segunda-feira, 18 de junho de 2012

274. JULIE & JULIA, de Nora Ephron

Uma comédia sobre problemas reais e comida, realmente delicioso!
Nota: 8,0


Título Original: Julie & Julia
Direção: Nora Ephron
Elenco: Meryl Streep, Amy Adams, Stanley Tucci, Chris Messina, Linda Emond, Helen Carey, Mary Lynn Rajskub, Jane Lynch
Produção: Nora Ephron, Laurence Mark, Amy Robinson, Eric Steel
Roteiro: Nora Ephron, Julie Powell (livro), Julia Child (livro), Alex Prud’homme (livro)
Ano: 2009
Duração: 123 min.
Gênero: Biografia / Comédia

Julia Child era uma americana que, devido à posição do marido, mudou-se para a França e em 1961, após anos de trabalho com Simon Beck e Louisette Bertholle, publicou o aclamado livro “Mastering the Art of French Cooking”, destinado a mulheres americanas que desejam cozinhar facilmente as tão adoradas receitas da cozinha francesa. Julia publicou ainda mais dezenove livros sobre as mais diversas receitas e biografias de como foi sua vida na França, ela morreu em 2004 com 92 anos. Julie Powell é uma americana nascida na década de setenta que, por não ver sentido em sua vida, resolve fazer um blog onde realizará em 365 dias as 524 receitas do livro de Julia Child, devido ao sucesso do blog, ela lançou o livro “365 Days, 524 Recipes, 1 Tiny Apartamento Kitchen”.


No filme vemos as mesclas das histórias dessas duas mulheres surpreendentes: Julia acaba de se mudar para Paris e está muito animada com sua nova vida, mas quando se sente entediada vai procurar algo interessante para fazer, é aí que ela encontra na comida uma ótima companheira para os momentos de solidão; Julie está depressiva por odiar o emprego e odiar mais ainda o apartamento sobre uma pizzaria que ela e o marido alugam, para tentar diminuir suas frustrações ela começa a escrever o blog e encontra nele algo a mais para fazer em sua vida. É claro que problemas surgirão para ambas, Julia não conseguirá o diploma da escola de culinária tão facilmente, a irmã casará, o marido enfrentará problemas e escrever o livro com mais duas amigas não é tão simples, já Julie continuará frustrada com o emprego, terá problemas em seu relacionamento e algumas desventuras a desanimarão quanto ao seu projeto.


Nora Ephron começo sua carreira mesmo em 1993 com o filme “Sintonia de Amor”, com Tom Hanks e Meg Ryan; “Mens@gem para Você”, com a mesma dupla de atores, veio em 1998; e a adaptação clássica de “A Feiticeira”, com Nicole Kidman, Will Ferrell e Shirley MacLaine, veio em 2005. Em nenhum desses filmes seu trabalho é excepcional, o que realmente interessa são dois roteiros escritos por ela para filmes dirigidos por Mike Nichols e protagonizados por Meryl Streep, “Silkwood – O Retrato de uma Coragem” (1983) e “A Difícil Arte de Amar” (1986), nesses dois sim, seu trabalho é excelente. Em “Julie & Julia” ela acerta ao alternar as histórias de Julia nas décadas de 1950 e 1960 e a de Julie no início do século XXI, dessa forma vemos as diferenças e semelhanças entre elas e nos aproximamos de cada personagem. A divertida trilha sonora, que ora nos remete ao estilo francês, ora ao estilo americano, é composta pelo ótimo Alexander Desplat, indicado quatro vezes ao Oscar: “A Rainha” (2006), “O Curioso Caso de Benjamin Button” (2008), “O Fantástico Sr. Raposo” (2009) e “O Discurso do Rei” (2010).


Dizem que quando Meryl Streep soube que Ephron faria esse filme, ela treinou durante meses o clássico e conhecidíssimo “Bom Appetit” de Julia Child e na hora em que pronunciou a expressão conseguiu o papel. O fato é que Ephron não errou em sua escolha, Streep é famosa por sua excelência, mas também por conseguir imitar sotaques como nenhuma outra atriz jamais foi capaz, demonstrou isso em diversos filmes, dentre eles: dinamarquês em “Entre Dois Amores” (1985), australiano “Um Grito no Escuro” (1988), britânico em “A Mulher do Tenente Francês” (1981), polonês em “A Escolha de Sofia” (1982), italiano em “As Pontes de Madison” (1995) e irlandês em “Ironweed” (1987), como Julia ela não é nada além do que sempre é, perfeita para o papel, é viva, divertida, feliz, entusiamante em totalmente natural, como o própria Julia sempre fora. Amy Adams é uma bela jovem atriz italiana, ela começou sua carreira em filmes e séries para a televisão, em 2007 protagonizou o filme da Disney “Encantada”, mas foi um ano depois que veio para ficar no cinema, ao lado de Meryl Streep demonstrou todo seu talento no drama “Dúvida”, pelo qual foi indicada ao Oscar, como Julie Powell ela é simples e consegue transmitir todos os anseios de um blogueiro: “será que estão lendo mesmo?”, “será que estão gostando?, “porque não comentam?”, “se eu não postar hoje meus leitores ficarão desapontados” e é claro as comemorações com o número de visualizações do site. Ao Aldo dessa dupla que não contracena em momento algum do filme estão os maridos das personagens, Stanley Tucci, que trabalhou com Streep na comédia “O Diabo Veste Prada” (2006), é o marido de Julia, Paul Child, já Chris Messina, da comédia de Woody Allen “Vicky Cristina Barcelona”, é o marido de Julie, Eric Powell.


Enquanto Julia escreve seu livro e Julie seu blog, vemos duas mulheres em épocas totalmente distintas tentando fazer algo a mais de suas vidas, como escritor e blogueiro me identifico com ambas em várias passagens do filme, e talvez isso, aliado ao fato da admiração que tenho por Meryl Streep, faça desse filme algo tão mágico para mim. Entretanto, a beleza do filme está em todos poderem se apaixonar por ele por mostrar duas mulheres fortes que sabem o que querem e vão à luta, cada uma de sua forma, por seus ideais e desejos. O único trabalho a ser feito é preparar um delicioso Boueuf Bourguignon à moda Julia Child, sentar-se em frente à televisão, dar play no DVD e Bon Appetit!

Amy Adams e Julie Powell

Meryl Streep caracterizada como Julia Child e a prórpia Julia

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