Uma boa e grande surpresa entre as novas
adaptações dos heróis.
Nota: 9,0
Título Original: Man of Steel
Direção: Zack Snyder
Elenco: Henry Cavill, Amy Adams, Michael
Shannon, Diane Lane, Russel Crowe, Kevin Costner, Antje Traue, Harry Lenixx, Richard Schiff, Christopher Meloni, Aylet Zurer, Laurence Fishburne, Dylan Sprayberry, Cooper Timberline, Richard Cetrone
Produção: Christopher Nolan, Charles Roven, Deborah Snyder, Emma Thomas
Roteiro: David S. Goyer, Christopher
Nolan
Ano: 2013
Duração: 143 min.
Gênero: Ação / Aventura / Fantasia
Quando Jor-El percebe que Krypton, o
mundo onde vive com a mulher e o filho recém-nascido, está à beira de ser
destruído, o cientista resolve enviar Kal-El, seu filho, para o planeta Terra
afim de salvar sua vida. Entretanto, o General Zod, que estava levantando o
povo de Krypton contra seus governantes, percebe que Jor enviou com Kal
importantes informações sobre as futuras gerações de seu povo. Ao chegar a
Terra, o garoto passa a ser chamado de Clark Kent e passa a ser criado por
Jonathan e Martha. 33 anos depois, Clark vive isolado em seu próprio eu, com
medo de que descubram que detém forças e poderes inimagináveis. No entanto, Zod
encontra Clark e decide ir a Terra, encontrar as informações e reconstruir
Krypton, custe o que custar.
Uma de minhas maiores críticas acerca de
longas que envolvem super-heróis é a falta de seriedade com a qual os filmes
acabam sendo tratados. Todavia, algumas histórias necessitam de mais coerência.
Superman e Capitão-Amperica são dois dos personagens de quadrinhos que mais me
interessam. São os únicos criados e popularizados com algum propósito maior que
o de trazer diversão ao público. Clark Kent e Steve Rogers foram popularizados
com a finalidade de trazer alguma esperança à América em tempos difíceis.
Enquanto o Superman salvava os EUA durante a Grande Depressão que assolou os
americanos em 1929, o Capitão América chegou a ter uma revista onde matava
Hitler, trazendo confiança e esperança ao povo norte-americano em meio a
Segunda Guerra Mundial. Talvez seja por terem atingido propósitos tão louváveis
que os longas que trouxeram os personagens para o cinema atualmente, sejam tão
interessantes. O enredo de “O Homem de Aço”, é claro, não permitiria que
houvesse qualquer menção à crise, todavia, quando Zod chega a Terra ordenando
que o Super-Homem seja entregue e o herói mostra que pode fazer muito mais que
se entregar, o povo deposita toda sua confiança em Clark. Em uma cena perfeita
para o filme, um dos comandantes, após ser salvo pelo herói, declara que Clark
não é um inimigo, e é aí que o filme se torna ainda mais belo. Piadas existem,
afinal, sem elas os heróis não seriam tão amigáveis, mas elas são raras e não
acorrem em momentos de tensão e violência.
Zack Snyder já estava acostumado com
filmes de ação e fantasia, que exigem atenção em cenas de batalhas e
destruições. É ele o realizador de “300” (2006), “Watchmen: O Filme” (2009), “A
Lenda dos Guardiões” (2010) e “Sucker Punch: Mundo Surreal” (2011). Confesso
que, ao conferir que Snyder era diretor dos títulos citados anteriormente, não
tive muitas esperanças acerca desse longa. Depois da notícia de que Cavill
seria o protagonista tudo me pareceu mais possível. O fato é que o trabalho de
Snyder até aqui parece ter sido uma espécie de experimento para que atingisse a
qualidade de “O Homem de Aço”. Enquanto verificamos vários defeitos visuais e
sonoros em seus outros longas, os defeitos aqui são quase imperceptíveis, e não
são suficientes para deixar a qualidade do filme defasada. As cenas em que o
Super-Homem luta contra os vilões são inteligentes e, apesar de confundir um
pouco, são excelentes. Os efeitos visuais e sonoros se mostram, a cada cena,
dignos de prêmios. A trilha sonora de Hans Zimmer, que já tinha experiência com
heróis por seu trabalho com a trilogia “Batman” de Christopher Nolan, é pontual
e tão grandiosa quanto o personagem. Por fim, o roteiro, também escrito pelo roteirista
de “Batman”, David S. Goyer, é conciso e a história não se perde em momento
algum. O prefácio onde é contada a história do fim de Krypton e do envio de Kal
a Terra é esclarecedor, e a forma como foi escolhida a contação da infância de
Clark – em flash-backs durante a trama – explica as razões que levaram o jovem
a agir da forma que agiu toda a vida.
Henry Cavill, como muitos esperavam, foi
a grande escolha para o papel principal. O próprio ator afirmou ser a
realização de um sonho que tinha há anos. Apesar de possuir menos de 20 títulos
em seu currículo, Cavill demonstra experiência e uma competência poucas vezes
vistas em filmes de heróis. Ao lado de Christian Bale, intérprete de Batman,
Cavill foi a melhor escolha em anos para viver um herói. Como Clark, ele
transparece os problemas sofridos pelo personagem por uma infância cheia de
preconceito e uma adolescência reprimida pelo perigo de descobrirem a
realidade. Como o Super-Homem, ele é humano, corajoso e forte, não apenas
fisicamente, mas mentalmente. Não lembro de nenhuma mocinha de filmes do gênero
ser tão boa quanto a Lois de Amy Adams. Como sempre, a atriz está ótima em um
papel favorável por ser uma jornalista inteligente e destemida, que não se
apaixona por Clark desde o primeiro olhar, mas se apaixona pela ideia do furo
de descobrir quem é essa aberração. Os pais terráqueos de Clark são vividos com
maestria pelos excelentes Kevin Costner e Diane Lane, ambos apresentando
verdadeiros pais que amam e se preocupam com seu filho acima de tudo, não
importando o que ele possa ser. O pai biológico é vivido por Russell Crowe em
um papel que, de forma inimaginável, coube como uma luva. Por fim, o vilão Zod
é interpretado por Michael Shannon, apesar da construção do personagem ser um
pouco desagradável, ele representa a ideia absurda de Krypton ao pré-determinar
o que cada feto será após nascer. O personagem é duro consigo e com sua
espécie, é determinado em reconstruir seu planeta. Ainda assim, Zod está longe
de ser um grande personagem. Destaco, por fim, os atores Cooper Timberline e
Dyan Sprayberry vivendo Clark aos 9 e 13 anos, respectivamente.
“O Homem de Aço” nos remete à infância
ao trazer um super-herói capaz de salvar o mundo sem restrição alguma. Seria
injustiça com Henry Cavill alegar que ele está surpreendente no papel,
portanto, reservo-me ao direito de afirmar que ele está tão competente quanto o
esperado. Snyder, esse sim, surpreende com uma direção mais que inesperada. O
roteiro e a trilha sonora deviam ser, no mínimo, impecáveis levando-se em
consideração seus realizadores, e, mais uma vez, excederam às expectativas. O
restante do elenco é forte e todos parecem ter uma sincronia maravilhosa (sorte
de Snyder). Com a seriedade da qual falei antes, “O Homem de Aço” é um
blockbuster de qualidade que foge ao esperado, que foge da mesmice encontrada
na maior parte dos filmes do gênero. Assim como a trilogia de Nolan e o
“Capitão América”, temos aqui um filme feito para adultos. Não há mensagens de
superação ou de compaixão, mesmo que Clark se arrisque pelos homens, mesmo
sofrendo preconceito por nossa raça. “O Homem de Aço” apenas nos lembra que,
não importa o que aconteça, o Super Homem sempre estará ao lado dos homens,
ajudando-nos a realizar maravilhas.
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