A despedida de Sean Connory não poderia
ser mais honrosa.
Nota: 9,1
Título Original: Diamonds are Forever
Direção: Guy Hamilton
Elenco: Sean Connery, Jill St. John, Charles Gray, Lana Wood, Jimmy
Dean, Druce Cabot, Lois Maxwell, Bernard Lee, Bruce Cabot, Bruce Glover
Produção: Albert R. Broccoli e Harry
Saltzman
Roteiro: Richard Maibaum, Tom Mankiewicz e Ian Fleming (romance)
Ano: 1971
Duração: 120 min.
Gênero: Ação / Crime
+ Música Tema: “Diamonds Are Forever”,
composição de John Barry e Don Black e interpretação de Shirley Bassey.
James Bond é convocado para desvendar um
crime que envolve o roubo de diamantes na África do Sul. O que o agente 007 não
sabe é que pro trás de tudo isso está seu arquiinimigo Blofeld, que tem como
pretensão destruir o planeta Terra com um satélite a Laser que utiliza os tais
diamantes. Dessa forma, Bond terá de agir mais uma vez, sem deixar que os
diamantes, cobiçados por todos, caiam em mãos erradas, e, assim sendo, salvando
sua própria pele, a de seus amigos, de sua nova amante e, é claro, a de todo o
mundo.
Guy Hamilton já não é mais um estranho
na Saga do agente James Bond: foi o diretor de “007 Contra Goldfinger” (1964) e
ainda viria a dirigir “Com 007 Viva e Deixe Morrer” (1973) e “007 Contra o
Homem com a Pistola de Ouro” (1974). Em nenhum de seus filmes para a franquia,
Hamilton nos decepciona, apesar de não gostar muito do resultado como um todo
de “Goldfinger”, não posso negar que todos os quatro filmes realizados por ele são
muito bem feito e extremamente bem conduzidos do começo ao fim. Ao lado de
Richard Maibaum (roteirista de 13 filmes da série), está Tom Mankiewicz, em
seu primeiro trabalho com 007 (que viria a se repetir em “Com 007 Viva e Deixe
Morrer” e em “007 Contra o Homem com a Pistola de Ouro”), juntos os dois formam
uma ótima dupla que nos apresenta um dos roteiros mais divertidos e empolgantes
de todos, por um motivo simples: Bond está quase aniquilando a sociedade
Spectre, que já deu o que tinha que dar em todos os filmes e esta se tornando
entediante. Me nego a escrever qualquer crítica a respeito de um filme que
tenha John Barry como compositor sem citar seu nome, e o faço com mais
felicidade que anteriormente, pois, finalmente, deixamos o tema de lado e temos
várias outras músicas interessantes, sobretudo a de abertura.
É com tristeza e pesar que nos despedimos de Sean Connory na
série, e dessa vez o fazemos para sempre. Nessa sua despedida, a personagem já
está mais velha, mas, ainda sim, não deixou de ser um conquistador nato e um
homem sensual e provocante, mas o que mais interessa aqui é a seriedade com a
qual ao ator passa a tratar Bond, deixando a grande parte das piadas de lado e
se atendo mais ao que realmente interessa, sem rodeios, tendo um de seus
maiores desempenhos. A indicada ao Globo de Ouro, Jill St. John é Tiffany Case,
a Bond Girl nada politicamente correta, que não chega a ser a vilã do filme,
mas nem por isso deixando de ser uma vilã em um contexto mais amplo ( é ela que
negocia os tais diamantes), a triz é bela (como quase todas as Bond Girls, naturalmente)
é começa a se tornar inacreditável como as atrizes conseguiam ser cada uma
diferente das outras (mas claro que isso era em uma época bem diferente da de hoje,
onde as atrizes ainda possuíam diferenças natas). Charles Gray é Blofeld, e,
provavelmente, o melhor entre os outros atores que interpretaram a personagem,
permanecendo frio e mostrando que não possui nem coração, nem alma.
“Os Diamantes são Eternos” é,
provavelmente, o filme protagonizado por James Bond que as pessoas mais se
lembram, e não me surpreenderia se estivesse naquelas charmosas listas de
filmes que as pessoas mentem ter assistido para não se sentirem tão
inferiorizadas e aumentarem seu ego e prestígio perante as rodas sociais. O
fato é que, esse é um dos melhores filmes de Bond e essencial para todos que
desejam dizer que realmente viram o agente 007, seja pela técnica avançada do
filme ou apenas para se despedir de Sean Connery. Apesar dessa despedida de Connery
da série do agente 007, aqui fica claro: sua atuação como James Bond, ao
contrário dos diamantes (o carbono definha com o tempo), essa sim, é eterna.
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