Se formos presenteados com produções tão
fantásticas quanto essa, que venham mais 22 filmes, que venham mais 50 anos,
que venham mais James Bonds.
Nota: 9,6
Título Original: Skyfall
Direção: Sam Mendes
Elenco: Daniel Craig, Judi Dench, Javier
Bardem, Ralph Fiennes, Naomie Harris, Bérénice MarloheAlbert Finney, Ben
Whishaw, Rory Kinner, Ola Rapace, Helen McCrory
Produção: Barbara Broccoli, Michael G.
Wilson
Roteiro: John Logan, Neal Purvis, Robert Wade e Ian Fleming
Ano: 2012
Duração: 148 min.
Gênero: Ação / Thriller / Aventura
O agente 007 é dado como morto em uma
missão, sua pretensão é a mais óbvia: sumir sem deixar rastros e viver seus
dias em algum lugar paradisíaco. Todavia, ataques misteriosos colocam a vida de
todos os seus colegas em risco, dessa forma, Bond se sente pressionado a voltar e fazer seu papel de forma rápida e
eficiente. O problema é que quem está por trás de tudo é um ex-agente do
comando MI6, disposto a tudo pelo enrugado pescoço de ninguém mais, ninguém
menos que a enigmática M.
Sam Mendes é, sem dúvida, um dos
diretores mais surpreendentes e geniais em atividade. Apesar de possuir apenas
seis títulos no cinema, desde seu primeiro filme, Beleza Americana (1999), até
aqui, nenhum deles decepciona. Comentar seu estupendo trabalho nessa crítica
talvez seja o mais difícil de ser realizado hoje, pois bem, vamos por partes. A
abertura é, sem mais delongas, perfeita, além de imagens que fazem referências
a vários outros filmes do agente, somos presenteados com a interpretação de
Adele na música “Skyfall”, que, por sua letra já indica despedidas
emocionantes. O restante da trilha sonora é composta por Thomas Newman, autor
de dezena de trilhas conhecidas e apreciadas pela crítica e pelo público,
dentre elas, acredito que se destaque “Procurando Nemo” (2003), para “007”, ele
nos apresenta um trabalho magnífico e quase impecável, trazendo diversas
referências ao conhecido tema do agente e aos demais filmes da franquia. Além
disso, é impossível deixar de citar a beleza da fotografia do filme, os
figurinos exuberantes e a maquiagem impecável responsável pela caracterização,
sobretudo, de Javier Bardem. Dessa forma, digam o que quiserem de Craig (que
subiu muito no meu conceito), digam o que quiserem de Adele cantando no filme
(para mim, a melhor aquisição de Mendes), digam o que quiserem a respeito das
indiretas homossexuais (que não foram nada absurdas), e digam o que quiserem
sobre as mortes do filme (a única coisa que não gostei, mas ainda tenho minhas
dúvidas quanto suas veracidades), o fato é que, 007 só tem a melhorar, e está
melhorando a cada filme.
Com esse longa, confirmo: o problema de
Daniel Craig é, justamente, o diretor com quem ele trabalha. O ator demonstra,
como o fez em “Os Homens que Não Amavam as Mulheres” (2011, dirigido pelo
mestre David Fincher) e contra todas as expectativas, que pode ser um excelente
intérprete na pele de James Bond, apesar das feições ora engraçadas, ora
grotescas, Craig se torna um 007 quase perfeito, sendo firme, decidido e
emocionante quando necessário; nesse contexto, verificamos o crescimento tanto
de Craig, quanto o amadurecimento de James Bond, e junto disso, obviamente,
somos expostos a dezenas de dúvidas e problemas relacionado a idade. Javier
Bardem, assim como Adele, é um presente de valor inestimável oferecido pela
trama, sarcástico, imprudente e desinteressado nas consequências de seus atos,
é um vilão que lembra muito o Coringa de Heath Ledger, o que significa um
elogio pra lá de bem vindo, sem perder sua originalidade. Não posso deixar de
comentar a tão falada cena em que Barden insinua uma atividade homossexual com
Craig alegando que tudo tem uma primeira vez na vida, ao passo que este
responde: “O que o faz pensar que essa é minha primeira vez?”, a ambiguidade da
fala de Craig (primeira vez no sexo homo ou como agente em missão), gerou um
dos maiores comentários do ano, especialmente ente os conservadores. Ralph
Fiennes é uma agradável surpresa no elenco, como uma personagem que parece ser
meio definitiva, ele é o chefe de Segurança Internacional da Inglaterra, e é
ele que tem de lidar com os problemas advindos dos assassinatos e atentados
causados pelo vilão, para mim, a personagem é muito mais do que parece, fica a
dica. Apesar da excelência desses três atores e das belas “bondgirls” da vez
(Naomie Harris e Bérénice Malohe), é a matriarca que realmente interessa nessa
sequência. Judi Dench é a insuperável M, que sofre ao saber dos planos do
antigo agente, mas que permanece fria e convicta quando ordena que a arma seja
disparada mesmo que a vida de Bond esteja em jogo, sendo assim, mesmo que a
atuação de Bardem se sobre saia a dezenas de outras personagens coadjuvantes do
ano, é inegável: Dench jamais será superada enquanto M viver.
Após 22 filmes, seis diferentes James
Bond (e põe diferentes nisso), mais de uma dezena de diretores e inúmeros
roteiristas, finalmente as aventuras do agente 007 completam 50 anos, e como
era de se esperar, em grande estilo temos uma das produções mais bem realizadas
da história. Pode até ser que Craig não seja o melhor James Bond entre todos,
mas sem dúvida, a genialidade de Sam Mendes torna o filme uma obra quase
impecável. A missão de Bond, portanto, fica bem além de divertir, o propósito
de todo o filme – e isso inclui cada personagem e cada cena- é, justamente, o
de indagar ao espectador o quanto podemos nos sentir seguros, afinal, até mesmo
grandes personagens de nossa história atual – aqui representados por M, que,
aliás, não é humanizada em momento algum como algumas pessoas vem apontando –
correm perigo o tempo todo. Portanto, o quanto você está protegido? E o que
você acha que deve ser feito para que essa situação seja melhorada? Enquanto
pensa em tudo o que esse filme nos faz refletir, corre até a locadora mais
próxima – e bem equipada- e divirta-se, e pense com James Bond e seus 22
filmes, até que uma próxima produção seja lançada, afinal, somos lembrados no
final do filme que esse não é o fim, afinal, “James Bond will be back”.
A SEGUIR, PARA FECHAR O ESPECIAL "50 ANOS DE JAMES BOND NO CINEMA" A RELAÇÃO DOS FILMES E DOS ATORES QUE INTERPRETARAM O AGENTE 007:
COMO ÚLTIMA HOMENAGEM, O PRIMEIRO JAMES BOND DA HISTÓRIA (SEAN CONNERY) AO LADO DO CRIADOR DO PERSONAGEM (IAN FLEMING):
ESPECIAL TEMPORADA DE PREMIAÇÕES 2013
INDICADOS AO GLOBO DE OURO
Melhor Filme
(Drama)
Argo
Lincoln
A Hora Mais Escura
Django Livre
As Aventuras de Pi
Melhor Filme (Comédia/Musical)
Os Miseráveis
O Exótico Hotel
Marigold
Moonrise Kingdom
O Lado Bom da Vida
Amor Impossível
Melhor Diretor
Ben Affleck (Argo)
Kathryn Bigelow (A
Hora Mais Escura)
Steven Spielberg
(Lincoln)
Quentin Tarantino
(Django Livre)
Ang Lee (As
Aventuras de Pi)
Melhor Ator (Drama)
Daniel Day-Lewis
(Lincoln)
Joaquin Phoenix (O
Mestre)
Denzel Washington
(O Voo)
Richard Gere (A
Negociação)
John Hawkes (As
Sessões)
Melhor Ator
(Comédia/Musical)
Bradley Cooper (O Lado Bom da Vida)
Bill Murray(Um Fim de Semana em Hyde Park)
Hugh Jackman (Os
Miseráveis)
Jack Black(Bernie)
Ewan McGregor (Amor
Impossível)
Melhor Atriz (Drama)
Marion Cotillard
(Ferrugem e Osso)
Jessica Chastain (A
Hora Mais Escura)
Helen Mirren
(Hitchcock)
Naomi Watts (O
Impossível)
Rachel Weisz (The
Deep Blue Sea)
Melhor Atriz (Comédia/Musical)
Jennifer Lawrence
(O Lado Bom da Vida)
Judi Dench (O
Exótico Hotel Marigold)
Maggie Smith
(Quartet)
Emile Blunt (Amor
Impossível)
Meryl Streep (Um
Divã Para Dois)
Melhor Ator Coadjuvante
Robert De Niro (O Lado Bom da Vida)
Christoph Waltz
(Django Livre)
Tommy Lee Jones
(Lincoln)
Leonardo DiCaprio
(Django Livre)
Alan Arkin (Argo)
Melhor Atriz Coadjuvante
Anne Hathaway (Os
Miseráveis)
Amy Adams (O Mestre)
Sally Field
(Lincoln)
Helen Hunt (As
Sessões)
Nicole Kidman (The
Paperboy)
Melhor Roteiro
Argo
Django Livre
A Hora Mais Escura
O Lado Bom da Vida
Lincoln
Melhor Filme em Língua
Estrangeira
Intocavéis (França)
Amor (Áustria)
Ferrugem e Osso
(França)
O Amante da Rainha
(Dinamarca)
Kon-Tiki (Reino
Unido, Dinamarca e Noruega)
Melhor Animação
Frankenweenie
Detona Ralph
Hotel Transilvânia
A Origem dos
Guardiões
Valente
Melhor Trilha Sonora Original
Anna Karenina
Lincoln
As Aventuras de Pi
Argo
A Viagem
Melhor Canção Original
Skyfall (007 -
Operação Skyfall)
Safe and Sound
(Jogos Vorazes)
Suddenly (Os
Miseráveis)
Not Running Anymore
(Amigos Inseparáveis)
For You (Ato de
Coragem)
Prêmios para Televisão
Melhor Série (Comédia/Musical)
The Big Bang Theory
Episodes
Girls
Modern Family
Smash
Melhor Ator em Série (Comédia/Musical)
Alec Baldwin (30
Rock)
Don Cheadle (House
of Lies)
Louis C.K. (Louis)
Matt LeBlanc
(Episodes)
J
Jim Parsons (The
Big Bang Theory)
Melhor Atriz em Série (Musical/Comédia)
Zooey Deschanel
(New Girl)
Julia-Louis Dreyfus
(Veep)
Lena Dunham (Girls)
Tina Fey (30 Rock)
Amy Poehler (Parks
& Rec)
Melhor Série (Drama)
Breaking Bad
Boardwalk
Empire
Downton
Abbey
Homeland
The Newsroom
Melhor Ator em Série (Drama)
Steve Buscemi
(Boardwalk Empire)
Bryan Cranston
(Breaking Bad)
Jeff Daniels (The
Newsroom)
Jon Hamm (Mad Men)
Daniel Lewis
(Homeland)
Melhor Atriz em Série (Drama)
Connie Britton
(Nashville)
Glenn Close
(Damages)
Claire Danes
(Homeland)
Julianne Margalies
(The Good Wif)
Michelle Dockery
(Downton Abbey)
Melhor Minissérie ou Filme para Televisão
Game Change
The Girl
Hatfields
The Hour
Political Animals
Melhor Ator em Minisséries
Kevin Costner
(Hatfields & McCoys)
Benedict
Cumberbatch (Sherlock)
Woody Harrelson
(Game Change)
Toby Jones (The
Girl)
Clive Owen
(Hemingway & Gelhorn)
Melhor Atriz em
Minisséries
Nicole Kidman
(Hemingway & Gelhorn)
Jessica Lange
(American Horror Story: Asylum)
Sienna Miller (The
Girl)
Julianne Moore
(Game Change)
Sigourney Weaver
(Political Animals)
Melhor Ator Coadjuvante em Minisséries
Hayden Panettiere
(Nashville)
Archie Panjabi (The
Good Wife)
Sarah Paulson
(American Horror Story)
Maggie Smith
(Downton Abbey)
Sofia Vergara
(Modern Family)
Melhor Atriz Coadjuvante em Minisséries
Max Greenfield (New
Girl)
Ed Harris (Game
Change)
Danny Huston (Magic
City)
Mandy Patinkin
(Homeland)
Eric Stonestreet
(Modern Family)
DANIEL DAY LEWIS, no filme Lincoln, um dos mais indicados do ano. ACESSE NOSSA PÁGINA NO YOUTUBE:
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