Uma animação simples e pura que
conquistará a todos os corações.
Nota: 8,9
Título Original: Ernest er Célestine
Direção: Stéphane Aubier, Vincent Patar
e Benjamin Renner
Elenco: Lambert Wilson, Pauline Brunner,
Anne-Marie Loop, Patrice Melennec, Brigitte Virtudes, Léonard Louf, Dominique
Maurin, Yann Lemadic, Féodor Atkine, Vincent Grass, Patrice Dozier, Jacques
Ciron, Garance Pauwels
Produção: Didier Brunner, Henr Magalon,
Stéphen Roelants e Vincent Tavier
Roteiro: Daniel Pennac e Gabielle
Vincent (livro)
Ano: 2012
Duração: 80 min.
Gênero: Animação / Drama / Comédia
Ernest e Célestine são dois amigos que
vivem em um mundo onde os grandes e perigosos ursos vivem na terra e os ratos
vivem no sub-solo. Não existem humanos ou qualquer outro tipo de animal
racional. Apenas ursos e ratos pensam e falam. Nesse contexto, os ratos vivem
temendo os ursos pelos roedores serem alimento em potencial para os gigantes
peludos; e as mamães ursos vivem com medo dos ratos por serem... ratos. O
problema é que Ernest e Célestine são um urso e uma ratinha, e as ordens
sociais vigentes são bem claras: ursos em cima, ratos em baixo!
Na realidade, a história não é tão
simples. Ernest é um urso falido, um desempregado que ganha a vida pedindo
esmola para tentar sustentar seu sonho de ser um músico e contador de histórias.
Já Célestine, é uma jovem ratinha que está estagiando para se tornar uma
dentista, o sonho de qualquer rato. Entretanto, Célestine quer ser uma
desenhista, e não há argumento que a faça mudar de ideia. Assim sendo, podemos
concluir que tanto o urso quanto a rata são dois animais improváveis no local
onde vivem. Ernest não é um urso correto que segue os sonhos de todos os ursos,
e, por fome, acaba roubando doces de um urso ambicioso. É claro que o urso não
está fazendo nada correto. É condenável, inclusive para a sociedade humana, o
roubo. Enquanto ele luta contra seus problemas, Célestine acaba deixando a
coleta de dentes de urso que deve fazer para se tornar uma dentista de lado
para desenhar. Certo dia, a pequena volta com apenas um dente e o rato chefe
deixa claro que se ela não voltar com 50 dentes, é melhor nem voltar. Para que
ela fique de bem com seu povo, Ernest ajuda Célestine a roubar os dentes da
loja da esposa do doceiro. Ernest ainda ajuda a ratinha a levar os dentes para
o subsolo e acaba sendo descoberto. E é aí que a coisa fica feia.
Como não nos apaixonarmos por Ernest e
Célestine? Mas como defendê-los sabendo que eles estão fazendo coisas erradas?
Apavoramo-nos a cada instante onde achamos que existe alguma possibilidade de
os personagens serem pegos pela polícia. Além disso, não é preciso a trama
avançar muito para percebermos que os personagens são deslocados da sociedade em
que vivem. E pior: sofrem preconceito por quererem deixar de ser alienados e
seguir caminhos diferentes daquilo que a sociedade pré determina. Em uma das
falas mais fortes que tenho lembrança de ter assistido nos últimos filmes que
vi é dita pelo juiz dos Ursos: “Ninguém questiona os fundamentos de nossa
sociedade”. Quantas vezes nós, humanos, sofremos preconceito por questionarmos
fundamentos, crenças e morais ultrapassadas? E ao que podemos resumir a
história da sociedade se ela não fosse escrita por questionamentos? Nesse
contexto, o mais belo que esse longa indicado ao Oscar de melhor animação (e com uma das trilhas sonoras mais belas do ano,
composta por Vincent Courtois) faz por qualquer um é mostrar que ainda há a
necessidade de rebeliões, revoluções e manifestações, ainda mais se elas forem
feitas em prol do avanço social e da amizade.
VENCEDORES DOS PRÊMIOS DOS CRÍTICOS DE FILME DE DENVER
Melhor Filme: Gravidade
Melhor Direção: Alfonso Cuarón, por Gravidade
Melhor Ator: Matthew McConaughey, por Dallas Buyers Club
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto, por Clube de Compras Dallas
Melhor Atriz Coadjuvante: Jennifer Lawrence, por Trapaça
Melhor Animação: Frozen
Melhor Animação: Frozen
Melhor Filme de Ficção ou Terror: Gravidade
Melhor Comédia: É o Fim
Melhor Roteiro Original: David O. Russell e Eric Singer, por Trapaça
Melhor Roteiro Adaptado: Terence Winter, por O Lobo de Wall Street
Melhor Documentário: The act of Killing
Melhor Canção: Robert Lopez e Kristen Anderson-Lopez, por “Let it Go”, de “Frozen”
Melhor Trilha Sonora: Steven Price, por Gravidade
Melhor Filme Estrangeiro: O Grande Mestre
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