Aqui sim, temos a estética e a qualidade
perfeita para exaltar a governante Elizabeth I.
Nota: 9,5
MULHER, GUERREIRA, RAINHA |
Título Original: Elizabeth: The Golden Age
Direção: Shekhar Kapur
Elenco: Cate Blanchett, Geofrey Rush, Abbie Cornish, Rhys Ifans, Jordi
Mollà, Clive Owen, Laurence Fox, John Shrepnel, Samantha Morton
Produção: Tim Bevan, Jonathan Cavendish, Eric Fellner
Roteiro: William Nicholson e Michal Hirst
Ano: 2007
Duração: 114 min.
Gênero: Biografia / Drama
BLANCHETT CARACTERIZADA COMO ELIZABETH I E UMA PINTURA DA RAINHA VIRGEM |
Elizabeth I foi fruto do casamento entre
Henrique VII e Ana Bolena, por esse motivo, pode-se dizer que ela foi o fruto
da separação da Inglaterra de Roma e a criação da Igreja Anglicana. Após a
morte de um irmão, uma prima e uma irmã, Elizabeth assumiu o trono da Inglaterra
em 1558, o qual deixou apenas em 1603, alguns defenderam que isso foi obra do
Demônio, outros, que foi obra de Deus, eu fico com as duas opções. O fato é que
o período de 45 anos em que ela reinou, foi conhecido como a Era de Ouro Inglesa.
Durante desses anos ela promoveu o cercamento de terras, o aumento das áreas
urbanas no país, ocupação das treze colônias no atual EUA, perseguição de
católicos e puritanos que iam contra seu governo, estimulou as atividades de
corsários, consolidou o Anglicanismo e venceu a Guerra da Invencível Armada,
destroçando o exército espanhol e afundando a economia do país rival e tornando
a Inglaterra a maior potência européia da época.
O filme nos apresenta uma Elizabeth
madura, sem medo de governar e pronta para vencer qualquer obstáculo.
Entretanto, também vemos uma rainha um pouco desesperada e desconfiada com tudo
ao seu redor, talvez pelas ameaças que rondam seu reino ou pelo simples fato de
ser uma mulher que enfrenta os problemas de todas as mulheres depois dos trinta
anos. Ainda conferimos a forma como a rainha não se importava em ser criticada
e o quanto debochava do fato de centenas de homens quererem desposá-la, os
conflitos econômicos e religiosos com a toda poderosa Espanha, as tentativas de
assassinato, mais um romance com um homem qualquer, a relação de amizade com
uma de suas damas de companhia e a força e determinação com a qual afundou os
navios espanhóis em uma das maiores conquistas da Inglaterra.
Dentre os filmes dirigidos por Kapur,
“Elizabeth” (1998) e “Elizabeth: A Era de Ouro” são os únicas que realmente
chamam a atenção, pois relatam boa parte da vida de uma das maiores monarcas do
Reino Unido. A novidade no roteiro é William Nicholson, indicado duas vezes ao
Oscar, foi responsável pelo filme “Gladiador” (2000) e outros do mesmo gênero
de época. Mais uma vez, a trilha sonora é uma das coisas que mais chama a
tenção na produção, ela foi composta em conjunto por Craig Armstrong, de “O
Colecionador de Ossos” (1999), “Moulin Rouge – Amor em Vermelho” (2001),
“Simplesmente Amor” (2003), “Ray” (2004) e “Wall Street: O Dinheiro Nunca
Dorme” (2010) e por A. R. Rahman o compositor de mais de 100 filmes, dentre
eles: “Quem quer ser um Milionário” (2009), pelo qual venceu o Oscar, e de “127
Horas” (2010). Falar sobre esse filme sem citar mais alguns aspectos técnicos é
impossível, portanto: a maquiagem e os penteados coordenados por Jenny Shircore
são simplesmente fantásticos e não se podia esperar menos para tal personagem
principal; o figurino, vencedor do Oscar, de Alexandra Byrne é uma personagem a
parte, que se destaca entre todos e torna a interpretação de Blanchett ainda
melhor; e, por fim, a aliança entre a fotografia de Remi Adefarasin e a decoração
de Richard Roberts nos leva para o Século XVI e nos colocam ao lado de cada
personagem.
Cate Blanchett, assim como a própria
personagem, está mais madura e consegue demonstrar perfeitamente o que
Elizabeth sentia, como era difícil ser a mulher mais poderosa de seu tempo e
como ela estava realmente despreparada para ser a toda poderosa Rainha da
Inglaterra, entretanto, a atriz também expõe de formal incrível a aprendizagem
eterna que é ser a governante de um país. Em uma das cenas mais belas do filme,
Blanchett veste totalmente a personagem e deixa claro aos espanhóis que o
destino da Inglaterra é controlado por ela e Deus, e não por qualquer homem que
a deseje como esposa, ou por outro governante de um país qualquer. Geoffrey
Rush volta como o fiel amigo e conselheiro de Elizabeth, Sir Francis
Walsingham, e, mais uma vez, a química entre ele e Blanchett é tanta que chega
a assustar. É incrível como a ator consegue se tornar inigualável em cada
papel, aqui, ele é um homem preocupado com os interesses da Inglaterra e de sua
Rainha, nada além disso. No restante do elenco principal temos Clive Owen e
Abbie Cornish, ele é o amor de Elizabeth da vez, Sir Walter Raleigh, ela, a
dama de companhia Bess Throckmorton, ambos, atores e personagens, estão tão
perdidos na trama que fica claro que eles apenas vieram para fazer volume e
deixar a história mais “interessante”, o problema é que a vida de Elizabeth I é
interessante o suficiente, e tanto Owen quanto Cornish são perda de espaço e
tempo.
Falar sobre conquista de direitos
femininos ou sobre mulheres no poder sem citar Elizabeth I é simplesmente
impossível. Esse filme é o desfecho quase que perfeito sobre a história dessa
mulher incrível, se não por seu roteiro, por toda a estética brilhante, o
figurino exuberante, a maquiagem digna de uma rainha e a atuação inacreditável
de Cate Blanchett. O único problema da trama acaba, portanto, sendo a falta de
atenção dada aos acontecimentos políticos e grandes feitorias de Elizabeth,
deixando seu suposto romance mais em evidência que a existência de nomes como
do dramaturgo William Shakespeare ou do filósofo Francis Bacon. Todavia, a
beleza técnica do filme, e a atuação de Blanchett, como uma mulher a beira da
loucura pelas responsabilidades conferidas a ela, tornam o filme uma homenagem
quase que verdadeira, e exalta vários feitos de uma das maiores monarcas da
história da humanidade.
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