396. MILLENNIUM –OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES, de David Fincher

Com atuações ótimas, trilha sonora eletrizante e direção magnífica é uma surpresa além de agradável, apesar de tudo.

Nota: 9,6

Título Original: The Girl with a Dragon Tattoo

Diretor: David Fincher

Elenco: Daniel Craig, Rooney Mara, Christopher Plummer, Stellan Skarsgård, Robin Wright, Goran Visnjic, Embeth Davidtz, Joely Richardson, Joel Kinnaman, Elodie Yung, Julian Sands

Produção: Ceán Chaffin, Scott Rudin, Søren Stærmose, Ole Søndberg

Roteiro: Steven Zaillian, baseado na obra de Stieg Larsson

Duração: 158 min.

Ano: 2011

Gênero: Thriller

CONFIRA O TRAILER DO FILME:

Histórias sobre famílias no cinema costumam ser bem divertidas, ou bem melodramáticas. No caso dessa não é nenhum nem outro. Nesse primeiro filme da trilogia Millenium, vemos a história da poderosa família sueca Vanger em meio a mistérios de desaparecimentos e assassinatos. Mikael (Daniel Craig) é um jornalista investigativo que se vê tentado a aceitar a proposta feita pelo magnata Henrik Vanger (Chistopher Plummer) para tentar solucionar o desaparecimento de sua sobrinha, enquanto Mikael investga o passado da família a jovem Lisbeth Salander, uma hacker de temperamento forte e um tanto maluca, é contratada para investigar a sua vida. Pouco se passa no filme até os dois se encontrarem e resolverem se juntar para solucionar esse caso.

Esse não é nenhum simples filme policial ou algo como Sherlock Holmes, é um filme forte, violento e bastante perturbador, mas um excelente filme. Há quem diga que Fincher não soube usar todo seu talento nesse filme, pois eu digo que usou, ousou de forma bastante clara mostrar um mundo rebelde e sem escrúpulos de pessoas com problemas psicológicos. Suas tomadas são sempre muito bem adequadas e abrangem quase sempre todo o espaço de forma perfeita. É claro que há erros do diretor, vez ou outra o filme começa a se tornar enrolado, e o fim não é tão bem expressado. Vale lembrar que a escolha da trilha sonora é muito bem vinda e bem feita.

Daniel Craig está surpreendentemente bem, provavelmente foi o fator direção que o fez sair de sua interpretação ridícula de James Bond falido e nos dar tudo de si em uma personagem, praticamente feita para ele. Stellan Skarsgård interpreta o sobrinho de Plummer (que, aliás, não surpreende, mas está perfeito no papel) de forma pobre e terrível, ele simplesmente não é feliz. Rooney Mara é a grande surpresa do filme, e que bela surpresa apesar de sua aparência na trama, é difícil acreditar que aquela jovem doce e amável em cada premiação da temporada seja a excêntrica Lisbeth, apesar de não ser a melhor atuação do ano, a atriz da tudo de si e mostra o porquê de estar se tornando a queridinha de Fincher. Talvez um dos maiores problemas seja exatamente o fato de a maioria deles não serem suecos e haver uma mistura descontrolada de personagens, na Suécia, falando em sotaques totalmente diferentes em uma mesma região.

O filme, apesar de todos os problemas sociais abordados e todos os tipos de violências demonstrados, é uma surpresa agradável nesse ano, difícil acreditar que não conseguiu desbancar filmes como “Cavalo de Guerra” e “Os Descendentes” e ser indicado ao Oscar de melhor filme. Não que seja o melhor filme do ano, mas é um dos únicos que consegue unir entretenimento, diversão, amor, ódio e tudo mais o que a vida deve ter apesar de tudo. Ainda não li o livro, nem assisti a versão sueca, mas garanto que vale nossa atenção durante todos seus 158 minutos.

Eis as merecidas, e poucas, indicações ao Oscar:

Melhor Atriz: Rooney Mara;

Melhor Fotografia: Jeff Cronenweth;

Melhor Montagem: Kirk Baxter e Amgus Wall;

Melhor Mixagem de Som: David Parker, Michael Semanick, Ren Klyce e Bo Persson

Melhor Edição de Som: Ren Klyce.

Não podemos fazer apostas muito certas, mas existem grandes chances de Mixagem de Som e Edição de Som.

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