segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

392. UMA VIDA MELHOR, de Chris Weitz

É um drama sobre os imigrantes ilegais nos EUA que mostra muito mais do que apenas sua situação ilegal.
Nota: 8,1


Título Original: A Better Life
Diretor: Chris Weitz
Elenco: Demián Bichir, Nancy Lenehan, Rolando Molina, Tim Griffin, Tom Schanley, José Julian
Produção: Jami Gertz, Stacey Lubliner, Christian McLaughlin
Roteiro: Eric Eason, baseado na obra de Roger L. Simon
Duração: 97 min.
Ano: 2011
Gênero: Drama

CONFIRA O TRAILER DO FILME:


Bichir vive Carlos Galindo, um imigrante mexicano ilegal na cidade de Los Angeles nos EUA, ele é ajudante de jardineiro. Sua esposa o deixou pouco tempo depois de eles terem um filho, Luis (José Julián), e Carlos deve viver com a responsabilidade de sustenta-lo, educa-lo e mantê-lo longe daquilo que os imigrantes mais temem para sua famílias, as gangues. Não é fácil ser pai, muito menos sem uma esposa, emprego ou nacionalidade legal no país que se vive. Uma Vida Melhor trata exatamente disso, do que os imigrantes ilegais procuram nos EUA.
Witz já fez filmes reflexivos antes, como o roteiro e a direção de “Um grande Garoto”, e também já produziu filmes ridículos sem propósito algum além de divertir a garotada, como a franquia de “American Pie”, além de dirigir o nada satisfatório “A Saga Crepúsculo: Lua Nova”, em Uma vida Melhor ele supera qualquer expectativa e nos traz um filme rico em todos os sentidos, as cenas rodadas nas ruas praticamente mexicanas de Los Angeles, onde tudo é escrito em espanhol e onde se fala praticamente apenas essa língua, são incríveis e mostram o que realmente é essa cidade. Por vezes o diretor usa de artifícios sempre bem vindos para melhorar seu filme, a sequencia em que a camionete de Carlos é roubada e que ele e seu filho tentam recuperá-la nos faz lembrar muito a situação vivida pela família Ricci em “Ladrões de Bicicleta”, de Vittorio De Sica, que trata exatamente de um pai que vê seu único meio de levar a vida roubado e precisa recuperá-lo a qualquer custo, mas ainda deve mostrar ao filho os valores de ética e moral da sociedade.
Alexander Desplat parece mesmo determinado a se encaixar entre os melhores compositores modernos de filmes, sua participação aqui é imensa e sua trilha sonora maravilhosa, misturando os ritmos americanos com o mais mexicano possível e trazendo uma inovação para esse estilo de filme, Desplat sabe o que o povo de cada região gosta e consegue transmitir a identidade de cada personagem pelo estilo musical tocado em cada cena.
Bichir não está sozinho nesse filme, todos os atores são competentes e sabem segurar as pontas de suas personagens, a escolha de pessoas que sabem realmente “hablar español” foi um trunfo para todos eles. Em especial devemos salientar o trabalho desse ator incrível que é Demián Bichir, geralmente todos os anos em alguma categoria de atuação no Oscar temos uma grande surpresa de alguém que vem de um filme bem menor que os outros e que surpreende mais do que o esperado, este ano o escolhido foi ele. Ao seu lado está o nada ruim José Julián, que faz seu papel como se já tivesse passado por tudo isso. O maior problema do filme é que é difícil dizer se os atores apenas interpretam personagens ou se eles acabam interpretando a si próprios em uma suposição terrível do que teriam sido suas vidas.
Por vezes nos esquecemos quem realmente forma a base da sociedade sul norte americana, o que A Better Life nos mostra é que por trás de toda aquela bela vida dos ricos e famosos de Los Angeles temos aquele povo tão renegado pelos Estados Unidos, aqueles que limpam suas casa, cuidam de seus jardins, limpam suas ruas, reformam seus carros e os mantém no topo da sociedade: os mexicanos. O filme trata, sobretudo, da relação de um pai e um filho e como os pais estão dispostos a fazer tudo pela felicidade de seus filhos, mas também nos revela um lado e uma visão esquecidos por todos, o da sociedade mais pobre que apenas sobrevive dia após dia, em um país que se importa apenas com seu povo, pelo simples fato de querer, para si e sua família, uma vida melhor.


A indicação ao Oscar se limita a de Melhor Ator Principal para Demiám Bichir, ele não tem chances, mas vale a pena lembrar que ele é um dos três melhores na categoria pelo simples fato de nos mostrar como a vida pode ser pior, ou melhor, basta querer e ir atrás de nossos desejos.


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