Roger Moore
acaba sendo uma agradável surpresa em seu primeiro filme da série.
Nota: 9,2
Título Original:
Live and Let Die
Direção: Guy
Hamilton
Elenco: Roger
Moore, Yaphet Kotto, Jane Seymour, Clifton James, Julius Harris, Geoffrey
Holder, David Hedison, Gloria Hendry, Bernard Lee, Lois Maxwell
Produção: Albert
R. Broccoli e Harry Saltzman
Roteiro: Tom
Mankiewicz e Ian Fleming (romance)
Ano: 1973
Duração: 121
min.
Gênero: Ação /
Crime
+ Música Tema:
“Live and Let Die”, composição de Paul McCartney e Linda McCartney e
interpretação de Paul MacCartney e Wings
Como de costume,
um agente especial morre em meio a uma missão e James Bond é enviado aos
Estados Unidos para tentar descobrir o que está acontecendo. Lá, se depara com
uma facção criminosa de negros que estão dispostos a tudo para conseguir o que
querem, inclusive, recorrer à magia negra. Nesse contexto, o agente 007 conhece
a bela Solitaire, uma jovem que possui o dom de prever o futuro e vive em
cativeiro na casa de Kananga, um dos chefes dos criminosos. A coisa fica ainda
pior quando Bond descobre que Kananga está produzindo heroína, e ainda pior
quando Kananga descobre que James sabe de tudo e ainda está de olho em
Solitaire.
Mais uma vez
temos Guy Hamilton na direção de um filme da Saga de 007 – ele já havia
dirigido “007 Contra Goldfinger” (1964), apesar de não estar entre meus
favoritos, é um dos mais bem feitos (é considerado o primeiro blockbuster da
série), e “007 Os Diamantes são Eternos” (1971), um dos filmes mais lembrados
do agente e um dos mais bem realizados. O curioso de “Viva e Deixe Morrer” é
que não temos Richard Maibaum como roteirista (dos sete filmes anteriores, ele
esteve em seis), nos restando apenas Tom Mankiewicz (que começou no filme
anterior e roteirizou o posterior a esse), o trabalho de Mankiewicz é o melhor
de todos os filmes realizados até aqui, apesar do claro preconceito colocando
negros como os vilões da trama (acrescente a isso, eles praticam magia negra e
nenhum deles presta), a criatividade está à solta e ele nos trás um roteiro
original, rico e muito divertido, além de possuir uma certa realidade em
relação a alguns fatos e uma quase fantasia em relação a outros. Tendo em vista
a riqueza do roteiro, resta a Hamilton se virar para transformar tudo em
realidade, sendo obrigado a nos trazer dezenas de surpresas, dentre elas a
inesquecível perseguição de Jet Ski. Temos também, como sempre, uma ótima
trilha sonora de John Barry, dessa vez sem repetições e muito além do satisfatório.
Como disse
anteriormente, ao contrário de George Lazemby, Roger Moore chegou a ser um
presente, pois, ao sabermos que Connery seria substituído e devido ao fracasso
de Lazemby, temos só de pensar no que estará por vir. O fato é que Moore dá
conta total do recado, tendo a naturalidade e a sensualidade necessárias para
viver Bond, mas jamais perdendo o senso de humor (aliás, o único quesito no
qual supera Connery) e nunca deixando de ser um agente concentrado e focado em
suas missões. Para viver Solitaire, mais uma Bond Girl pela qual nos
apaixonamos (estou chegando a conclusão de que todas serão incríveis e
apaixonantes até o fim da série), está Jane Seymour, simples, inocente e
singela, mas nem por isso deixa de ser uma mulher provocante, pelo simples
motivo de que sua beleza não a deixaria passar despercebida. Yaphet Kotto é o
vilão Kananga, quando um ator nos faz odiar o vilão, ou desprezá-lo por
completo ou, mais raramente, nos apaixonarmos por ele, é por que ele está no
caminho certo, e Kotto nos faz mais do que apenas odiar sua personagem, nós o
enojamos e sentimos asco a cada cena em que ele aparece.
O problema na
substituição do ator é que tudo acontece no filme como se não tivessem trocado
de intérprete, por vezes pensamos que Moore age como se fosse Connery apenas
para que as personagens não saibam que o agente foi substituído ou coisas
assim, mas, na maior parte do tempo, e isso poderá ser conferido nos outros
filmes, Moore e Connery e todos os outros agente são a mesma pessoa. Enfim,
seria mais fácil se a primeira opção fosse deixada bem clara. Apesar de Moore
estar muito bem no papel, não posso me conter: ninguém poderá substituir
Connery, mas não posso negar que a licença para matar esteja em boas mãos.
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