God Save the Queen!
Nota: 8,5
Título Original: The Other Boleyn Girl
Direção: Justin Chadwick
Elenco: Natalie Portman, Scarlatt Johansson, Eric Bana, Jim Sturgess,
Mark Rylance, Kristin Scott Thomas, David Morrissey, Benedict Cumberbatch, Ana
Torrent
Produção: Alison Owen, Scott Rudin
Roteiro: Peter Morgan e Philippa Gregory
Ano: 2008
Duração: 115 min.
Gênero: Biografia / Drama
O fim da Guerra das Rosas culminou no
fim do reinado de Ricardo III e no casamento entre as famílias Lancaster e York
pela união de Henry Tudor (Lancaster por parte de mãe) e Elizabeth York. Desta
união nasceu Henry VIII, provavelmente um dos governantes mais importantes e
decisivos para a história da Grã-Bretanha. Henry foi casado seis vezes, sua
primeira esposa foi consorte de seu irmão (com a morte dele, Henry assumiu ao
lado de Catarina de Aragão, com quem teve Maria), por volta de 1533
apaixonou-se por Ana Bolena, separou-se da Igreja Católica Romana – criando a
Igreja Anglicana (ou Igreja da Inglaterra) -, divorciou-se de Catarina de
Aragão e casou-se com Ana Bolena. Apesar de tudo, Bolena teve apenas uma filha
com o rei, foi condena por incesto e morreu três anos depois do casamento.
Henry VIII, pelo contrário, casou-se com Joana, que teve o tão esperado filho
herdeiro, Eduardo VI. Depois veio o rápido casamento com Ana de Cleves, assim
que esta morreu, o rei casou-se com Catarina Howard e, por último, com Catarina
Parr, mais uma plebeia.
No filme, acompanhamos não a história de
Henry VIII, e sim das irmãs Bolena. Primeiramente, os planos de Thomas Bolena,
pai das garotas, era que o rei se apaixonasse por sua filha mais jovem, Maria,
entretanto, o destino não obedece aos desejos humanos, e Henry Tudor se
encantou com Ana Bolena, a outra garota Bolena, uma mulher mais conquistadora,
que se fez de difícil para forçar o rei a pedir o divórcio de Catarina de
Aragão, romper com a Igreja Católica, e casar-se com ela. Apesar de tudo o que
fez, Ana não conseguiu ter o tão desejado herdeiro homem do rei. Acusada de
incesto com o irmão, George, Ana foi condena e morreu em 1536.
Justin Chadwick é um simpático diretor
de televisão que arriscou um pouco realizando esse filme, no entanto, o que
mais chama a atenção aqui é o roteiro de Peter Morgan – o mesmo de “O Último
Rei da Escócia” (2006), “A Rainha” (2006), “Frost/Nixon” (2008) e “Maldito
Futebol Clube” (2009), todos baseados em fatos reais de governantes ou
personagens importantes para alguns lugares do mundo -, apesar de chamar a atenção
o fato de ele mostrar Henry VIII como um completo imbecil e dar atenção demais
a Ana Bolena como se ela tivesse tomado todas as decisões a respeito do governo
do marido, as apelações – como o incesto, que nunca foi confirmado,
historicamente falando -, há alguma coisa incrível na forma como a história é
contada. Em contra ponto ao exagero, os melhores momentos do filme são pautados
na realidade da época: Bolena está louca para ter o tal filho homem, pois se
ela não o fizer, sabe que será substituída por outra (bem como aconteceu com
sua antecessora); o escândalo que ela faz ao ver que perdeu mais um filho e
pedir ao irmão para que eles “forniquem” para que ela engravide; a decisão do
rei em matar sua esposa; as tentativas de rompimento com a Igreja Católica; a
preocupação dor rei em deixar um herdeiro legítimo que pudesse assumir o trono.
Natalie Portman, depois do sucesso em
“Cisne Negro” (2010), passou a ser vista por todos com diferentes olhos, mesmo
em seus filmes anteriores ao que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz. Aqui ela é
a inescrupulosa Ana Bolena, uma mulher capaz de tudo para chegar ao poder e
permanecer lá, o desespero de Portman se torna algo tão real que chega a ser
inacreditável, não que sua atuação seja um exemplo, em alguns momentos ela
parece muito over (exagerada), mas, na maior parte do filme ela se mostra uma
mulher descontrolada e despreparada. Scarlett Johansson nos apresenta uma ou outra
atuação, de tempos em tempos, que é digna de nota, como Maria Bolena ela nos
proporciona uma atuação um pouco apagada, mas mostra mesmo como a garota era
totalmente inocente e só desejava ser feliz com o marido que tivesse. Eric Bana
é Henry Tudor, apesar de ser um bom ator, a interpretação do rei pelo
roteirista do filme é a de um homem submisso às mulheres (algo que Henry não
era, ele podia até fazer a vontade de suas mulheres, mas jamais deixou que
soubessem dessa sua característica), apesar do
personagem ser um idiota, Bana se sai bem.
Como diz o próprio título original do
filme (traduzido livremente como “A Outra Garota Bolena”) era para Maria Bolena
ter ficado com o rei, mas, como disse, ele comete a besteira de cair nas garras
de Ana Bolena. E é bem isso o que a produção deseja mostrar: o quanto Ana
Bolena se saiu bem, enquanto pode, mas que, na realidade da época, era fácil um
rei ter o que queria. Apesar das intenções do filme de contar a vida de Ana, o
que o desfecho nos propõe a acreditar é que Ana Bolena não deixou nenhum legado
realizado por ela muito importante para a humanidade – atribuo o rompimento com
a Igreja Católica uma decisão do rei e de mais ninguém -, afinal, ela estava
muito ocupada tentando permanecer no poder e tendo um filho do rei, todavia, a
filha que Ana Bolena deixou para a Inglaterra foi ninguém mais, ninguém menos,
que Elizabeth I – A Rainha Virgem, sendo assim, de alguma coisa valeu essa tal
separação com a Igreja Católica Romana. God Save de Queen!
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