quarta-feira, 20 de novembro de 2013

043. OS TRÊS MOSQUETEIROS, de Paul W. S. Anderson

A última adaptação do romance de Alexandre Dumas é chata e decepcionante.
Nota: 6,0


Título Original: The Three Musketeer
Direção: Paul W. S. Anderson
Elenco: Mathew Macfayden, Luke Evans, Ray Stevenson, Logan Lerman, Milla Jovovich, Orlando Bloom, Mads Mikkelsen, Christoph Waltz, Freddie Foz, Juno Temple, James Corden, Gabriella Wilde, Ian McKee
Produção: Paul W. S. Anderson, Jeremy Bolt,Robert Kulzer
Roteiro: Alex Litvak, Andrew Davis e Alexandre Dumas (romance)
Ano: 2011
Duração: 110 min.
Gênero: Aventura / Ação

Athos, Portohs e Aramis eram os três mosqueteiros do Rei francês até serem traídos por Lady de Winter e se tornarem um bêbado, um gigolô e um homem a serviço do estado. Entretanto, a chegada do jovem D’Artagnan, filho de um antigo mosqueteiro, fará com que ressurja o espírito aventureiro desses homens. Nesse contexto, quando o destino os colocarem de frente a um velho inimigo, o Duque de Buckingham, eles decidirão pelo bem da França e lutarão.


Paul W. S. Anderson dirigiu alguns filmes conhecidos, como “Mortal Kombat” (1995), “O Soldado do Futuro” (1998), “Resident Evil: O Hóspede Maldito” (2002), “Alien vc. Predador”(2004), “Resident Evil 4: Recomeço” (2010) e “Resident Evil 5: Retibuição” (2012). Em “Os Três Mosqueteiros” o trabalho do diretor acaba sendo ofuscado pela beleza visual proporcionada pela arte de direção de Nigel Churcher, de Hucky Hornberger e de David Scheunemann, que já foram diretores de arte de outros bons filmes que, assim como esse, se destacaram, justamente, pela beleza visual. Além disso, temos a ótima edição de Alexander Berner e Claus Wehlisch, editores, também, do recente “A Viagem” (2012). Ainda no campo técnico, temos a decoração de set que nos reporta à exata França da época de Luis XIII, realizada por Philippe Turlure, responsável por decorações como de “Último Tango em Paris” (1972), “Perdas e Danos” (1992), “Evita” (1996), “O Último Portal” (1999), “O Enigma do Colar” (2001) e “Perfume – A História de um Assassino” (2006). A trilha sonora é composta por Paul Haslinger, e é mais uma coisa interessante e boa entre tantos desastres desse filme. Dentre os roteiristas, destaco Andrew Davis, em atividade desde 1967 e roterista de mais de 80 trabalhos, especialmente para a televisão.


O quarteto que compõe os três mosqueteiros é simplesmente resumido em péssimo. Respectivamente, como Athos, Aramis, Porthos e D’Artagnan, temos: Matthew Macfadyen, Luke Evans, Ray Stevenson e Logan Lerman. Em primeiro lugar não vejo por que falar deles separadamente se a definição é a mesma: não há sincronia entre eles, nenhum consegue nos transmitir a beleza de ser um mosqueteiro, mesmo quando parece que eles arrumaram algo pelo que vale a pena lutar, enfim, não há nada de produtivo que possa ser tirado desses quatro atores. Macfadyen, um ator com o qual simpatizo, está melancólico e submisso demais; Evan é o menos pior dos quatro, mas, ainda sim é um padre, não um mosqueteiro; Stevenson é um brutamontes que não consegue sustentar nem a ele mesmo, o que o torna um perdedor de marca maior, e só piora pelas feições do ator; Lerman é convencido demais e parece que encarna o narcisismo do personagem, perdendo-se em tantas piadas e em tanta bravura. Milla Jovovich, outra pessoa do elenco por quem tenho simpatia, está simplesmente desnecessária como Lady de Winter (personagem belíssima inspirada na prostituta Marion Delorme, possível amante do Cardeal de Richelieu), ela é chata, artificial demais e a atriz não consegue trazer nenhuma identidade à personagem. Orlando Bloom é outra decepção de marca maior, quando eu começo a me acostumar com suas atuações ele nos traz uma interpretação pobre de um dos melhores personagens da trama, tornando o vilão uma piada. A dupla composta pelo Rei e pela Rainha da França, respectivamente interpretados por Freddie Foz e Juno Temple, faz a vez do casal simpático, mas não há seriedade alguma nesse Rei idiota e ele se expõe de forma ridícula, Temple está aceitável, séria e se porta como uma dama.


Para salvar esse longa da  verdadeira catástrofe, um austríaco e um dinamarquês, nesse filme dirigido por um inglês e que conta a história dos mosqueteiros franceses (vividos por ingleses): Christoph Waltz e Mads Mikkelsen são, respectivamente, Richelieu e Rochefort. Confesso que foi Waltz quem me convenceu a ir ao cinema há poucos anos assistir a esse filme, saí de lá me perguntando o que fez esse homem aceitar o papel e, após algum tempo, conclui: o personagem é ótimo e nos traz um grande nome da história. O Cardeal de Richelieu foi o braço direito do Rei Luis XIII durante todo seu governo, destruindo a imagem da mãe e do irmão do monarca para poder ficar ao seu lado. Foi um dos maiores nomes da história na luta pela preservação do absolutismo e da França como potência europeia. Ao lado do Rei lutou em guerras e conquistou territórios e alianças. Dessa forma, volta à minha teoria: só posso acreditar que Christoph Waltz foi caridoso e emprestou sua genialidade a esse filme devido a força de seu personagem. Mads Mikkelsen vive o Conde de Rochefort, outro personagem que possui muita força devido ao destaque dado a ele na história de Alexandre Dumas. A interpretação é firme como imaginamos o personagem, Mikkelsen não parece ser um homem piedoso que terá qualquer misericórdia.



Alexandre Dumas gostaria da história proposta pelo enredo do longa, mas se decepcionaria com os mosqueteiros que nos são apresentados. Se decepcionaria, também, com um Rei fraco demais e uma Lady de Winter (uma das personagens mais características de sua obra) que parece mais uma bonequinha de porcelana que mal pode se mexer de tão dura, com um Duque de Buckingham deplorável (o dito homem mais poderoso da Inglaterra jamais se pareceria com ele). O longa possui beleza visual e sonora, como apontei, tem como trunfos as ótimas atuações de Waltz e Mikkelsen, mas isso tudo não é o suficiente para ofuscar os defeitos e as enaltações desnecessárias. Com o passar do tempo, o filme fica exagerado até em seu roteiro, alucinado demais e sem graça ou proveito algum a não ser pelo enredo interessante. Não cometam o mesmo erro que eu, se tiverem vontade de conferir o longa por Waltz e Mikkelsen, aconselho: façam uma dobradinha Tarantino com “Bastardo Inglórios” (2009) e “Django” (2012), pelos quais o austríaco venceu dois Oscars, e aproveitem o final de ano para conferir a nova série sobre o serial killer mais adorado do cinema, “Hannibal” (2012), onde o assassino é interpretado com maestria pelo dinamarquês.


ACESSE NOSSA PÁGINA NO YOUTUBE:
 http://www.youtube.com/user/projeto399filmes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poderá gostar também de: