Com a cidade luz como plano de fundo, o
filme apresenta 18 diferentes histórias sobre a vida de moradores parisienses.
Nota: 8,8
Título Original: Paris Je T’aime
Direção: Olivier Assayas, Frédéric
Auburtin, Emmanuel Benbihy, Gurinder Chadha, Sylvain Chomet, Joel Coen, Ethan
Coen, Isabel Coixet, Wes Craven, Alfonso Cuarón, Gérard Depardieu, Christopher
Doyle, Richard LaGravenese, Vincenzo Natali, Alexander Payne, Bruno Podalydès,
Walter Salles, Oliver Schmitz, Nobuhiro Suwa, Daniela Thomas, Tom Tykwer e Gus
van Sant
Elenco: Fanny Ardant, Leila Bekhti,
Melchior Belson, Juliette Binoche, Seydou Boro, Steve Buscemi, Sergio
Castellitto, Willem Dafoe, Gèrard Departieu, Cyril Descours, Marianne
Faithfull, Bem Gazzara, Maggie Gyllenhal, Bob Hoskins, Olga Kurylenko, Li Xin,
Elias McConnell, Aïssa Maïga, Margo Martindale, Yolande Moreu, Emily Mortimer,
Florence Muller, Nick Nolte, Bruno Podalydès, Matalie Portman, Ludivine Sagner,
Barbet schroder, Rufus Sewell, Gaspard Ulliel, Elijah Wood
Produção: Emannuel Behbihy, Caudine
Ossard
Roteiro: Emmanuel Benbihy, Bruno
Podalydès, Paul Mayeda Berges, Gurinder Chadla, Gus Van Sant, Joel Coen, Ethan
Coen, Walter Salles Daniela Thomas, Christopher Doyle, Rain Li, Gabrielle Keng,
Isabel Coixet, Nobuhiro Suwa, Sylvain Chomet, Alfonso Cuarón, Oliver Assayas,
Olivier Schimits, Richard LaGravenese, Vincenzo Natali, Wes Craven, Tom Tykwer,
Gena Rowalnds, Alexander Payne, Nadine Eid
Ano: 2006
Duração: 120 min.
Gênero: Comédia / Drama / Romance /
Thriller
Escrever sobre um filme como “Paris, Te
Amo” da mesma forma que escrevi todas as outras críticas (seguindo a linha de
sinopse, produção e atuação) é impossível, afinal, são 18 histórias totalmente
diferentes que não possuem absolutamente nada em comum (a não ser o fato óbvio
de que todas as nossas vidas possuírem algo em comum), é como se fossem 18
curtas metragens ambientados na Cidade Luz, que foram colocados em apenas um
filme para que as pessoas assistam a curtas. Pois bem, para escrever sobre esse
filme, irei destacar as histórias que mais me chamaram a atenção ou mais fazem
sentido para a sociedade atual. Segue a lista de todos os enredos, com alguns
comentários sobre cada um, destacando, como disse, os melhores:
1.
Montmartre,
de Bruno Podalydès: um homem para na rua e fica observando algumas mulheres,
quando uma delas desmaia, ele a socorre: um retrato sobre agradáveis
coincidências de nossa existência;
2.
Quais
de Seine, de Curinder Chadha: três amigos estão observando garotas, enquanto
dois tentam chamar a atenção, um fica quieto em seu canto, quando uma garota
cai ele vai ajudá-la e acaba se apaixonando: uma representação perfeita dos
problemas da principal luta na juventude: encontrar um amor;
3.
Le
Marais, de Gus Van Sant: basta dizer que é dirigido por Van Sant que já se
imagina algo diferenciado, pois bem, um francês se apaixona por um rapaz que
não entende quase nenhuma uma palavra do que ele diz (o outro fala apenas
inglês) e somente o destino poderá dizer se alguma coisa poderá existir entre
os dois: a inclusão da diversidade sexual no filme;
4.
Tuileries
, de Joel e Ethan Coen: um americano está em uma estação de metrô de Paris,
quando é surpreendido por um casal do outro lado, os dois estão se agarrando
despudoradamente. O problema é que o casal parece louco mesmo, e a garota acaba
parando ao lado do turista e daí por diante ele terá que se virar com seu
pequeno dicionário de expressões francesas. No elenco o único que merece ser
lembrado é Steve Buscemi que, sem nenhuma palavra, consegue mostrar exatamente
os sentimentos de um pobre turista. É, também, uma crítica àqueles filmes que
só mostram a beleza das viagens a lugares desconhecidos, ou seja, no maior
estilo Coen, a mais pura verdade.
5.
Loin
Du 16e, de Walter Salles e Daniela Thomas: o filme está na lista por dois
motivos: primeiro, é uma parceria de dois cariocas genuinamente brasileiros em
meio a figuras muito conhecidas em todo o mundo; segundo, fala sobre uma
estrangeira vivendo em Paris, não preciso dizer que ser um não francês na
França já é complicado, ainda mais se sua língua nativa é derivada do espanhol
e sua pele é morena, o que é o caso. É claro que quem se destaca na história é
a Colombiana indicada ao Oscar em 2004 Catalina Sandio Mareno, que interpreta
com simplicidade e mostra como pessoas em sua situação devem se apagar perante
o restante do mundo. Apesar de um pouco dramático e sem graça, é um dos melhores
filmes do filme;
6.
Porte
de Choisy, de Christopher Doyle: apesar de a sequência criticar beleza e os
problemas acarretados pelos estereótipos, é confuso e realmente chato.
7.
Bastille,
de Isabel Coixet: um homem tenta pedir o divórcio de sua esposa, mas descobre
que ela está doente e resolve ficar com ela: um verdadeiro soco no estômago.
Com Miranda Richardson;
8.
Place
dês Victoires, de Nobuhiro Suwa: mulher passa pela morte do filho e não
consegue superá-la, apesar de dramático demais, o filme estrela Juliette
Binoche, perfeita no papel de uma mãe sofredora;
9.
Tour
Eiffel, de Sylvaim Chomet: a história de um menino deslocado que tem como pais
um mímico e uma mímica que se conheceram na cadeia. Um dos piores entre todos
os 18 filmes;
10.
Parc
Monceau, de Alfonso Cuarón: uma comédia divertida sobre várias coisas, falar
mais seria estragar o prazer do filme que, aliás, é um dos únicos que
proporciona diversão, qualidade e criatividade. Com Nick Nolte;
11.
Quartier
dês Enfants Rouges, de Olivier Assayas: uma atriz que está em Paris gravando
seu filme descobre o mundo das drogas, bebidas e festas: um retrato bem clichê
das jovens atrizes. Com Maggie Gyllenhaal;
12.
Place
dês Fetes, de Olivier Schmitz: por uma ironia do destino um homem sofre um
ferimento e justo a mulher que ele procurava quando foi ferido o ajuda em seu
momento de morte: mais uma porrada no estômago sobre as tristes coincidências
da vida;
13.
Pigalle,
de Richard LaGravenese: marido e mulher parecem tentar mudar a rotina de seu
casamento indo até um bar de streep-tease, entretanto eles se decepcionam um
com o outro e saem, bravos, do lugar. Todavia, a vida é uma bela caixinha de
surpresas para alguns e os dois acabam vendo o quanto se amam e não podem viver
longe um do outro. Com Bob Hoskins e Fanny Ardant;
14.
Quartier
de la Madeleine, de Vincenzo Natali: a princípio pensei, e torci para, que
fosse uma filmagem de algum filme de terror que ocorre em Paris, se é isso eles
não deixam claro, se for... bem não faz diferença, decididamente o pior de
todos. Com Elijah Wood;
15.
Pere-Lachaise,
de Wes Craven: um homem e uma mulher estão em Paris em sua lua de mel
adiantada, quando vão ao cemitério mais famoso da cidade, ela acaba descobrindo
que está meio decepcionada com ele, agora somente as grandes personalidades
enterradas ali poderão ajudá-lo a reconquistar a noiva. Apesar de parecer chato
demais, acaba sendo uma agradável surpresa que se apaga devido a palhaçada apresentada
no curta anterior;
16.
Faubourg
Sait-Denis, de Tom Tykwer: um garoto cego acaba se apaixonando por uma jovem, o
desfecho é um deleite para os olhos, a alma e o coração. Com Natalie Portman;
17.
Quartier
Latin, de Gérard Depardieu: ex-marido e ex-mulher se reencontram e falam sobre
suas vidas: ele, com uma nova esposa grávida, e ela tentando mais um
relacionamento com outro homem. O retrato perfeito de um ex-casal que chegou a
uma das idades mais fantásticas da vida e percebeu que um ainda é amigo do outro,
dessa forma, devem estar um ao lado do outro para sempre, afinal, estarão
ligados por algo inexplicável. Com os mais que veteranos Bem Gazzara e Gena
Rowlands;
18.
14e
Arrondissement, de Alexander Payne: pela primeira vez na vida, uma mulher viaja
para Paris, sozinha ela vaga pela cidade conhecendo os mais inúmeros lugares,
aproveitando a comida, praticando seu francês e relembrando de seu passado e de
pessoas queridas. Em um dado momento, ela senta em um banco para comer um
sanduíche e se pega pensando na vida e em tudo o que a rodeia. Sem sombra de
dúvidas o melhor dos curtas, na realidade, o único que realmente se eleva entre
todos e salva a produção. Payne optou por algo simples, não escolheu uma grande
atriz do cinema, nem pensou em uma história fantástica e impressionante, em seu
real desfecho, a personagem, interpretada pela fantástica Margo Martindale (da
série “Justified”, 2010) tem uma das falas mais belas e verdadeiras do cinema,
com a qual todos se identificarão: “Era como se eu me lembrasse de algo que
nunca conheci. Ou que sempre esperei, sem saber exatamente o que. Talvez fosse
algo que eu havia esquecido. Ou algo que eu senti falta toda a vida. O que
posso dizer é que senti ao mesmo tempo, alegria e tristeza. Mas não tristeza
demais, pois me sentia viva.”
Durante
o desfecho da trama, algumas personagens se encontram, outras seguem suas vidas normalmente, outras apenas tomam destinos diferentes e outras, como é o caso das
personagens de Binoche e Rowlands, apenas trocam olhares sinceros que nos expõe
um mar de sentimentos que ambas podem estar sentindo. No final das contas, o
filme acaba sendo decepcionante pelo fato de ter tantos diretores e intérpretes
famosos por seu talento e competência, mas nos é provado que na vida, de uma
forma ou outra, todos estamos ligados por algum motivo, por alguma força inexplicável
que rege o universo. Talvez seja Deus, talvez seja mais de um, talvez seja o
destino, talvez seja apenas coincidência mesmo e não estamos ligados coisa
nenhuma. Eu fico com o destino, pois que ele faz das suas, isso ele faz.
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