segunda-feira, 2 de abril de 2012

347. A ÚLTIMA NOITE, de Robert Altman

Pode não ser nem de longe o melhor trabalho de Altman, mas é um dos mais inspiradores, reflexivos e amáveis dos últimos anos.
Nota: 8,0 



Título Original: A Praire Home Companion
Direção e Produção: Robert Altman
Elenco:Meryl Streep, Lyli Tomlin, Garrison Keillor, Kevin Kline, Woddy, Tommy Lee Jones; Lindsay Lohan, John C. Reilly, Virginia Madsen
Roteiro: Garrison Kaillor (baseado na história de seu próprio show de rádio) e K
Ano: 2006en LeZebnik
Duração: 105 min.
Gênero: Musical / Drama

CONFIRA O TRAILER DO FILME:

O prédio de uma emissora de rádio é vendido e o show “A Prairie Home Companion" é obrigado a fazer sua apresentação de despedida. Ambientado em uma época em que ainda se faziam shows de rádio para uma plateia em um teatro cheio, a partir dessa última apresentação vemos o desenrolar de várias outras histórias: antigos amores vêm à tona, uma misteriosa e belíssima mulher ronda os bastidores, um dos companheiros da apresentação morre, famílias aprendem umas com as outras.


Este foi o último filme de Altman, o diretor foi indicado sete vezes ao Oscar e foi homenageado no ano de sua morte, ao BAFTA foram cinco indicações, mesmo número no Cèsar (Oscar francês), mas não é aí que devemos nos concentrar, e sim em lembrar que foi um indicado eterno em festivais como Cannes, Berlim e no Sindicato dos diretores foram quatro indicações e uma homenagem em 1994 por sua carreira. Listar todos os seus filmes importantes tomaria muitas linhas desse texto, por isso resolvi apenas comentar que sua carreira teve início em 1951 e se estendeu até 2006. Em “A última noite” ele não nos expõe todo seu talento, mas é vivo, e nos cativa com um filme tão belo, o técnico utilizado não faz dele nada muito inimaginável, o que o faz tão bom é como Altman consegue extrair de seus atores tanta emoção e dedicação para nos proporcionar cenas tão raras de felicidade, tristeza, amor, carência, afeição e gratidão.


O tipo de elenco que temos aqui é o tipo que todos querem para um filme tão reflexivo: Meryl Streep vive a cantora Yolanda Johnson; Lyli Tomlin é a irmã de Yolanda, Rhonda; Garrison Keillor é o radialista G. K.; Kevin Kline é o detetive Guy Noir; Woddy Harrelson é o piadista Dusty; Tommy Lee Jones é o homem que comprou o teatro; Lindsay Lohan (sim, essa louca já atuou ao lado dessas feras e foi dirigida por uma lenda do cinema) é a filha de Yolanda, Lola; John C. Reilly é o irmão de Dusty, Lefty; e, o elemento mais importante da trama, Virginia Madsen, dá vida, ou nem tanto, ao anjo da morte Asphodel. Não há como procurar defeitos nesses elementos tão fantásticos que compõe ele elenco maravilhoso.


Asphodel vem para deixar claro que a morte, bem como as desventuras da vida, deve ser atribuída como um presente de uma força muito maior do que nossa vã existência, de que todos devemos abraçar oportunidades e não reclamar quando algumas coisas nos são tiras, afinal outras nos serão proporcionadas através desses sacrifícios. Essa não é somente uma despedida do show “A Prairie Home Companion", e sim uma despedida, com aquele gostinho de que algo ainda paira no ar e continua, de Robert Altman, parecia até que o diretor sabia que seu fim estava próximo e resolveu se redimir com um filme sobre vida e morte e o poder do amor e da amizade. Pode não ser o sonho de um diretor se despedir com um filme com qualidade abaixo de sua capacidade, mas é uma despedida sincera, simples, alegre e, acima de tudo, comovente, por que, bem como as personagens terminam suas vidas pela música, Robert Altman terminou sua vida fazendo aquilo que mais admirava (surpreendentemente, afinal seu tom crítico, sarcástico e por vezes demoníaco some aqui), a mais pura e bela arte, o cinema.


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