Um bom recomeço para a série.
Nota : 8,8
Título Original : Casino Royale
Direção : Martin Campbell
Elenco : Daniel Craig, Eva Green, Mads Mikkelsen, Judi Dench,
Jeffrey Wright, Giancarlo Giannini, Caterina Murino, Simon Abkarian, Isaach De
Bankolé
Produção: Michal G. Wilson e Barbara
Broccoli
Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade, Paul
Haggis e Ian Fleming (roteiro)
Ano: 2006
Duração: 144 min.
Gênero: Ação / Crime
+ Música Tema: “You Know My Name”,
composição de Chris Cornell e David Arnold e interpretação de Chris Cornell.
Logo que James Bond é promovido a 007, M
lhe dá a missão de ir até a Ilha de Madagascar para perseguir um fabricante de
bombas. No entanto, para desespero do embaixada. Com a confusão toda, Bond
acaba tirando alguns dias de férias. Entretanto, obviamente, o que era para ser
seus dias de descanso, torna-se uma perseguição ao banqueiro Le Chiffre, que
cuida e investe o dinheiro de uma organização de bandidos. Para Bond tentar
descobrir mais a respeito de toda essa trama, ele se sujeitará a disputar com
Le Chiffre, entre outros, um jogo de poker, em que o vencedor leva U$$150
milhões.
Martin Campbell não é novo na história
de Bond, já foi diretor de “007 Contra GoldenEye”, o filme que trouxe 007 de
volta em grande estilo, e talvez essa seja a maior característica de seus dois
filmes na série: ambos trazem novos intérpretes para James Bond, e o fazem de
maneira tão grandiosa que até ignoramos os defeitos de ambos. Além desses, Campbell também liderou
produções bem conhecidas, como: “A Máscara do Zorro” (1998), “Amor Sem
Fronteiras” (2003) e “A Lenda do Zorro” (2005). Confesso que, em “Cassino
Royale” seu trabalho me surpreendeu muito, sendo uma realização nada tediosa e
que foge da regra de longos filmes ao não ter praticamente nenhuma enrolação,
ou seja, não é monótono e nem tem ação demais, ficando entre aquele meio termo,
onde, quando enjoamos das cenas séries e complicadas, Bond é obrigado a agir e
matar uma pessoa aqui e outra ali. A cena de perseguição logo depois da
abertura do filme já nos dá uma noção do que está por vir. Entre os roteiristas
devemos destacar Neal Purvis e Robert Wade, que entraram na série em 1999 com
“007 O Mundo Não é o Bastante” e continuam até hoje com “007 Operação Skyfall”.
Em cada um de seus filmes, adaptando ou não diretamente alguma história de Ian
Fleming (, chegamos a ficar maravilhados com o ótimo trabalho de seus roteiros
que, como disse, nunca se tornam chatos. Dessa vez, na trilha sonora está o
duplamente indicado ao Emmy David Arnold, que esteve na série entre 1997, com
“007 O Amanhã Nunca Morre”, até o próximo filme de Bond, “007 Quantum Of
Solace” (2008).
Quando assisti pela primeira vez a esse
filme (leia-se, quando ele foi lançado), de cara não simpatizei com Daniel
Craig e o considerei o pior James Bond da história, após assistir aos vinte
filmes da série e conferir cinco atores interpretando o agente, confesso que
não vejo mais Craig como de todo ruim na pele da personagem. É claro que ele
não é tão genial quanto Sean Connery ou Roger Moore, dessa forma sua atuação
pode ser comparada com a Pierce Brosnan: satisfaz, mas falta uma coisa
essencial para a personagem (não estou falando de sensualidade ou do tom
cômico), refiro-me a pura naturalidade em ser James Bond. Eva Green é uma
surpresa para mim, como a Bond Girl Vesper Lynd ela nos trás uma mulher
audaciosa que deseja provar aos homens que ela, sendo mulher, também tem seu
lugar no mundo, além disso, quando preciso, ela se torna sexy e poderosa, como
qualquer Bond Girl deve ser. Destaco a cena em que, após presenciar um
assassinato cometido por Bond, ela senta sobre o chuveiro sem saber qual rumo
tomar, totalmente desnorteada após o que assistiu; destaco essa cena pelo
simples fato de que, na maioria dos filmes, mulheres donas da casa vêem
assassinatos terríveis e continuam sua vidinha como se nada tivesse acontecido.
Mads Mikkelsen é, obviamente, mais uma surpresa no elenco do filme: a
personagem está devendo milhões de dólares para bandidos que não fazem
distinção entre ter seu dinheiro de volta ou a cabeça do devedor, durante a
trama, Mads parece um homem sereno, calmo e sem desespero, entretanto, durante
o jogo e na inédita cena de tortura de Bond, ele mostra suas garras e vemos o desespero
de um homem que está quase certo de sua morte. Judi Dench, novamente como M,
merece sempre destaque por trazer à personagem um ar mais maternal, e talvez
por esse instinto é que ela faz questão de mostrar a força e poder de decisão
de M.
É um alívio saber que a troca de atores,
dessa vez, também representou a troca de personagens, ou seja, não é apenas
Daniel Craig que entra na pele da personagem, ele cria um novo James, bem
diferente dos demais atores que vimos, mas ainda tendo algumas características
básicas, isso tudo contribui para que Craig possa tornar sua personagem mais
versátil e original. “Cassino Royale”, simplesmente, trás tudo aquilo o que
esperamos ver em um filme de James Bond: bandidos loucos por dinheiro, muita
pancadaria inteligente e com nexo (diferente de filmes idiotas que trazem
apenas homens atirando ou batendo e outros correndo e morrendo), o agente 007
em sua melhor forma, bebidas e jogatinas sendo praticadas e aprovadas por
todos, e, como não podia faltar, uma Bond Girl de tirar o fôlego.
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