De forma diferente do que se espera, a adaptação do clássico de Jane Austen é uma boa pedida para dias em que se quer ver um romance original, aliás, que originou centenas de outras histórias de amor.
Nota: 8,7
Título Original: Pride & Prejudice
Direção: Joe Wrigth
Elenco: Keira Knigthley, Matthew Macfadyen, Brenda Blethyn, Simon Woods, Kelly Reilly, Tealulah Riley, Rosamund Pike, Jena Malone, Carey Mulligan, Donald Sutherland
Produção: Tim Bevan, Eric Fellner, Paul Webster, Joe Wrigth e Deborah Moggach
Roteiro: Deborah Moggach, Emma Thompson, Jane Austen (romance)
Ano: 2005
Duração: 127 min./ 135 min.
Gênero: Romance
CONFIRA O TRAILER DO FILME:
“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro, possuidor de uma boa fortuna, deve estar necessitando de uma esposa. Por pouco que os sentimentos ou as opiniões de tal homem sejam conhecidos ao se fixar numa nova localidade, essa verdade se encontra de tal modo impressa nos espíritos das famílias vizinhas que o rapaz é desde logo considerado propriedade legítima de uma das suas filhas.” E é quando um jovem e belo rapaz rico se instala na mansão vizinha da família Bennett que todas as mãe da região enxergam um marido em potencial, e não é diferente para a Sra. Bennett, que vê no rapaz o futuro da filha mais velha, bonita, inteligente, saudável, versada em serviços domésticos. Mas o enredo não gira em torno desse casal, e sim de um bem mais interessante: a segunda filha dos Bennett, Elizabeth, e o melhor amigo do jovem rapaz, Sr. Darcy; ela uma jovem pobre, sem muitos modos, grossa, mas bela, inteligente e bem mais interessante que as mulheres da época, ele, um homem feito, rico, prepotente, mas também bonito, inteligente e mais interessado em mulheres determinadas que em mulheres submissas e sem opinião.
Existe algo que me faça sentir certa simpatia por Wrigth, até aqui ele não havia feito nada de interessante nos cinemas, mas foi o responsável pela direção da minissérie para televisão “Charles II: The Power & the Passion”, a qual foi super aclamada pela crítica, chegando a vencer o BAFTA TV de melhor minissérie ou filme para TV. A adaptação da obra de Jane Austen dividiu opiniões tanto de crítica quanto de público, foi indicado a alguns poucos prêmios, destacando-se o Oscar em quatro categorias, o BAFTA em cinco e o Globo de Ouro em duas. O erro neste filme não está na direção, nem nas atuações, muito menos na equipe técnica maravilhosa que nos delicia com um figurino lindo, uma fotografia raríssima e uma trilha sonora clássica brilhante, o problema está na adaptação infiel de um mais que clássico da literatura inglesa, o roteiro do filme é fantástico para quem não leu o livro, mas aqueles que lêem o livro acabam se decepcionando um pouco. Confesso que assisti ao filme, me apaixonei pela história e resolvi ler o livro, resultado: “Orgulho e Preconceito” tornou-se minha obra preferida em todas as que eu já li, e posso dizer com firmeza que nenhum livro romântico contemporâneo chega aos pés dessa obra. Portanto há uma direção incrível, com uma equipe técnica melhor ainda, atuações convincentes e um roteiro pobre em relação à obra, mas essa parece ser a preparação de Wrigth para sua obra prima em 2007, “Desejo e Reparação”, que merecia muito mais do que venceu.
Keira Knightley não é a perfeita Elizabeth Bennet, mas sua atuação é totalmente inesperada, por vezes ela se torna a personagem, mas em alguns momentos derrapa e se enche de trejeitos típicos de iniciantes, algumas características da personagem podem ser vistas novamente em sua atuação da Duquesa Georgiana Spencer em “A Duquesa” (2008). Mattew Macfadyen é Fitzwilliam Darcy, é frio como somente Darcy poderia e sua atuação é bem mais que satisfatória, alguns dizem que Colin Firth na série de 1995 era o Darcy perfeito, eu não assisti, mas não duvido. O fato é que tanto Knightley quanto Macfadyen conseguem nos transmitir os sentimentos centrais do filme, ela com o preconceito de achar que por ser rico Darcy não presta e suas atitudes são injustificáveis, e ele tem preconceito por ela ser pobre e ver suas atitudes como inadequadas, e ambos têm um orgulho tão grande a ponto de se negarem a assumir um amor tão lindo.
"Em criança ensinaram-me o que era certo, mas não me ensinaram a corrigir meu gênio.” Fitzwilliam Darcy |
A idéia expressa no início do texto não compõe apenas os dois primeiros parágrafos do livro homônimo que deu origem a este filme, ela resume tudo o que se pensava no século XIX e anteriormente e revela o tipo de vida que se levava na época, mas seria injusto dizer que essa é a mesma idéia que o livro ou o filme nos trazem, muito pelo contrário: trata-se de um alter ego da própria autora. Jane Austen era determinada, bem resolvida (apesar de seu histórico romance, é sabido que após dele ela se dedicou total e exclusivamente a suas obras), inteligente, independente, dona de suas opiniões e cabeça dura, mas era também uma mulher amorosa, cativante, gentil e amável, que representava em seus livros as formas mais puras e lindas do que se pode chamar amor, essa adaptação pode não ser o mais fiel possível, mas também é uma belíssima representação de uma espécie de amor, aquele inesperado, formado por sentimentos que andam sempre juntos, ao lado de paixão e desejo, o orgulho e o preconceito.
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