Um novo começo para a série de James
Bond.
Nota: 8,9
Título Original: GoldenEye
Direção: Martin Campbell
Elenco: Pierce Brosnan, Sean Bean,
Izabella Scorupco,Judi Dench, Famke Janssen, Joe Don Baker, Robbie Coltrane,
alan Cumming, Desmond Llewelyn, Samantha Bond
Produção: Albert R. Broccoli e Michael
G. Wilson
Roteiro: Michael France, Jeffrey Caine,
Bruce Feirstein e Ian Fleming (romance)
Ano: 1995
Duração: 130 min.
Gênero: Ação / Crime
+ Música Tema: “GoldenEye”, composta por
Bono & The Edge, e interpretada por Tina Turner.
Em 1986, James Bond vê seu colega Alex
Trevelyan – o agente 006 – ser assassinado pelo Coronel Arkady Ourumov em meio
a uma missão. Dez anos depois, Bond é designado por M – pela primeira vez uma
mulher, a qual James não aprova – para terminar de cuidar do caso que ficou, de
certa forma, pendente. Agora, Bond deve seguir Ourumov (agora General) e Xenia
Onatopp. O que o agente 007 não esperava era que, na realidade, mais inimigos
estavam a solta, e será preciso mostrar nitidamente a frieza que lhe deu a
licença para matar.
Martin Campbell era um diretor de
televisão que teve sua carreira um pouco melhorada com “GoldenEye”, não que
seus filmes tenham melhorado, mas, a partir daí teve a chance de liderar
produções que ficaram bem conhecidas: “A Máscara do Zorro” (1998), “Amor Sem
Fronteiras” (2003), “A Lenda do Zorro” (2005), e sua volta à franquia 007, com
“007 Cassino Royale” (2006). “GoldenEye” foi, em sua época, a esperança da MGM
para trazer de volta, após o término da Guerra Fria, a história do agente James
Bond, os dois últimos filmes – “007 Marcado Para a Morte” (1987) e “007
Permissão Para Matar” (1989) – haviam sido dois fracassos, não só pela escolha
infeliz de Timothy Dalton (simpático, mas fraco demais), mas pelas histórias
parecerem ter pouco nexo e, até mesmo, pela situação de combate ainda existente
entre os Estados Unidos da América e a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (atual Rússia), maiores potências da época. Além do diretor, os
roteiristas também enfrentam seu primeiro trabalho na série: Bruce Feirstein
ainda participaria de dois filmes do agente, Michael France trabalharia em
filmes de heróis e Jeffrey Caine foi indicado ao Oscar por seu maravilhoso
roteiro de “O Jardineiro Fiel” (2005). O compositor da vez é Eric Serra, que
nos trás um trabalho mais voltado para a ação e dá várias caras novas ao tema
criado por Monty Norman e John Barry.
Cresci, como a grande parcela das
pessoas da minha idade, com a imagem de Pierce Brosnan na cabeça como o
agente James Bond, talvez por isso ele não me seja tão estranho no papel, o
fato é que ele não chega aos pés de Sean Connery ou de Roger Moore, mas é muito
superior a George Lazemby e Timothy Dalton, igualando-se, de uma maneira ou
outra, a Daniel Craig que viria mais de dez anos depois. Dessa forma, Brosnan é
mediano em tudo o que faz: desde seu James engraçado, passando pelo James
sedutor, até chegar no James Bond, o agente com licença para matar. Sean Bean é
Alec Trevelyn, não tenho como falar sobre sua atuação sem contar que a
personagem não morreu e ele se tornará o vilão da história, e, como estamos nos
acostumando, um ótimo vilão, aliás, o que falta de competência por parte de
Brosnan (que fique claro, nem é tanto assim), sobra por parte de Bean, que pode
não ser o melhor vilão da série, mas já é um dos mais agradáveis, e aja fôlego
e talento para se tornar um vilão agradável. Izabela Scorupco é Bond Girl da
vez, Natalya Simonova, uma jovem nerd que se apaixona por Bond e o ajuda em sua
missão. Há aqui duas trocas de intérpretes para personagens bem conhecidos, a
primeira é a integração de Samantha Bond como a Srta. Moneypenny, a atriz é
mais conhecida por seus trabalhos em televisão, sendo possível vê-la na série
“Downton Abbey” (2010-2012), como irmã do protagonista Robert; além dela, a
mais importante conquista da produção está em Judi Dench, sem dúvida a melhor
pessoa para interpretar M, sendo fria, direta e objetiva do início ao fim,
sendo impossível não ver Dench em qualquer outro momento de sua carreira, sem
lembrar das feições sérias de M.
Apesar das mudanças e do tempo que James
Bond ficou afastado das telas, “GoldenEye” serviu perfeitamente ao propósito que os
produtores desejavam ao realizá-lo: alcançou mais de U$$300 milhões de dólares
na época, e trouxe, com todo o gás, as aventura do agente novamente para a
telona e para a adoração do público. Claro que, grande parte desse sucesso, é
devido ao fato de, em boa parte do filme, Bond deixar claro que ama e faz tudo
o que faz pelo Inglaterra (observem que não é nem para a Rainha, e sim, para o
próprio país). Além disso, nada no mundo poderia ser mais agradável do que
assistir a uma dama totalmente inglesa como Judi Dench integrar o elenco de uma
produção que, acima de tudo, parece prestar uma homenagem a Inglaterra, sua
Rainha e seu povo, afinal, quem mais pode salvar a Grã-Bretanha que não James
Bond?
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