Uma animação simples que divertirá a
todos em qualquer momento.
Nota: 8,9
Título Original: Cars
Direção: John Lasseter e Joe Ranft
(co-direção)
Elenco: Owen wilson, Paul Newman, Bonnie Hunt, Larry The Cable Guy,
Cheech Marin, Tony Shalhoub, Guido Quaroni, Jenifer Lewis, Paul Doodley,
Michael Keaton
Produção: Darla K. Anderson e Thomas
Porter
Roteiro: John Lasseter, Joe Ranft, Brenda Chapman, Jorgen Klubien, Dan
Fogelman, Kiel Murray, Phil Lorin, Robert L. Baird, Daniel Gerson, Bonnie Hunt,
Don Lake, Steve Purcell e Dan Scanlon
Ano: 2006
Duração: 117 min.
Gênero: Animação / Comédia
Relâmpago McQueen é um novato carro de
corrida que está alcançando seu auge. Quando ele e dois rivais da copa mais
importante do mundo empatam na final do campeonato e decidem que eles irão para
a Califórnia correr novamente, o jovem carro se perde em meio a famosa Route
66. Agora ele terá de conviver com o fato de que está preso em uma cidadezinha
falida no meio do nada, no entanto, ali McQueen poderá encontrar muito mais que
poeira, terra e mais poeira.
Diretor de apenas 16 títulos, John
Lasseter é conhecido, sobretudo, por seu impecável trabalho nos dois primeiros
filmes da trilogia “Toy Story” (1995 / 1999), apesar de eu realmente gostar, ou
melhor, ser apaixonado, apenas pelo terceiro, a qualidade dos dois primeiros
filmes é inegável. Dentre esses 16 títulos, temos 10 curtas-metragens de
respeito, entre eles “Luxo Jr” (1986) e o documentário-curta “Who Is Bud
Luckey”. Em “Carros” vemos, apesar da história óbvia, uma originalidade
tremenda, Lasseter tem em suas mãos uma tarefa difícil, como já disse várias
vezes, a animação não foi feita para crianças, mas alguém disse que ela era
feita para crianças e o povo acreditou, agora é tarefa, nada fácil, de
competentes roteiristas e diretores disfarçar as sacadas e obscenidades dos
filmes, afinal, realmente é possível acreditar que a grande sensação
automobilística na história, um jovem carro com seus vinte e poucos anos,
vencedor de vários prêmios de corrida, não pense nas fêmeas de sua espécie e
não sinta desejos específicos de sua idade? A resposta é curta e simples: não.
Mas a mágica do cinema de animação é justamente essa, as crianças não
perceberão nada que sua idade não deva perceber, já os mais velhos irão se
divertir procurando as ironias do filme.
A trilha sonora, indicada ao Oscar, é
composta por outro mestre das animações, Randy Newman, apesar de seu trabalho
ser inferior ao realizado em “Toy Story 3” (2010), ele não decepciona em momento
algum. Aqui vemos algo bem específico, destinado a carros mesmo, durante o
filme todo teremos a sensação de estarmos vivendo naquele mundo, além de termos
características de cada lugar em que as personagens estão. Newman não é nenhum
amador, em sua carreira foi compositor de apenas 31 filmes, mas ninguém pode
encontrar algum que seja realmente ruim, dentre seus trabalhos temos: “Na Época
do Ragtime” (1981), suas duas primeiras indicações ao Oscar; “Uma Homem Fora de
Série” (1984), com Robert Redford e Robert Duvall, mais uma indicação ao Oscar;
“Avalon” (1990), filme em preto e branco indicado a 4 Oscar, incluindo melhor
trilha sonora; “Tempo de Despertar” (1990), com Robert De Niro e Robin
Williams; “Toy Story” (1995), dispensa apresentações, mas lhe rendeu duas
indicações ao Oscar, uma de melhor trilha sonora e outra de melhor canção
original; o simpático “A Vida em Preto e Branco”, que na realidade nem é preto
e branco, nesse ano vieram três indicações ao Oscar, em três categorias
distintas; “Vida de Inseto” (1998), dirigido por Lasseter e indicado ao Oscar
pela trilha sonora; “Toy Story 2” (1999), outra indicação pela canção; “Entrando
Numa Fria” (2000), boa comédia com Robert De Niro e Bem Stiller, mais uma
indicação ao Oscar, essa por melhor canção; o excelente “Monstros S. A.” (2001),
vencedor do Oscar de melhor canção, o primeiro da carreira de Newman; “Entrando
Numa Fria Maior Ainda” (2004), continuação da comédia de 2000, conta ainda com
Dustin Hoffman e Barbra Streisand; “O Amor não tem Regras” (2008), dirigido e
protagonizado por George Clooney; “A Princesa e o Sapo” (2008), animação que
lhe rendeu mais duas indicações ao Oscar; e “Toy Story 3”, vencedor do Oscar
pela música “We Belong Together”. Já venceu prêmios como o Annie Awards (Oscar da
animação), Grammy, Emmy e críticas como de Los Angeles e Chicago.
É comum vermos clichês travestidos de
originalidades, é esse o caso, mas por ser tão bem feito se torna algo único. O
clichê está no rapaz da cidade grande que odeia a cidadezinha interiorana na
qual ele está, mas acaba agregando valores a sua vida que jamais agregaria na
cidade grande, o novo se sustenta no fato de serem carros e não seres humanos.
“Carros” é, portanto, uma produção bem no estilo moderno da animação: consegue
pegar toda a normalidade das animações tradicionais e transformar tudo em algo
novo, belo e que merece ser assistindo por todas as pessoas.
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