terça-feira, 17 de julho de 2012

245. PSICOPATA AMERICANO, de Mary Harron


Poucas vezes a loucura cai tão bem para um ator como para Christian Bale.
Nota: 8,7


Título Original: American Psycho
Direção: Mary Harron
Elenco: Christian Bale, Justin Theroux, Josh Lucas, Bill Sage, Chloë Sevigny, Reese Witherspoon, Samantha Mathis, Matt Ross
Produção: Christine Halsey Solomon, Chris Hanley, Edward R. Pressman
Roteiro: Mary Harron, Guinevere Turner e Bret Easton Ellis (romance)
Ano: 2000
Duração: 102 min.
Gênero: Drama / Suspense / Thriller

Patrick Bateman é um homem rico, bem sucedido, bonito e inteligente. Vive sempre rodeado de amigos que tem as mesmas características que ele e tem relacionamentos sexuais com mulheres muito bonitas. Aparentemente ele é perfeito, o problema é que ele é um psicopata. Quando se sente acuado por achar que um homem é melhor que ele, Pat começa a matar enlouquecidamente, por puro prazer e vontade de que todos sintam a mesma dor a qual ele está propenso a sentir.


Apesar de o livro que deu origem ao filme ter sido escrito por um homem, acreditem ou não ele é conduzido de forma inteligentíssima por mulheres: Mary Harron é diretora e roteirista e Guinevere Turner assina o roteiro também. Entendam, não tenho preconceito algum com as mulheres fazendo trabalhos que, tradicionalmente, os homens estejam acostumados a comandar, pelo contrário, fico feliz e satisfeito em saber que elas estejam tomando seu espaço da forma que merecem, mas convenhamos que mulheres a frente de um filme sobre um psicopata é algo no mínimo diferente, só para não dizer anormal. Enfim, é irrelevante a normalidade nesse filme, o fato é que ambas realizam seus respectivos trabalhos de forma maravilhosa. Harron consegue extrair o melhor de cada diálogo e cena, parece que ela e Christian Bale brincam nem sequências como o assassinato de Paul Allen. O roteiro delas explora cada momento e pensamento da vida da personagem, não fica claro se existe algum motivo para ele ser desse jeito, mas facilmente podemos perceber que o cara é simplesmente um doente. Quero apenas ressalvar ainda que, apesar de pouca experiência, a trilha sonora do compositor John Cale encaixa-se perfeitamente na trama.


Christian Bale, que se destacou após 1987 quando participou de “Mio min Mio” e “Império do Sol”, interpreta Patrick, aquele típico assassinou louco que ri e se diverte com o sangue enquanto mata as pessoas, além disso ele nos apresenta o tipo de pessoa totalmente artificial que interpreta uma personagem criada por ele mesmo para atrair pessoas bonitas, inteligentes e bem sucedidas para perto de si, bem como ele diz em certo ponto do filme, aquilo que todos vêem não existe, o verdadeiro Patrick não tem sentimentos e importa-se apenas consigo mesmo. Reese Witherspoom, a eterna Elle Woods de “Legalmente Loira” (2001), é a pseudo-noiva de Patrick, a típica loira que sente prazer em se destacar e em ser idolatrada e invejada pelos demais à sua volta. Chloë Sevigny faz a vez da secretária tola apaixonada pelo patrão, o problema é que o patrão da vez é louco; Jared Leto é o narcisista Paul Allen, a única diferença entre sua personagem e a de Bale é que ele não é um assassino, ao menos o enredo não o expõe dessa forma; Cara Seymour é a prostituta chamada de Christie pelo protagonista, uma pobre mulher que vive no lugar errado, na hora errada e sai com o cara errado; por fim o excelente Willem Dafoe faz uma pequena participação como o detetive que cuida do desaparecimento de Allen, Donald Kimball.


Geralmente filmes sobre psicopatas ricos, bonitos e inteligentes possuem apenas um propósito: criticar a sociedade consumista que vive de bens matérias e aparências. Aqui temos Witherspoon como a patricinha mimada que não se importa em ser vista como vadia, com tanto que esteja com homens aparentemente perfeitos; os amigos do protagonista são os típicos homens bem sucedidos que se sentem os seres mais importantes da face da terra, além de acreditarem que são invencíveis; Leto é o homem idiota que acaba se dando mal por seguir o estereótipo do riquinho que quer provar mais que tudo sua suposta superioridade; Seymour é a mulher que topa tudo por dinheiro, que não ama nem a si própria e não se importa em vender seu corpo, mesmo que isso deixe sequelas graves; por fim, Bale é o psicopata charmoso, bonito, rico, sexy e que se sente o ser mais belo do mundo, em uma cena épica ele, nu, se olha no espelho e agrade-se com os músculos e a beleza que vê, isso seria normal, senão pelo fato de ele ter uma mulher super sexy também nua em sua frente fazendo sexo com ele. Claro que, durante o filme, somos invadidos pelas dúvidas acerca da realidade dos fatos, se Bateman realiza todos os assassinatos que vemos na tela, no final das contas, acaba sendo uma dúvida eterna, mas um pouco de imaginação nunca fez mal a ninguém, além disso, somos capazes de imaginar como nenhum outro ser, afinal, não somos todos um pouco loucos?


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