Mais uma ótima ilusão criada pela Disney
para que as crianças vejam a vida como algo menos catastrófico.
Nota: 8,5
Título Original: Sleeping Beauty
Direção: Clyde Geronimi
Elenco (dublagem): Mary Costa, Bill Shirley, Eleanor Audley, Verna
Felton, Barbara Luddy, Barbara Jo Allen, Taylor Holmes, Bill Thompson
Produção: Roy M. Brewer Jr. e Donald Halliday
Roteiro: Erdman Penner, Joe Rinaldi, Winston Hibler, Bill Peet, Ted
Sears, Ralph Wright, Milt Banta, Charles Perrault (conto)
Ano: 1959
Duração: 75 min.
Gênero: Fantasia / Animação
Na história original contada há séculos,
o rei e a rainha finalmente conseguem ter uma filha, no entanto a moça precisa
cumprir uma profecia. Com dezesseis anos espeta o dedo em um fuso e adormece.
Entretanto, diferentemente do que conhecemos, ela acaba tendo filhos durante
seu sono profundo, acorda sem saber o que aconteceu. Para o final dessa
história temos duas versões, em ambas a menina acaba se tornando rainha e vive
feliz para sempre com seu rei, que a estuprou enquanto ela dormia, e seus
filhos. Outra bem conhecida é a versão dos Irmãos Grimm, onde a moça dorme
durante 100 anos, aí vem um rapaz, a beija, ela acorda e tudo fica bem
novamente.
No filme, Aurora, a princesa, nasce. Apenas
três fadas vão até ela, e quem a amaldiçoa é uma bruxa terrível que vive na
Montanha Proibida, Malévola. Bem como na história, a vilã a amaldiçoa com a
morte, mas a terceira fada concede o sono profundo no lugar da morte. Para livrar
a menina de Malévola, as três fadas se disfarçam de camponesas e cuidam da
menina, no entanto, Aurora fará seus dezesseis anos e todos estão apreensivos
com o que poderá acontecer com a segurança da menina. Essa versão mais amena
foi escrita pelo francês Charles Perrault.
Clyde Geronimi iniciou sua carreira em
1926 com filmes curta-metragem, seu primeiro longa de animação foi “Música,
Maestro!” (1946), o clássico da animação “Cinderela”, sobre a famosa gata
borralheira, veio em 1950, logo em seguida, ele foi o responsável por “Alice no
País das Maravilhas” (1951), “As aventuras de Peter Pan” (1953), “A Dama e o
Vagabundo” (1955) e em 1961 dirigiu o clássico “101 Dálmatas”, foi também o
diretor da popular série da década de 1960 “Mister Magoo” e pela “Abertura
Disneylândia” (1954-1964). Basicamente esses são os títulos de sua carreira
como diretor, mas convenhamos que não precisa de mais nenhum filme para saber o
quanto ele contribuiu para o cinema infantil. Seu trabalho aqui não difere dos
demais, é vivo, bonito, inteligente e muito bem feito, cheio de detalhes e com
uma história convincente para quem não leu o conto original.
Apesar de ser uma adaptação bem
diferenciada comparada com a original, “A Bela Adormecida” faz seu papel em
mostrar às crianças uma história bonita e singela do mais puro amor entre um
home e uma mulher. Claro que há um certo exagero por vermos Aurora, apenas com
dezesseis anos, tão bonita e casando, apesar de a história se passar em meados
do século XV, para nossos padrões atuais, mostrar isso às crianças não é a
melhor idéia. Entretanto, não é nisso que devemos conter nossas atenções, o
filme mostra o quanto o amor, a amizade, o carinho e a bondade podem vencer as
forças do mal, que, aliás, sempre perdem para o bem, e isso sim é algo digno de
se mostrar para crianças, apesar de não ser a realidade mais real, e nesse
aspecto não se pode reclamar dos filmes da Disney.
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