quarta-feira, 18 de abril de 2012

329. TITANIC / TITANIC 3D, de James Cameron

Em 3D ou não, com um bom roteiro ou não, com boas atuações ou não eis aqui um dos maiores filmes da história do cinema.
Nota: 9,5



Título Original: Titanic
Direção e Roteiro: James Cameron
Elenco: Kate Winslet, Leonardo DiCaprio, Billy Zane, Kathy Bates, Frances Fisher, Gloria Stuart, Bernard Hill, Bill Paxton, Victor Garber
Produção: James Cameron, Jon Landau, Sharon Mann, Grant Hill e Al Giddings
Ano: 1999
Duração: 195 min.
Gênero: Drama / Romance
  
Não acho que exista a necessidade de livrá-los dos chamados spoilers (detalhes sobre o enredo que ninguém quer saber antes de o filme terminar), afinal acredito que todos os leitores já tenham assistido a esse filme. Sala do cinema lotada, sessão em terceira dimensão em dia de promoção do cinema, jovens, adultos e velhos, todo tipo de gente, rica, pobre, branca, negra, homens e mulheres, todos lá com seus óculos ridículos prontos para assistirem ao filme mais visto da história do cinema. Logo de início o nome do filme aparece e os suspiros são infindáveis, depois vem as mais de três horas de projeção em que gritaram, choraram, riram e aplaudiram. Quando fiquei sabendo que o filme seria convertido para o 3D fiquei entusiasmado com o simples fato de assistir à história que fez parte de minha vida no cinema. Quando criei o blog resolvi que primeiro o veria no cinema para depois fazer a crítica, portanto lá vai.
Rose é uma jovem falida e infeliz que deve de casar com o insuportável Cal para voltar a ter dinheiro e não deixar que ela e a mãe vivam na miséria; Jack, por outro lado é um jovem alegre, que vive a vida correndo todos os perigos possíveis pelo prazer de aproveitar a dádiva dada por Deus. Eis que o lendário “navio que nem os Deuses afundam” está de partida e ambos estão a bordo, em uma cena pra lá de inesquecível, o rapaz a convence de não se matar e a partir daí teremos uma das mas belas histórias de amor de todos os tempos. O romance em si foi uma criação péssima de Cameron, mas o Titanic, com seus mais de 250 metros de comprimento, mais de 3000 mil pessoas a bordo, apenas 20 botes salva-vidas e a fatal colisão com o iceberg foram reais e inesquecíveis para qualquer um e aqui sua representação é fantástica.
Em menos de meia hora temos o navio em nossa frente e aí começa a maestria do diretor James Cameron que, como roteirista pode ser terrível, faz um trabalho quase perfeito. A imagem troca o navio afundado e velho na obra de arte que realmente foi, nos transporta de volta para 1912 e Kate Winslet levanta majestosamente sua cabeça após sair do carro em que chegou com a mãe e o noivo, logo depois vemos DiCaprio correndo entre a população pedindo passagem, as próximas duas horas e meia serão completamente dentro do transatlântico. Quando digo que Cameron é medíocre em seus roteiros é bem simples explicar: o rapaz pobre se apaixona pela menina rica, um casal de famílias completamente diferentes se apaixonam, um homem faz de tudo para impedir o casal central da trama ser feliz, isso tudo já foi visto e revisto milhões de vezes, mas ele o faz aqui novamente, outro exemplo prático é seu último filme, “Avatar” (2009) que mistura Titanic com Pocahontas. Citar suas cenas antológicas é praticamente impossível, mas farei meu melhor:
10. Primeira cena em que vemos o navio e toda aquela gente parada no porto esperando para se despedir dos que vão ou os que estão com a passagem de ida rumo à estátua da liberdade;


09. A cena final em que Rose sonha com Jack jamais pode deixar de ser citada quando se fala da beleza desse filme;


08. Jack gritando “Eu sou o rei do mundo”, demonstrando toda sua paixão pela vida (aqui o diretor nos proporciona uma cena tão bem feita quanto a de Jack e Rose); 


07. Cal e seu acesso de fúria no café da manhã, não há nada de excepcional nessa cena no quesito atuação, é a beleza como Cameron escolheu a luz, o cenário e as posições que realmente a torna tão bela;


06. Rose e Jack em seu único momento de prazer carnal;


05. Rose, já muito velha, livra-se da jóia que ganhou de Cal e deixa todos com raiva até percebemos que o que ela fez era o mais digno a ser feito;


04. Rose livra Jack de sua mão e o vemos afundar lentamente nas águas gélidas do Oceano Atlântico enquanto ela pede por ajuda e é ali que se te a perfeição dos grandes romances inserida, ela nos faz pensar tanto na despedida louca de Scarlett e Rhett quanto na tragédia shakespiriana de Romeu e Julieta;


03. A sequência como um todo em que o navio se rompe e afunda lentamente enquanto todos tentam salvar suas vidas, aqui a realidade da cena é que nos impressiona e nos faz sentir tanto remorso. Os dois velhinhos abraçados na cama, a mãe contando histórias para os filhos dormirem, o homem que projetou todo o navio bem como o comandante deixando-se afogar, os músicos que não param de tocar um instante, Rose salvando Jack e cada barquinho se afastando e deixando o navio para trás;


02. Jack e Rose na proa, em uma cena dita como cafona, mas que todos sempre amaram assistir e imitar, levantam os braços, ao fundo ouvimos “My Heart Will Go On” e eles se beijam;


01.  Rose posando para Jack, usando o diamante, e somente ele, e é essa a melhor cena do filme, pois aqui é o único momento em que tudo é perfeito, original, belo e inigualável, até mesmo Winslet e DiCaprio estão mais do que excelentes.


Ao contrário do que seria o filme de Cameron de dez anos depois, aqui temos um elenco feliz e forte: Kathy Bates vive Molly Brown, uma mulher dita como “nova rica”, que, apesar de ter dinheiro, não nega suas origens, é destemida, forte e atrevida, mas também dona de uma excelente alma; Frances Ficher é a mãe de Rose, uma mulher que se preocupa apenas em ter sua nobreza e riqueza de volta, não importando a felicidade de ninguém; Billy Zane é o problema do filme, ele é um Cal raivoso e temperameltal, mas não convence nada e seu interpretação deixa muito a desejar; Victor Garber é o criador do navio, Thomas Andrews com tanta simplicidade e simpatia que nos faz querer estar com Rose para pedir para que ele se salve; Bernard Hill é o Capitão Edward James Smith, o homem que acabou levando toda a culpa pelo desastre; Leonardo DiCaprio, na época um menino ainda, nos mostra que é realmente injustiçado pelas crítica, sua atuação aqui é digna de uma indicação ao Oscar, mas nem isso ele teve; Winslet ao menos foi indicada, e não merecia nem mais nem menos, sua interpretação é linda e cheia de vida. Mas não é Bates, Zane, DiCaprio ou Winslet que interessam, é Stuart, Glória Stuart, uma dama da era de ouro de Hollywood faz seu último filme de sucesso aqui, não há outras palavras para definir sua interpretação além da perfeita.
É bom ver cinemas lotados, mas a falta de respeito parece reinar nos jovens de hoje em dia que não conseguiam calar a boca um instante, e bastava Jack beijar Rose para todos enlouquecerem, ou Rose ficar nua para gritarem como se não fosse simples o bastante procurar na internet uma mulher nua e olhá-la durante horas, mas mesmo assim vale a pena esse desgaste pelo filme maravilhoso que Titanic é, em 3D, ou de qualquer forma que seja. Indiscutivelmente o maior clássico popular da história da humanidade (quando digo popular o faço por existirem dezenas de filmes mais importantes que esse e, ao contrário do que se pensa, sua bilheteria não ter chegado nem perto da de "E o Vento Levou" [1939])  esse filme marcou seu tempo e as pessoas que tiveram a oportunidade de vê-lo no cinema, agora posso dizer: fui uma delas.



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