sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

021. (ESPECIAL OSCAR 2014) ALÉM DA ESCURIDÃO: STAR TRAK, de J. J. Abrams

Uma excelente distração de sci-fi.
Nota: 8,5



Título Original: Star Trek Into Darkness
Direção: J. J. Abrams
Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Karl Urban, Simon Pegg, John Cho, Benedict Cumberbatch, Anton Yelchin, Bruce Greenwood, Peter Weller, Alice Eve, Noel Clarke, Nazneen Contractor, Amanda Foreman, Jay Scully, Jonathan Dixon, Aisha Hinds, Joseph Gatt, Jeremy Raymond, Tony Guma, Kimberley Arland, Sean Blakemore
Produção: J. J. Abrams, Bryan Burk, Alex Kurtzman, Damon Lindelof, Roberto Rci
Roteiro: Roberto Orci, Alex Kurtzman, Damon Lindelof e Gene Roddenberry (série para televisão)
Ano: 2013
Duração: 132 min.
Gênero: Ação / Aventura / Ficção

Para salvar a vida de seu melhor amigo, Spock, o Capitão Kirk acaba expondo sua nave, a Enterprise, a uma sociedade que mal descobriu a roda. Com isso, ao voltar para a Terra, ele perde seu posto como Capitão. Entretanto, a Frota Estrelar é atacada por John Harrison, um renegado, e muitos líderes acabam morrendo. Com a fuga de Harrison, Kirk é reconduzido ao posto de Capitão da Enterprise para capturar o criminoso em um planetoide dentro do Império Klingon sem que haja nenhuma menção de Guerra. Todavia, Kirk descobrirá que coisas muito mais complexas e perigosas aconteceram no passado e que a história de John Harrison está longe de ser apenas sobre um renegado revoltado com a Frota Estrelar.


Decididamente, filmes de ficção científica estão longe de ser os meus favoritos. Também não sou um grande fã de filmes de super-heróis. “Star Trek” é uma mistura de sci-fi com heróis. O Capitão James Kirk, o Comandante Spock, o dr. Leornard McCoy (Bones), a Tenente Nyota Uhura, o Tenente Scott e, até mesmo, John Harrison, cada um deles, à sua maneira, representa um tipo de herói. Seja para sua raça, seja para seus amigos, seja para a sociedade, ou para o público. Como todo filme do gênero, existe um vilão também. Aquele que deseja destruir alguma raça, ou humanidade, aquele homem  ou aquela mulher que passa por cima de tudo e todos por seus ideias ou desejos. Aqui, não é diferente. Não é uma grande revelação dizer que o vilão da vez, na realidade, é o Almirante Marcus, que descobriu, anos atrás, que Harrison vinha de uma raça extremamente forte e inteligente e resolveu usá-lo para adaptar o armamento da Frota Estrelar. Claro que o plano fugiu do controle do Almirante e, antes de fugir, Harrison deixou toda sua população à salvo no lugar mais inimaginável da terra. Revelar mais, aí sim, seria desagradável. Mas é sobre isso que o longa se sustenta e se torna um filme de ficção científica com “super-heróis” extremamente inteligente e agradável. Desde o princípio, já conferimos a amizade incomum ente Kirk e Spock, dois parceiros que não se intimidam em demostrar o que sentem um pelo outro – na realidade, Spock parece não possuir muitos sentimentos, mas chegará o momento em que até ele compreenderá a necessidade e beleza deles. Ainda relacionando-se a Spock, vemos o amor entre ele e a Tenente Uhura, claro que, um casal muito incomum, mas que prova que mesmo com as diferenças, o amor é possível. Temos, também, o exemplo de lealdade e humanismo encontrado em Harrison, uma criatura que arrisca a sua vida para salvar aqueles que ama: sua família, sua tripulação, sua raça. O Almirante Marcus, nesse contexto, é o retrato da ganância, da soberba, da luxúria, um homem que não respeita os limites nem a decência para conseguir o que quer. E, mais que tudo isso, temos a prova dada por Spock e Kirk, de que existem pessoas que permanecem dignas e inexpugnáveis frente às chantagens e ameaças.


Chris Pine é um daqueles tipos de atores potencial, ou seja, sempre vejo nele alguém que está prestes a nos trazer uma interpretação inacreditável. Aqui, ainda não temos essa atuação, mas ele sustenta com muita competência um dos personagens mais importantes da ficção científica da atualidade. Como o Capitão James Kirk, Pine mostra que o personagem é mais que um rostinho bonito: é um amigo leal, um Capitão justo, um profissional destemido e um homem digno. Aquele Kirk bon vivant dá espaço a um verdadeiro Capitão que tem por objetivo completar suas tarefas e fazer o melhor possível pela humanidade. Spock, é interpretado por Zachary Quinto na melhor atuação do longa. Quinto não expressa muitos sentimentos enquanto seu persongem passa por seu momento frio e inexpressivo, entretanto, Quinto muda de feição e muda Spock por completo quando passa por provações que colocam seus ideias em jogo. Zoe Saldana e Alice Eve são as mulheres da vez. Saldana é uma Uhura que conhece os defeitos e as qualidades de quem ela ama e está disposta a fazer os sacrifícios necessários por seu mundo. Eve vive Carol, a filha do Almirante Marcus, uma mulher muito mais digna que o pai, que prova, entre tantas boas mesagens, que quem sai aos seus, com a graça de Deus, pode degenerar. Por fim, Benedict Cumberbatch, que participa de quatro filmes indicados ao Oscar esse ano, vive Khan, um ser emblemático e misterioso como somente Cumberbatch pode ser. É curioso traçar um paralelo entre essa e outras interpretações do ator esse ano: aqui, ele vive um ser superior, que não se abala com nada, em “12 Anos de Escravidão”, ele é um bom fazendeiro que não se importa em ajudar os negros, em ‘Álbum de Família”, é um rapaz oprimido pelas louras da mãe, e, em “O Hobbit: A Desolação de Smaug” faz a voz de um dragão que está trancado há anos em uma caverna, onde repousa coberto por objetos de ouro.



Muitos cientistas acreditam que muito antes do final do século, o homem encontrará outros planetas com vida. Alguns supõe que pelo menos 12 planetas com condições semelhantes às do nosso podem ser descobertos pelo homem. E os números podem subir  a qualquer momentos. Essas suposições se tornam ainda mais animadoras para os homens e mulheres quando filmes de ficção científica são conferidos. “Star Trek” é um desses. Apesar de seres muito diferentes, o filme foca em seres humanos em um futuro próximo, onde galáxias estão em guerra, onde mundos são descobertos a todos os momentos. Indicado ao Oscar como melhores efeitos visuais – perderá para “Gravidade” -, o filme é um belo exemplo do que acredita-se ser possível no futuro. Apesar de não ser fã de longas que fazem tantas suposições acerca do amanhã e do que o Espaço reserva ao homem, confesso que “Além da Escuridão: Star Trek” vai além de um filme sobre o futuro, é um filme sobre a aceitação e convivência com diferenças, não importando de que planeta se venha.

VENCEDORES DO PRÊMIO DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE CINÉFILOS
Melhor Filme: Inside Llewyn Davis
Melhor Direção: Alfonso Cuarón, por Gravidade
Melhor Ator: Leonardo DiCaprio, por O Lobo de Wall Street, e Osacar Isaac, por Inside Llewyn Davis
Melhor Atriz: Adèle Exarchopoulos, por Azul é a Cor Mais Quente
Melhor Ator Coadjuvante: James Franco, por Spring Breakers
Melhor Atriz Coadjuvante: Léa Seydoux, por Azul é a Cor Mais Quente
Melhor Roteiro: Joel e Ethan Coel, por Inside Llewyn Davis
Melhor Filme Estrangeiro: Azul é a Cor Mais Quente
Melhor Cocumentário: Stories We Tell
Melhor Filme de Animação: Ernest e Celestine
Melhor Elenco: Inside Llewyn Davis
Melhor Fotografia: Emmanuel Lubezki, por Gravidade
Melhor Edição: Alfonso Cuarón e Mark Sanger, por Gravidade
Melhor Direção de Arte: K. K. Barrett, por Ela
Melhor Trilha Sonora: Win Butler e owen Pallett, por Ela
VENCEDORES DO PRÊMIO SATELLITE
Melhor Filme: 12 Anos de Escravidão
Melhor Direção: Steve McQueen, por 12 Anos de Escravidão
Melhor Ator: Matthew McConaughey, por Clube de Compras Dallas
Melhor Atriz: Cate Blanchett, por Blue Jasmine
Melhor Ator Coadjuvante: Jared Leto, por Clube de Compras Dallas
Melhor Atriz Coadjuvante: June Squibe, por Nebraska
Melhor Roteiro Adaptado: Steve Coogan e Jeff Pope, por Philomena
Melhor Roteiro Original: Eric Warren Singer e David O. Russel, por Trapaça
Melhor Filme Estrangeiro: Alabama Monroe
Melhor Filme de Animação: O Vento Está Soprando
Melhor Documentário: Blackfish – Fúria Animal
Melhor Trilha Sonora: Steven Price, por Gravidade
Melhor Canção Original: Young and Beautiful, de O Grande Gatsby
Melhor Fotografia: Inside Llewyn Davis – Balada de um Homem Comum
Melhores Efeitos Especiais: Gravidade
Melhore Direção de Arte: O Grande Gatsby
Melhor Figurino: The Invisible Woman
Melhor Edição: Trapaça
Melhor Som: Gravidade
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