Um filme
emocionante sobre um super-heroi real e ainda mais importante que os da ficção.
Nota: 9,2
Título Original:
Mrs. Henderson Presents
Direção: Stephen Frears
Elenco: Judi Dench, Bob Hoskins, Will Young, Christopher
Guest, Thelma Barlow, Kelly Reilly, Anna Brewster, Rosalind Halstead, Sarah
Solemani, Natalia Ten
Produção: Norma
Heyman
Roteiro: David
Rose, Kathy Rose, Martin Sherman e Sheila van Damm (Livro)
Ano: 2005
Duração: 103
min.
Gênero: Drama
/Comédia
Durante a
Segunda Guerra Mundial diversas personagens foram criadas para estimular os
jovens soldados nos campos de batalha, dentre os mais conhecidos temos os
quadrinhos do Capitão América. Todavia, pessoas da vida real deram mais
estímulo do que se possa imaginar aos soldados, dentre elas Laura Henderson,
uma viúva que abriu a casa de shows Windmill, onde passaram a ser feitas
apresentações com mulheres nuas para a diversão dos jovens e para que eles
esquecessem um pouco de tudo o que estava acontecendo. O teatro continua aberto
até os dias de hoje, claro que não com a mesma finalidade, mas com um prestígio
cada vez maior.
A SENHORA HENDERSON E ALGUMAS MENINAS DO WINDMILL. |
Após a morte do
marido, a velha Sra. Henderson acaba ficando entediada e, depois, de procurar
gastar sua fortuna comprando, bordando ou fazendo caridade, ela resolve comprar
o velho e a abandonado teatro Windmill em Londres. Em meio às danças,
apresentações e problemas (que incluí a óbvia cópia das inovações do Windmill
pelos demais teatros da cidade, resolvido pela proprietária colocando-se
garotas nuas no palco), vemos a Laura Handerson ir e vir da França visitando um
cemitério. Como se não bastasse, inicia-se a Segunda Guerra Mundial e todos
ficam expostos ao perigo, entretanto, o Windmill sempre estará aqui para ajudar
os jovens soldados e revelar alguns segredos que merecem ser contados.
O diretor do
espetáculo que é esse filme é o inglês duplamente indicado ao Oscar Stephen
Frears, o mesmo de filmes como “Ligações Perigosas” (1988), com Glenn Close,
John Malkovich e Michelle Pfeiffer e vencedor de 3 Oscars; “Os Imortais”
(1990), com Anjelica Huston, John Cusack e Annette Bening, indicado a 4 prêmios
da Academia; “Alta Fidelidade” (2000), com John Cusack e Catherine Zeta-Jones,
indicado ao Globo de Ouro; “Coisas Belas e Sujas” (2002), com Audrey Tatou e
indicado ao Oscar de melhor roteiro; “A Rainha” (2006), com Helen Mirren,
vencedora do Oscar de melhor atriz, e Michael Sheen; e, mais recentemente,
“Chéri” (2009), com Michelle Pfeoffer , Rupert Friend e Kathy Bates. O trabalho
de Frears nesse filme é bem aquilo que imaginamos que deveria ser: ele não
decepciona em momento algum e consegue transformar uma história real em pura
magia, nos fazendo imaginar se, na realidade, o que aconteceu não foi a magia
de Laura Henderson sendo transformada em realidade para o mundo. Outra
singularidade do filme é o também inglês George Fenton, compositor de mais de
110 títulos entre cinema e televisão, que é o responsável por nos trazer as
músicas que serão acompanhadas pelas apresentações das belas moças do Windmill,
além de dar um pouco mais de dramaticidade a algumas cenas e mais alegrias a
outras.
Judi Dench é,
sem dúvida, uma dama inglesa, e mais, ao lado de Maggie Smith é a maior atriz
viva do cinema inglês. Aqui ela dá uma espetáculo ao interpretar a Sra.
Henderson, e os motivos para tanta excelência são óbvios: Dench é impecável
como uma viúva forte, que aprendeu muitas coisas com a vida e que não se deixa
abalar tão facilmente, mas que parece esconder algum segredo daqueles que não precisamos
contar para ninguém, a não ser que seja necessário, e é aí que está a grande
sacada da interpretação de Judi, ela consegue demonstrar isso com apenas um
olhar, um gesto, uma fala. Além de Dench, temos no elenco Bob Hoskins, o
excêntrico Sr. Vivian Van Damm contratado por Henderson para ser o diretor do
teatro, o ator é tão natural e sem preconceitos que chega parecer que conviveu
com a própria personagem. O mais curioso, entretanto, em toda a produção, é
que, tanto Dench, quanto Hoskins, passaram pela Segunda Grande Guerra, ela
apenas sabendo da existência do tal teatro, já ele tendo visto apresentações
com seu pai. No DVD do filme aconselho a assistirem, nos extras, o especial que
mostra algumas das “garotas” do espetáculo. Há ainda, na internet um vídeo
ótimo com fotos das apresentações originais.
No final das
contas, “Sra. Henderson Apresenta” é bem diferente do que podemos imaginar,
todavia isso não significa que seja decepcionante, muito pelo contrário: aqui
não precisamos de trincheiras ou campos de concentração para compreendermos a
dor de quem vai e quem fica, não precisamos de heróis como o Capitão América
para salvar e estimular as nações, pelo simples fato de que, para nos mostrar a
dor e salvar os jovens que estão indo para um lugar do qual eles jamais
voltarão, temos a Sra. Henderson e o eterno Windmill. Por fim, esse filme não é
apenas uma representação dos feitos da Laura Henderson na Inglaterra em meio ao
tumulto da Segunda Guerra Mundial, e sim uma forma simples e bela de demonstrar
como todos podemos nos ajudar quando necessário, nem que seja levando aos
jovens mulheres nuas para que a guerra se torne menos cansativa, enfadonha,
frustrante e desnecessária.
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