E sempre um prazer ver Fred Astaire com
Ginger Rogers. Vivo, sexy, original, maravilhoso!
Nota: 9,0
Título Original: Top Hat
Direção: Mark Sandrich
Elenco: Fred Astaire, Ginger Rogers, Edward Everett Horton, Erik Rhodes,
Eric Blore, Helen Broderick
Produção: Pandro S. Berman
Roteiro: Sándor Faragó, Alador Laszlo,
Ben Holmes, Károly Nóti, Ralph Spence, Dwight Taylor (peça teatral e roteiro) e
Allan Scott (peça teatral)
Ano: 1935
Duração: 85 min.
Gênero: Comédia / Musical
Jerry Travers é um ator americano que
está em Londres para se apresentar no novo sucesso do teatro da capital
britânica, Dale Tremont é uma bela jovem americana que está em Londres para ser
a modelo de um estilista italiano, ela vai e vem para cá e para lá com as
roupas desse estilista, Travers apenas curte seu tempo livre andando por aí e
fazendo o que mais gosta: dançando. É em um desses momentos em que ele começa a
sapatear no quarto acima do de Dale, enquanto ela tenta dormir, que os dois se
conhecerão e uma história cheia de amor e confusões acontecerá.
Mark Sandrich dirigiu Astaire e Rogers
em mais três oportunas ocasiões, em 1934 com “A Alegre Divorciada”, em 1937 em
“Vamos Dançar” e em 1938 com “Dance Comigo” ambos indicados ao Oscar e com
grande sucesso de público. Além disso,
foi responsável por quase sessenta curtas-metragens, seu trabalho ao lado de
uma das duplas mais incríveis do cinema sempre foi excelente, aqui ele não
precisa fazer muito, afinal tem Astaire e Rogers dançando, cantando e atuando como
somente eles podiam fazer, Astaire ainda é o coreógrafo dos números impecáveis
e o diretor de música é o inesquecível Max Steiner. Aliás, Steiner é o
compositor dos anos de Ouro de Hollywood, pode até ser que alguém tenha feito
melhor que ele, passar pelo cinema sem citar Henry Macini, Bernard Herrmann, Alfred
Newman, Nino Rota, John Berry e mais recentemente John Williams, Alan Menken, Hans
Zimmer e Howard Shore, não é falar sobre música de cinema, entretanto, nenhum
deles participou tão efetivamente quanto Steiner da época mais gloriosa do
cinema, como compositor trabalhou em mais de 200 títulos em menos de 50 anos,
venceu três Oscar, trabalhou em clássicos como “A Alegre Divorciada”, “O
Delator” (1935), “... E O Vento Levou” (1939), “Casablanca” (1942), “A Canção
Inesquecível” (1946) e “À Beira do Abismo” (1946), curiosamente fez músicas
para diversos filmes com a estrela Bette Davis no elenco, dentre os quais
podemos citar: “Jezebel” (1938), “Vitória Amarga” (1939), “A Carta” (1940), o
vencedor do Oscar de trilha sonora “A Estranha Passageira” (1942), “Uma Vida
Roubada” (1946) e “A Filha de Satanás” (1949).
Fred Astaire é uma das maiores
personalidades advindas do cinema e, sem dúvida alguma, o maior dançarino que
já pisou na face da terra. Simpático, charmoso, engraçado, natural,
extrovertido e muito talentoso, a impressão que o ator deixa em todas as suas
personagens é a de que ele é insubstituível, que ninguém faria qualquer uma de
suas personagens melhor que ele, aqui não é diferente. Astaire vive o divertido
Jerry, um homem de bem com a vida que não se importa em ser solteiro, mas que
quando se apaixona por uma mulher faz de tudo para ficar com ela, não é preciso
dizer que os momentos em que canta e dança são perfeitos. Ginger Rogers é Dale
Tremont, uma bela mulher que deseja encontrar alguém para ser feliz, mas que não
ficará sentada esperando seu príncipe encantado, ela é decidida e independente.
De resto temos o ótimo Eric Blore, como o Sr. Bates, o valete de Horace
Hardiwick, o produtor de Jerry, Blore é muito engraçado, nos proporcionando os
melhores momentos coadjuvantes do filme.
“O Picolino” é uma história bela e
totalmente original de amor, claro que dezenas de filmes viriam a copiá-lo, mas
nenhum seria tão perfeito, afinal, nenhum é melhor que o primeiro. Mas esse não
é apenas um filme sobre amor, sua trama nos propõe a analisar também como as
coisas mal explicadas da vida podem gerar tantos problemas a nossa volta, mesmo
que alguns acontecimentos pareçam ridículos demais e impossíveis, existe sempre
uma possibilidade de eles acontecerem. Mas o mais importante é que esse é o
quarto de dez filmes que Fred Astaire e Ginger Rogers fizeram juntos e é
interessante e prazeroso vê-los um o lado do outro, ainda mais por rezar a
lenda que esse casal tão perfeito se odiava na vida real, se isso é verdade ou
não, eu não sei, mas que a química aparente entre os dois deu certo, a isso
deu.
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