Uma água com açúcar boa de se tomar.
Nota: 8,0
Título Original: The Rebound
Direção e Roteiro: Bart Freundlich
Elenco: Catherine Zeta-Jones, Justin
Bartha, Andrew Cherry, Kelly Gould, Lynn Whitfield, Kate Jennings Grant, Rob
Kerkocivh, Sam Robards, John Schneider, Joanna Gleason, Art Garfunkel,
Stephanie Szostak, Marcel Simoneau, Alice Yadav, Mitch Greenberg
Produção: Bart Freundlich, Mark Gill, Robert Katz, Tim Perell
Ano: 2009
Duração: 95 min.
Gênero: Comédia / Romance
Sandy tem 40 anos, um casal de filhos
pequenos, um marido exemplar, uma bela casa e uma vida aparentemente perfeita,
entretanto, quando descobre que o marido a trai, resolve pedir o divórcio e
retomar as rédeas da própria vida, mudando-se para Nova York e procurando um
emprego. Enquanto isso, o jovem Aram, prestes a completar 25 anos, tenta
encontrar algum rumo para sua vida, procurando um emprego no qual consiga se
encaixar. Nesse contexto, Aram acaba sendo contratado por Sandy como o babá das
crianças, mas o que deveria ser apenas uma relação patrão-empregado se tornará
mais que isso.
O diretor Bart Freundlich é marido da
atriz Julianne Moore, mas mais que isso: foi escolhido por ela como algum tipo
de promessa em 1997, e de seus cinco filmes para cinema, Moore participou de
três. Nenhum dos cinco foi um grande sucesso ou chegou a ser o suficiente para
trazer a Freundlinch alguma admiração, entretanto, não posso deixar de apontar
que seus trabalhos na televisão são muito bem vistos por grande parte do
público e da crítica. Confesso que nunca assisti nada do diretor, e confesso,
ainda, que simpatizei com seu trabalho nesse filme. Além de liderar a produção,
Freundlich também é o roteirista do filme, é bem na história que está a melhor
parte do longa. O trabalho na direção também é bom, mas é uma história muito
cotidiana, sem muito a ser feito devido às tecnologias disponíveis no mercado
atual. Voltando ao roteiro, o assunto de uma mulher pós quarenta anos com um
homem com menos de trinta teve um de seus maiores auges no ano de 2005 com o
filme “Terapia do Amor” que envolvia, além da relação do casal, o problema de a
mãe do jovem ser terapeuta da mulher da relação, aqui não há mais nenhum
artifício para se fazer rir ou qualquer coisa do gênero. Sandy simplesmente
descobre que está sendo traída pelo marido e, num ato de muita coragem e uma
ótima forma de atrair ainda mais o público feminino, resolve pegar os dois
filhos, sair de casa e tentar a vida sozinha. Com o passar dos dias e com a
tentativa de conciliar a casa e o emprego, ela acaba contratando Aram para
cuidar de seus filhos – mais uma ótima sacada do filme, que coloca o sexo
feminino em um grau superior ao masculino na relação dos protagonistas. Durante
o enredo, é claro que o casal arruma alguns problemas e pretextos para não
ficarem juntos e, num final óbvio, os dois amadurecem e resolvem seguir seus
caminhos na melhor forma possível. O mais interessante do filme é a forma como
Freundlich trabalha com essas idas e vindas do filme, digo, ele não faz como o
esperado e prolonga toda a história de forma chata e sem graça, muito pelo
contrário: o que deve ser dito é apresentado, os futuros dos protagonistas são
revelados e pronto, o filme termina sem cair na rotina e sem deixar tudo
insuportável. E somente por isso a produção merece algum mérito, afinal,
encontrar comédias românticas que não enrolam o tempo todo é algo muito raro.
O tempo passa e Catherine Zeta-Jones,
independente de seus problemas pessoais, continua sendo uma das mulheres mais
belas e atraentes da indústria cinematográfica, e, para melhorar, é uma atriz
competente. Como a Sandy desse filme, Zeta-Jones deixa a beleza um pouco de
lado – se é que isso é possível -, e procura se tornar uma mulher comum, como
todas as outras que precisam se virar em meio a casa, filhos e trabalho; provavelmente
pela determinação da personagem, sua atuação é muito simpática e excede as expectativas
pelo gênero do longa, nos trazendo algo não muito original – pois já vimos
muitas personagens como Sandy -, mas algo divertido e muito bem vindo. Desde “A
Lenda do Tesouro Perdido” (2004), Justin Bartha caiu no gosto do público
americano e participou de quatorze projetos nos últimos nove anos, dentre eles,
“Se Beber, Não Case!” (2009) e sua sequência (2011). Aqui ele vive Aram, um
jovem bastante perdido que não sabe o que deseja de sua vida, o que fica bem
claro pelas feições de desânimo do ator durante a maior parte do filme, e é nas
mudanças de ânimo da personagem que está o melhor da atuação de Bartha: quando
ele está perto de Sandy, tudo muda, é como se uma luz se acendesse e ele
conseguisse pensar um pouco em como melhorar sua vida. Além disso, o personagem
é o típico homem antes dos trinta: um indeciso completo – não que depois dos
trinta os homens comecem a tomar decisões. Os filhos de Sandy são vividos pelo
satisfatório casal formado por Andrew Cherry e Kelly Gould, e o melhor amigo de
Aram, pelo sempre muito engraçado Rob Kerkovich; por fim, os pais de Aram são
vividos pela veterana da televisão Joanna Gleason e pelo mais que incrível Art
Garfunkel – intérprete, o lado de Paul Simon, de mais de cinquênta músicas para
o cinema e a televisão, dentre elas a inesquecível “Mrs. Robinson”, do filme “A
Primeira Noite de um Homem” (1967).
“Novidades no Amor”, como sugere o
título original, trata sobre a recuperação de uma mulher que acaba de se
separar do marido, de quem era totalmente dependente, e de um jovem que mal
começou a vida e precisa, urgentemente, traçar um rumo em sua existência. Como
já disse, o tema de relação entre pessoas mais velhas e mais jovens já não é
mais algo original em Hollywood, mas também está longe de deixar de ser um tabu
na sociedade atual, e é por esse motivo que um filme que trate desse tipo de
relacionamento de forma tão natural merece ser visto. Não que os problemas não
sejam explorados, eles são, e é a partir deles que vemos o quanto é ridículo
julgar duas pessoas com idades tão diferentes que estão tendo um relacionamento
sério, afinal, o maior de todos os problemas não está naquilo que pensam ou
falam, e sim, no próprio casal se preocupar com o que pensam e falam deles,
resolvendo que será muito complicado levar o relacionamento em frente. E, na
realidade, é nessa preocupação que temos com o que os outros irão pensar que
mora um dos maiores males da sociedade.
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