segunda-feira, 21 de setembro de 2015

COBERTURA 48º FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO

Com direção de Gustavo Spolidoro, Ana Rieper, Camilo Cavalcanti, Eduardo Goldenstein e Eduardo Nunes, o documentário em longa-metragem 5 Vezes Chico – O Velho e sua Gente foi o filme apresentado no quarto dia da Mostra Panorama Brasil (domingo, 20).



O Rio São Francisco é um dos rios mais importantes do Brasil, atravessando cinco estados, 521 municípios. Apresenta dois estirões navegáveis e, em seu curso, foram construídas seis usinas hidrelétricas, o que confere ao rio uma importância econômica e social imensa. Mas não é só isso que torna o Rio São Francisco um dos cursos d’água mais importantes e impressionantes do Brasil. A diversidade natural e social encontradas por onde passam suas águas é inigualável. E é sobre essa diversidade de natureza e de gente que o longa 5 Vezes Chico – O Velho e sua Gente trata.
Cinco diretores foram escolhidos para dirigir o filme e falar sobre as realidades de cada estado por onde o rio passa. Cada um deles com uma trajetória notável no cinema brasileiro e com estilos muito diferentes. Representando Minas Gerais, foi escolhido Gustavo Spolidoro, que filmou a nascente do rio e focou seu trabalho em dois pescadores, Moranga e Carlúcio, que contam as típicas histórias de pescadores como se fossem fatos incontestáveis e arrancam risadas do público a todo instante. Ann Rieper representa o segundo estado, a Bahia. O foco da diretora é a religião, a fé depositada sobre o Velho Chico pelo povo baiano, revelando as várias religiões que formam aquele estado. Os personagens são um artista que esculpe santos e orixás, uma mulher de 71 anos que preza pelo amor, e aqueles que pedem e prometem a Bom Jesus da Lapa.
O estado do Pernambuco tem Camilo Cavalcanti como o diretor que apresenta ao espectador Nilson, Dona Maria e seus filhos, uma família que vive daquilo que o rio São Francisco lhes oferece. Uma família que representa a grande maioria do povo ribeirinho. Eduardo Goldenstein homenageia o estado do Segipe com a história de um homem que revive a passado cangaceiro e leva o espectador até o local onde Lampião, Maria Bonita e o bando foi dizimado, lembrando que o a cultura de um povo é o que o mantem vivo. Eduardo Nunes, por fim, traz um desfecho emocionante onde apresenta a foz do rio no Oceano Atlântico, ressaltando que depois dali o rio se transforma em mar, uma imensidão desconhecida.


Izabella Faya foi quem idealizou e produziu este longa. Segundo ela mesma, a ideia surgiu a partir de uma conversa onde ela se deu conta do número de histórias que o Velho Chico guarda. Nesse contexto, o filme apresenta exatamente esses dois lados: o velho, o rio, a natureza de um lado, e sua gente, a população ribeirinha do outro. Em momentos de contemplação do rio e de sua natureza, o espectador é levado a imaginar quantas histórias já aconteceram nas margens do rio e por tudo o que aquelas águas correntes já passaram. Por outro lado, estão os depoimentos de um povo que depende do rio São Francisco, de tudo o que ele oferece ou tira de cada cidadão. Os depoimentos são de pessoas simples que passaram a vida naquelas margens, e revelam a importância do rio para essa gente, à medida que até o grande Velho Chico é pouco para tantos causos.
Como documentário filmado com muitas cenas externas, 5 Vezes Chico possui uma fotografia iluminada por luz natural incrível. Planos que acompanham o curso das águas, alguns realizados dentro do próprio rio, e outros feitos para que o espectador tenha a sensação de que o rio observa todos à sua volta dão mais beleza e deixam o longa ainda mais interessante e intimista. Mesmo que o documentário não possua grandes novidades estéticas ou narrativas, 5 Vezes Chico – O Velho e sua Gente cumpre sua missão em homenagear o rio e as mais de 16 milhões de pessoas que vivem perto dele de forma sincera e tocante.


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