Será mesmo que o mundo não é o bastante?
Nota: 8,8
Título Original: The World Is Not Enough
Direção: Michael Apted
Elenco: Pierce Brosnan, Sophie Marceau, Robert Carlyle, Judi Dench,
Desmond Llewelyn, John Cleese, Smantha Bond, Denise Richards, Robbie Coltrane
Produção : Milchael G. Wilson e
Barbara Broccoli
Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade, Bruce
Feirstein e Ian Fleming (romance)
Ano: 1999
Duração: 128 min.
Gênero: Ação / Crime
+ Música Tema: “The World Is Not
Enough”, composição de David Arnald e Bon Black e interpretação de Garbage
Sir Robert King, um magnata inglês do
petróleo é assassinado, e como se não bastasse o crime ocorre dentro o próprio
MI6, dessa forma, M destina o agente James Bond para proteger a filha de King,
Elektra. O problema é que o agente 007 acaba tendo um caso com a jovem e
descobre uma estranha relação entre ela e o terrorista procurado, Renard, que havia
a sequestrado no passado: Elektra e Renard planejam destruir os oleodutos do
Mar Cáspio, deixando apenas o seu oleoduto como o único que liga a Europa e a
região do Cáucaso.
Quando Michael Apted assumiu esse filme
da franquia ele já não era nenhum amador, muito menos um diretor inexperiente
em filmes do gênero. Sendo assim, o que nos é mostrado aqui é o mínimo que
poderíamos esperar para a série, como fã da Saga do agente 007, afirmo que esse
é um dos filmes mais eletrizantes e com um dos melhores enredos de todos,
conseguindo reunir, ainda, diálogos inesquecíveis e totalmente bem vindos. No
roteiro temos, além de Bruce Feirstein, Neal Purvis e Robert Wade, que
continuariam na série pelos próximos filmes, é bom frisar que esse trio nos
apresenta uma história fantástica, que alia ação com problemas psicológicos –
dentro do contexto da trama, quando Elektra é sequestrada, King pede ajuda para
M, que age de forma fria e racional para tentar prender Renard e acaba deixando
a jovem tempo demais com o terrorista, acrescente a isso, Elektra acaba,
teoricamente, sofrendo da Síndrome de Estocolmo e se apaixona pelo criminoso,
por outro lado, não sabemos da realidade, pois ela pode ter feito Renard
desejá-la a ponto de ajudá-la a matar o pai para que, juntos, eles se tornassem
as pessoas mais poderosas da Europa. Na trilha sonora continua David Arnold,
indicado, recentemente, duas vezes ao Emmy pela minissérie “Sherlock”, mesclando
vários estilos de música e nos apresentado uma trilha quase comparável com o
que John Barry fez para a franquia.
Pierce Brosnan volta na pele do agente
James Bond e o mais interessante de toda a participação do ator na série é como
ele consegue permanecer da mesma forma, apesar das mudanças ocorrendo no mundo,
seu agente 007 não deixa de se relacionar com dezenas de mulheres, mas continua
como o homem racional e frio, características que lhe renderam a chance de ter a
licença para matar estando a serviço secreto britânico. Quanto a volta de Judi
Dench no papel de M, é bem simples: ela continua perfeita, e a personagem se
torna cada vez mais importante para a franquia (fato que pode ser observado quando
assistimos aos outros filmes do agente, em que M era, ora sério, ora engraçado,
mas sempre com uma aparição mínima), algo que deve ser destacado dessa fez, é a
bravura felina com a qual Dench faz sua personagem defender seus agentes,
apesar de continuar calculista, ela mostra que foi ela quem escolheu seus
agentes e se preocupa com eles. Para interpretar a Bond Girl do Mal, Elektra
King, temos Sophie Marceau, além de ser uma das mulheres mais belas que já
esteve na série, ela atinge um grau de falsidade e de sensualidade para enganar
todos a sua volta que chega a impressionar, mas, de qualquer forma, ela também
deixa algumas pistas de que ela é a real vilã do filme. Ao lado de Marceau,
está Robert Carlyle, o Renard, um homem claramente frio, mas ainda sim, alguém
que já foi totalmente humano e tem medo de dezenas de coisas, se tornando um
vilão um pouco arrependido, o que gera a dúvida de quem está no comando do
casal (Renard sofreu algum tipo de mutação em um experimento, desde o início do
filme, ele não sente o frio ou o calor, a dor ou o amor). Para completar o
elenco está Robbie Coltrane, mais cômico do que nunca; Samantha Bond, mais
apaixonada que nunca; e Desmond Llewelyn, que se despede da personagem que o
acompanhou durante anos de sua carreira, e deixa muitas saudades como o eterno
fiel cientista que salvou a pele de James Bond a vida toda.
Sem dúvidas, “O Mundo não é o Bastante”
é um dos filmes mais políticos da série, e o que mais delata o quanto
consumistas as pessoas se tornaram, chegando a ponto de matar e roubar
familiares para obter algum lucro financeiro, e não é preciso dizer que isso
não acontece somente na ficção. Elektra King é o perfeito perfil daquele tipo
de pessoa (seja homem ou mulher) que está disposta a jogar com todas as suas
armas mais terríveis para conseguir o que deseja, mesmo que isso signifique se
tornar uma pessoa só e sem amor próprio. Tendo em vista, podemos verificar
diretamente no título do filme o que as personagens pensam e o que o enredo
sugere que todo o mundo pensa: será que não podemos nos contentar com o que
temos? Ou ao menos lutar para termos coisas com algum limite? Será que um mundo
não é o bastante para aguentar tudo o que o ser humano já fez ao meio ambiente?
Será mesmo que precisamos de tantos bens materiais para sobrevivermos? Estamos
criando e destruindo tudo e todos para sobreviver, ou estamos sobrevivendo para
destruir tudo e todos? Será, realmente, que o mundo não é o bastante?
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