segunda-feira, 20 de maio de 2013

073. NOVIDADES NO AMOR, de Bart Freundlich


Uma água com açúcar boa de se tomar.
Nota: 8,0


Título Original: The Rebound
Direção e Roteiro: Bart Freundlich
Elenco: Catherine Zeta-Jones, Justin Bartha, Andrew Cherry, Kelly Gould, Lynn Whitfield, Kate Jennings Grant, Rob Kerkocivh, Sam Robards, John Schneider, Joanna Gleason, Art Garfunkel, Stephanie Szostak, Marcel Simoneau, Alice Yadav, Mitch Greenberg
Produção: Bart Freundlich, Mark Gill, Robert Katz, Tim Perell
Ano: 2009
Duração: 95 min.
Gênero: Comédia / Romance

Sandy tem 40 anos, um casal de filhos pequenos, um marido exemplar, uma bela casa e uma vida aparentemente perfeita, entretanto, quando descobre que o marido a trai, resolve pedir o divórcio e retomar as rédeas da própria vida, mudando-se para Nova York e procurando um emprego. Enquanto isso, o jovem Aram, prestes a completar 25 anos, tenta encontrar algum rumo para sua vida, procurando um emprego no qual consiga se encaixar. Nesse contexto, Aram acaba sendo contratado por Sandy como o babá das crianças, mas o que deveria ser apenas uma relação patrão-empregado se tornará mais que isso.


O diretor Bart Freundlich é marido da atriz Julianne Moore, mas mais que isso: foi escolhido por ela como algum tipo de promessa em 1997, e de seus cinco filmes para cinema, Moore participou de três. Nenhum dos cinco foi um grande sucesso ou chegou a ser o suficiente para trazer a Freundlinch alguma admiração, entretanto, não posso deixar de apontar que seus trabalhos na televisão são muito bem vistos por grande parte do público e da crítica. Confesso que nunca assisti nada do diretor, e confesso, ainda, que simpatizei com seu trabalho nesse filme. Além de liderar a produção, Freundlich também é o roteirista do filme, é bem na história que está a melhor parte do longa. O trabalho na direção também é bom, mas é uma história muito cotidiana, sem muito a ser feito devido às tecnologias disponíveis no mercado atual. Voltando ao roteiro, o assunto de uma mulher pós quarenta anos com um homem com menos de trinta teve um de seus maiores auges no ano de 2005 com o filme “Terapia do Amor” que envolvia, além da relação do casal, o problema de a mãe do jovem ser terapeuta da mulher da relação, aqui não há mais nenhum artifício para se fazer rir ou qualquer coisa do gênero. Sandy simplesmente descobre que está sendo traída pelo marido e, num ato de muita coragem e uma ótima forma de atrair ainda mais o público feminino, resolve pegar os dois filhos, sair de casa e tentar a vida sozinha. Com o passar dos dias e com a tentativa de conciliar a casa e o emprego, ela acaba contratando Aram para cuidar de seus filhos – mais uma ótima sacada do filme, que coloca o sexo feminino em um grau superior ao masculino na relação dos protagonistas. Durante o enredo, é claro que o casal arruma alguns problemas e pretextos para não ficarem juntos e, num final óbvio, os dois amadurecem e resolvem seguir seus caminhos na melhor forma possível. O mais interessante do filme é a forma como Freundlich trabalha com essas idas e vindas do filme, digo, ele não faz como o esperado e prolonga toda a história de forma chata e sem graça, muito pelo contrário: o que deve ser dito é apresentado, os futuros dos protagonistas são revelados e pronto, o filme termina sem cair na rotina e sem deixar tudo insuportável. E somente por isso a produção merece algum mérito, afinal, encontrar comédias românticas que não enrolam o tempo todo é algo muito raro.


O tempo passa e Catherine Zeta-Jones, independente de seus problemas pessoais, continua sendo uma das mulheres mais belas e atraentes da indústria cinematográfica, e, para melhorar, é uma atriz competente. Como a Sandy desse filme, Zeta-Jones deixa a beleza um pouco de lado – se é que isso é possível -, e procura se tornar uma mulher comum, como todas as outras que precisam se virar em meio a casa, filhos e trabalho; provavelmente pela determinação da personagem, sua atuação é muito simpática e excede as expectativas pelo gênero do longa, nos trazendo algo não muito original – pois já vimos muitas personagens como Sandy -, mas algo divertido e muito bem vindo. Desde “A Lenda do Tesouro Perdido” (2004), Justin Bartha caiu no gosto do público americano e participou de quatorze projetos nos últimos nove anos, dentre eles, “Se Beber, Não Case!” (2009) e sua sequência (2011). Aqui ele vive Aram, um jovem bastante perdido que não sabe o que deseja de sua vida, o que fica bem claro pelas feições de desânimo do ator durante a maior parte do filme, e é nas mudanças de ânimo da personagem que está o melhor da atuação de Bartha: quando ele está perto de Sandy, tudo muda, é como se uma luz se acendesse e ele conseguisse pensar um pouco em como melhorar sua vida. Além disso, o personagem é o típico homem antes dos trinta: um indeciso completo – não que depois dos trinta os homens comecem a tomar decisões. Os filhos de Sandy são vividos pelo satisfatório casal formado por Andrew Cherry e Kelly Gould, e o melhor amigo de Aram, pelo sempre muito engraçado Rob Kerkovich; por fim, os pais de Aram são vividos pela veterana da televisão Joanna Gleason e pelo mais que incrível Art Garfunkel – intérprete, o lado de Paul Simon, de mais de cinquênta músicas para o cinema e a televisão, dentre elas a inesquecível “Mrs. Robinson”, do filme “A Primeira Noite de um Homem” (1967).


“Novidades no Amor”, como sugere o título original, trata sobre a recuperação de uma mulher que acaba de se separar do marido, de quem era totalmente dependente, e de um jovem que mal começou a vida e precisa, urgentemente, traçar um rumo em sua existência. Como já disse, o tema de relação entre pessoas mais velhas e mais jovens já não é mais algo original em Hollywood, mas também está longe de deixar de ser um tabu na sociedade atual, e é por esse motivo que um filme que trate desse tipo de relacionamento de forma tão natural merece ser visto. Não que os problemas não sejam explorados, eles são, e é a partir deles que vemos o quanto é ridículo julgar duas pessoas com idades tão diferentes que estão tendo um relacionamento sério, afinal, o maior de todos os problemas não está naquilo que pensam ou falam, e sim, no próprio casal se preocupar com o que pensam e falam deles, resolvendo que será muito complicado levar o relacionamento em frente. E, na realidade, é nessa preocupação que temos com o que os outros irão pensar que mora um dos maiores males da sociedade.


ACESSE NOSSA PÁGINA NO YOUTUBE:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poderá gostar também de: