sábado, 9 de novembro de 2013

059. EU QUERIA TER A SUA VIDA, de David Dobkin

Engraçada, porém repetitiva e sem nenhuma novidade.
Nota: 7,0


Título Original: The Chance-Up
Direção: David Dobkin
Elenco: Ryan Reynolds, Jason Bateman, Leslie Mann, Olivia Wilde, Alen Arkin, Mircea Monroe, Gregory Itzin, Ned Schmidtke, Ming Lo, Sydney Rouviere
Produção: David Dobkin, Neal H. Moritz
Roteiro: Jon Lucas e Scott Moore
Ano: 2011
Duração: 112 min.
Gênero: Comédia

Mitch Planko e Dave Lockwood são amigos de longa data. Enquanto Mitch trabalha como ator e passa a vida fazendo festas – mesmo não tendo fama alguma -, Dave é casado, tem dois filhos, trabalha de terno e gravata, vive em uma casa bonita e está com a cabeça cheia de preocupações em uma vida onde rotina é uma regra. Em uma noite, os dois decidem sair e, ao urinarem em uma fonte, reclamam como gostariam de ter a vida um do outro. Agora Mitch é Dave, e Dave é Mitch, e eles terão de conviver com esse fato.


Quando reflito sobre alguns sucessos do cinema e concluo: “Ok. Acabou, não há mais meios de serem criados filmes onde pessoas trocam de corpos para aprenderem da pior forma possível a dar valor à vida que têm”, eis que surge mais um longa que tem isso como centro da história. “Eu Queria Ter a Sua Vida”, entretanto, pode não ser o primeiro que trata da troca de corpos de dois homens – não sei se é ou não -, mas é o primeiro do estilo que vejo. Outros que tratam do tema e que podemos citar são: troca de casal, “Se Eu Fosse Você” (2006) e “Flertando com o Inimigo” (1996); troca de mães e filhas, “Se Eu Fosse Minha Mãe” (1976) e “Sexta Feira Muito Louca” (2003); entre garotos e garotas, “Coisas de Meninos e Meninas” (2006) e “Garota Veneno” (2002); entre pais e filhos, “Tal Pai, Tal Filho” (1087) e “Vice Versa” (1988); entre avô e neto, “De Volta aos 18” (1988). Mesmo que o tema seja tão recorrente a ponto de aparecer em mais de uma dezena de longas, não acho que seja um tema ruim ou chato. É claro que não cair na mesmice e fugir por completo dos clichês é impossível, mas esse filme é bem menos entediante do que se pode pensar. Como a maioria dos filmes da atualidade, visualmente falando, se visto em uma televisão decente, a produção é ótima e não decepciona em nada – até por que não há nada de novo, tudo ocorre em uma cidade e não há nenhum efeito especial. O diretor, David Dobkin, leva o longa muito bem e tem ótimas tomadas amplas que abrangem todo o espaço em que os personagens estão. Dobkin é o realizador do bom “Penetras Bons de Bico” (2005). Um bom trunfo do longa é a trilha sonora do versátil John Debney, compositor dos mais variados gêneros de filmes para cinema e indicado ao Oscar de melhor trilha sonora por “A Paixão de Cristo” (2004).


Jason Bateman atua há mais de 30 anos no mercado de televisão e seu primeiro filme para cinema foi “O Garoto do Futuro” (1987), mesmo tendo trabalhado em filmes com pouco destaque qualitativo, acho que Bateman é um dos melhores comediantes de sua geração – referindo-me a sua geração de profissional, ou seja, comediantes, de qualquer idade, que se destacaram na última década -, dento feito todo tipo de comédia, desde “Tudo Para Ficar com Ele” (2002) até “Amor Sem Escalas” (2009), dramas como “Intrigas de Estado” (2009), ação como “A Última Cartada” (2006) e até um filme de herói, “Hancock” (2008). Na pele de Dave, Bateman está ótimo, sério e um verdadeiro pai de família, mas é quando ele precisa enfrentar o problema de “ser” Mitch que o ator se torna hilário e realmente imperdível. Não acho que Ryan Reynolds seja tão bom comediante como querem nos passar, gosto dele em dramas ou filmes de outros gêneros, como ação ou suspense, mas o resultado aqui, como em todo o filme é surpreendente, Reynolds está bem quando deixa de ser Mitch e se torna o preocupado e aflito Dave.



O que nesse filme me deixa realmente incomodado é o roteiro que, mesmo tendo um enredo razoavelmente bom, possui diálogos péssimos e cai em um clichê muito sem graça em alguns momentos. Não que o filme seja um completo desastre, e também não é nenhuma obra de arte da comédia, mas acredito que isso se deva, especialmente ao fato de não ser o primeiro filme com essa história básica de troca de corpos. O fato é que o longa passa a mensagem de que devemos nos contentar com nossas vidas e de que nada é tão ruim que não possa pior, afinal, você pode ficar igual ao seu melhor amigo, e, diga o que quiser, pense o que pensar, nossos amigos nunca são perfeitos.


ACESSE NOSSA PÁGINA NO YOUTUBE:
 http://www.youtube.com/user/projeto399filmes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poderá gostar também de: