A melhor representação do desejo de
poder da alma humana.
Nota: 9,2
Título Original: Die Welle
Direção: Dennis Gansel
Elenco: Jürgen Vogel, Frederick Lau, Max
Riemelt, Jennifer Ulrich, Christiane Paul, Jacob Matschenz, Cristina do Rego,
Elyas M’Bareck, Maximilian Vollmar, Max Mauff
Produção: Christian Becker
Roteiro: Ron Jones, Johnny Dawkins, Ron Birnbach, Dennis Gansel e Peter
Thorwarth
Ano: 2008
Duração: 107 min.
Gênero: Drama / Thriller
Em 1924, Hitler deixou claro seus idéias
racistas e anti-semitas com a publicação de seu livro “Mein Kampf” (Minha
Luta”), em 1929 pessoas de todas as idades da Alemanha aderiam às suas idéias,
no ano seguinte o partido Nazi entrou oficialmente no Parlamento Alemão, em
1934 Hitler assumiu o poder e, entre os anos de 1939 e 1945, o mundo todo
vivenciou os terríveis anos em que o Führer tentou conquistar o mundo,
provocando a Segunda Guerra Mundial. Em 1967, na Califórnia, EUA, o professor
Ron Jones, simulou um regime autoritarista em sala de aula pare ensinar seus
alunos como o sistema funcionava. Os alunos acharam tudo incrível e começaram a
interagir com o projeto de forma surpreendente, claro que Jones ficou
extremamente satisfeito, mas tudo acabou saindo de seu controle.
Na adaptação para o cinema tudo ocorre
em uma Alemanha moderna onde todos estão cansados de ouvir como a ditadura de
Hitler foi terrível. Durante a semana da disciplina eletiva, Rainer Wenger,
contrariado por querer ensinar Anarquia, acaba abrindo uma turma para dar aulas
sobre Autocracia. Sem saber o que fazer, e atento para o desinteresse de seus
alunos, o professor decide, maestriamente, criar um regime autocrata em sua
própria sala de aula, tornando-se o líder do grupo, criando códigos, uniformes
e nomeando o regime como “A Onda”. Entretanto, o que era para ser apenas uma
semana de ensinamentos, acaba se tornando um transtorno quando os alunos se
recusam a deixar “A Onda” de lado e voltar às suas vidas.
É primordial ressaltar que a equipe
técnica do filme é composta por pessoas relativamente jovens que, juntos, criam
um filme cheio de vida e extremamente expressivo. Talvez esteja aí o fato de a
Alemanha ser um dos países mais fascinantes do mundo: dezenas de seus grandes
filmes, aqueles que nos fazem pensar acerca dos mais variados assuntos sobre
nossa existência na terra, são realizados por mentes jovens que tem muito a
dizer. Dennis Gansel, na época com 35 anos, é o diretor do filme, em alguns
momentos parece que sua tecnica é totalmente amadora, mas o que, na realidade,
acabamos notando, é que tudo isso não passa da forma mais inteligente de se
criar o ambiente para o enredo e fazer com que o espectador reflita e entre na
história de forma rápida e definitiva. Ao lado de Gansel, temos Peter Thorwarth
no roteiro e Heiko Maile na trilha sonora, que oscila entre vários estilos e
línguas.
Durante o filme, temos a impressão de
que os próprios intérpretes das personagens aderem ao movimento da Onda, vários
deles confirmaram, em entrevistas, a dificuldade de se filmar um filme como
esse. O fato é que, o elenco é extremamente bem preparado e não há exceções
quando digo que cada um foi uma escolha perfeita. Comecemos por Jürgen Vogel,
apesar de seu nome ser praticamente desconhecido no Brasil, o ator conquistou a
Alemanha com seu carisma e seu talento; como o professor Wenger, ele oscila
entre o excelente profissional que deseja ensinar os alunos fazendo eles se
apaixonarem por história, entre o marido boa praça e o homem como fruto de seu
meio, ou seja, aquele que acha incrível e se sente o maior ser humano da terra
quando os jovens aderem ao seu movimento e ele se torna alguém “poderoso”. De
resto temos excelentes atores e atrizes interpretando os alunos de Wenger,
destaco quatro deles: Frederick Lau, como o jovem perturbado Tim,totalmente
deslocado da sociedade, que acaba encontrando no movimento algo que lhe
interesse e o torne popular; Max Riemelt, o popular Marco, que se interessa
pela Onda como algo que pode lhe trazer ainda mais benefícios; Jennifer Ulrich,
a Karo, única estudante que vê alguma coisa de errado nas idéias de Wenger; e a
brasileira Cristina do Rego, que interpreta Lisa, uma garota inteligente, que
se deixa influenciar facilmente, dessa forma, quando surge A Onda, ela se torna
totalmente adepta, deixando todos seus ideais de lado.
Wenger, em um final épico, parece estar
satisfeito com alguma coisa, não podemos ter certeza se, naquele momento, quem
está ali é o professor satisfeito por ter ensinado algo aos alunos, ou o homem
sedento por poder que sabe que os alunos poderão continuar com “A Onda”. Dentre
todos os países que se destacam pelo cinema, provavelmente a Alemanha é a que
mais me agrada, não somente pelas excelentes escolhas das temáticas das tramas
ou pelas reflexões que as mesmas nos propõe, mas pela qualidade cinematográfica
encontrada em filmes simples e cheios de vida, “A Onda” é um desses.
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