Apesar de uma boa história, não possui
agilidade o suficiente para ser um bom filme.
Nota: 7,5
Título Original: Alls is Lost
Direção e Roteiro: J. C. Chandor
Elenco: Robert Redford
Produção: Anna Gerb, Justin Nappi, Teddy Schwarzman
Ano: 2013
Duração: 106 min.
Gênero: Ação / Drama
Um homem de idade avançada está em alto
mar em seu barco. Por motivos desconhecidos, ele acorda e verifica que sua
embarcação está sendo tomada pela água do mar. Ele corre para o lado de fora e
vê que um contêiner atingiu o casco do barco, ocasionando uma abertura imensa.
Com pouco água, pouca comida, poucos mantimentos e muita persistência, esse homem
fará tudo o que estiver ao seu alcance para conseguir sair vivo dessa aventura.
Não sabemos o nome desse homem. Não sabemos
se possui família ou não. Não sabemos de onde ele veio ou para onde ia.
Sabemos, apenas, que está próximo ao Canal de Sumatra e que ele escreve uma
mensagem para alguém que, provavelmente, deixou em terra firme. Sabemos,
também, desde o princípio que esse homem já viveu muito e que paciência e
persistência são palavras que conhece bem. Quando o casco da embarcação quebra,
o espectador já começa a se desesperar. Entretanto, o personagem, aliás, único personagem de todo o longa, se mantêm
calmo, tentando arrumar formas de se comunicar com alguém que possa ajudá-lo,
arrumando a embarcação como pode, enfrentando chuva e sol, escalando o mastro
do barco para tentar melhorar suas condições. O personagem acaba ensinando uma
lição importante sobre como sobreviver a eventos como esses: relaxar,
acalmar-se e lembrar que a vida vale muito a pena para ser perdida por um
nervosismo. Nesse contexto, o homem chega até mesmo a pegar livros sobre
navegação e ler, cuidadosamente, as instruções sobre o que fazer em situações
extremas. Mas é quando o barco fica prestes a fundar que mais nos emocionamos. O
personagem, calmamente, recolhe aquilo que pode precisar (comida, água, o
livro, uma caixa de primeiros socorros e outros pertences) e vai para o bote
salva-vidas do barco. Uma vez lá, apenas assiste à sua embarcação afundar
rapidamente como se alguém a puxasse para as profundezas. E é aí, quando ele
está nesse pequeno bote, que nos desesperamos por completo. E é, também, pouco
depois de ele entrar no bote, que o filme começa a ficar interessante. O
problema é que o personagem entra no bendito bote após uma hora de filme, ou
seja, faltando apenas quarenta minutos para seu término.
Robert Redford foi apontado, por muitos,
como um dos melhores atores do ano por sua interpretação como o protagonista
desse filme. Acho Redford um dos melhores atores de sua geração, mas em um ano
com tantas interpretações masculinas fantásticas, não acrtedito que ele seja,
realmente, um dos melhores. Prefiro seu Denis de “Entre Dois Amores” (1985), ou
seu Jay Gatsby de “O Grande Gatsby” (1974). Claro que, como de costume, o ator
não decepciona em nenhum momento. A falta de falas, na maioria das vezes chega
a ser compensada por suas expressões. Quando o protagonista vê seu barco
afundando, percebemos, pelos olhos de Redford, que tudo parece perdido para o
personagem. E é aí que compreendemos que, apesar de tudo, aquele barco era um
lugar seguro, um lugar onde o personagem tinha mais estabilidade, conforto e,
principalmente, segurança. Também nos emocionamos com a cena em que ele percebe
que o galão de água estava aberto e que não há água potável, assim, ele se
desespera, chora e esbraveja. O momento em que o homem tem a inacreditável
ideia de conseguir água potável por um sistema totalmente primitivo (mas
eficaz) compõe uma das cenas mais belas do longa, pois é quando vemos alguma
esperança em toda essa catástrofe. E basta o personagem perceber que conseguiu
fisgar um peixe para nos darmos o direito de sorrir por ele. Porém, sorrimos
até um tubarão aparecer e pegar o peixe a poucos metros do bote. E tudo parece
desabar novamente, para nós e para o personagem de Redford.
J.
C. Chandor parece ter tido a mesma inspiração de Alfonso Cuarón quando o
diretor mexicano pensou em “Gravidade”, mas Chandor quis trazer tudo aquilo
para a terra, ou melhor, para o mar. E esse foi seu erro. O filme indicado na
categoria de melhor edição de som
(perderá para “Gravidade”) não possui nenhum momento monótono, é até
eletrizande em alguns momentos. Mas não escapa do destino de ser chato. O que o
salva e o deixa menos insuportável, é a trilha sonora incrível de Alex Ebert e
a forma como o mar é tratado como um personagem. Da mesma forma que o espaço é
o vilão que tenta aniquilar com Sandra Bullock em “Gravidade”, o mar é o vilão
que tenta afogar Robert Redford e os senhos de seu personagem. Outro fator
negativo é termos acabado de ver a beleza e a grandeza do longa “A Vida de Pi”,
de Ang Lee, filme que mostra uma situação muito parecida, mas que supera “Até o
Fim!” em todos os sentidos. Outro exemplo, é “Náufrago”, com Tom Hanks, onde o
protagonista encontra em uma bola da marca Wilson um amigo para conversar e,
até mesmo, discutir, tornando tudo mais interessante. Em “A Vida de Pi”, o jovem
Pi está acompanhado do temível tigre Richard Parker, com quem também conversa e
discute. Quem sabe, o personagem de Robert Redford devesse ter feito do livro
de navegação um amigo com quem conversar, nem que fosse lendo-o até decorá-lo. Em
“Gravidade”, o espaço dá conta de entreter muito bem o espectador, o oceano,
entretanto, não alcança o mesmo efeito.
Sindicato dos
Figurinistas:
Melhor Figurino em Filme Contemporâneo: Suzy Benziger,
por Blue Jasmine
Melhor Figurino em Filme de Época: Patricia Norris,
por 12 Anos de Escravidão
Melhor Figurino em Filme de Fantasia: Trish
Summervilee, por Jogos Vorazes
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