sábado, 4 de outubro de 2014

62º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DE SAN SEBASTIÁN

Revelados os vencedores do 62º Festival Internacional de Cinema de San Sebastián. O evento consagrou o espanhol “Magical Girl” com os prÊmios de melhor filme e direção e homenageou o ator americano Denzel Whashignton e o ator portorriquenho Benício Del Toro.



Desde 1953, quando premiou o filme espanhol “La gurra de Dios”, de Rafael Gil, o Festival Internacional de Cinema de San Sebatian acontece todos os anos. A cidade de San Sebastian localiza-se na região do País Basco (localizado entre o extremo norte da Espanha e o extremo sudoeste da França) e é capital da província de Guipúscoa. A cidade é conhecida principalmente por ser a sede de um dos clubes mais importantes de futebol da Espanha, o Real Sociedad de Fútbol, pela Praia de La Concha, a mais famosa praia urbana da região, e, claro, pelo Festival.
Este ano, o evento aconteceu entre os dias 19 e 27 de setembro e contou com 17 filmes na competição pelo Concha de Ouro, premiação do festival. O filme de abertura oficial foi “O protetor”, de Antoine Fuqua, mesmo diretor de “Dia de Treinamento” (2001), “Lágrimas do Sol” (2003), “Rei Arthur” (2005), “Atirador” (2007) e “Invasão a Casa Branca” (2013). O filme é protagonizado por Denzel Washington, um dos homenageados da edição do Festival, e baseado em uma série americana dos anos 80, protagonizada pelo britânico Edward Woodward. Washingotn iniciou a carreira no cinema aos 27 anos em “A Cara do Pai” (1981), sete anos depois, veio a primeira indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante por “Cry Freedom” (1987), vencendo apenas 2 anos mais tarde com “Glory” (1989). O ator ainda foi indicado quatro vezes como ator principal, vencendo em 2002 por “Dia de Treinamento”. Um dos atores mais versáteis de sua geração, Denzel Washington pôde ser visto em uma média de mais de um filme por ano na última década.
O ator Benício Del Toro, que também receberá o prêmio Donostia, apresentou seu novo filme “Escobar: Paradise Lost”, onde vive o narcotraficante espanhol Pablo Escobar. O filme é dirigido por Andrea Di Stefano, ator de filmes como “Il principe di Homburg” (1997), “Cuore Sacro” (2005), “Nine” (2009) e “As Aventuras de Pi” (2012), que tem em “Escobar” sua estreia no cinema como diretor. O primeiro filme de destaque de Del Toro foi “007 Permissão para matar” (1989), interpretando, aos 21 anos, o vilão mais jovem dos longas de James Bond. Del Toro recebeu o Oscar de melhor ator em 2001 pelo filme “Traffic” (2000), de Steven Soderbergh. Mais recentemente, interpretou Ernesto Guevara em “Che” (2008), do mesmo diretor, recebendo o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes.


Os demais filmes em longa-metragem que estiveram na disputa pelo prêmio principal estavam os dinamarqueses "Silent heart" e "A second chance", os franceses “Une nouvelle amie" e "Vie sauvage", o belga "The drop", o francês "Eden", o sul-coreano "Haemu", o austríaco "Casanova variations" (protagonizado por John Malkovich), o alemão "Phoenix", o bósnio "Tigers" e o canadense "Félix et Meira". O cinema latino-americano foi representado pelo argentino "Aire libre" e pelo chileno "La voz en off". Os filmes espanhóis em competição foram por "La isla mínima", "Loreak", "Autómata" e “Magical Girl”, vencedor da noite. Abaixo, confira os vencedores da premiação Concha de Ouro:

Concha de Ouro de Melhor Filme: "Magical Girl" (Espanha)
Concha de Prata ao Melhor Diretor: Carlos Vermut por "Magical girl"
Concha de Prata ao Melhor Ator: o espanhol Javier Gutiérrez por "La isla mínima"
Concha de Prata à Melhor Atriz: a dinamarquesa Paprika Steen por "A silent heart"
Prêmio Especial do Júri: "Vie sauvage", de Cédric Kahn (França)
Prêmio do Júri ao Melhor Roteiro: Dennis Lehane por "The drop" (Estados Unidos)
Prêmio do Júri à Melhor Fotografia: Alex Catalán por "La isla mínima" (Espanha)
Premio Horizontes Latinos: "Güeros", de Alonso Ruizpalacios (México)
Menções especiais: "Ciencias naturales", de Matías Lucchesi (Argentina) e "Gente de bien", de Franco Lolli (Colômbia)
Prêmio Cinema em Construção: "Magallanes", de Salvador del Solar (Peru)




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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

DEPOIS DA CHUVA, de Cláudio Marques e Marília Hughes

Um filme tocante sobre o olhar da juventude em relação aos absurdos que resistiram na era pós Ditadura Militar no Brasil



Título Original: Depois da Chuva
Direção, Roteiro e Produção: Cláudio Marques e Marília Hughes
Elenco: Pedro Maia, Sophia Corral, Zeca Abreu, Ricardo Burgos, Paula Carneiro, Talis Castro, Victor Corujeira, Aícha Marques
Ano: 2014
Duração: 95 min.
Gênero: Drama / Histórico

O ano é 1984. Jovens de todo o país comemoram o que, teoricamente, seria o fim da Ditadura Militar. Em Salvador, Bahia, alguns estudantes se reúnem e exigem de uma escola da classe média que seja autorizada a criação de um grêmio estudantil para que os interesses dos alunos sejam explorados. Resistente, o corpo docente da escola aceita que a eleição para o grêmio, como a eleição para presidente no país, seja feita de forma indireta. Após vinte anos de repressão, alguns alunos acreditam que essa forma vá contra a democracia estabelecida para aniquilar com o regime ditatorial. Outros acreditam que conseguir o apoio da escola para a criação do grêmio já é uma vitória, e que a forma como isso será feito pela primeira vez não é muito relevante. Caio, um dos jovens, acredita que, assim como a política brasileira, a criação desse grêmio não mudará nada. Logo, ele decide continuar vivendo sua vida e esquecer as tais eleições para presidência do grêmio.
Dessa forma, o longa acompanha Caio, o protagonista, por todas as suas descobertas como adolescente e cidadão, seus anseios, problemas, incertezas, questionamentos. A sexualidade começa a aflorar de forma nítida quando o jovem se apaixona pela colega de classe, Fernanda, enquanto a política adentra em seu cotidiano na medida que o garoto começa a perceber o quanto as coisas ainda estavam erradas no país. Em uma das cenas mais expressivas do longa, por exemplo, os alunos se apresentam em uma espécie de show de talentos. Após um deles entoar ao som de um violão e de forma simples e “sensata” “Pra não dizer que eu não falei das flores”, canção símbolo da época de autoria de Geraldo Vandré, Caio e seus amigos aparecem no palco travestidos e cantando um rock do qual quase não compreendemos a letra. Mas também, não é preciso que entendamos qualquer coisa do que é dito. Segundos antes da cena começar, a Semana de Arte Moderna de 1922 é citada com ênfase. Sobre o olhar reprovador da professora e de alguns alunos, bem como aconteceu com os artistas do início do século passado, Caio e seus colegas que estão no palco quebram com os padrões vigentes de forma que até Anita Malfati e Mario de Andrade se orgulhariam de poder se levantar para aplaudir. No final das contas, a professora e uma minoria do corpo discente permanece estático e mudo. A maioria maciça aplaude aos gritos, aprovando a performance.


Essa é, sem dúvida, a primeira forma de o protagonista externar sua indignação sobre o que está acontecendo, sobre a sociedade e a política brasileira. Depois ainda virá um problema com uma redação muito realista, a qual a professora considera um ultraje. Nela, Caio expressa sua opinião de como nada mudou. O que podemos concluir da leitura feita posteriormente é que o garoto pensa que não basta que um militar não esteja na presidência no Brasil, para que as coisas mudem, é preciso que o pensamento da população mude e que ela lute por um país melhor, não apenas na teoria, mas na prática. E se for preciso querer e fazer o impossível para chegar a essas melhorias, que seja. Mas a professora não é a única a reprimir as atitudes do menino. O diretor da escola também faz isso. E aí nota-se uma comparação clara: o ambiente escolar, os muros que cercam a escola nada mais são que não as barreiras impostas por uma ditadura. A escola nada mais é que a representação do regime ditatorial que governou o país durante vinte anos, alegando que tudo sempre estava muito bem e que o país evoluía cada dia mais. Os pais de Caio também não ajudam muito para que o jovem seja compreendido. A mãe é relapsa, do tipo que está muito mais preocupada com sua imagem, chegando a justificar a falta de atenção para com o filho afirmando que ela não dá problemas para ele, e que ele não pode fazer o mesmo. O pai, que mora em outra casa, mal liga para o garoto.
Em meio a toda essa ficção, Cláudio Marques e Marília Hughes trazem cenas reais da época. Misturando cenas ficcionais, baseadas na juventude do diretor, com cenas documentais coletadas por todo o país que mostram Brasília e o Rio de Janeiro, por exemplo. Assim, em, inacreditavelmente, seu primeiro longa-metragem, Cláudio e Marília unem a ficção e a realidade da forma mais inteligentes possível. Cenas que trazem cidadãos sendo reprimidos pela polícia militar, comícios de políticos que prometem melhorar o país, cenas que mostram reações positivas da população em manifestações (a maioria sufocada pela polícia), momentos cruciais para a política nacional, como a eleição de Tancredo Neves como presidente e a eclosão da AIDS no mundo. Propagandas e outras referências, como músicas, revelam a forma como a sociedade vivia e via o mundo. De forma séria e discreta, os autores brincam com esses elementos, com frases e nomes de pessoas importantes, fazendo alusões espertas e concisas a coisas e pessoas que marcaram a história contemporânea do Brasil. Tais cenas, ficcionais (geralmente alternando com muita ou pouca luz) ou documentais (aparentemente amadoras para os dias de hoje), são mostradas com poucos cortes, fazendo com que o ritmo do longa flua naturalmente e com closes intimistas que se aproximam de determinadas partes dos corpos dos personagens.


Outro trabalho impressionante dos diretores é em relação aos atores. Pedro Maia, escolhido a dedo para viver Caio, por exemplo, passou por um processo de preparação de oito meses. Tempo suficiente para que os autores conhecessem o jovem a ponto de modificar o roteiro original para que Caio e Pedro não fossem tão diferentes. A caracterização é tão forte que as poucas expressões de Pedro Maia, em sua estreia no cinema, denotam o que se passa no interior de Caio. Aliás, o que se passa no interior de todos os jovens (do Brasil e do mundo) conscientes, não importa a época, quando percebem que alguma coisa está errada no país em que vivem. Mais que isso: Caio é a personificação do próprio país que está tentando gritar o medo, o desespero, a agonia que sente, mas não pode por estar sendo reprimido por todos à sua volta. E talvez é aí que esteja a beleza da relação do protagonista com Fernanda. Com ela, representada de forma simples e muito tocante por Sophia Corral, Caio pode ser ele mesmo. A personagem também foi adaptada para que Sophia e Fernanda fossem mais semelhantes. Sofia, aliás, foi escolhida justamente por ela e Pedro Maia já terem uma relação de amizade próxima. Segundo os diretores, os coadjuvantes da escola também eram os colegas de classe de Pedro, o que facilitava o ator se sentir mais a vontade durante as filmagens. As demais relações de Caio podem ser resumidas em relações que o oprimem (com a mãe, com o pai, com os professores, com os colegas de escola) e em relações que o apoiam (de forma geral, com os amigos de verdade, pessoas mais velhas que conheceu fora do colégio).

A princípio, Caio está distante das eleições para o grêmio estudantil, mais tarde, convencido por Fernanda, o jovem decide se tornar o presidente do grêmio e é eleito. Pouco antes disso, Tancredo Neves, a esperança de o Brasil se tornar um país democrático e justo, é eleito presidente da nação. Em uma cena memorável, o hino nacional é tocado (provando, mais uma vez, o quanto a trilha sonora desse filme é impressionante) enquanto jovens andam pelas ruínas de uma imensa fábrica de cimento na capital baiana. Quase que paralelamente à morte do presidente, um jovem se suicida. Preocupados com o passado histórico do Brasil e resgatando arquivos impressionantes, Cláudio e Marília criaram uma história simples, que pode ser adaptável para qualquer tempo e qualquer ser humano, ao passo que é muito fácil se identificar com os personagens. Um desses resgates, e uma dessas identificações, fica pelo destaque dado à morte de Tancredo: o país se torna órfão num momento em que todos precisam da figura paterna representada pelo líder, pelo pai que podia resolver os problemas e que traria certa salvação da ditadura. Ao menos essa era a esperança do povo. O que “Depois da Chuva” faz com quem o assiste, principalmente com os jovens, tenha esse indivíduo vivenciado a ditadura ou não, tenha sido ele ou sua família perseguido pelo regime ou não, saiba ele ou não tudo o que o período de vinte anos significou para a nação, é tocar o mais profundo possível de sua alma como ser humano e cidadão brasileiro.

Elenco e equipe 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 2013, onde venceu os prêmios de melhor ator (Pedro Maia), melhor roteiro (Cláudio Marques e Marília Hughes) e melhor trilha sonora)

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domingo, 28 de setembro de 2014

47º FESTIVAL DE BRASÍLIA

Na noite do dia 23 de setembro foram anunciados os vencedores do 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Concorrendo pelo Troféu Candango, estavam seis longas e doze curtas-metragens, vencendo “Branco Sai. Preto Fica” e “Sem Coração”, respectivamente. O evento homenageou o cineasta Eduardo Coutinho, morto no início do ano, apresentando a cópia restaurada do filme “Cabra marcado para morrer”.




Nascido pela união dos que falavam de cinema na UnB e dos estudantes (BAHIA, Berê, 30 Anos de cinema e festival), o Festival de Brasília de Cinema Brasileiro é o mais antigo e um dos mais respeitados festivais nacionais. Segundo o professor de audiovisual da UnB, Marcos Mendes, o curso, criado em 1964 por Paulo Emílio Sales Gomes, que reunia o crítico Jean-Claude Bernardet e o cineasta Nelson Pereira dos Santos, tinha como objetivo “pensar o cinema”. Mesmo que o curso tenha perdido seus professores e tenha se reestabelecido apenas em 1971, Paulo Emilio organizou a Primeira Semana do Cinema Brasileiro com a finalidade de levar os filmes brasileiros para além do clube dos cinéfilos. O evento contou com participações dos mais variados tipos e apresentou filmes como “A Falecida”, de Leo Hirszman, e “O desafio”, de Paulo Cezar Saraceni.
Em 1967, o evento ganhou o título de Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, tornando-se um evento oficial da Secretaria da Cultura do Distrito Federal. No ano seguinte, porém, o Ato Institucional 5 suspendia várias garantias constitucionais e aumentava a censura, o que ia contra a liberdade de criação e expressão cinematográfica. Assim, o festival era prejudicado pela Ditadura Militar. Ainda assim, mesmo que picotados para se enquadrarem nos padrões impostos pelo regime, os filmes transmitiam os valores opostos aos da ditadura, tornando o festival um ato político, segundo Marcos Mendes. Devido aos absurdos que ocorreram na época pelas intervenções da censura do estado, o festival deixou de ser realizado durante três anos, retornando em 1976.



De lá para cá, aos poucos, o Festival foi se desvencilhando das medidas impostas pela ditadura. Como todas as artes no Brasil, o cinema driblava o regime e apresentava sua opinião de forma sutil, mas convincente. E talvez uma das maiores provas de que o festival está pronto para se dizer livre de qualquer influência exterior à cinematográfica seja ter premiado o longa “Branco Sai. Preto Fica” como melhor filme do ano. Isso, por que o filme de Adirley Queirós simplesmente detona com a cidade Brasília, um dos maiores símbolos nacionalistas do Brasil. O filme foi feito na Ceilândia (cidade satélite da capital) e delata as dificuldades e verdades vividas pelos moradores do entorno de Brasília com uma dose essencial de ficção, que conta, inclusive, com uma bomba que está pronta para destruir a cidade projetada por Niemeyer no governo de Kubistchek. Segundo o próprio Queirós, que tem outros cinco filmes gravados na cidade, sua intenção máxima, desde o começo das gravações, era destruir Brasília. Em curta-metragem, o destaque foi para “Sem Coração”, de Nara Normande e Tião, filme vencedor da categoria de melhor filme em curta-metragem pela mostra competitiva.
Abaixo, confira os vencedores em todas as categorias do evento que distribuiu R$ 625 mil em prêmios (vale lembrar que os diretores dos seis filmes que concorriam na categoria de melhor filme longa-metragem assinaram, antes de o vencedor ser anunciado, uma declaração dividindo o prêmio de R$ 250 mil):

Cena do filme "Branco Sai. Preto Fica", de Adirley Queirós
Mostra Competitiva de Filmes de Longa-metragem
Melhor filme – “Branco sai. Preto fica”, de Adirley Queirós
Melhor filme pelo júri popular – “Sem pena”, de Eugenio Puppo
Melhor direção - Marcelo Pedroso, por “Brasil S/A”
Melhor ator – Marquim do Tropa, por “Branco sai. Preto fica”
Melhor atriz  – Dandara de Morais, por “Ventos de agosto”
Melhor ator coadjuvante – Renato Novais de Oliveira, por “Ela volta na quinta”
Melhor atriz coadjuvante – Élida Silpe, por “Ela volta na quinta”
Melhor roteiro – Marcelo Pedroso, por “Brasil S/A”
Melhor fotografia – Gabriel Mascaro, por “Ventos de agosto”
Melhor direção de arte – Denise Vieira, por “Branco sai. Preto fica”
Melhor trilha sonora – Mateus Alves, por “Brasil S/A”
Melhor som – Pablo Lamar, por “Brasil S/A”
Melhor montagem – Daniel Bandeira, por “Brasil S/A”

Mostra Competitiva de Filmes de Curta-metragem
Melhor filme – “Sem coração”, de Nara Normande e Tião
Melhor filme pelo júri popular – "Crônicas de uma cidade inventada", de Luísa Caetano
Melhor direção - Nara Normande e Tião, por "Sem coração"
Melhor ator - Zé Dias, por "Geru"

Cena do filme "Sem Coração", de Nara Nromande e Tião
Troféu Câmara Legislativa do DF - Mostra Brasília
Melhor longa-metragem – “Branco sai. Preto fica”, de Adirley Queirós
Melhor curta-metragem – “Crônicas de uma cidade inventada”, de Luísa Caetano
Melhor direção – André Luiz Oliveira, por “Zirig Dum Brasília – A Arte e o Sonho de Renato Matos”
Melhor ator – Marquim do Tropa, por “Branco sai. Preto fica”
Melhor atriz – Klarah Lobato, por “Querido Capricórnio”
Melhor roteiro – Fáuston da Silva, por “Ácido Acético”
Melhor fotografia – Dani Azul, por “Meio Fio”
Melhor montagem – Guille Martins, por “Branco sai. Preto fica”
Melhor direção de arte – Luiz Fernando Skopein, por “À Mão Armada”
Melhor edição de som – Guille Martins e Camila Machado, por “Branco sai. Preto fica”
Melhor captação de som direto – Francisco Craesmeyer, por “Branco sai. Preto fica”
Melhor trilha sonora – Renato Matos, por “Zirig Dum Brasília – A Arte e o Sonho de Renato Matos”
Melhor longa-metragem pelo júri popular – “Zirig Dum Brasília – A Arte e o Sonho de Renato Matos, de André Luiz Oliveira”
Melhor curta-metragem pelo júri popular – “Ácido Acético”, de Fáuston da Silva

Prêmio Marco Antônio Guimarães
“Zirig Dum Brasília – A Arte e o Sonho de Renato Matos”, de André Luiz Oliveira

Prêmio Canal Brasil
“Sem coração”, de Nara Normande e Tião

Prêmio Exibição TV Brasil
“Branco sai. Preto fica”, de Adirley Queirós

Prêmio ABRACCINE
Melhor filme de curta-metragem: “Estátua!”, de Gabriela Amaral Almeida
Melhor filme de longa-metragem: “Branco sai. Preto fica”, de Adirley Queirós

Prêmio Saruê
“Branco sai. Preto fica”, de Adirley Queirós

Prêmio Vagalume
Melhor filme de curta-metragem: “Crônicas de uma cidade inventada”, de Luísa Caetano
Melhor filme de longa-metragem: “Ventos de agosto”, de Gabriel Mascaro

Prêmio Conterrâneos 
“Zirig Dum Brasília” – A Arte e o Sonho de Renato Matos, de André Luiz Oliveira

O documento histórico que dividiu o prêmio de melhor filme. As justificativas foram as mais simples: os seis filmes são fantásticos e a competitividade pela recompensa de R$ 250 mil é desnecessária.

Mais sobre a história do festival, clique AQUI

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terça-feira, 16 de setembro de 2014

REPRESENTANTE BRASILEIRO NO OSCAR 2015

Confira os 17 candidatos considerados aptos para representar o Brasil como candidato como melhor filme estrangeiro no Oscar 2014, e o escolhido pela comissão desse ano: HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO. Em breve a crítica do filme estará no blog!



Desde 1957, o Prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos oferece um prêmio anual a filmes estrangeiros (aqueles que não são falados em língua inglesa). Hoje em dia, para ser indicado ao prêmio, o filme precisa passar por uma avaliação dentro de seu país. Qualquer filme que respeite o limite de data de lançamento estipulado pela Academia pode se inscrever, depois, no Brasil, um grupo escolhido pelo Ministério da Cultura avalia os filmes que estão pleiteando a vaga e escolhe o representante do país. Esse ano, a comissão brasileira é formada por Jeferson De, diretor, produtor e roteirista, por Luis Erlanger, jornalista, por Sylvia Regina Bahiense Naves, coordenadora-geral de Desenvolvimento Sustentável do Audiovisual da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, Orlando de Salles Senna, presidente do conselho da Televisão América Latina, e George Torquato Firmeza, ministro do Departamento Cultural do Ministério das Relações Exteriores.
Dentre os temas dos 18 filmes selecionados para passarem por avaliação dessa comissão, estão homossexualidade, superação, solidão, sustentabilidade, música, reencontros, política, saudade, criminalidade, amizade, internet, sequestro, assassinato, exploração da natureza e resistência à Ditadura Militar no Brasil durante a década de 1970. Dentre os filmes, estão um documentário, duas animações (uma delas, a primeira animação em stop motion da América Latina) e uma biografia. Apesar de Carlinhos Brown e Sérgio Mendes terem figurado como indicados em melhor canção pela música “Real in Rio”, pelo filme “Rio” (2011), no Oscar 2012, o Brasil não é indicado na categoria de melhor filme estrangeiro desde 1999, quando Walter Salles levou seu “Central do Brasil”, para Hollywood, com Fernanda Montenegro (única atriz brasileira indicada na categoria feminina de interpretação na premiação). Nos últimos anos, o Brasil tentou a vaga com os seguintes filmes: “Salve Geral”, de Sérgio Rezende (2010), “Lula, o filho do Brasil”, de Fábio Barreto (2011), “Tropa de Elite 2: O Inimigo agora é Outro”, de José Padilha (2012), “O Palhaço”, de Selton Mello (2013) e “O Som ao Redor”, de Kleber Mendonça Filho (2014).
Abaixo, segue a lista dos filmes com a direção, o com e a sinopse. O filme escolhido foi HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO, em breve, a crítica do filme estará disponível no blog!

A Grande Vitória, de Stefano Capuzzi, com: Caio Castro, Sabrina Sato, Domingos Montagner, Tato Gabus Mendes, Moacyr Franco, Rosi Campos
Sinopse: Abandonado pelo pai, Max Trombini foi criado pela mãe e pelo avô, que morreu quando ele tinha 11 anos. Revoltado, passou a se envolver em confusões em sua cidade natal, Ubatuba (SP). Mas com o aprendizado de artes marciais, Max conseguiu se restabelecer emocionalmente e tornar-se um dos principais técnicos de judô do Brasil. Baseado em fatos reais.

A Oeste do Fim do Mundo, de Paulo Nascimento, com: Cesar Troncoso, Fernanda Moro e Nelson Diniz
Sinopse: Em um velho posto de gasolina perdido na antiga estrada transcontinental da Argentina, a solidão do introspectivo Leon só é quebrada por alguém querendo abastecer ou pelas visitas do sarcástico Silas, um motociclista com ares de hippie aposentado. O tempo passa devagar nas margens da velha estrada. Até o dia em que a enigmática e inesperada chegada de Ana transforma radicalmente o cotidiano de Leon e Silas.

Amazônia, de Thierry Ragobert, com: Lúcio Mauro Filho e Isabelle Drummond (vozes)
Sinopse: Castanha é um macaco-prego domesticado que sobrevive a um acidente de avião e se vê sozinho na Floresta Amazônica. O macaquinho precisa aprender a viver em liberdade, num novo mundo onde há animais de todos os tipos: onças, jacarés, cobras, antas, gaviões. Aos poucos, Castanha aprende a viver na floresta, fazendo novos amigos, em especial a macaquinha Gaia, sua companheira de espécie.

Dominguinhos, de Eduardo Nazarian, Joaquim Castro e Mariana Aydar, com: Gilberto Gil, Gal Costa, Elba Ramalho, Hermeto Paschoal e João Donato
Sinopse: O documentário trata da vida e obra de um dos maiores mestres da música brasileira, Dominguinhos, morto em julho de 2013 em decorrência de um câncer no pulmão. O filme intercala imagens de arquivo, passagens em shows e encontros musicais exclusivos de artistas com o "rei da sanfona".

Dominguinhos, de Eduardo Nazarian, Joaquim Castro e Mariana Aydar
Entre Nós, de Paulo Morelli, com: Carolina Dieckmann, Caio Blat, Paulo Vilhena, Júlio Andrade e Martha Nowill
Sinopse: Sete jovens amigos escritores viajam para uma casa de campo para celebrar a publicação do primeiro livro do grupo. Lá, eles escrevem cartas para serem abertas 10 anos depois. A viagem acaba em uma tragédia após a morte de um dos amigos. Mesmo assim, eles se reúnem 10 anos depois para lerem as cartas.

Exercício do Caos, de Frederico Machado, com: Auro Juriciê, Di Ramalho, Thalyta Sousa, Isabella Sousa, Thayná Sousa e Elza Gonçalves
Sinopse: Um pai soturno e autoritário vive com as três filhas adolescentes em uma antiga fazenda de mandioca no interior do Maranhão, afastada da povoação. A família compartilha a ausência da mãe - supostamente desaparecida - e lida com os ditames rigorosos de um estranho capataz que os explora enquanto espreita a inocência das meninas, divididas entre a ilusão da infância e a cruel realidade de suas vidas.

Getúlio, de João Jardim, com: Tony Ramos, Alexandre Borges e Drica Moraes
Sinopse: O jornalista Carlos Lacerda, principal inimigo político do presidente Getúlio Vargas, sofre um atentado na rua Toneleros, no Rio de Janeiro. Acusado por Lacerda de ser o mandante, Getúlio vive uma crise política sem precedentes.

HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO (filme escolhido pela comissão), de Daniel Ribeiro, com: Guilherme Lobo, Fabio Audi, Tess Amorim, Lúcia Romano, Eucir de Souza, Selma Egrei e Isabela Guasco
Sinopse: Leonardo é um adolescente cego e homossexual que tenta lidar com a superproteção da mãe e sua busca pela independência. O cotidiano do jovem muda com a chegada de Gabriel, que o ajuda a descobrir mais sobre si mesmo e sua sexualidade.

Hoje eu quero voltar sozinho, de: Daniel Ribeiro
Jogo de Xadrez, de Luís Antônio Pereira, com: Priscila Fantin, Tuca Andrada e Antonio Calloni
Sinopse: Mina está presa por fraudar a Previdência Social. Além de se defender das outras detentas, precisa escapar da vigilância do , de da penitenciária. O crime cometido por Mina envolveu um senador, que tenta de todas as formas impedir que sua participação venha à tona.

Minhocas, de Paolo Conti e Arthur Nunes, com: Daniel Boaventura, Yago Machado e Cadu Paschoal (vozes)
Sinopse: Júnior é uma jovem minhoca que não consegue fazer amigos, já que todos o consideram mimado pela mãe. Disposto a provar o contrário, ele desafia Nico, um dos que o provoca, para um desafio. Mas antes da disputa começar, Júnior e Nico são levados para a superfície, onde acabam encontrando o vilão Big Wig, um tatu bola que deseja transformar as minhocas em escravas.

Não pare na pista: a melhor história de Paulo Coelho, de Daniel Augusto, com: Júlio Andrade, Ravel Andrade, Lucci Ferreira, Letícia Colin, Fabíula Nascimento, Enrique Díaz, Paz Vega, Nancho Novo e Fabiana Guglielmett
Sinopse: Cinebiografia de Paulo Coelho, o filme se concentra em três momentos distintos da carreira do escritor: a juventude, nos anos 1960; a idade adulta, nos anos 1980; e a maturidade, em 2013. Usando como base depoimentos do próprio Paulo Coelho, a história perpassa os momentos mais marcantes da vida do autor, como a relação com as drogas e a religião, a sexualidade e a parceria com o músico Raul Seixas.

O Homem das Multidões, de Marcelo Gomes e Cao Guimarães, com: Sílvia Lourenço, Paulo André e Jean-Claude Bernardet
Sinopse: Belo Horizonte, Minas Gerais: Juvenal, condutor de trem do metrô, enfrenta a impossibilidade de estar só. Para se sentir melhor, ele se mistura na grande multidão da cidade. Margô, controladora de estação do metrô, não consegue se desprender das redes sociais, trocando o mundo real pelo mundo virtual.

O Lobo Atrás da Porta, de Fernando Coimbra, com: Leandra Leal, Milhem Cortaz, Fabíula Nascimento e Juliano Cazarré
Sinopse: Com uma linha dramática de suspense, o filme leva a uma viagem aos recantos mais obscuros dos desejos, mentiras e perversidades de um triângulo amoroso a partir do misterioso sequestro de uma criança.

O menino e o mundo, de Alê Abreu, com: Alê Abreu, Lu Horta, Vinicius Garcia, Marco Aurélio Campos, Melissa Garcia, Cassius Romero, Nestor Chiesse, Patrícia Pichamone, Felipe Zilse e Alfredo Roll (vozes)
Sinopse: Sofrendo com a falta do pai, um menino deixa sua aldeia e descobre um mundo fantástico dominado por máquinas-bichos e estranhos seres. Uma inusitada animação com várias técnicas artísticas que retrata as questões do mundo moderno através do olhar de uma criança.

O menino no espelho, de Guilherme Fiúza Zenha, com: Lino Facioli, Mateus Solano e Regiane Alves
Sinopse: Que criança nunca sonhou um dia em ter um clone? Alguém que fizesse todas as tarefas chatas em seu lugar, como ir à escola mesmo sem vontade ou tomar uma dolorosa injeção no hospital. A transformação dessa fantasia em realidade é a trama central de "O Menino no Espelho", um filme que trata de valores universais como a infância, a amizade e a descoberta do amor.

Praia do Futuro, de Karim Aïnouz
Praia do Futuro, de Karim Aïnouz, com: Wagner Moura, Clemens Schick, Jesuíta Barbosa, Sabine Timóteo, Ingo Naujoks
Sinopse: O salva-vidas Donato resgata Konrad, piloto alemão de motovelocidade, de um afogamento na Praia do Futuro. Os dois se apaixonam e Donato vai embora, deixando para trás o irmão mais novo, Ayrton, e a família. Oito anos depois, Ayrton se aventura em Berlim na busca do irmão desaparecido, seu grande herói.

Serra Pelada, de Heitor Dhalia, com Juliano Cazarré, Julio Andrade, Matheus Nachtergale, Sophie Charlotte e Wagner Moura
Sinopse: Juliano e Joaquim deixam São Paulo em busca do sonho do ouro na região Amazônica. A vida no garimpo, com a obsessão pela riqueza e pelo poder, transforma por completo a relação e a vida dos dois.

Tatuagem, de Hilton Lacerda, com: Irandhir Santos, Jesuíta Barbosa, Rodrigo García, Sílvio Restiffe, Sylvia Prado e Ariclenes Barroso

Sinopse: Brasil, 1978. A ditadura militar, ainda atuante, mostra sinais de esgotamento. Em um teatro/cabaré, localizado na periferia entre duas cidades do Nordeste do Brasil, um grupo de artistas provoca o poder e a moral estabelecida com seus espetáculos e interferências públicas. Liderado por Clécio Wanderley, a trupe conhecida como Chão de Estrelas, juntamente com intelectuais e artistas, além de seu tradicional público de homossexuais, ensaiam resistência política a partir do deboche e da anarquia.

Tatuagem, de Hilton Lacerda
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