEDORES GLOBO DE OURO 2014
CINEMA
Melhor Filme Drama: 12 Anos de Escravidão
Melhor Ator Drama: Matthew McConaughey, por Dallas Buyers Club
Melhor Atriz Drama: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Filme Comédia ou Musical: Trapaça
Melhor Ator Comédia ou Musical: Leonardo DiCaprio, por O Lobo de Wall Street
Melhor Atriz Comédia ou Musical: Amy Adams, por Trapaça
Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto, por Dallas Buyers Club
Melhor Atriz Coadjuvante: Jennifer Lawrence, por Trapaça
Melhor Direção: Alfonso Cuarón, por Gravidade
Melhor Roteiro: Spike Jonze, por Ela
Melhor Filme de Animação: Frozen: Uma Aventura Congelante
Melhor Filme Estrangeiro: A Grande Beleza (Itália)
Melhor Trilha Sonora: Alex Ebert, por All is Lost
Melhor Canção Original: "Ordinary Love", de U2 ("Mandela: Long Walk to Freedom")
TELEVISÃO
Melhor Série Drama: Breaking Bad
Melhor Ator Série Drama: Bryan Cranston
Melhor Atriz Série Drama: Robin Wright, por House of Cards
Melhor Série Comédia ou Musical: Brooklyn Nine-Nine
Melhor Ator Série Comédia ou Musical: Andy Samberg, por Brooklyn Nine Nine
Melhor Atriz Série Comédia ou Musical: Amy Poehler, por Parks and Recreation
Melhor Minissérie ou Telefilme: Behind the Candelabra
Melhor Ator Minissérie ou Telefilme: Michael Douglas, por Behind the Candelabra
Melhor Atriz Minissérie ou Telefilme: Elisabeth Moss, por Top of the Lake
Melhor Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme: Jon Voigh, por Ray Donovan
Melhor Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Telefilme: Jaqueline Bisset, por Dancing on the Age
VENCEDORES DO PRÊMIO DA SOCIEDADE DE CRÍTICOS DE FILME ONLINE
Melhor Filmes: 12 Anos de Escravidão
Melhor Filme de Animação: The Wind Rises
Melhor Filme estrangeiro: Azul é a Cor Mais Quente
Melhor Documetário: The Act of Killing
Melhor Direção: Alfonso Cuarón, por Gravidade
Melhor Ator: Chiwetel Ejiofor, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: Michael Fassbender, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Atriz Coadjuvante: Lupita Nyong’o, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Roteiro Original: Her
Melhor Roteiro Adaptado: 12 Anos de Escravidão
Melhor Edição: Gravidade
Melhor Fotografia: Gravidade 
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