sábado, 30 de novembro de 2013

041. UM SALÃO DO BARULHO, de Bille Woodruff

Distrai pela simpatia de Queen Latifah e pela originalidade
Nota: 6,0


Título Original: Beauty Shop
Direção: Bille Woodruff
Elenco: Queen Latifah, Alicia Silverstone, Adie MacDowell, Alfre Woodard, Mena Suvari, Della Reese, Golden Brooks, Bryce Wilson, Laura Hayes, Paige Hurd, Pouco JJ, LisaRaye, Keshia Cavaleiro Pulliam, Sherri Shepherd, Kimora Lee Simmons, Kevin Bacon, Jim Holmes
Produção: aShakim Compere, David Hoberman, Queen Latifah, Robert Teitel e George Tillman Jr.
Roteiro: Elizabeth Hunter, Kate Lanier e Norman Vance Jr.
Ano: 2005
Duração: 105 min.
Gênero: Comédia

Gina Norris é uma mulher decidida e batalhadora que trabalha como cabeleireira no salão de Jorge. O marido de Gina morreu há um tempo e ela, a sogra, a cunhada e a filha vivem juntas. Apesar de poder pagar um bom colégio para a filha e ter uma vida tranquila, Gina é humilhada por Jorge o tempo todo. Certo dia, após um desentendimento, Gina pede demissão do salão e vai constrir a prórpia vida. Nesse contexto, ela compra um salão em um bairro simples, reforma-o e começa a trabalhar e ganhar seu próprio dinheiro, dando uma reviravolta em sua vida e nas vidas de todos os que a cercam.
Em filmes como esse, esperamos que alguém chegue de forma muito chata e coloque toda a construção dos sonhos da protagonista a perder. É claro que, em um dado momento, Jorge se revoltará com o sucesso de sua ex empregada e irá aprontar alguma, mas isso demora tanto a acontecer e é algo tão rápido e insignificante para o contexto em geral da trama, que nem importa muito. O que quero dizer, é que, mesmo com a presença de clichês, o longa não traz uma briga idiota entre dois donos de salões que farão de tudo para acabar um com o negócio do outro. A reação de Jorge é apenas um ataque histérico a que muitas pessoas do ramo estão expostos. Enfim, o longa deixa o clichesismo de lado na maior parte do tempo e nos apresenta algo interessante por termos uma negra crescendo de forma honesta nos EUA, sem deixar o otimismo e a modéstia de lado. Bille Woodruff, também um negro, dirigiu algumas personalidades do show buzz em alguns clipes, como: Britney Spears, Toni Braxton, Céline Dion e R. Kelly; ainda liderou um dos primeiros longas de Jessica Alba no cinema, “Honey – No Ritmos dos Seus Sonhos” (2003). O filme, como um todo, é simples, afinal, se passa em locais simples com muita gente descontraída em volta. A composição do salão de Jorge se contrapõe a toda a descontração e nostalgia do salão de Gina e a simplicidade e simpatia da protagonista dão um tom mais real ainda à trama. Além das musicais muito características, é interessante ver algumas manias que podemos atribuir a personagens características dos filmes: os negros. Entre eles, os personagens não tem problema em usar alguns termos pejorativos e todos usam gírias que poucas pessoas, a não ser eles, compreendem totalmente; uma das cabeleireiras do salão de Gina, por exemplo, usa roupas com estampas de tigre para lembrar o povo africano, uma radialista, por sua vez, fala abertamente sobre seu relacionamento e usa palavras muito características; o sotaque de todos é outra particularidade e a referência à Oprah Winfrey apenas deixa claro o orgulho de ser negro em um país de brancos.


Já expressei o quanto gosto de Queen Latifah, além de ser uma atriz de talento, a mulher é simpática, muito carismática e nunca deixou suas origens de lado, mesmo tendo se tornando um dos maiores ícones modernos dos EUA. Acho interessante como suas personagens possuem tantas semelhanças e, mesmo assim, Latifah consegue diferenciar cada uma delas de alguma forma única. Aqui, traz a maternidade a sua protagonista e o certo anseio para que tudo o que ela está fazendo de certo e para que nada seja posto a perder. Além de Latifah, o resto do elenco é pouco conhecido logo de cara, com exceção de Alicia Silverstone, vinda diretamente de “As Patricinhas de Beverly Hills” (1995) para interpretar Lynn, a única branca entre todas as cabeleireiras do novo salão de Gina, mesmo não sendo negra, porém, Lynn deseja se encaixar entre as novas colegas de trabalho e, de forma determinada e engraçada, Silverstone vai adquirindo características e costumes dos negros do bairro. Indicada ao Oscar por “Retratos de Uma Realidade” (1983) e vencedora de 1 Globo de Ouro, 3 prêmios do Sindicato dos Atores e 4 Emmys Alfre Woodard é a ótima Sra. Josephine, a mais velha das cabeleireiras, uma mulher supersticiosa e muito engraçada. A naturalidade de Woodard e sua simplicidade são uma das melhores coisas de todo o filme, pois acaba compondo uma personagem perfeita para o contexto do longa. Para viver a filha de Gina, a pequena Paige Hurd intepreta uma menina sonhadora que sente saudades do pai, mas insiste em ser pianista para fazer jus a honra do homem que a trouxe ao mundo e sabe que a mãe deve encontrar um companheiro legal e digno. Para completar o elenco feminino estão Serri Shepherd e Seryl Underwood, ambas duas negras com muito fogo, uma é cabeleireira no salão e outra é a tal radialista. Para compor o elenco masculino temos outro destaque infantil: Pouco JJ, que faz um jovem um pouco abusado que quer ser rapper e tem a mania de dar em cima de todas mas mulheres do bairro; Bryce Wilson, o único cabeleireiro do local, James, um homem sensível que todas pensam ser homossexual; e, por fim, Djimon Hounsou, que interpreta o futuro companheiro de Gina, Joe – vale lembrar que o ator já participou de mais de uma dezena de filmes e séries conhecidas no mundo todo.

“Um Salão do Barulho” pode parecer apenas mais uma dessas comédias de Sessão da Tarde para assistirmos se não tivermos mais nada o que fazer. O filme não é nenhuma obra prima, mas comédias decentes e com roteiros bem estruturados como essa são tão raras no cinema, que vale a pena assistir a esse longa. Além disso, as atuações são engraçadas e a mensagem de persistência que ele passa deve ser vista como mais um trunfo para deixar o filme bom. Para completar, não há nenhuma tentativa de elevar o negro como superior ao branco, ou exigir que os negros sejam tratados de forma mais digna. Aqui todos estão conformados com sua situações, apenas desejam seguir suas vidas de forma agradável e divertida. Certamente, se Barack Obama tivesse sido eleito presidente dos EUA antes desse filme ser realizado, seu nome seria mencionado aqui, não como um exemplo de superação, e sim de forma engraçada, lembrando que, assim como Oprah Winfrey, ninguém é melhor que ninguém e que não há necessidade alguma de que negros sejam postos a frente de qualquer outro ser humano.




VENCEDORES DO CÍRCULO DE CRÍTICOS DE FILMES DE NOVA YORK
Melhor Filme: Trapaça (American Hustle)
Melhor Diretor: Steve McQueen, por 12 Yers a Slave
Melhor Roteiro: Eric Singer e David O. Russell, por Trapaça
Melhor Ator: Robert Redford, por All is Lost
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto, por Dallas Buyers Club
Melhor Atriz Coadjuvante: Jannifer Lawrence, por Trapaça
Melhor Diretor de Fotografia: Bruno Delbonnel, por Inside Llewin Davis
Melhor Filme de Animação: The Wind Rises
Melhor Documentário: Stories We Tell
Melhor Filme Estrangeiro: Blue is the Warmest Color
Melhor Primeiro Filme: Ryan Coogler, por Fruitvale Station
Prêmio Especial: Frederick Wiseman


VENCEDORES DO NATIONAL BOARD OF REWIEW AWARDS
Melhor Filme: Her
Melhor Direção: Spike Jonze, por Her
Melhor Ator: Bruce Dern, por Nebraska
Melhor Atriz: Emma Thompson, por Saving Mr. Banks
Melhor Ator Coadjuvante: Will Forte, por Nebrasca
Melhor Atriz Coadjuvante: Octavia spencer, por Fruitvale Station
Melhor Roteiro Original: Joel e Ethan Coen, por Inside Llewyn Davis
Melhor Roteiro Adaptado: Terence Winter, por O Lobo de Wall Street
Melhor Filme de Animação:
Melhor Estréia na Direção: Ryan Coogler, por Fruitvale Station
Melhor Filme Estrangeiro: The Past
Melhor Documentário: Stories We Tell
Melhor Elenco: Prisoners
Melhor Inovação: Gravidade
Prêmio especial: Colaboração entre Martin Scorsese e Leonardo DiCaprio



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