domingo, 7 de outubro de 2012

187. PSICOSE II, de Richard Franklin


A intenção é boa, mas de boas intenções o inferno já está cheio.
Nota: 7,0


Título Original : Psycho II
Direção : Richard Franklin
Elenco: Amthony Perkins, Vera Miles, Meg Tilly, Robert Loggia, Dennis Frans, Hugh Gillin, Claudia Bryar, Robert Alan Browne, Ben Hartigan
Produção: Hilton A. Green e Bernard Schwartz
Roteiro: Tom Holland e Robert Bloch
Ano: 1983
Duração: 113 min.
Gênero: Thriller

Norman Bates acaba de deixar o hospital psiquiátrico e está à solta novamente para fazer o que bem desejar de sua vida. Todavia, enquanto os médicos o consideram apto para voltar à convivência em sociedade como um cidadão normal e saudável, Lila Loomis, irmã de Marion Crane, assassinada por Bates, deseja ver o homem na cadeia. Para provar que Bates não está em seu estado mental perfeito ela arma dezenas de tramóias para enlouquecê-lo. Os médicos podem até considerar Bates saudável, mas que a volta para a casa onde tudo aconteceu mexerá com sua mente, mexerá.
O trabalho mais conhecido de Richard Franklin é a direção na série “Beauty and the Best” (1987); o roteirista Tom Holland é responsável pelo clássico de terror “A Hora do Espanto” (1985); e o compositor Jerry Goldsmith é conhecido por seus trabalhos em dezenas de filmes dos gêneros de terror, ficção e ação, incluindo “Planeta dos Macacos” (1968), e foi indicado 18 vezes ao Oscar. O fato é que é impossível analisar esse filme sem compará-lo com a obra da Sétima Arte de Alfred Hitchcock de 1960: apesar de o trabalho de Franklin ser feito com competência, falta-lhe o estilo e a originalidade encontradas nos filmes de Hitch, pode parecer um pouco desleal comparar qualquer diretor com o mestre do thriller, ou melhor, criador do gênero, mas, a partir do memento que se decide fazer uma sequência de um filme como “Psicose”, as comparações são inevitáveis, Franklin, portanto, parece querer, frustradamente, imitar algumas coisas feitas por Hitchcock em seu filme; Joseph Stefano e Holland não estão muito longe um do outro, o único filme escrito por Stefano que realmente é bom é “Psicose” (que foi escrito baseado em um livro e com a ajuda de Alfred Hitchcock), portanto, não há muitas comparações a serem feitas, mas é primordial dizer que o roteiro apresentado aqui é a única coisa no filme que possui originalidade e faz com que o público se prenda na história; Goldsmith é um excelente compositor, mas é impossível assistir a história de Norman Bates sem desejar ouvir a música eternizada na cena do chuveiro por ninguém mais, ninguém menos que o eterno compositor do horror Berrnard Herrman.


Com “Psicose” era certo que Anthony Perkins se consolidaria no cinema como um dos maiores intérpretes de sua geração, entretanto, o que aconteceu foi bem o contrário, provavelmente pela época em que o filme foi feito ter sido um tempo de tentativas de paz após tantas Grandes Guerras e conflitos estranhos à sociedade (onze anos depois, Malcolm McDowell, foi esquecido completamente pelas premiações em “Laranja Mecânica”), hoje, entretanto, vê-se essa duas interpretações entre as melhores da história do cinema, e personagens com o Coringa de Heath Ledger são glorificados e até eternizados. Definitivamente, Hitchcock e seus filmes estavam bem além de seu tempo. Enfim, Perkins tem uma queda inacreditável ao tentar reerguer a personagem em uma interpretação fraca e bem inferior ao primeiro filme, esperava-se que as atuações salvassem a produção, mas elas só a tornam mais deprimente. Vera Miles é, simplesmente, outra atriz, exagerada, sem ânimo e totalmente diferente daquela mulher que vemos no primeiro filme, louca para fazer justiça, mas sã e consciente de seus atos, aqui ela está decididamente louca, e a atriz não sabe lidar com isso. Meg Tilly, que interpreta a filha de Lila Loomis acaba sendo a “menos pior” entre os três, mas ainda assim não consegue carregar o filme sozinha e acaba sendo outra decepção.
Confesso que quando decidi assistir ao filme, já não espera muita coisa, a primeira cena de escândalo protagonizada por Perkins e Miles já deixa claro que o filme não trará interpretações memoráveis como no primeiro, depois a chegada de Bates em sua antiga casa deixa claro a tentativa de se copiar (ou de se homenagear da forma mais estranha possível) o estilo de Alfred Hitchcock, o desfecho, onde nos é revelada toda a verdade, também é decepcionante e está longe do brilhantismo do clássico original, o bom mesmo do filme fica a cargo de um roteiro que segura as pontas por seus mistérios. E é bem aí que o filme de 1960 se torna tão superior, sabemos quem é o assassino, mas não sabemos por que ele fez tudo aquilo, aqui apenas supomos e temos pena de Bates. O fato é que a última cena do filme deixa claro tudo o que está acontecendo e é, além dos efeitos, o que salva a produção do fracasso total, tendo, o filme, a melhor das intenções ao dar continuidade a obra do thriller. Entretanto, decididamente, de boas intenções o inferno já não está mais vago.


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