terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

391. O HOMEM QUE MUDOU O JOGO, de Bennett Miller

Aparentemente é um filme sobre baseball, depois sobre derrotas e ganhos e, após uma hora de filme, realmente compreendemos que ele é mais um filme entre tantos sobre o problema de homens conseguirem se encontrar em meio aos seus problemas profissionais e pessoais.
Nota: 9,0



Título Original: Moneyball
Direção: Bennet Miller
Elenco: Brad Pitt, Philip Seymour Hoffman, Robin Wright, Jonah Hill, Chris Pratt, Kathryn Morris.
Produção: Michael De Luca, Rachael Horovitz e Scott Rudin
Roteiro: Steven Zaillian e Aaron Sorkin
Duração: 133 min.
Ano: 2011
Gênero: Drama

CONFIRA O TRAILER DO FILME:


Não se pode negar que O Homem que Mudou o Jogo tem como centro da história o baseball, mas também não se pode dizer que ele é apenas um filme sobre o esporte. Na trama, Brad Pitt vive Billy, ex-jogador frustrado que se torna um administrador de time, ao lado de do jovem Peter ele reinventa uma forma de contratar jogadores em potencial para vencer jogos, tudo baseado apenas nas estatísticas do rapaz (Peter) formado em Economia. Mas não são apenas os desafios do time que Billy está enfrentando, sua vida está uma bagunça: ele era uma promessa no baseball e se “aposentou” antes dos trinta, a mãe de sua filha se casou com um homem aparentemente melhor que ele e começa a dividir a vida da menina apenas com o atual marido, a filha já compreendeu que o pai é um perdedor nato e o time esta uma verdadeira catástrofe.
Neste filme Miller, diretor de Capote, nos faz questionar até onde vale a pena seguir nossos sonhos sem realmente pensar no futuro, o filme ocorre praticamente inteiramente no estádio do time em que Billy trabalha, se não no campo, nos escritórios apertadíssimos de sua equipe técnica e nas academias e salas de convivência dos atletas, portanto Miller tem opções óbvias: ou ele faz tomadas que abranjam o espaço imenso de um campo ou close em seus ótimos atores, mas as faz com muita convicção e as torna super seguras. Simplesmente toda a edição de som é fantástica, apesar de um trilha sonora limitada, tudo o que devemos ouvir em um campo de baseball é percebido.

É difícil imaginar onde um homem nessa situação de vida irá encontrar um apoio, eis que surge Peter Brand, interpretado pelo ótimo Jonah Hill (que até agora só fez filmes adolescentes ridículos, pelos quais foi indicado sem motivo algum a meia dúzia de prêmios, e um ou outro bom filme), provavelmente ele nos entrega um trabalho baseado em duas coisas: sua própria situação física (Peter é aquele tipo de gordinho que foi muito reprimido, então é tímido em todos os aspectos possíveis) e na “nerdisse” da personagem (a qual eu não sei se o ator compartilha). Temos um elenco coadjuvante maravilhoso que conta ainda com Philip Seymour Hoffman (o treinador), Robin Wright (a ex), Chris Patt (um dos jogadores) e Kerris Dorsey (a filha). No entanto o que realmente chama a atenção é a forma como Pitt se sobressai em uma de suas melhores atuações, inesperadamente achei ele um dos melhores do ano, não sei como é o verdadeiro Billy Baene, mas o que Pitt criou para esse filme é um homem forte e determinado, que em seu íntimo revela-se um homem cheio de temores e dúvidas, como qualquer outro. Bem como Meryl Streep faz em “A Dama de Ferro” ao humanizar Margat Thatcher em seu íntimo, Brad Pitt o faz aqui, ele mostra um personagem fria e seca em seu emprego, e um homem maravilhoso em sua vida pessoal.
A busca pelo eu interior nunca é fácil, ainda mais para um homem frustrado profissionalmente e que corre o risco de perder o emprego na casa dos quarenta anos de idade, Brad Pitt nos impressiona ao reunir todas as suas forçar para trabalhar em um personagem biográfico de forma tão bem feita. Pode ser que o filme não seja a melhor coisa feita nesse ano, pode ser que ele se torne um pouco chato para quem não goste ou não entenda de Baseball, pode ser que ele seja mais um filme feito praticamente por homens esse ano, mas que ele é um filme que vale mais que a pena, isso ele é.
Indicado ao Oscar nas seguintes categorias:
Melhor Filme: Michael De Luca, Rechael Horovitz e Brad Pitt;
Melhor Ator Principal: Brad Pitt;
Melhor Ator Coadjuvante: Jonah Hill;
Melhor Roteiro: Stan Chervin (história), Steven Zailin e Aron Sorkin (roteiro)
Melhor Montagem: Christopher Tellefsen;
Melhor Mixagem de Som: Deb Adair, Ron Bochar, David Giammarco e Ed Novick.
O filme já é um azarão por ser indicado a tantos prêmios, ganhar algum será muito difícil devido aos resultados de outros prêmios, mas todos merecem estar indicados. Pitt pode estar em sua melhor performance, mas não tem chances contra Dujardin ou Clooney.


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