Em 3D
ou não, com um bom roteiro ou não, com boas atuações ou não eis aqui um dos
maiores filmes da história do cinema.
Nota: 9,5
Título
Original: Titanic
Direção
e Roteiro: James Cameron
Elenco: Kate Winslet, Leonardo DiCaprio, Billy Zane,
Kathy Bates, Frances Fisher, Gloria Stuart, Bernard Hill, Bill Paxton, Victor
Garber
Produção: James Cameron, Jon Landau, Sharon Mann,
Grant Hill e Al Giddings
Ano:
1999
Duração:
195 min.
Gênero:
Drama / Romance
Não acho que exista a necessidade de livrá-los dos
chamados spoilers (detalhes sobre o enredo que ninguém quer saber antes de o
filme terminar), afinal acredito que todos os leitores já tenham assistido a
esse filme. Sala do cinema lotada, sessão em terceira dimensão em dia de
promoção do cinema, jovens, adultos e velhos, todo tipo de gente, rica, pobre,
branca, negra, homens e mulheres, todos lá com seus óculos ridículos prontos
para assistirem ao filme mais visto da história do cinema. Logo de início o nome
do filme aparece e os suspiros são infindáveis, depois vem as mais de três
horas de projeção em que gritaram, choraram, riram e aplaudiram. Quando fiquei
sabendo que o filme seria convertido para o 3D fiquei entusiasmado com o
simples fato de assistir à história que fez parte de minha vida no cinema.
Quando criei o blog resolvi que primeiro o veria no cinema para depois fazer a
crítica, portanto lá vai.
Rose é uma jovem falida e infeliz
que deve de casar com o insuportável Cal para voltar a ter dinheiro e não
deixar que ela e a mãe vivam na miséria; Jack, por outro lado é um jovem
alegre, que vive a vida correndo todos os perigos possíveis pelo prazer de aproveitar
a dádiva dada por Deus. Eis que o lendário “navio que nem os Deuses afundam”
está de partida e ambos estão a bordo, em uma cena pra lá de inesquecível, o
rapaz a convence de não se matar e a partir daí teremos uma das mas belas
histórias de amor de todos os tempos. O romance em si foi uma criação péssima
de Cameron, mas o Titanic, com seus mais de 250 metros de comprimento, mais de
3000 mil pessoas a bordo, apenas 20 botes salva-vidas e a fatal colisão com o
iceberg foram reais e inesquecíveis para qualquer um e aqui sua representação é
fantástica.
Em menos de meia hora temos o
navio em nossa frente e aí começa a maestria do diretor James Cameron que, como
roteirista pode ser terrível, faz um trabalho quase perfeito. A imagem troca o
navio afundado e velho na obra de arte que realmente foi, nos transporta de
volta para 1912 e Kate Winslet levanta majestosamente sua cabeça após sair do
carro em que chegou com a mãe e o noivo, logo depois vemos DiCaprio correndo
entre a população pedindo passagem, as próximas duas horas e meia serão
completamente dentro do transatlântico. Quando digo que Cameron é medíocre em
seus roteiros é bem simples explicar: o rapaz pobre se apaixona pela menina
rica, um casal de famílias completamente diferentes se apaixonam, um homem faz
de tudo para impedir o casal central da trama ser feliz, isso tudo já foi visto
e revisto milhões de vezes, mas ele o faz aqui novamente, outro exemplo prático
é seu último filme, “Avatar” (2009) que mistura Titanic com Pocahontas. Citar
suas cenas antológicas é praticamente impossível, mas farei meu melhor:
10.
Primeira cena em que vemos o navio e toda aquela gente parada no porto
esperando para se despedir dos que vão ou os que estão com a passagem de ida
rumo à estátua da liberdade;
09.
A cena final em que Rose sonha com Jack jamais pode deixar de ser citada quando
se fala da beleza desse filme;
08.
Jack gritando “Eu sou o rei do mundo”, demonstrando toda sua paixão pela vida
(aqui o diretor nos proporciona uma cena tão bem feita quanto a de Jack e
Rose);
07.
Cal e seu acesso de fúria no café da manhã, não há nada de excepcional nessa
cena no quesito atuação, é a beleza como Cameron escolheu a luz, o cenário e as
posições que realmente a torna tão bela;
06. Rose e Jack em seu único
momento de prazer carnal;
05. Rose, já muito velha,
livra-se da jóia que ganhou de Cal e deixa todos com raiva até percebemos que o
que ela fez era o mais digno a ser feito;
04.
Rose livra Jack de sua mão e o vemos afundar lentamente nas águas gélidas do
Oceano Atlântico enquanto ela pede por ajuda e é ali que se te a perfeição dos
grandes romances inserida, ela nos faz pensar tanto na despedida louca de
Scarlett e Rhett quanto na tragédia shakespiriana de Romeu e Julieta;
03.
A sequência como um todo em que o navio se rompe e afunda lentamente enquanto
todos tentam salvar suas vidas, aqui a realidade da cena é que nos impressiona
e nos faz sentir tanto remorso. Os dois velhinhos abraçados na cama, a mãe
contando histórias para os filhos dormirem, o homem que projetou todo o navio
bem como o comandante deixando-se afogar, os músicos que não param de tocar um
instante, Rose salvando Jack e cada barquinho se afastando e deixando o navio
para trás;
02.
Jack e Rose na proa, em uma cena dita como cafona, mas que todos sempre amaram
assistir e imitar, levantam os braços, ao fundo ouvimos “My Heart Will Go On” e
eles se beijam;
01.
Rose posando para Jack, usando o
diamante, e somente ele, e é essa a melhor cena do filme, pois aqui é o único
momento em que tudo é perfeito, original, belo e inigualável, até mesmo Winslet
e DiCaprio estão mais do que excelentes.
Ao contrário do que seria o filme
de Cameron de dez anos depois, aqui temos um elenco feliz e forte: Kathy Bates
vive Molly Brown, uma mulher dita como “nova rica”, que, apesar de ter
dinheiro, não nega suas origens, é destemida, forte e atrevida, mas também dona
de uma excelente alma; Frances Ficher é a mãe de Rose, uma mulher que se
preocupa apenas em ter sua nobreza e riqueza de volta, não importando a
felicidade de ninguém; Billy Zane é o problema do filme, ele é um Cal raivoso e
temperameltal, mas não convence nada e seu interpretação deixa muito a desejar;
Victor Garber é o criador do navio, Thomas Andrews com tanta simplicidade e simpatia
que nos faz querer estar com Rose para pedir para que ele se salve; Bernard
Hill é o Capitão Edward James Smith, o homem que acabou levando toda a culpa
pelo desastre; Leonardo DiCaprio, na época um menino ainda, nos mostra que é
realmente injustiçado pelas crítica, sua atuação aqui é digna de uma indicação
ao Oscar, mas nem isso ele teve; Winslet ao menos foi indicada, e não merecia
nem mais nem menos, sua interpretação é linda e cheia de vida. Mas não é Bates,
Zane, DiCaprio ou Winslet que interessam, é Stuart, Glória Stuart, uma dama da
era de ouro de Hollywood faz seu último filme de sucesso aqui, não há outras
palavras para definir sua interpretação além da perfeita.
É bom ver cinemas lotados, mas a
falta de respeito parece reinar nos jovens de hoje em dia que não conseguiam
calar a boca um instante, e bastava Jack beijar Rose para todos enlouquecerem,
ou Rose ficar nua para gritarem como se não fosse simples o bastante procurar
na internet uma mulher nua e olhá-la durante horas, mas mesmo assim vale a pena
esse desgaste pelo filme maravilhoso que Titanic é, em 3D, ou de qualquer forma
que seja. Indiscutivelmente o maior clássico popular da história da humanidade
(quando digo popular o faço por existirem dezenas de filmes mais importantes
que esse e, ao contrário do que se pensa, sua bilheteria não ter chegado nem
perto da de "E o Vento Levou" [1939]) esse filme marcou seu
tempo e as pessoas que tiveram a oportunidade de vê-lo no cinema, agora posso
dizer: fui uma delas.
ACESSE NOSSA PÁGINA NO YOUTUBE:
http://www.youtube.com/user/projeto399filmes
E CURTA NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK:
Nenhum comentário:
Postar um comentário