segunda-feira, 18 de junho de 2012

273. O PICOLINO, de Mark Sandrich

E sempre um prazer ver Fred Astaire com Ginger Rogers. Vivo, sexy, original, maravilhoso!
Nota: 9,0


Título Original: Top Hat
Direção: Mark Sandrich
Elenco: Fred Astaire, Ginger Rogers, Edward Everett Horton, Erik Rhodes, Eric Blore, Helen Broderick
Produção: Pandro S. Berman
Roteiro: Sándor Faragó, Alador Laszlo, Ben Holmes, Károly Nóti, Ralph Spence, Dwight Taylor (peça teatral e roteiro) e Allan Scott (peça teatral)
Ano: 1935
Duração: 85 min.
Gênero: Comédia / Musical

Jerry Travers é um ator americano que está em Londres para se apresentar no novo sucesso do teatro da capital britânica, Dale Tremont é uma bela jovem americana que está em Londres para ser a modelo de um estilista italiano, ela vai e vem para cá e para lá com as roupas desse estilista, Travers apenas curte seu tempo livre andando por aí e fazendo o que mais gosta: dançando. É em um desses momentos em que ele começa a sapatear no quarto acima do de Dale, enquanto ela tenta dormir, que os dois se conhecerão e uma história cheia de amor e confusões acontecerá.


Mark Sandrich dirigiu Astaire e Rogers em mais três oportunas ocasiões, em 1934 com “A Alegre Divorciada”, em 1937 em “Vamos Dançar” e em 1938 com “Dance Comigo” ambos indicados ao Oscar e com grande sucesso de público.  Além disso, foi responsável por quase sessenta curtas-metragens, seu trabalho ao lado de uma das duplas mais incríveis do cinema sempre foi excelente, aqui ele não precisa fazer muito, afinal tem Astaire e Rogers dançando, cantando e atuando como somente eles podiam fazer, Astaire ainda é o coreógrafo dos números impecáveis e o diretor de música é o inesquecível Max Steiner. Aliás, Steiner é o compositor dos anos de Ouro de Hollywood, pode até ser que alguém tenha feito melhor que ele, passar pelo cinema sem citar Henry Macini, Bernard Herrmann, Alfred Newman, Nino Rota, John Berry e mais recentemente John Williams, Alan Menken, Hans Zimmer e Howard Shore, não é falar sobre música de cinema, entretanto, nenhum deles participou tão efetivamente quanto Steiner da época mais gloriosa do cinema, como compositor trabalhou em mais de 200 títulos em menos de 50 anos, venceu três Oscar, trabalhou em clássicos como “A Alegre Divorciada”, “O Delator” (1935), “... E O Vento Levou” (1939), “Casablanca” (1942), “A Canção Inesquecível” (1946) e “À Beira do Abismo” (1946), curiosamente fez músicas para diversos filmes com a estrela Bette Davis no elenco, dentre os quais podemos citar: “Jezebel” (1938), “Vitória Amarga” (1939), “A Carta” (1940), o vencedor do Oscar de trilha sonora “A Estranha Passageira” (1942), “Uma Vida Roubada” (1946) e “A Filha de Satanás” (1949).


Fred Astaire é uma das maiores personalidades advindas do cinema e, sem dúvida alguma, o maior dançarino que já pisou na face da terra. Simpático, charmoso, engraçado, natural, extrovertido e muito talentoso, a impressão que o ator deixa em todas as suas personagens é a de que ele é insubstituível, que ninguém faria qualquer uma de suas personagens melhor que ele, aqui não é diferente. Astaire vive o divertido Jerry, um homem de bem com a vida que não se importa em ser solteiro, mas que quando se apaixona por uma mulher faz de tudo para ficar com ela, não é preciso dizer que os momentos em que canta e dança são perfeitos. Ginger Rogers é Dale Tremont, uma bela mulher que deseja encontrar alguém para ser feliz, mas que não ficará sentada esperando seu príncipe encantado, ela é decidida e independente. De resto temos o ótimo Eric Blore, como o Sr. Bates, o valete de Horace Hardiwick, o produtor de Jerry, Blore é muito engraçado, nos proporcionando os melhores momentos coadjuvantes do filme.


“O Picolino” é uma história bela e totalmente original de amor, claro que dezenas de filmes viriam a copiá-lo, mas nenhum seria tão perfeito, afinal, nenhum é melhor que o primeiro. Mas esse não é apenas um filme sobre amor, sua trama nos propõe a analisar também como as coisas mal explicadas da vida podem gerar tantos problemas a nossa volta, mesmo que alguns acontecimentos pareçam ridículos demais e impossíveis, existe sempre uma possibilidade de eles acontecerem. Mas o mais importante é que esse é o quarto de dez filmes que Fred Astaire e Ginger Rogers fizeram juntos e é interessante e prazeroso vê-los um o lado do outro, ainda mais por rezar a lenda que esse casal tão perfeito se odiava na vida real, se isso é verdade ou não, eu não sei, mas que a química aparente entre os dois deu certo, a isso deu.


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