segunda-feira, 9 de julho de 2012

255. NINE, de Rob Marshall

Apesar de uma bela estética e um elenco incrível, o filme não passa de uma tentativa frustrada de inovação do gênero.
Nota: 7,0


Título Original: Nine
Direção: Rob Marshall
Elenco: Daniel Day-Lewis, Marion Cotillard, Penélope Cruz, Sophia Loren, Kate Hudson, Judi Dench, Nicole Kidman, Satcy Ferguson (Fergie)
Produção: Harvey Weinstein, Bob Weinstein, Rob Marshall, Marc Platt, John DeLuca
Roteiro: Michael Tolkin, Anthony Minghella, Arthur Kopit (musical teatral), Maury Yeston (musical teatral) e Mario Fratti (musical teatral italiano)
Ano: 2009
Duração: 118 min.
Gênero: Drama / Musical

Guido Contini é um cineasta italiano que está tentando terminar de escrever o roteiro de seu próximo grande filme, em meio a suas tentativas frustradas e seus problemas no trabalho, ele enfrenta problemas sociais e relembra das mulheres de seu passado e vive com as de seu presente. No passado temos: sua mãe e a mulher que o iniciou sexualmente, Saraghina; no presente a amante Carla e a jornalista Stephanie; e as que fizeram seu passado e fazem seu futuro, provavelmente as mais importantes para a trama, a atriz e musa Claudia, a excêntrica figurinista de seus filmes Lilli e sua esposa, que também já foi atriz, Luisa Contini, e com a qual Guido não consegue deixar de viver por ser a única que o suporta do jeito que ele é. Guido, em meio a seus pensamentos, terá de tomar decisões sobre o que deseja para seu futuro e abrir mão de algumas coisas que ele considera de extrema necessidade.



A carreira de Rob Marshall andava as mil maravilhas: o musical “Chicago” (2002), seu primeira longo, ganhou seis Oscars, incluindo melhor filme e atriz coadjuvante para Catherine Zeta-Jones, além de sete indicações para a mesma premiação, incluindo melhor direção; “Memórias de uma Gueixa” (2005), não fez tanto sucesso na Academia, levou três das seis indicações, mas foi um sucesso de crítica e público. Por que um diretor que está com sua carreira indo tão bem resolve realizar um filme como “Nine”? Se um dia souber a resposta me esclareça. Não sei se Marshall acreditou realmente no projeto e imaginou que daria tudo certo e que ele realizaria um clássico moderno dos musicais. “Nine” é um filme baseado na obra de Federico Fellini “Oito e Meio”, logo, espera-se que seja algo extremamente belo e com qualidade inigualável. O fato é que não temos nada disso. Esteticamente o filme é muito bonito sim, mas, de modo geral, a forma como os números entram na trama não se encaixam, as atuações são catastróficas e o roteiro é um saco. Aliás, esperava-se muito mais de roteiristas como Michael Tolkien, que trabalhou ao lado de Robert Altman em “O Jogador” (1992), e do vencedor do Oscar Anthony Minghella, roteirista de “O Paciente Inglês” (1996), “O Talentoso Ripley” (1999) e “Cold Mountain” (2003).
Chega a ser triste dizer que esse elenco maravilhoso é uma decepção. Daniel Day-Lewis, um dos melhores atores de sua geração, está chato, aparentemente cansado e sem vida, apesar de transmitir os anseios de sua personagem, como Guido ele é a maior desilusão do filme. Sophia Loren, a mãe de Guido, parece mais um boneco de cera, e não há mais nada nela que chegue perto de uma “tentação morena”. Kate Hudson é a jornalista Stephanie, a atriz aparece, dá em cima de Guido, faz seu showzinho sem noção e pronto, sem mais nem menos ela some. Nicole Kidman, a musa Claudia, compete com Loren para ver quem está mais artificial, apesar de gostar da triz, devo admitir que ela está terrível no filme. Fergie, o que dizer sobre ela, simplesmente não sei o que ela está fazendo nesse filme, ela é Saraghina, uma personagem sem muito a ser revelado, que, bem como Stephanie, aparece, dança, canta e nunca mais volta. Judi Dench, Lilli, está aqui para tentar salvar o elenco, mas mesmo ela não está bem em uma personagem que é a sua cara. Penélope Cruz, indicada ao Oscar, merece nossa atenção, é a amante Guido, Carla, uma mulher apaixonada que não entende nada da vida, mas que quer Guido a todo custo, o número musical da atriz é um dos melhores do filme, ela é sexy, provocante e extremamente latina. Marion Cotillard, é por quem vale a pena assistir ao filme, ela é a esposa de Guido, Luisa, uma mulher que ama seu marido, mas não suporta mais o fato de ele viver para seus filmes e para outras mulheres enquanto ela sacrificou tudo o que mais prezava por ele, Cotillard é a única atriz que tem duas apresentações: na primeira, “My Husband Makes Movies”, ela é recatada e fala sobre o marido e seu trabalho, na segunda, “Take It All”, ela joga tudo para cima e mostra ao marido os seus valores como a bela mulher que ela é.



Esse filme é bonito artisticamente falando e mereceu as 4 indicações ao Oscar: atriz coadjuvante (Penélope Cruz), direção de arte, figurino e canção (“Take It All”), mas posso dizer, com toda a certeza, que esperava mais de toda essa produção. Afinal, junte um elenco feminino perfeito com o ótimo Daniel Day-Lewis, adapte uma peça de teatro baseada na obra de Federico Fellini, torne isso tudo um musical e espera-se algo perfeito. Pelo contrário, “Nine” é um fracasso em todos os sentidos, nem mesmo as belas e talentosas Penélope Cruz e Marion Cotillard puderam tornar esse filme algo digno de nota.



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