Apenas um gênio conseguiria demonstrar o valor do amor, da amizade e dos propositos da vida de forma tão fantástica e ainda homenagear a criação e a evolução do cinema de forma tão perfeita.
Nota: DEZ
Título Original: Hugo
Direção: Martin Scorsese
Elenco: Ben Kingsley, Sacha Baron Cohen, Asa Butterfield, Chloë Grace Moretz, Ray Winstone, Emily Mortimer, Christopher Lee, Helen McCrory, Michael Stuhlbarg, Frances de la Tour
Produção: Johnny Depp, Tim Headington, Graham King, Martin Scorsese
Roteiro: John Logan
Duração: 126 min.
Ano: 2011
Gênero: Aventura / Drama
CONFIRA O TRAILER DO FILME:
Hugo e o pai são companheiros de uma vida, até que o menino se vê sem saber o que fazer quando o pai morre e o tio o leva para uma estação de trem onde ele terá que cuidar dos relógios. Desesperado o garoto se agarra a única coisa que o faz lembrar do pai e de seus bons momentos juntos: um autômoto (uma espécie de robô humano). A partir daí o menino se entregará as mais inimagináveis aventuras para consertar o objeto e tentar descobrir o que envolve o mistério de sua criação. Em meio a tudo isso veremos um interceptor que insiste em apanhar órfãos e entregá-los aos orfanatos, a senhora dona de um café e seu pretendente, a dona de uma floricultura e o proprietário de uma livraria/biblioteca. No entanto as surpresas não acabam por aí, Hugo também encontrará um dos maiores ídolos da história, um precursor no que se acredita ser o cinema, alguém que mudará sua vida para sempre. Revelar sua identidade seria um desacato a todos aqueles que desejam ver o filme, portanto irei parar por aqui fazendo uma ressalva: Ben Kingsley foi pouco ovacionado esse ano por uma atuação digna de todos os prêmios coadjuvantes possíveis no cinema.
Scorsese tem dedicado os últimos anos de sua vida à restauração de filmes há muito perdidos no tempo e espaço de nossas gerações, aqui ele recria boa parte de todas as descobertas que o fizeram se tornar o maior cineasta de sua geração por um simples fato: ele é simples quando se deve ser simples, agressivo quando se exige agressividade, moderado quando se pede moderação, violento quando retrata a verdade violenta da vida, e faz tudo isso com a perfeição de um mestre em sua arte. Digo "sua arte" por que foi exatamente isso que ele criou: sua própria forma de fazer filmes, claro que ele não é nem de longe um dos primeiros cineastas da história, mas podemos considerá-lo precursor de muitas técnicas que não existiam antes das décadas de 60 e 70. Scorsese, Coppola, Spielberg são três grandes nomes do que no futuro viriam a ser a era drogas, rock e qualidade do cinema contemporâneo. Scorsese optou por fazer um filme 3D, e provavelmente ele mostra o que deve ser encarado como 3D, afinal assistir a "Hugo" sem ser em terceira dimensão já é algo inexplicável, imagina-se que ter toda essa magia mais perto de cada um de nós seja algo insuperável nas mãos dessa lenda. Sequências como os pesadelos do jovem Hugo, as lembranças do grande ídolo, as escapulidas do órfão do inspetor da estação de trem, a cena em que o autômoto faz sua parte na história entre tantas outras jamais serão esquecidadas por aqueles que as virem.
Ao lado desse ícone tão adorado temos grande nomes que o auxiliam na criação do figurino simples e cheio de presença feito por Sandy Powell (a qual já trabalhou mais vezes com Scorsese), a edição magnífica de uma equipe técnica escolhida a dedo pelo diretor, bem como aqueles que editam o som ou escolhem a fotografia, a trilha sonora delicadamente composta pelo também mestre Howard Shore que nos delicia com músicas bem ao estilo parisiense e merecia ganhar o Oscar por combinar tão bem seu trabalho com o do amigo Scorsese. Se o que surpreende em "O Artista" é a falta de cor não deixar o filme chato, aqui o que surpreende é o excesso de cor compor uma imagem tão perfeitamente planejada e nos fazer sonhar e imaginar a cada passo que o jovem Hugo dá no caminho de sua felicidade. Além dessa equipe técnica fantástica conta-se ainda com uma equipe de atores de tirar o fôlego que ou se entregam facilmente a esta trama adorável ou se deixam levar pelo talendo do diretor em tirar o máximo de seus atores.
Se Martim Scorsese quis realizar esse filme a pedido de sua pequena filha, devemos a essa menina um dos filmes mais incríveis dos últimos anos, já se disse muito sobre o fato de os filmes desse ano não serem tão bons, mas encontrar a qualidade que se encontra em "a Invenção de Hugo Cabret" não é para qualquer um, talvez devemos isso a bela Paris que se empresta para ser o plano de fundo, ou a estação de trem tão bem arquitetada, ou os cafés e croissants consumidos pelas personagens, ou as músicas que levam o filme ao extremo do que se pode pensar ser magnífico, o fato é que não importa se é um filme sobre política, assassinos, órfãos, contrabandistas, chefes de máfias ou o que for, sendo Scorsese, jamais será decepcionante.
As onze merecidíssimas indicações ao Oscar:
Melhor Filme: Johnny Depp, Tim Headington, Graham King, Martin Scorsese
Melhor Direção: Martin Scorsese
Melhor Roteiro Adaptado: John Logan
Melhor Trilha Sonora: Howard Shore
Melhor Direção de Arte: Dante Ferreti e Francesca Lo Schiavo
Melhor Montagem: Thelma Schoommaker
Melhor Efeitos Visuais: Robert Legato, Joss Williams, Ben Grossmann e Alex Henning
Melhor Edição de Som: Philip Stockton e Eugene Gearty
Melhor Mixagem de Som: Tom Fleischman e John Midgley
Melhor Figurino: Sandy Powel
Melhor Fotografia: Robert Richardson
ESPECIAL: "O Artista" e "A Invenção de Hugo Cabret" vencem cinco prêmios cada e Meryl Streep leva o prêmio de Melhor Atriz após quase 30 anos.
Para compensar o fim de semana sem ter publicado nada eis aqui a lista dos vencedores do Academy Awards, o Oscar. O filme "O Artista", mudo e preto e branco, se consagra e é eleito o melhor filme do ano, ao lado do filme de Martin Scosese, "A Invenção de Hugo Cabret", é o maior vencedor da noite com cinco prêmios. Além desses dois curiosamente apenas mais um filme levou mais de um prêmio, "A Dama de Ferro" venceu nas categorias de maquiagem e atriz para a incrível Meryl Streep.
A última vez que ela levou um Oscar para casa foi em 1983 por "A Escolha de Sofia", além desse também venceu na categoria de atriz coadjuvante por "Kramer vs. Kramer" em 1979. A atriz mal acreditou em sua vitória e comemorou ao lado do marido Dom Gummer e do vencedor da mesma categoria, só que masculina, Jean Dujardin. Streep havia ganhado o Globo de Ouro e o BAFTA, já Dujardin ganhou também o prêmio do Sindicato dos Atores. Michel Hazanavicius venceu Scorsese na categoria de melhor direção, mas ambos os filmes dos diretores perderam nas categorias de Roteiro Original e Reteiro Adaptado, respectivamente.
Confira a lista dos premiados:
Melhor Filme: O Artista
Melhor Atriz: Meryl Streep, por A Dama de Ferro
Melhor Ator: Jean Dujardin, por O Artista
Melhor Atriz
Coadjuvante:Octavia Spencer, por Histórias Cruzadas
Melhor Ator Coadjuvante: Christopher Plummer, por Toda Forma de Amor
Melhor Diretor:
Michel Hazanavicius, por O Artista
Melhor Edição:
Millenium - Os Homens que não
Amavam as Mulheres
Melhor
Documentário: Undefeated
Melhor
Documentário em Curta-Metragem: Saving Face
Melhor
Animação: Rango
Melhor Trilha
Sonora: O Artista
Melhor Canção
Original: Man or Muppet, de Os Muppets (Bret McKenzie)
Melhor Roteiro
Original: Meia-noite em
Paris
Melhor Roteiro
Adaptado: Os
Descendentes
Melhor Som: A Invenção de Hugo Cabret
Melhor Edição
de Som: A Invenção de
Hugo Cabret
Melhores
Efeitos Visuais: A
Invenção de Hugo Cabret
Melhor
Curta-Metragem de Animação: The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore
Melhor
Curta-Metragem: The Shore
Melhor Filme
Estrangeiro: A Separação
Melhor
Maquiagem: A Dama de
Ferro
Melhor
Figurino: O Artista
Melhor Direção
de Arte: A Invenção de
Hugo Cabret
Melhor
Fotografia: A Invenção de
Hugo Cabret
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Hahahaha imagina se tu não ia dar dez! Eu daria 11 se pudesse, porque realmente, foi minha estreia no cinema 3D, o óculos era desconfortável, mas eu nem respirei durante o filme.... piscar então! BRI-LHAN-TE! Teu ídolo e agora também meu ídolo, superou todas as minhas expectativas nesse filmaaaaço!
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