segunda-feira, 16 de abril de 2012

332. A PRINCESA E O SAPO, de Ron Clements e John Musker


Indiscutivelmente um dos melhores filmes de 2009, é vivo e rico em todos os sentidos, principalmente em ser original no mais improvável dos casos: princesas Disney.
Nota: 9,2



Título Original: The Princess and the Frog
Direção: Ron Clements e John Musker
Elenco (dublagem): Anika Noni Rose, Bruno Campos, Keith David, Michael-Leon Wooley, Jennifer Cody, Jennifer Lewis, Oprah Winfrey
Produção: Peter Del Vecho, Aghi D. Koh, John Lasseter e Craig Sost
Roteiro: Ron Clements, John Musker, Rob Edwards e E. D. Baker (romance)
Ano: 2009
Duração: 97 min.
Gênero: Animação / Fantasia / Romance

Tiena é uma jovem que sonha em abrir um restaurante para realizar o desejo que compartilhava com o pai: unir todo tipo de gente em apenas um lugar. Com a chegada de um príncipe na cidade onde vive, New Orleans, todos enlouquecem e uma amiga riquíssima de infância de Tiena (a mãe de Tiena costurava para a garota rica) dá um baile de máscaras para tentar conquistar o nobre, para tal ela contrata Tiena para fazer um dos comes da festa. Eis que o príncipe é um fanfarrão e não tem mais nenhum centavo de mesada dos pais, quando ele encontra um homem que promete mudar sua vida, ele acaba transformado em um sapo e seu criado assume seu lugar. Durante o baile Tiena beija o príncipe sapo e se torna uma sapa. Agora os dois tentarão voltar ao normal para cada um alcançar seus objetivos humanos, mas isso aqui é Disney, e sentimentos mudarão tudo para eles dois.


Clements e Musker são os diretores de “A Pequena Sereia” (1989), “Aladdin” (1992), “Hércules” (1997 e “Planeta do Tesouro” (2002), todos esses com ao menos uma indicação ao Oscar. Aqui a dupla investe em uma animação tradicional que nos encanta do começo ao fim, as músicas são maravilhosas e muito bem escritas, a homenagem feita ao estilo musical blues é muito bem vinda e traz uma qualidade inigualável à trama e a sacada das sombras do vilão da história, Dr. Facilier, conhecido como o Homem da Sombra, é genial e torna esse vilão totalmente original. Randy Newman faz aqui o que faz de melhor: música; ele foi o compositor de filmes como os três “Toy Story” (eu gosto apenas do último, mas todos tem excelentes músicas) (1995 / 1999 / 2010), os dois “Monstros S. A.” (2001 / 2013), “Carros” (2006), os dois primeiros filmes da franquia “Entrando Numa Fria...” (2000 / 2004) e o ótimo filme de George Clooney “O Amor não tem Regras” (2008); nesse filme sobre a primeira princesa negra da Disney ele é extremamente divertido e compõe “Down in New Orleans” com tanta energia e sofisticação que nos deixa apaixonados pela cidade mesmo sem conhecê-la.


É sabido que os filmes da Disney sobre princesas são sempre iguais tentando mudar alguma coisa, esse é mais uma homenagem aos clássicos do gênero, portanto consegue ser totalmente novo imitando aquilo tudo que já vimos. Trazer uma princesa diferente,um sapo ao invés de torná-la sapo em princesa foi um decisão definitiva para que não ficasse tão claro que a história é como qualquer outra e deixá-la totalmente diferente. Bem como nas outras existe um excelente vilão que não deixará o casal em paz, um traidor entre os que deveriam se bons, uma amiga da princesa (que aqui pode ser rica e mesquinha, mas é uma ótima amiga), aqueles que farão de tudo para ajudar o casal e, claro, um príncipe e uma princesa. Quando digo que existem referências aos outras filmes elas são bem claras:
A Branca de Neve (1937): Assim como a Madrasta, o vilão utiliza magia negra para realizar seus desejos.


Cinderela (1950): A fada madrinha e Mama Odie tem muito em comum por ajudarem suas princesas a realizarem seus sonhos, apesar de fisicamente serem bem diferentes, elas são muito parecidas em personalidade.
A Bela Adormecida (1959): Bem como em Cinderela, as Fadas madrinhas de Aurora lembram Mama Odie, mas também nos remetem à mãe de Tiena;
A Pequena Sereia (1989): Linguado e Sebastião são os próprios Louis e Ray;
A Bela e Fera (1991): Como dizer que todos os amigos de Tiena e Naveen que eles encontram ao longo do caminho não nos lembram os amigos de Bela e de Fera?;


Alladin (1992): nosso vilão é o próprio vilão desse filme, Jafar; Jasmin é a mais parecida fisicamente das princesas com Tiena; até mesmo Alladin e o príncipe Naveen são parecidos (apesar de Alladin ser menor); ainda há o pai de Jasmin que é parecidíssimo com o pai da amiga rica de Tiena.


Falando sobre amores, amizades, refletindo sobre as maiores confusões da vida é um filme de animação divertidíssimo sem deixar que a qualidade seja perdida, tornando-se muito mais que um conto de fadas, mas nunca deixa de ter o encanto e a beleza de um verdadeiro filme “Disney Princesas”. 


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