Nada poderia ser mais satisfatório que
ver Judi Dench interpretando a Rainha Vitória.
Nota: 9,4
Título Original: Mrs. Brown
Direção: John Madden
Elenco: Judi Dench, Billy Connolly, Geoffrey Palmer, Antony Sher, Gerard
Butler, Richard Pasco, David Westhead, Bridget McConnell, Georgie Glen
Produção: Sarah Curtis
Roteiro: Jeremy Brock
Ano: 1997
Duração: 105 min.
Gênero: Biografia / Drama / Comédia
Vitória da Casa Hanôver assumiu o trono
inglês após a morte de seu avô, de seu pai e de seus três tios (irmãos mais
velhos de seu pai que não deixaram herdeiros). Durante seu reinado ficou
conhecida por ajudar os trabalhadores de classes baixas, incutir cada vez mais
cultura na Inglaterra, pelo desenvolvimento industrial no país e pela expansão
territorial (a Índia foi anexada ao Reino Unido). Em 1861 a mãe de Vitória
morreu, triste por descobrir, nas cartas de sua mãe, o quanto ela a amava e
sentia sua falta, a monarca passou suas responsabilidades ao marido (e grande
amor de sua vida),Príncipe Albert, que morreu de febre tifóide no final do
mesmo ano. Desde o ano de sua viuvez, até meados de 1872, Vitória decidiu ficar
mais reclusa do que já estava, o que fez sua popularidade diminuir
gradativamente. Entretanto, a chegada de um antigo empregado do marido fez com
que sua vida voltasse a ter sentido.
Antes de ser lida essa crítica, ou
assistido ao filme, recomendo que leiam e assistam ao filme “A Jovem Rainha
Vitória” (2010), que relata a chegada de Vitória no poder, seus primeiros
relacionamentos com o Parlamento, a difícil relação com a mãe e o casamento com
o Príncipe Albert. No filme, temos uma pequena noção do quanto Vitória está
afastada de seus deveres em Londres e da sociedade inglesa, mas logo temos a
chegada de John Brown, o tal antigo empregado de Albert, que faz a vida da
rainha ficar mais alegra ao lembrar o próprio Príncipe falecido. Claro que a
amizade dos dois não gera apenas bons frutos, além de ser julgada pelo povo por
aparecer pouco em público, Vitória teve de aguentar acusações de que estaria
tendo um romance com seu empregado, o que não a convenceu de se separar dele.
Brown morreu em 1883 e sua soberana em 1901.
Antes desse filme, John Madden apenas
havia se destacado em produções para televisão. Depois desse vieram
“Shakespeare Apaixonado” (1998), “O Capitão Corelli” (2001), “A Prova” (2005),
“No Limite da Mentira” (2010) e “O Exótico Hotel Marigold” (2001). Apesar de
simpatizar com os filmes de 98 e 2011, acredito que “Mrs. Brown” seja seu
título mais qualitativo no cinema, enquanto os outros dois são divertidos e
engraçados, esse é mais carregado de drama e nos trás a história real de uma
das mulheres mais importantes da história da humanidade. De forma simples, pura
e, apesar da maturidade e idade dos protagonistas, inocente, o diretor consegue
nos trazer a história de Vitória sem pré-julgar ninguém, muito menos insinuar
qualquer possibilidade de romance entre eles. Além disso, fotografia, direção
de arte, edição de som, figurino e maquiagem são belíssimos e conseguem captar
a exata áurea da época e do contexto relacionado à tristeza da Rainha. O
roteirista, é bom lembrar, foi um dos responsáveis, quase dez anos mais tarde,
pela adaptação do excelente “O Último Rei da Escócia” (2006).
DENCH COMO VITÓRIA E UMA PINTURA DA RAINHA (desculpo-me pela s poucas fotos, mas é praticamente impossível encontrar fotos com boa qualidade desse filme) |
O fato é que, apesar do grande número de
intérpretes desse filme, os únicos que realmente importam, e se sobre saem são
Judi Dench e Billy Connolly. Dench é ninguém mais, ninguém menos que a Rainha
Vitória, e, nessas alturas da vida, já não sei se é mais honroso interpretar
tal figura histórica, ou ser interpretada por tal atriz. A atriz iniciou sua
carreira antes mesmo de meu pai nascer, em 1959, na televisão, e fez seu
primeiro filme em 1964, daí para frente sua carreira foi só triunfos no campo
televisivo; no cinema, começou a destacar-se em 1985 com “Sombras do Passado” e
em 1988 com “Um Punhado de Pó”. É Inacreditável que sua primeira indicação ao
Oscar tenha vindo apenas com sua interpretação impecável de Vitória, e pior,
venceu apenas uma vez por seu papel coadjuvante em “Shakespeare Apaixonado” (no
qual, por curiosidade, interpretou a Rainha Virgem Elizabeth I). Aqui, bem como
em todos os seus outros filmes, Dench trás a perfeição para tela, como uma
mulher triste e quase que inexpugnável, que começa a se render ao tal Sr. Brown
por ele ter sido tão fiel ao marido que ela tanto amava. Billy Connolly pode
não estar nem perto de ser tão grandioso quanto Dench, mas sua atuação é tão
digna de nota quanto a da atriz, pois é dele a responsabilidade de trazer o
homem firme e forte que se esperava para dobrar a toda poderosa Rainha do Reino
da Inglaterra.
Apesar de um roteiro por vezes
cansativo, as atuações de Judi Dench e Billy Connolly, a eficiência por parte
da produção do filme e direção de Madden, o filme se torna uma agradável surpresa,
afinal, nos faz questionar se Vitória foi apaixonada por John Brown, ou se ele
a amou, mas isso, ninguém jamais poderá ter certeza, o fato é que ambos foram
de extrema importância uma para vida do outro, e o filme mostra apenas isso,
sem julgar ou insinuar coisa alguma. Para curiosidade geral, essa semana,
descendentes de Brown confessaram terem encontrado cartas trocadas entre a
Rainha e o empregado, mas nada foi divulgado para preservar a Família Real Britânica.
O que prova tal proximidade citada acima, é o fato de Vitória ter morrido em 1901,
devido a várias doenças, sendo enterrada com diversos pertences, jóias,
fotografias, peças de roupa de Albert e vestida de branco com seu véu de noiva,
e, dentre todos esse pertences que
lembravam sua família, uma foto de Brown, uma mecha de seu cabelo e o anel da
mãe do empregado dado a ela pelo próprio Brown.
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