terça-feira, 19 de junho de 2012

271. O LABIRINTO DO FAUNO, de Guillermo Del Toro

Puro, criativo, sincero e belíssimo!
Nota: 9,3


Título Original: El Laberinto Del Fauno
Direção e Roteiro: Guillermo Del Toro
Elenco: Ivana Baquero, Sergi López, Maribel Verdú, Doug Jones, Ariadna Gil, Ález Ângulo, Manolo Solo, César Vea, Roger Casamajor, Ivan Massagué
Produção: Álvaro Augustin, Alfonso Cuarón, Bertha Navarro, Frida Torresblanco, Guillermo Del Toro
Ano: 2006
Duração: 118 min.
Gênero: Drama / Fantasia

Há muito tempo atrás uma jovem princesa que vivia no subterrâneo fugiu de sua família e seu povo e foi à procura do sol e dos seres humanos, sua alma ficou vagando desde então e nunca mais voltou. Ofelia, uma menininha de mais ou menos dez anos, vai morar com a mãe e o padrasto em um acampamento que tenta exterminar, literalmente, o que restou dos rebeldes após a Guerra Civil da Espanha, que começou em 1936 e terminou em 1939. Lá a garota conhece e logo odeia o novo marido da mãe, que espera um bebê, mas também encontra um Labirinto que a levará a descobri que é a reencarnação da princesa que fugiu do subterrâneo. Agora Ofelia deverá enfrentar alguns desafios para poder voltar para sua verdadeira casa e ser uma criança feliz.


Guillermo del Toro, é um mexicano que trabalha em departamentos como direção, produção, roteiro, atuação, maquiagem, arte e edição. Aqui ele dirige, roteiriza e produz, e consegue realizar tudo de forma fantástica e muito criativa, a história é extremamente original e nos faz sonhar com os mais inimagináveis acontecimentos, mas também nos proporciona a realidade do final da Guerra Civil Espanhola, a direção é impecável ao nos presentear com cenas tão coloridas e bem compostas, algumas podem até ser escuras, mas nunca dificultam o entendimento, sua forma de passar de uma cena para a outra deixa o filme ainda mais fantasioso e belo. Como diretor, del Toro tem em seu currículo “A Espinha do Diabo” (2001), “Blade II – O Caçador de Vampiros” (2002), “Hellboy” (2004) e “Hellboy II – O Exército Dourado”, como roteirista os únicos a destacar são os filmes mais esperados de 2012 e 2013: “O Hobbit: Uma Jornada Inesperada” e “The Hobbit: There And Back Again” (algo como “O Hobbit: Lá e de Volta Outra Vez”). O espanhol Javier Navarrette é o compositor desse filme, com trabalhos sobretudo em seu país de origem destacou-se mesmo apenas com “O Labirinto do Fauno”, pelo qual recebeu uma merecidíssima indicação ao Oscar, sua trilha é penetrante e, bem como a direção de Guillermo del Toro, nos faz sentir como se fizéssemos parte desse mundo mágico que é a vida de Ofelia toda vez que ela encontra o Fauno.


Apesar de Ivana Baquero não ter feito nada após esse filme, ela não decepciona em momento algum durante a trama, com apenas doze anos encarar uma personagem tão rica e complexa não é trabalho para qualquer um, realmente não sei se ela tinha noção do grande feito de sua interpretação ou se o diretor preferiu iludir a atriz para ela acreditar que estava em um filme da Disney, o fato é que deu certo. Sergi López é um ator com uma carreira bem mais vasta, ele vive o monstruoso Capitão Vidal, padrasto de Ofelia, um homem sem coração que apenas deseja seu filho ao seu lado para poder perpetuar seu nome, Vidal vê todo e qualquer rebelde como uma prega, e como toda praga, a única solução é exterminá-los. Apesar de jovem, Maribel Verdú tem uma carreira com mais de setenta títulos, maioria espanhóis e muito para televisão, como a empregada Mercedes, que ajuda os rebeldes, ela é simples e bondosa, mas também sabe ser forte e destemida quando necessário. Por fim temos o excelente Doug Jones, só para se ter uma idéia de seus filmes, apenas para o próximo ano ele estará em dez produções, também atuou em diversos filmes e séries para televisão, no cinema participou de “Batman – O Retorno” (1992), “MIB – Homens de Preto II” (2002), “Adaptação” (2002), “Hellboy”, “Doom – Porta Para o Inferno” (2005), “The Cabinet of Dr. Caligari” (2005), “A Dama na Água” (2006) e “Hellboy – O Exército Dourado”, nesse último ele interpreta o inconfundível Abe Sapien, na mesma tecnologia que o faz dar vida ao enigmático, carismático e amedrontador Fauno, e ele consegue ser tudo isso não apenas por sua aparência, que ora dá medo, ora conforta, mas por suas atitudes e gestualidades, é dele também uma das cenas mais antológicas do cinema moderno, ele vive o Pale Man, aquele homem branco horrível com olhos nas mãos.


Com uma mescla de sonhos infantis e a dura e triste realidade da vida adulta, que vem acompanhada pela guerra e relacionamentos mais sérios e complicados, esse filme nos propõe refletir sobre se às vezes o melhor caminho não seria sonhar e deixar que esses sonhos nos levem, mas existem momentos que acabamos por nos perguntar se não estamos vivendo em um sonho de tão bela e perfeita que nossa vida se torna, e é aí que o filme nos pega de jeito e mostra sua mágica. Se tudo o que Ofelia vê a sua volta é fruto de sua imaginação? Descubra por si próprio, entrando nesse mundo totalmente mágico e misterioso, para o qual a entrada é o próprio Labirinto do Fauno, já a saída, bem, essa descoberta também será sua tarefa.


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