segunda-feira, 5 de março de 2012

373. O SEGREDO DE VERA DRAKE, de Mike Leigh

Apesar da amenização o filme é forte e nos faz pensar em como as pessoas eram vistas e usadas dependendo de sua classe social na década de 1950 na Inglaterra, e se essa situação mudou ou não.
Nota: 8,5



Direção e Roteiro: Mike Leigh
Elenco: Imelda Staunton, Richard Graham, Eddie Marsan, Alex Kelly, Daniel Mays, Sally Hawkins, Jim Broadbent
Produção: Simon Channing Williams, Alain Sarde
Duração: 125 min.
Ano: 2004
Gênero: Drama

CONFIRA O TRAILER DO FILME:


          Vera possuí uma família feliz, apesar de não serem nada abastados. Seu filho trabalha como alfaiate, o marido é um mecânico e a filha é uma estudante tímida. Ela trabalha limpando as casa de pessoas ricas em Londres, mas também ajuda jovens ou mulheres com gravidez indesejada induzindo o aborto, no entanto Vera não cobra nem uma libra por esse trabalho. Seu método é simples: inserir nas mulheres sabão e desinfetante com um bombinha, o que é, obviamente, muito perigoso. O problema é que uma das garotas a quem Vera prestou auxílio teve problemas e agora é a própria Vera que se verá em apuros.
          Ambientada em uma Londres na década de 1950 vemos as diferenças sociais entre Vera e seus patrões, além de o filme mostrar de forma bem simples de que quem é pobre acaba se dando mal e quem é rico não sofre nada com seus atos desonestos ou ultrajantes perante a sociedade. O diretor Mike Leigh, que não é nenhum amador, aproveita ao máximo o fato de o filme se desenrolar, em sua maior parte, em locais pequenos: quartos apertados, salas minúsculas e os cômodos da prisão; no entanto quando é exigido que ele trabalhe com lugares maiores (como as casas dos ricos ingleses e o tribunal em que Vera será julgada) ele o faz com a mesma simplicidade e competência. Seus cortes e a sabia decisão de utilizara a câmera de mão apenas quando muito necessário é que torna o filme tão agradável e nada apelativo.
          Imelda Staunton, demonstra a forma simples com que agiam as mulheres da época, pouco fala e muito diz com suas expressões, é retraída e sabe que sua opinião ou argumentos de nada servirão para ser absolvida de suas acusações, portanto limita-se a chorar e deixar bem claro (em incesantes repetições) que fazia o que fazia para ajudar as garotas a se livrarem de um problema que elas não queriam, e em todos os momentos a personagem evita a expressão "induzir o aborto", ela realmente acredita que o que ela faz é ajudar alguém que precisa de sua ajuda, e o faz com tanta convicção que é possível acharmos que a atriz concorda em todos os pontos com sua personagem. Ainda temos a atuação rápida, mas significativa e muito bem feita, é claro, de Jim Broadbent, como o juiz no caso da Sra. Drake.
          O fato é que não importa saber o começo, meio e fim da história, o que realmente interessa é seu desenrolar e ver a forma fantástica com a qual os atores interpretam suas personagens e como o diretor lida bem com seus colegas de trabalho e, principalmente, com a câmera. Filmes que abordam assuntos tão polêmicos como esse e são tão agradáveis e bem feitos são uma raridade, por esse motivo o filme foi indicado em três categorias no Oscar (filme, direção e atriz, esse último para Staunton) além de mais de sessenta indicações das quais venceu 36.


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