Ninguém faria melhor que Bertolucci
Nora: 9,0
Título Original: The Last Emperor
Direção: Bernardo Bertolucci
Elenco: John Lone, Joan Chen, Peter O’Toole, Ruocheng Ying, Victor Wong,
Dennis Dun, Ric Young, Vivian Wu, Richard Vuu, Tson Tijger, Tão Wu
Produção: Jeremy Thomas, John Daly, Franco Giovale e Joyce Herlihy
Roteiro: Bernardo Bertolucci, Mark Peploe, Enzo Ungari e Henry Pu-yi
(autobiografi)
Ano: 1987
Duração: 163 min.
Gênero: Drama / Biografia
Em 1908, o pequeno Pu Yi, então com dois
anos de idade, assumiu como novo imperador na China. Durante quatro anos viveu
isolado do mundo todo na conhecida Cidade Proibida, habitada por eunucos,
mulheres e ele. Com a queda do império após a revolução dirigida por Sun
Yat-sem, Pu Yi deixou de ser imperador, mas continuou a morar na Cidade com
todas as regalias possíveis. Por algumas vezes ele tentou voltar ao poder, mas
falhou em cada uma delas. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a derrota do
Japão, que o amparava, ele acabou sendo entregue aos comunistas. Morreu em
1967, sem deixar herdeiros.
O filme inicia com Pu Yi nas mãos dos
comunistas chineses por volta de 1945, ele, então, lembra-se de tudo o que aconteceu
em sua vida até o momento, com alguns detalhes aqui, outras faltas deles ali.
Sua relação com a mãe é retratada como difícil, afinal ela o deixou na Cidade
Proibida aos cuidados de uma espécie de babá. Posteriormente o garoto foi
educado pelo escocês Reginald Fleming Johnston, por quem o rapaz, no auge da
adolescência, nutriu amizade e confiança extremas. Vemos também como eram seus
casamentos e a forma como suas concubinas eram tratadas por ele e pelas
esposas. Temos aqui, portanto, uma análise da própria personagem sobre sua
vida.
Em 1972 Marlon Brando participou daquele
que seria seu filme mais controvérsio, “Último Tango em Paris” lhe rendeu sua
sétima indicação ao Oscar e consagrou Bernardo Bertolucci, também indicado ao
Oscar pelo longa, como um dos diretores mais originais da época. Não é preciso
dizer mais nada sobre a carreira desse diretor, depois de citar esse filme e “O
Último Imperador”, ambos são obras primas do cinema que se destacaram pela
excelência com a qual o mestre os escreveu e dirigiu. Adaptando a história de
vida de Pu Yi, ele consegue nos deixar incrédulos pela forma como as pessoas trataram
o imperador após a Segunda Guerra, mas não é apenas nisso que seu ótimo
trabalho se centra. Durante o tempo em que passamos com o Pu Yi velho no
comunismo chinês, vemos cenas fortes e quase reais, apesar de eu não acreditar
que os revoltados eram tão calmos quanto os retratados. Quando nos reportamos
para a vida do Imperador na Cidade Proibida, tudo é belo e a derrota parece
algo incerto, até o rapaz ser obrigado a fugir de lá. Durante esse processo em
que Pu Yi e suas esposas correm de um lugar ao outro para tentar se livrar dos
revoltados, vemos muita beleza e dinheiro sendo jogado fora pelo homem que ele
está se tornando. Por fim, podemos ver a China do fim da década de 1960 e nos
conformarmos com o fim do Último Imperador.
John Lone interpreta Pu Yi adulto, inicialmente
o vemos como um “recém-homem” aparentemente feliz vivendo na Cidade Proibida,
depois o temos como um fanfarrão praticamente rasgando sua fortuna, vem a
passagem de sua vida em que ele corria de um lado para o outro para tentar
sobreviver e, por fim, o homem decadente aprisionado e interrogado pelo
comunistas. Lone não é nenhum mestre do cinema chinês, mas faz seu trabalho com
competência e satisfaz. Joan Chen é a esposa consorte de Pu Yi, Wan Jung, uma
mulher que, apesar de ter se apaixonado por seu marido, teme a todos os
acontecimentos e se perde em uma vida regada a drogas. Quem aqui faz o filme
valer apena, reportando-se às atuações, é Peter O’Toole, nos presenteando com
sua belíssima performance como Reginald Johnston, um homem com certa
simplicidade que parece desejar auxiliar o Imperador em todos os sentidos, eu
sinto um pouco de ambição na personagem.
Sem sombra de dúvidas Pu Yi fez história
por ser o último Imperador da China. Esse filme faz jus à sua posição e nos
revela uma realidade triste ao mostrar um homem que teve tudo e ficou sem nada,
nos revelar alguém que detinha todo um poder nas mãos, mas, por ter apenas dois
anos de idade, falhou no momento que deveria usá-lo. Entretanto, “O Último
Imperador” faz mais que apenas uma homenagem a Pu Yi, o filme deixa claro todas
as dificuldade que esse homem passou, jamais desistindo da vida e lutando a
cada momento para sobreviver, seja como Imperador, seja como um reles humano
comum.
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