A melhor dentre as sátiras mais idiotas
produzidas por Hollywood.
Nota: 7,5
Título Original: Your Highness
Direção: David Gordon Green
Elenco: Danny McBride, Natalie Portman,
James Franco, Toby Jones, Justin Theroux, Rasmus Hardiker, Zooey Deschanel,
Charles Dance, Damian Lewis, Simon Farnaby, Deobia Oparei, B. J. Hogg, Matyelok
Gibbs, Ângela Pleasence, Anna Barry, Amber Anderson, Stuart Loveridge
Produção: Scott Stuber
Roteiro: Danny McBride e Ben Best
Ano: 2011
Duração: 102 min.
Gênero: Comédia / Aventura /Fantasia
Thadeous e Fabious são dois irmãos
herdeiros de um poderoso reino. A diferença entre eles é que enquanto Fabious é
o herói das redondezas, um homem forte, bonito e, aparentemente, inteligente,
Thadeous é um gordo imbecil que nunca saiu das redondezas do palácio para
enfrentar qualquer batalha que seja. Quando a noiva de Fabious é sequestrada
pelo mago Leezar, os dois precisam sair em uma aventura inimaginável para
recuperar a garota.
A algumas críticas disse que existem
dois tipos de comédias: aquelas que verdadeiras comédias que nos fazem pensar
um pouco e rir por motivos plausíveis, e os besteiróis travestidos de comédias
que servem para satisfazer o ser imbecil que vive dentro de nós, e que se faz
presente em algumas pessoas mais fortemente que em outras. Dentro do primeiro
estilo ainda temos a divisão de comédias que tratam da vida como ela é, ou
seja, uma comédia cheia de erros, algo que é melhor ser tratado com humor para
amenizar a dor e o sofrimento; as comédias debochadas, aquelas que tem como
finalidade criticar alguns pensamentos da humanidade, derrubar alguns dogmas e
mostrar que nem tudo pode ser o que parece, ironizando toda a estética a cerca
da vida moderna ou passada. Esse filme se encaixa, perfeitamente, na segunda
subdivisão do gênero comédia. Por começar com o título que faz referência a
algo bem óbvio: todos os seres humanos que foram chamados de Vossa Alteza – ou
qualquer outro que possua um título – realmente mereceu tal alcunha? Nesse contexto,
os personagens ainda são confrontados com dúvidas que parecem muito cruéis na
vida real, mas que são levadas com muito humor, precisam escolher entre o bem e
o mal e, ao invés do que vemos nos filmes normalmente, até pensam em seguir o
caminho do mal, afinal, sempre parece mais prazeroso, mas lembram da enfadonha
e depreciativa dignidade e deixam de lado os prazeres carnais para procurar a
glória em feitos heróicos. Além de criticar e debochar de todo o contexto
histórico onde príncipes viravam herois e tudo na vida girava em torno de
realizar os 12 trabalhos de Hércules para ganhar a glória eterna, ainda temos a
crítica aos filmes que enaltecem toda essa história ridícula, onde bruxos
malvados querem dominar o mundo e sequestram as belas princesas que esperam seu
príncipe encantado aparecer para salvá-las de algo que nem elas entendem o que
significa. Mas a maior ironia do longa fica a cerca de como a imagens de tais
príncipes e princesas se atrela a inocência exagerada, quando um mago velho e
repugnante dá indícios de pedofilia com o filho mais jovem do rei em questão,
um moço bonito, jovem e muito destemido. Aliado a tudo isso, temos as básicas
traições de contos de fada, momentos completamente desnecessários e outros que
continuam vindo muito a calhar em um filme que parece algo totalmente imbecil,
mas que precisa de muito mais que apenas tempo para ser assistido e
compreendido.
Danny McBride é Thadeous, o filho gordo, feio e imbecil do rei, o
herdeiro da coroa que só faz dar desgosto ao seu pai, não gosto do ator, acho
sua atuação muito fraca e muito clichê, em compensação, o personagem é sincero
e muito engraçado, o que faz do conjunto como um todo algo suportável. Uma das
sensações do momento, James Franco, é o belo, destemido e imbecil Fabious, o
garoto que era abusado pelo tal mago, que agora está apaixonado e resolver ser
mais digno ir atrás de sua amada e salvá-la das garras de um terrível bruxo,
Franco é o que há de mais debochado na face da terra durante o longa,
realizando a proeza de gostarmos de sua atuação e de seu personagem, mesmo que
Fabious seja tão bondoso e perfeito em termos principescos. Natalie Portman,
outra sensação do cinema, poderia ter acabado com seu prestígio advindo de
“Cisne Negro” (2010), pelo qual venceu o Oscar de Melhor Atriz Principal, se
não fosse todo esse cinismo do filme, sua personagem, Isabel, satiriza as
mulheres destemidas e fortes desses filme, e mais, consegue pisotear a
palhaçada da castidade ainda viva em muitas culturas. Toby Jones, apesar de ser
um ótimo ator e ter uma interpretação digna de sua fama, interpreta um
personagem totalmente desnecessário, que só vale a pena mesmo por trazer Jones
ao longa. Leezar, o feiticeiro, é interpretado por Justin Theroux, um
comediante que faz pouco no filme além de satirizar com os malvados vilões
desse gênero, sempre querendo dominar o mundo da forma mais tosca e ridícula
possível. Zooey Deschanel é a noiva de Fabious, Belladonna, mais uma personagem
clichê que se sai bem ao dar um pulo aqui e outro ali transformando a sempre
mocinha insuportável, em algo artificial – que fica claro ser intencional. Por
fim, e um dos melhores presentes do longa, Charles Dance, como o Rei Tallious,
é engraçado ver a diferença de personagens que o ator encara aqui e que vive,
atualmente, da prestigiada série “Game Of Thrones”, no ar no canal da HBO desde
2011, pois na série ele vive um poderoso e rico homem sério que não deixa nada
passar diante de seus olhos, um homem carrancudo e muito calculista, já no
filme, Dance se propõe, corajosamente – como poucos atores mais velhos além
dele – a jogar todo o tradicionalismo para o alto de deixar com que tudo flua
da forma mais irônica possível, a escolha não poderia ter sido melhor.
A proposta do longa, com disse, é bem
simples: derrubar com tudo o que é padrão em um gênero de filme que já não tem
mais originalidade alguma, por já não haver nada de novo a ser abordado,
afinal, as histórias reais que teriam algum sucesso sendo adaptadas já foram
refilmadas inúmeras vezes e aquilo que pode parecer original ao menos aos olhos
das novas gerações de cinéfilos são coisas raras. Dessa forma, o cinema vem se
apegando, cada vez mais, a nova tecnologia do 3D, dando a entender que tudo
pode ser refeito e relançado nessa versão para se ter uma sensação e uma
experiência totalmente novas. Besteira, na minha opinião, histórias que já
foram feitas não tem graça se forem mudados os personagens, a época ou o
ambiente onde ocorrem, de nada adianta mudar a forma como são apresentadas. E é
bem isso o que o filme faz: mostrar que tudo já foi feito, mas que se as coisas
começarem a ser tratadas com um pouco mais de ironia e sátira, talvez tudo
possa passar a ser novo.
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Na verdade, Vice Principals é uma proposta bastante divertida, louca e com um tom cômico e muito agradáel. Só espero que de verdade consigam cumprir as expectativas da e que os 18 episódios tenham sido planejados para cubrir as expectatias do espectador. É uma proposta sa programação hbo com o maravilhoso elenco ter, não o pode perder o segundo espisódio.
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