domingo, 12 de maio de 2013

074. DRÁCULA DE BRAM STOKER, de Francis Ford Coppola


Junte Francis Ford Coppola, a história do Conde Dracula e um elenco de peso e faça uma das fantasias mais loucas, deliciosas e bem feitas de todos os tempos.
Nota: DEZ


Título Original: Dracula
Direção: Francis Ford Coppola
Elenco: Gary Oldman, Winona Ryder, Anthony Hopkins, Keanu Reeves, Richard E. Grant, Cary Elwes, Billy Campbell, Sadie Foster, Tom Waits, Monica Belluci
Produção: Francis Ford Coppola, Fred Fuchs, Charles Mulvehill
Roteiro: James V. Hart e Bram Stoker (romance)
Ano: 1992
Duração: 128 min.
Gênero: Drama / Thriller / Romance

O corretor inglês Jonathan Harker vai até a Transilvânia para conversar com um cliente muito rico que deseja fazer aquisições em Londres. Entretanto, o que Harker não sabe é que o tal cliente é ninguém menos, ninguém mais que o Conde Vladmir Dracula, um vampiro indecente que atraiu o corretor para seu castelo para lhe afastar de Mina Murray, noiva de Jonathan e a alma do único amor que Dracula teve em toda a sua vida. No entanto, coisas estranhas começam a acontecer em volta de Mina e para ajudar a espantar o mal, é convocado o caçador de monstros Abraham Van Helsing.


Em 1897 o irlandês Abraham “Bram” Stoker” lançou, sem dúvida o maior sucesso de sua carreira, e um dos maiores sucessos de todos os tempos. O livro “Dracula” relatava a mesma história que podemos assistir aqui – talvez por isso a tradução se refira ao escritor -, apesar de não ter lido o livro na íntegra, acaba me parecendo uma das adaptações mais fieis já vistas no cinema. Mesmo que o livro seja um incontestável sucesso e tenha uma qualidade inquestionável, é importante fazer notar que não foi de imediato que Stoker conquistou seu tão amado público, mas a crítica sempre considerou sua obra um dos melhores livros da história da literatura – recentemente o Daily Mail classificou o escritor como sendo superior a Edgar Allan Poe – contista de dezenas de história, como “O Mistério de Marie Rogêt” e “Os Assassinatos da Rua Morgue” -, Mary Shelley – escritora de “Frankenstein ou o Moderno Prometeu” - e Emily Brontë – a irmã que escreveu “O Morro dos Ventos Uivantes”. Além disso, fontes afirmam que o personagem central da história poderia mesmo ter existido, o que torna interessante verificar nos principais sites de busca de vídeos o documentário “Vampiros – Em Busca da Verdade”, que aborda, de forma inteligente e racional, as possibilidades da existência do tal Conde Vladimir Drácula. Mas, voltemos a produção de Coppola. Aqui, o longa se trata de uma verdadeira adaptação da obra de Bram Stoker, onde tudo acontece, aparentemente, da mesma forma que no livro. Apesar de nunca ter lido “Dracula” na íntegra, baseando-me apenas nas resenhas ou críticas que li a respeito do mesmo, o filme parece ser uma história fiel, além disso, toda a fantasia necessária para se adaptar uma história como essa é explorada de forma magnífica. Aliás, o mínimo que se poderia esperar do diretor da Trilogia “O Poderoso Chefão” é o que vemos aqui, ou melhor, temos algo muito mais sutil e depravado que o esperado. Acrescente a isso, Copolla nos traz um pouco do que vemos na Trilogia que lhe consagrou como um dos maiores diretores da história do cinema: obviamente grande parte do filme ocorre em momentos escuros, afinal, é neles que Dracula concentra seu poder, entretanto, cada tomada, seja em ângulos abertos ou fechados, em ambientes internos ou externos, podemos ver tudo claramente, e quando nossa visão acaba nos enganado percebemos a intenção de confundir nossas ideias e nos transportar de forma inacreditável para a história, prendendo nossa atenção mesmo nos momentos mais monótonos   - que são raros, diga-se de passagem.


Indicado ao Oscar no ano passado por seu papel em “O Espião que Sabia Demais” (2011), Gary Oldman é um dos artistas mais versáteis do atual cenário cinematográfico, conquistando a proeza de estar irreconhecível em diversos dos mais de setenta títulos em que já trabalhou. Aqui ele é, mais uma vez irreconhecível até uma altura do longa, o maior vampiro da história da literatura, ou da humanidade, o Conde Dracula. Incluí “o maior vampiro da humanidade” pois, a brilhante interpretação de Oldman começa logo no início do filme, onde o real Príncipe Vlad é mostrado, em meio a suas guerras e seu único amor, depois vemos Oldman como um velho de pele muito branca, um ser bem assustador que prende Jonathan Harker em seu castelo, por fim, temos o homem apaixonado se digladiando com o vampiro sedento por sangue e louco para se entregar aos prazeres carnais. Além disso, cada cena parece ser única para Oldman e Dracula, e se torna inacreditável como a ator funde suas feições a de seus personagens, criando algo realmente mágico e pavoroso. Harker, por sua vez, é interpretado por Keanu Reeves, quem já leu críticas anteriores de filmes com o ator – “Advogado do Diabo” (1997) e “Alguém Tem Que Ceder” (2003) -, já sabe que não simpatizo totalmente com o ator, mas começo a achar que seja apenas implicância por achar sua atuação na Trilogia Matrix péssima – até por que, os três filmes são terríveis -, todavia, seu trabalho aqui me faz lembrar duas coisas: a primeira é o que já citei nas críticas anteriores, não há meio termo nos trabalhos do ator, ou ele está péssimo ou está ótimo; a outra é uma lembrança, mesmo que mínima de um dos filmes mais inescrupulosos que já tive o prazer de assistir “Ligações Perigosas” (1988), um dos primeiros longas importantes de Reeves, enfim, como Jonathan ele mistura o gênero rapaz romântico e apaixonado, com o homem que está em formação dentro dele e vê o desejo pelo sexo florir ainda mais quando passa a pequena temporada no castelo de Dracula, período em que se vê forçado a se tornar um verdadeiro homem para voltar para os braços da mulher que ama. Para completar o trio masculino de protagonistas está, ninguém mais, ninguém menos, que Anthony Hopkins, interpretando o Professor Abraham Van Helsing, mais um personagem clássico da literatura do gênero, diferente do visto no filme “Van Helsing – Caçador de Vampiros” (2004), onde tínhamos um forte e sensual Hugh Jackman vivendo o protagonista, aqui, Hopkins é um homem sério, mais vivido e com muita história pra contar, alguém que teme ao desconhecido, e mais, que, mesmo sabendo a forma como lutar com qualquer ser que apareça em sua frente, não se deixa levar pela emoção. Para trazer alguma beleza ao filme, temos Winona Rider como Mina Murray, noiva de Jonathan, e Elisabeta, noiva de Dracula no início da história, apesar de achar Ryder uma das atrizes mais belas de sua geração, acho sua atuação fraca e a personagem é inocente demais, mas devo confessar que poucas mulheres poderiam parecer tão sexys e ainda sim desejáveis quanto ela nos momentos em que resolve ceder à tentação do pecado e se entregar aos seus desejos mais insanos, ponto para Ryder que, infelizmente, tem estado um pouco apagada no cinema dos últimos anos.


Como já citei, o resultado desse filme não podia ser algo ruim, todavia, ao saber que e a adaptação da grande obra de Bram Stocker adaptada pelo diretor da Trilogia “O Poderoso Chefão”, confesso que vi nesse trabalho uma realização muito arriscada, e, realmente, o é, afinal, não seria qualquer diretor que poderia tornar essa história tão conhecida e cheia de vertentes algo tão agradável e bem feito. Mas, estamos falando de Francis Ford Copolla o homem que, ao lado de Martin Scorsese, Steven Spielberg, George Lucas, Robert Altman e (por que não), Woody Allen, fez parte da geração mais louca de Hollywood na década de 1970 e trouxe inovações surpreendentes em todas as áreas cinematográficas. Sendo assim, nada se torna um desafio tão complicado e, mais uma vez, Copolla nos presenteia com um filme digno de estar entre os maiores da década de 1990. E isso se faz mais verdadeiro hoje, pois, além de trazer grandes inovações ao gênero, dessa vez, contrariando os vampiros dos últimos anos, nosso Dracula não vive sem sangue humano, possui várias formas, tem poderes obviamente anormais, possui olfato e visão muito mais aguçados que nós e, acima de tudo, exala luxúria por todas as extremidades de seu corpo morto-vivo. E é essa luxúria que faz esse filme algo tão inescrupuloso e delicioso.


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